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Green Future-AutoMagazine

O novo portal que leva até si artigos de opinião, crónicas, novidades e estreias do mundo da mobilidade sustentável

GFAM

Carregadores Siemens desenvolvidos em Corroios fornecem energia a mil autocarros em Hamburgo

A Siemens, através da Smart Infrastructure, assinou um contrato com a Hamburger Hochbahn, o maior operador de transportes públicos da cidade alemã de Hamburgo. A Siemens irá equipar duas das seis zonas de estacionamento da estação de recolha de autocarros de Alsterdorf com um total de 96 carregadores, incluindo as tecnologias de ligação à rede pública de média e baixa tensão. Cada zona de estacionamento (carport) tem 48 lugares.

Os carregadores para autocarros elétricos que vão ser entregues no âmbito deste projeto foram integralmente desenvolvidos em Portugal, incluindo a engenharia da solução, e vão ser produzidos na fábrica da Siemens localizada em Corroios, naquela que é uma das maiores encomendas que esta unidade de produção recebeu até hoje.

“Neste caso, é extremamente satisfatório termos sido capazes de nos destacarmos pela flexibilidade da nossa infraestrutura de carregamento, mas também por termos ido ao encontro dos elevados requisitos do cliente no que se refere à sustentabilidade. Na nossa fábrica em Portugal, por exemplo, os carregadores são fabricados exclusivamente com eletricidade proveniente de fontes renováveis. Portanto, fornecemos tecnologia produzida de forma sustentável para tornar as cidades mais sustentáveis” disse Jean-Christoph Heyne, responsável por Future Grids da Smart Infrastructure da Siemens.

A Hamburger Hochbahn tem como meta a conversão de toda a sua frota, de cerca de mil autocarros, em veículos livres de emissões e amigos do ambiente até ao final desta década. Paralelamente à aquisição de veículos, está já em curso a conversão da infraestrutura do terminal para que esteja apta a carregar e manter a nova frota.

Cada ponto de carregamento tem uma potência 150 kW e alimentará os autocarros durante o tempo de estacionamento. O contrato assinado entre as duas empresas inclui ainda serviços de manutenção durante cinco anos.

O terminal de autocarros de Alsterdorf ocupa 45 mil m2 e foi inaugurado em abril de 2019. Com um total de 240 lugares de estacionamento, este é um dos maiores e mais modernos terminais de autocarros elétricos de toda a Europa, bem como o primeiro na Alemanha projetado exclusivamente para autocarros livres de emissões.

Fonte: Siemens
Imagem: Hamburger Hochbahn AG

Mercedes-Benz EQA chega na primavera e já tem preço

O EQA é o novo modelo de entrada na gama de modelos totalmente elétricos da Mercedes-EQ, e o primeiro veículo 100% elétrico no segmento dos SUV compactos premium da marca.

A versão de lançamento é o EQA 250, com uma potência de 140 kW (190 cavalos) e uma autonomia máxima de 426 quilómetros (ciclo WLTP). A bateria de iões de lítio de duplo deck, instalada num elemento estrutural na secção inferior do chassis do veículo, tem uma capacidade de armazenamento de energia de 66.5 kWh. De modo a cumprir os padrões de qualidade de conforto da Mercedes no que diz respeito a ruído e vibração, foram adotadas medidas complexas para isolar a cadeia cinemática do chassis e da carroçaria, efeito reforçado por várias medidas de isolamento.

De acordo com a marca germânica, o EQA 250 demonstra a sua perspetiva a mobilidade elétrica personalizada para um grupo de clientes-alvo jovens e urbanos. Tem uma autonomia máxima de 426 quilómetros, adaptado para uma utilização urbana diária convencional. A capacidade de carregamento ultrarrápido fornece carga para mais de 300 quilómetros em 30 minutos.

Está equipado com um conjunto de assistentes inteligentes para apoiar o condutor em vários domínios, nomeadamente na prevenção de acidentes, estratégia de funcionamento preditiva e navegação com recurso a Electric Intelligence. Este sistema calcula o percurso mais rápido até ao destino e, com base em simulações contínuas da distância, considera quaisquer paragens para carregamento e fatores como a topografia do percurso e a meteorologia. O sistema também pode reagir dinamicamente às mudanças como, por exemplo, das condições do trânsito ou do estilo de condução do condutor. O EQA inclui ainda outros equipamentos, como o sistema ENERGIZING Comfort e o sistema de infotainement MBUX.

