Depois de uma interrupção de 12 anos, foi reposta a circulação comercial do transporte ferroviário de passageiros e mercadorias no troço entre Covilhã e Guarda, da Linha da Beira Baixa. A cerimónia oficial de reabertura deste troço de 46 quilómetros entre as duas cidades da região das Beiras e Serra da Estrela aconteceu ontem, 4 de maio.
A partir de agora, passam a circular, diariamente, entre Covilhã e Guarda, 8 comboios Intercidades, (4 por sentido), e mais 4 comboios Regionais, (2 por sentido), que vão efetuar paragem em todas as localidades situadas entre as duas cidades beirãs.
Para incentivar a mobilidade regional no novo percurso, entre Guarda e Covilhã, o preço aplicado nas viagens de comboios entre as duas cidades é sempre de tarifa Regional, quer os clientes viajem em Serviço Intercidades ou Regional.
A abertura à circulação ferroviária do troço, um desejo antigo das populações locais, aconteceu já na sexta-feira, 2 de maio, e surge no seguimento da conclusão da empreitada de modernização e eletrificação da via-férrea, executada pela Infraestruturas de Portugal, no âmbito do programa de investimentos de requalificação da Rede Ferroviária Nacional, Ferrovia 2020.
Os trabalhos de modernização do troço entre a Covilhã e a Guarda foram concluídos no início deste ano, seguindo-se uma fase de testes e de certificação da infraestrutura. A obra envolveu a reabilitação de 36 quilómetros de via – 10 quilómetros do troço tinham já sido intervencionados –, a eletrificação em toda a sua extensão, a instalação do sistema de sinalização eletrónica e telecomunicações (GSR-M), a implementação do sistema de controlo de velocidade (Convel) e construção de sistemas de drenagem e trabalhos de estabilização de taludes.
Entre as principais intervenções do projeto, destacam-se a construção da Concordância das Beiras, uma ligação ferroviária direta entre a Linha da Beira Alta e a Linha da Beira Baixa, em via única eletrificada, com 1.500 metros de extensão, que inclui uma nova ponte de 237,8 metros sobre o rio Diz; a reabilitação de 6 pontes ferroviárias, todas com mais de um século de existência; o reforço da segurança rodoferroviária no atravessamento em vários pontos da linha; a ampliação da Estação de Belmonte, que permite agora o estacionamento de comboios com 600 metros de comprimento; e intervenções de recuperação e requalificação nos Apeadeiros de Caria, Maçainhas, Benespera e Barracão/Sabugal.
De acordo com a Infraestruturas de Portugal, a modernização e reabertura à circulação do troço Covilhã–Guarda potenciará a dinamização do transporte ferroviário nas ligações inter-regionais e na ligação a Espanha.
A Linha da Beira Baixa desenvolve-se entre o Entroncamento e a Guarda, numa extensão de aproximadamente 240 quilómetros, encontrando-se agora eletrificada e dotada de sistema de sinalização eletrónica em todo o percurso.