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Renault ‘parte-se’ em cinco

A Renault anunciou hoje uma grande reformulação, que verá o fabricante francês separar as suas atividades em cinco unidades de negócio distintas, com o objetivo de aumentar as suas margens operacionais e restabelecer o pagamento de dividendos aos acionistas, após um hiato de três anos.

O pilar central da estratégia da Renault passa por separar o negócio de motores de combustão e grupos propulsores híbridos – a partir de agora, alojado numa joint-venture detida em partes iguais com a empresa chinesa Geely, que detém também a Volvo Cars – da sua unidade de veículos elétricos.

Esta última, denominada Ampere, deverá abrir o seu capital a outros investidores no segundo semestre de 2023, em Paris, mas a Renault deverá manter uma “forte maioria”. A Qualcomm Technologies deverá ser um dos investidores estratégicos na nova unidade de veículos elétricos, com a colaboração tecnológica entre as duas empresas a ser aprofundada – os planos anunciados hoje prevêm o desenvolvimento de uma nova arquitetura de computação centralizada para a próxima geração de veículos definidos por software da Renault.

Conhecidas como plataformas SDV (Software Defined Vehicle), estas plataformas automóveis “de alto desempenho” serão baseadas nas soluções Snapdragon Digital Chassis da Qualcomm, suportando funcionalidades como cockpit digital, conectividade e sistemas avançados de assistência ao condutor (ADAS).

A Nissan, parceira de longa data da Renault, deverá também ter uma participação na Ampere – as negociações serão concluidas até 15 de novembro. A nova unidade de negócio deverá produzir 1 milhão de veículos para a marca Renault até 2031.

Além das unidades de negócio de veículos elétricos e motores térmicos, a Renault concentrará as suas aspirações desportivas na marca Alpine – que será exclusivamente elétrica – e a prestação de serviços financeiros nas áreas da nova mobilidade, energia e dados na unidade Mobilize. Finalmente, será também inaugurada uma nova unidade de negócio focada na reciclagem.

Com esta reestruturação – a terceira fase da sua iniciativa Renaulution – a marca francesa pretende atingir margens EBIT (antes de juros e impostos) acima de 8% em 2025, e acima de 10% cinco anos mais tarde, bem como um fluxo de caixa acima de 2 mil milhões de euros por ano de 2023 a 2025, subindo para mais de 3 mil milhões entre 2026 e 2030.

A Renault planeia ainda restaurar o pagamento de dividendos aos acionistas a partir de 2023, após um hiato de três anos, até 35% do lucro líquido do grupo. Pretende também aumentar a participação dos seus trabalhadores para 10% até 2030.

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