A bomba de calor, de série, está integrada no sistema de gestão térmica, permitindo reutilizar o calor residual da cadeia cinemática elétrica para maximizar a eficiência e a autonomia. É possível programar o controlo da pré-climatização do interior do EQA antes do início de cada viagem, através do sistema MBUX ou da Mercedes me App.

O EQA 250 será comercializado em Portugal a partir de 53.750 euros, e estará disponível a partir da primavera.

Fonte: Mercedes-Benz

Galp, Microsoft e Flow lançam hackathon com desafios para a mobilidade elétrica

A Galp, a GoWithFlow e a Microsoft lançaram um desafio a estudantes, investigadores, jovens profissionais e empreendedores de todo o mundo para desenvolverem aplicações em quatro áreas-chave para o desenvolvimento da mobilidade elétrica, no âmbito do ‘Building the Future’, o encontro tecnológico promovido pela empresa de software norte-americana.

Este hackathon convoca equipas de entre três e cinco participantes a apresentarem soluções inovadoras nas áreas da utilização das baterias dos automóveis elétricos como suporte à rede elétrica (V2G) ou às redes domésticas (V2H) em períodos de pico de consumo; aplicações que permitam oferecer serviços adicionais aos utilizadores de carros elétricos mediante a partilha de informação sobre a utilização que fazem dos mesmos; desenvolvimento de infraestruturas de mobilidade partilhada; serviços ou aplicações suportadas em tecnologia blockchain.

Para além destas quatro categorias específicas, o desafio abrange ainda uma área adicional em que a imaginação é o limite. A descrição é simples: toda e qualquer aplicação disruptiva na área da mobilidade elétrica com potencial para a criação de valor.

Os projetos deverão ser desenvolvidos através na plataforma Taikai – em que os utilizadores se devem registar individualmente – e com recurso ao software Microsoft Azure, do qual serão disponibilizadas licenças de utilização, bem como todas as ferramentas necessárias.

As dez melhores ideias terão acesso a uma fase final de desenvolvimento dos projetos, com a duração de uma semana, no final da qual cada equipa fará o seu pitch ao júri, num evento final. O prémio monetário para a equipa vencedora será de três mil euros.

A GoWithFlow é a participada da Galp especializada em soluções de gestão de mobilidade partilhada, incluindo o desenvolvimento e operação das infraestruturas de carregamento elétrico para a gestão de frotas empresariais ou sistemas integrados de mobilidade urbana.

Fonte: Galp

Kia testa nova área de negócio com projeto-piloto de ‘last-mile delivery’

A Kia Corporation começou a estabelecer as bases de um negócio de Purpose Built Vehicles (PBV), ou Veículos para Fins Específicos, aliando-se à startup S.lab Asia Inc., que opera na cadeia de frio, para entrar no mercado de last-mile delivery de Singapura.

No passado dia 28 de janeiro, as duas empresas assinaram um memorando de entendimento com vista ao lançamento de um projeto-piloto em Singapura, usando o Niro EV, e à avaliação do potencial para um futuro modelo de negócio baseado nos PBV.

O Niro EV, otimizado e modificado para serviços de logística de last-mile delivery será usado no centro urbano, para responder às necessidades do mercado alimentado pelo canal de e-commerce. Este modelo estratégico ajudará também a reforçar as capacidades de PBV e as operações de serviço de ambos os parceiros.

“Através deste acordo, a Kia deixará uma imagem forte de si própria como parceiro colaborante capaz de trazer valor acrescentado às empresas de serviços de mobilidade globais”, explica DongSoo Ahn, vice-presidente e diretor da unidade de negócio de PBV da Kia Corporation. “A Kia vai lutar pela liderança do mercado global de PBV, criando parcerias com diversos operadores através não só de serviços de entregas de ‘último quilómetro’, mas também de diversas colaborações de inovação aberta”, acrescentou.

Os PBV, cujo desenvolvimento se encontra no centro da estratégia de médio/longo prazo da Kia – denominada ‘Plano S’ –, são automóveis concebidos para aplicações definidas, tais como entregas de domicílio, veículos autónomos e automóveis de luxo conduzidos por motorista. No contexto da iniciativa-piloto da Kia no campo dos PBV, last-mile delivery refere-se à última etapa da entrega de um produto, desde um armazém até ao cliente, com enfoque na maximização da qualidade de entrega e na diferenciação do serviço.

A S.lab Asia é uma startup que produz caixas especiais para entregas de produtos frescos transportados segundo um esquema de cadeia de frio, oferecendo serviços de entrega avançados. Atualmente, está a construir uma rede de logística que irá vender e distribuir produtos frescos na Coreia e no Sudeste Asiático.

