Testes realizados em Barcelona e Madrid mostraram que quase um terço dos camiões em Espanha excede os limites legais de emissões da UE. As altas emissões provindas do transporte rodoviário ainda são um sério problema de saúde pública, causando a morte prematura de 50.000 europeus todos os anos.
Ao longo de três anos (2017-2019), testes remotos de emissões de camiões Euro VI – os mais recentes padrões de poluição do ar da UE – mostram que 29% dos 587 camiões são altos emissores de óxido de nitrogénio.
Anna Krajinska, engenheira de emissões da T&E chamou à atenção para os níveis letais de poluição de ar emitidos pelos camiões que circulam dentro e à volta das cidades da Europa e acrescentou: “Os padrões de transporte rodoviário da UE não fazem o suficiente para proteger o ar que respiramos, colocando em risco a saúde dos cidadãos europeus”.
De acordo com a especialista, os testes oficiais são inadequados, pois duram apenas duas horas e meia e muitas vezes não têm em consideração as emissões produzidas nas condições do dia-a-dia, como condução em baixa velocidade e arranques a frio (emissões de quando o motor é ligado pela primeira vez). O teste Euro VI também falha em garantir a durabilidade das emissões e em evitar adulteração onde os sistemas de redução de emissões são desligados pelo que é conhecido como dispositivos manipuladores.
Anna Krajinska concluiu: “A Comissão Europeia deve melhorar os testes dos camiões para cobrir todas as condições de condução na estrada e introduzir medidas rígidas anti adulteração. No entanto, no final, do que realmente precisamos é de uma mudança de motores de combustão poluentes para camiões com emissões zero. A União Europeia deve, portanto, determinar que pelo menos metade das vendas de camiões tenham emissões zero até 2030”.
O estudo finaliza com a sugestão de que os padrões de CO2 para camiões da UE devem ser revistos em 2022, dando à Comissão Europeia a oportunidade de definir metas mais ambiciosas e encerrar a venda da maioria dos camiões de combustão interna até 2035.