Numa altura em que os seus PBV de última geração se encontram na fase final de desenvolvimento e otimização de produto, a Kia, em cooperação com a S.lab Asia, vai utilizar o Niro EV com um interior modificado para facilitar as operações de carga e descarga e, simultaneamente, oferecer mais espaço de carga. As operações terão início em Singapura no primeiro semestre deste ano, período durante o qual a Kia irá avaliar e aperfeiçoar o seu modelo de negócio PBV, incluindo as vertentes de produto e serviço, através da aplicação dos dados obtidos com a utilização do Niro EV modificado em Singapura.

Com este esquema, a Kia pretende adquirir competências e experiências fundamentais para projetos com PBV, nomeadamente o desenvolvimento de PBV baseados em EV e otimizados para entregas de ‘último quilómetro’, a promoção da plataforma CaaS para frotas e necessidades de leasing, o estabelecimento de um ecossistema de carregamentos EV e a criação de uma estrutura de serviços de gestão de frotas EV. 

A Kia selecionou Singapura para este projeto PBV, de forma a beneficiar da qualidade das infraestruturas, do dinamismo económico e do rápido crescimento do comércio eletrónico no território. A decisão da marca coreana também levou em conta os planos de Singapura para suprimir gradualmente os transportes com motores de combustão interna até 2040, através de um conjunto de políticas de mobilidade amigas do ambiente, incluindo aumentos dos subsídios para EV.

Para implementar o projeto com sucesso, a Kia planeia estabelecer uma estrutura de colaborações com parceiros-chave nesta área, sediados em Singapura, designadamente o Hyundai Motor Group Innovation Center, o SP Group – a maior empresa local em carregamentos de EV–, e a Cycle & Carriage, detentora dos concessionários Kia locais.

A Kia irá também colaborar com a S.lab Asia no sentido de desenvolver e otimizar o seu modelo de negócio de PBV para o mercado da Coreia e expandir serviços semelhantes para todo o país no primeiro semestre deste ano.

Fonte: Kia

Apresentação do DS4

DS Automobiles apresenta o novo DS 4

Depois do DS 7 Crossback, do DS 3 Crossback e do DS 9, a DS Automobiles revelou ontem o seu mais recente modelo, o quarto da gama, o DS 4.

Disponível numa versão híbrida-plug-in, o DS 4, pertencente ao segmento C premium, junta um motor de 180 cavalos a gasolina a um motor elétrico de 110 cavalos, para uma potência combinada de 225 cavalos. A bateria de 12,4 kW/h permite um autonomia 100% elétrica superior a 50 quilómetros (ciclo WLTP).

O DS 4 tem uma largura de referência de 1,83 metros e rodas de 720 milímetros, para um comprimento compacto de 4,40 metros e uma altura de 1,47 metros.

Baseando-se na evolução da plataforma EMP2 com um sistema de info-entretenimento de última geração, o novo modelo premium apresenta um interior digital, incluindo o DS Extended Head-Up Display, que projeta a informação essencial à condução diretamente na estrada. 

O DS 4 foi desenvolvido com preocupações ambientais. 95% dos materiais são reutilizáveis e 85% das peças são recicláveis. Isto permite que 30% do seu peso total seja composto por materiais renováveis ou reciclados, divididos entre metais e polímeros.

Segundo Marion David, Diretora de Produto da DS Automobiles, “o DS 4 foi concebido para redefinir as grandes linhas do segmento C-Premium. Destina-se a consumidores atraídos por dois tipos de silhuetas: os novos SUV-Coupé aspiracionais e as berlinas compactas tradicionais. Ao longo de cada etapa de desenvolvimento, a ideia de atrair nestes dois segmentos orientou as nossas decisões”.

O DS 4 modelo chegará ao mercado no quarto trimestre de 2021 com três versões – DS 4, DS 4 Cross e DS 4 Performance Line. O preço para o mercado nacional ainda não foi definido.

Fonte: DS Automobiles

10 razões para mudar para um veículo elétrico - UVE

10 razões para mudar para um veículo elétrico

Por: UVE – Associação Utilizadores de Veículos Elétricos

10 Razões para Mudar

Quando se fala sobre a viabilidade dos veículos elétricos, da rede de carregamento, do custo da eletricidade (e da fonte dessa mesma energia), é seguro afirmar que a mobilidade elétrica veio para ficar – é a solução mais viável para compatibilizar o transporte individual, coletivo e partilhado, com a qualidade do ar nas grandes cidades.

A preocupação para com o impacto ambiental que os meios de transporte por que optamos têm no processo de descarbonização da sociedade, deverá ser constante. É importante a consciencialização da importância do papel que cada cidadão desempenha e a desmistificação de alguns aspetos relativos à utilização diária de veículos elétricos.

Promover o Bem-Estar Comum!

Optar por meios de transporte elétricos reflete, não só a preocupação para com o ambiente, mas também para com o bem comum, reduzindo o nível de poluição atmosférica e sonora nos meios urbanos.

A Mobilidade Elétrica não representa a única solução para resolução da crise ambiental, contudo, representa uma parte importante no dia-a-dia de cada um. Seja em viagens diárias ou de longa distância, é importante avaliar a disponibilidade de meios de transporte menos poluentes.

Emissões Zero

Os Veículos Elétricos emitem zero gases poluentes durante a sua circulação, visto que não existem combustíveis no funcionamento dos motores elétricos.
Adicionalmente, se o carregamento do Veículo Elétrico for efetuado durante a noite, as emissões serão, na maioria das vezes, completamente limpas, inclusive na origem da produção da electricidade que está a ser consumida.


Ao optar pelo carregamento durante o horário noturno é feito o aproveitamento dos excedentes das energias renováveis (eólica, hidráulica…), que atualmente são desperdiçados muitas noites por falta de procura, e por não existirem ainda formas de a armazenar.
Contudo, mesmo se o carregamento for efetuado durante o dia, mais de 60% da energia elétrica produzida em Portugal provêm de fontes renováveis (fonte: APREN).

Poupança Diária

A título de exemplo, para percorrer cerca de 800 km por mês, com uma média de 27 km por dia:

  • Veículo a gasolina
    Com um consumo médio de 7 l / 100 km, um veículo a gasolina consome cerca de €86 em combustível por mês (média de €1,54 por litro de gasolina).
  • Veículo a gasóleo
    Com um consumo médio de 6 l / 100 km, um veículo a gasolina consome cerca de €66 em combustível por mês (média de €1,37 por litro de gasóleo).
  • Veículo Elétrico
    • Carregamento em PCR – Postos de Carregamento Rápido:
      Com um consumo médio de 15 kWh / 100 km, um Veículo Elétrico consome cerca de €48 em carregamentos rápidos por mês (média de €0,40 por kWh) – se só utilizar os PCR para carregar o veículo;
    • Carregamento em Casa (Tarifa Simples):
      Com um consumo médio de 15 kWh / 100 km, um Veículo Elétrico acresce cerca de €24 na fatura mensal de eletricidade (média de €0,20 por kWh, em tarifa simples);
    • Carregamento em Casa (Tarifa Bi-horária):
      Com um consumo médio de 15 kWh / 100 km, um Veículo Elétrico acresce cerca de €12 na fatura mensal de eletricidade (média de €0,10 por kWh, em tarifa bi-horária), quando o carregamento é efetuado durante o período de vazio (durante a noites);

Ou seja, mesmo numa situação em que carregue o seu Veículo Elétrico fora de casa, através de PCR – Postos de Carregamento Rápido, o valor de consumo é muito inferior a um veículo de combustão.

Estacionamento Gratuito / Descontos

Existem vários municípios que oferecem condições vantajosas para estacionamento de veículos elétricos.
Consulte a listagem de Municípios com isenção/desconto no estacionamento para Veículo Elétrico

Em Lisboa, por exemplo, basta solicitar o Dístico Verde junto da EMEL para que possa estacionar em todas as Zonas de Estacionamento de Duração Limitada, nos lugares tarifados, sem haver lugar ao pagamento da tarifa de estacionamento e sem limite de tempo. Esta isenção é dirigida a veículos 100% elétricos. Os Dísticos verdes têm a validade máxima de 1 ano e custam atualmente 12€/ano.

Isenção de Impostos

Os Veículos Elétricos são isentos de IUC – Imposto Único de Circulação e ISV – Imposto Sobre Veículos. Para as empresas, os Veículos Elétricos são também isentos de Tributação Autónoma em sede de IRC e o IVA – Imposto de Valor Acrescentado é dedutível.

Carregamentos Gratuitos

Em vários locais de lazer, parques de estacionamento, empresas, hotelaria e restauração, existem postos de carregamento, muitas vezes gratuitos, instalados pelos proprietários dos espaços, que oferecem o carregamento aos seus clientes.

Adicionalmente, existe a rede de TDC – Tesla Destination Chargers, gratuita, contudo, poderá ser reservada a clientes dos espaços onde os TDC estejam instalados.

Sem Perturbações

Um Veículo Elétrico não emite ruído e não apresenta trepidações.
Se nunca conduziu um Veículo Elétrico, faça um test-drive.
A experiência de condução de um veículo 100% elétrico não tem comparação com qualquer outro veículo.

A presença de perturbações – causadas pelo funcionamento de um motor a combustão – é uma fonte de distração, mesmo que seja quase inconsciente. Quando um veículo é silencioso e suave, dá espaço para que os hábitos de condução também se adaptem a esse silêncio e a essa calma.

Menos Manutenção

  • Menos peças, menos avarias, menos manutenção
    Em comparação com os veículos com motor de combustão interna, os veículos elétricos têm uma manutenção muito reduzida!

    Um veículo elétrico ligeiro tem cerca de 1% do número de peças móveis, em comparação com um veículo ligeiro a combustão.
    Visto que não usam óleos do motor, nem filtros, nem correias, em vez de ser efetuada a revisão a cada 15.000 quilómetros para substituir estes elementos, só têm necessidade de o fazer a cada 50.000 quilómetros (embora as marcas aconselhem uma ida anual à oficina).
  • Travões
    A maioria dos veículos elétricos utilizam o motor para travar, o que permite utilizar essa energia para recarregar as baterias. Esta característica, chamada de travagem regenerativa, evita o desgaste das pastilhas dos travões, e, simultaneamente, aumentar a eficiência do veículo.
  • Pneus
    Na sua maioria, os Veículos Elétricos circulam quase sempre nas cidades e a velocidades baixas, logo, os pneus também duram muito mais.

Segundo o testemunho de taxistas que utilizam carros elétricos, a manutenção destes é inferior a 100 euros anuais, além de uma mudança de pneus a cada 100.000 ou 120.000 quilómetros. E isto percorrendo mais de 50.000 quilómetros por ano, algo quase impensável para um particular.

Incentivos de Aquisição

Desde 2015 que são disponibilizados Incentivos para Aquisição de Veículos Elétricos, como medida para mitigar as Alterações Climáticas.

Esta iniciativa estatal encontra-se inserida no âmbito do Fundo Ambiental.
Para 2020, já foram entregue as verbas para os Incentivos de Aquisição, válidos para veículos 100% elétricos ligeiros de passageiros e mercadorias, tal como para bicicletas, motociclos, ciclomotores elétricos, bicicletas de carga e bicicletas convencionais.

Segundo o Orçamento de Estado, aprovado para 2021, os Incentivos de Aquisição serão novamente disponibilizados para Veículos 100% Elétricos adquiridos desde 1 de janeiro de 2021.

Acesso Privilegiado

Cada vez mais cidades em todo o mundo optaram por reduzir a circulação de veículos nos centros urbanos, onde a densidade populacional é maior. Contudo, na grande maioria, os Veículos Elétricos são exceção a essas regras, sendo permitida a circulação e/ou estacionamento nas zonas de exclusão.

Em 2020 foi anunciado pela Câmara Municipal de Lisboa, no âmbito do galardão atribuído à cidade como Capital Verde Europeia 2020, a criação de uma Zona de Emissões Reduzidas (ZER), em que os veículos 100% elétricos seriam excluídos das restrições. O plano de implementação destas restrições foi adiado para 2021.

Estas são somente 10 das muitas razões para mudar para um Veículo Elétrico.
De que está à espera?

Cada uma das nossas opções conta. Devemos efetuar as nossas escolhas, tendo sempre em vista o bem comum.
Não há Planeta B!

A UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos, é um organismo sem fins lucrativos, com a missão de promover a mobilidade elétrica. Conheça as Vantagens em ser nosso Associado.

Contactos
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215 99 99 50 / 910 910 901
(dias úteis das 10:00 às 18:00)

"O alargamento da rede de carregamento de veículos elétricos deve ser um objectivo prioritário" - Artigo de Opinião de Helder Pedro

“O alargamento da rede de carregamento de veículos elétricos deve ser um objectivo prioritário”

Hélder Pedro
Secretário-Geral da ACAP – Associação Automóvel de Portugal

A mobilidade será sempre uma necessidade básica do ser humano e um facilitador essencial para promover o desenvolvimento económico e a qualidade de vida. No entanto, é improvável que as deslocações diminuam: mesmo que a população conduza menos, a necessidade de nos movermos continuará a existir. 

O peso da apertada regulamentação europeia, as metas a atingir impostas pelo Green Deal, a mudança de comportamento nos consumidores, o aumento da consciência ambiental e a introdução de soluções inovadoras, potenciam um ecossistema de mobilidade sustentável onde a indústria automóvel desempenha um papel crucial na transição energética para um sistema de transporte sustentável. Assim, a indústria automóvel tem investido fortemente em I&D para fazer face a estes desafios, apostando em veículos mais sustentáveis ao nível da eficiência energética e com menor impacto ambiental. Contribuindo significantemente para a redução de gases de efeitos de estufa, melhorias na qualidade do ar, diminuição na dependência de combustíveis fosseis e permitindo a transição para energias renováveis e para a mobilidade sustentável. 

Complementariamente, o crescente estímulo à aquisição e a crescente procura de veículos com soluções energéticas elétricas, e de outras soluções inovadoras de mobilidade, mostra como a questão da sustentabilidade se tornou importante. Em 2020, em Portugal, o peso destes veículos elétricos e híbridos no total de veículos vendidos foi de cerca de 20%.

As funcionalidades de conexão dos veículos a redes de telecomunicações, bem como a conectividade entre estes, o e-call, assim como o 5G, abrem as portas aos construtores para fornecerem serviços feitos à medida para os consumidores.

Adicionalmente, as soluções de partilha de veículos continuarão a transformar o sector automóvel, permitindo o acesso da mobilidade individual àqueles para quem a posse de veículo é impraticável.  

A crise pandémica COVID-19 afectou muitas indústrias. O sector automóvel e o sector da mobilidade estão num dos mais afectados. No sector automóvel, por um lado, o aumento da incerteza, resultou no adiamento do consumo de bens duradouros e o consequente aumento da poupança. Por outro lado, as quebras no sector do turismo, originaram uma quebra no mercado automóvel em 2020, de cerca de 34%. O sector da mobilidade foi também afectado por questões ligadas à saúde, higiene e a universalização temporária do teletrabalho. Passou-se, por estes motivos, a privilegiar mais o transporte individual.

Para cumprir as metas estabelecidas no Green Deal, e tal como a ACAP tem vindo a defender, os Governos, em particular o de Portugal, desempenham um papel crucial no apoio à mobilidade sustentável, bem como no relançar da economia portuguesa tão afectada por esta crise sanitária. Assim, a ACAP tem vindo a propor um plano de renovação do parque automóvel, à luz do que foi feito, por exemplo, em Espanha, Alemanha, França, para um progressivo rejuvenescimento de um dos parques mais velhos da Europa, para veículos de baixas emissões, contribuindo para as metas de descarbonização. 

Este plano passaria por um incentivo ao abate de veículos em fim de vida, substituindo-os por veículos novos. Em média, estimamos que iriamos retirar de circulação veículos com uma média de emissões de cento e setenta gramas, substituindo-os por veículos com uma emissão média de noventa e cinco gramas. Esta medida, teria um enorme impacto ao nível da redução das emissões de CO2 e do consumo de combustível.

Para além disso, é ainda necessário a reposição dos incentivos fiscais aos veículos híbridos, que são fundamentais para a desejada redução de emissões assim como deve ser aumentado o valor do incentivo à compra de veículos elécricos. O alargamento da rede de carregamento de veículos elétricos deve ser um objectivo prioritário, por forma a responder às necessidades na redução de emissões. Esta renovação contribui também para uma maior segurança rodoviária ao fomentar a utilização de veículos equipados com tecnologias modernas e mais seguras.

Além de melhorar o desempenho ambiental nas fases de produção e de utilização, os fabricantes automóveis têm também promovido, em parceria com os operadores de reciclagem, uma utilização mais circular dos materiais presentes no automóvel quando este atinge o fim de vida. A VALORCAR, uma iniciativa da ACAP, promove uma rede nacional de centros de abate, na qual os veículos são reaproveitados, sob a forma de material ou de energia, em mais de 95%

São estes os desafios que se colocam à indústria automóvel, no futuro!

Artigo de opinião - Helder Pedro (ACAP)

O autor escreve segundo o antigo Acordo Ortográfico.

Preparar o futuro - Artigo de Opinião de Stefan Carsten

Preparar o futuro

Opinião de Stefan Carsten

Em 2021, haverá mais de 3.000 postos de combustível em Portugal e mais de 14.000 na Alemanha. Estes são números do passado. Os números do futuro são bastante diferentes: atualmente, existem cerca de 2.250 postos de carregamento para veículos elétricos em Portugal, com cerca de 5.200 pontos de carregamento. Na Alemanha, a situação não é assim tão simples. Porque existem muitos promotores de estações de carregamento, também existem muitos números diferentes. Os números variam entre 20.000 e 50.000 pontos de carregamento (calculando-se a necessidade de existirem cerca de 1 milhão de pontos de carregamento de livre acesso em espaços públicos, até 2030). O caminho para o futuro parece não ter fim.

Os postos de combustível tornaram-se sinónimos de mudança. Estão no centro da tempestade que se está, neste momento, a formar sobre todos os players da era fóssil. Quando as exigências sobre as condições energéticas e as exigências sobre a mobilidade mudarem drasticamente no futuro, os postos de combustível terão de se adaptar, caso contrário tornar-se-ão irrelevantes ou, no melhor dos casos, espaços no meio das cidades cobertos por ervas daninhas e reclamados pelos animais e pela natureza. As opções futuras para os operadores dos postos de combustível oscilam entre as dimensões dos sistemas de energia e mobilidade: por um lado, de operadores fósseis para operadores pós-fósseis (que inclui tanto as baterias elétricas como o hidrogénio); e de conceitos baseados nos veículos para conceitos assentes em serviços de mobilidade. A mudança de paradigma pode ser resumida de uma forma especulativa:

a) Posto de abastecimento 2.0: extensão da atual base económica. Muitas estações de serviço estão a tentar prolongar o modelo comercial atual o mais possível para o futuro: a comercialização de combustíveis fósseis, além de ofertas lucrativas de bens de primeira necessidade, assim como a lavagem de automóveis. Estas estações de serviço estão a retirar-se do ramo das oficinas de reparação, uma vez que circulam cada vez menos veículos particulares e os comerciais estão contratualmente vinculados às oficinas de reparação dos operadores da frota. Estas estações de serviço estão a acompanhar a mudança, e a disponibilizar também zonas de carregamento para veículos elétricos. Na melhor das hipóteses, são carregadores rápidos com equipamento técnico de última geração. Desta forma, as estações de serviço de última geração tornam-se montras da mudança, quando exibem as energias limpas aos condutores de carros a diesel.

b) Hub de carregamento: conversão radical, dos recursos fósseis para um portfólio completo de recursos pós-fósseis. Para além dos postos de carregamento, estas estações encontram-se, igualmente, a establecer infraestruturas de hidrogénio. Uma vez que a conversão é dispendiosa, apenas as grandes empresas petrolíferas seguirão este cenário. A Ubricity, um dos maiores fornecedores europeus de infraestruturas de carregamento elétrico em espaços públicos, foi adquirida, em final de janeiro, pela Shell. É um sinal importante dos tempos atuais. Os hubs de carregamento serão muito importantes, especialmente para os players comerciais, à medida que as condições técnicas e as capacidades de carregamento rápido e reabastecimento de hidrogénio estejam disponíveis. A partilha de carros, o aluguer de automóveis ou as frotas de entregas encontrarão aqui a sua base energética. Estes hubs de carregamento também serão necessários para diminuirem a ansiedade dos condutores em relação à autonomia. Ao longo das autoestradas e das estradas interestatais, estas estações de abastecimento são as mais necessárias e serão as primeiras a serem desenvolvidas.

c) Lojas sociais: um evolutivo afastamento das estruturas fósseis, concentrando-se em serviços sociais. Este caminho leva os desenvolvimentos de um passado recente para o futuro. Os operadores das áreas de serviço geram cerca de 20% dos seus lucros a partir dos combustíveis. Mais importantes são os segmentos comerciais complementares, como a lavagem de automóveis, disponibilização de mantimentos, caixas multibanco ou zona de restauração. No futuro, as áreas de serviço também irão tornar-se cada vez mais importantes como locais para o armazenamento intermédio de serviços postais, graças ao crescimento progressivo da venda a retalho online. Desta forma, a função social das áreas de serviço será preservada, enquanto os ‘antiquados’ do diesel e da gasolina continuarão a encontrar aqui os seus combustíveis. Este futuro é idealmente concebido para as zonas rurais. É aqui que os pontos de encontro social e as ofertas tradicionais são adequadas e necessárias.

d) Hub de mobilidade: renovação radical do modelo de negócio. Da perspetiva atual, o único atrativo das áreas de serviço é a sua localização. Estes locais já não são reconhecidos como postos de combustível. Tornaram-se centros de mobilidade, ou seja, lugares com uma elevada frequência de clientes, agrupando uma gama de diferentes serviços de mobilidade, complementados e expandidos com ofertas e informações sobre o tema da mobilidade (e energia). Aqui há a oportunidade de trocar baterias (de ciclomotores, scooters e talvez até de automóveis) e aceder a opções de partilha, aluguer e subscrição. No melhor dos casos, incluindo interface com opções de metro/autocarro e/ou de longa distância. Estes lugares são, simultaneamente, quiosques e zonas de restauração, diferenciando-se também com base nisso, em função da vizinhança e dos clientes. Já não existem aqui infraestruturas de carregamento. Esta função é assumida por pontos de carregamento em espaços públicos ou em casa. 

O fim do diesel e da gasolina tem sido anunciado em muitos países (apenas a Alemanha ainda se mantém discreta). Os operadores das áreas de serviço têm agora de enfrentar estas mudanças, caso contrário, tornar-se-ão no museu do mundo fóssil. Mas é questionável se haverá alguém com interesse em visitar um museu assim.

Entrevista a Manuel Rodríguez

Entrevista a Manuel Rodríguez: vice-diretor de Design na ECE sobre a construção sustentável na China

Por Carolina Caixinha

O Green Future AutoMagazine esteve à conversa com Manuel Rodríguez, arquiteto espanhol, mestre pela Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, radicado na China desde 2012.

Trabalhou no escritório RCR Arquitectes – vencedor do Pritzker –, e é atualmente vice-diretor de Design na ECE, em Xangai.

Como nasceu a sua relação com a Arquitetura? Quando descobriu a sua paixão por esta disciplina? Na infância ou apenas mais tarde?

Quando era criança, adorava construir pequenas cabanas com placas de madeira ou cobertores na velha quinta dos meus avós, no campo, criando esconderijos onde podia passar a maior parte dos dias da época do verão a desenhar. Recordo-me que um dos meus brinquedos favoritos era um modelo de geometria de plástico; compunha este modelo geométrico com formas de casas, fábricas, bibliotecas e todos os tipos de edifícios públicos. Lembro-me que, em cada dia, desenhava uma cidade inteira, todas diferentes e com suas peculiares características, nomeadamente uma com um rio a atravessar, outra entre colinas, uma numa zona à beira-mar e até uma cidade no espaço. Na adolescência, assim que terminei o ensino secundário, comecei a ler e a aprender sobre Arquitetura e arquitetos; Sempre considerei fascinante as histórias e vidas de arquitetos famosos como Ludwig Mies van der Rohe e Le Corbusier. Foi nesse momento em que decidi ser arquiteto e optar por estudar Arquitetura. 

Como apareceu a China na sua vida? Como foi a sua adaptação? Qual a principal barreira com que se deparou?

Quando finalizei o meu mestrado em 2010, graças a um concurso que ganhei, comecei a trabalhar na RCR Arquitectes. Esta experiência foi extremamente elucidativa para mim e abriu-me a mente para uma aventura internacional. Uma vez que era jovem e tinha colegas de trabalho da China e do Japão, a Ásia sempre me atraiu e encorajou para dar o salto e vir para este lado do mundo.

A adaptação não foi tão difícil; parte disso é a minha personalidade; sou uma pessoa de mente aberta e um bom ouvinte. Contudo, posso dizer que muitas coisas alteraram a minha perceção sobre a China após a minha chegada. É como viver no futuro. Talvez uma das barreiras significativas fosse o idioma, não mais graças à minha perseverança e vontade de dominar o chinês; é mais simples do que se pensa. Depois de mais de oito anos a viver aqui, falar chinês tornou-se um hábito diário. 

Atualmente vive na China. As diferença culturais e históricas, para o ocidente, são enormes. Qual a grande diferença entre Europa e a Ásia em relação à arquitetura sustentável?

A diferença mais significativa entre os dois continentes é que a China ainda é sustentavelmente ‘jovem’ e os promotores preferem cortar custos para um enriquecimento a curto prazo. O primeiro prémio LEED – Liderança em Energia e Design Ambiental – foi entregue em 2005, contudo os edifícios com classificação verde ainda estão longe de se tornarem uma prática diária neste grande mercado de construção, onde a maximização dos lucros e a redução dos custos de construção comprometem, frequentemente, o design sustentável e as considerações de eficiência energética. Na Europa, passámos por muitos momentos difíceis, que alteraram profundamente a forma como construímos. Pensem em todos as regulamentações e longas burocracias pelas quais temos de passar em Portugal ou em Espanha, para serem seguidas as regras e padrões sustentáveis. Na Europa, a construção é feita para durar.

Infelizmente, como mencionei antes, na China a produção é pensada a curto prazo, no lucro. Precisamos de prestar atenção ao ativo mais crítico no mercado imobiliário, a habitação. A qualidade residencial de Xangai carece de considerações de eficiência. No meu trabalho diário com os construtores, é possível verificar que existe bastante pouco, ou mesmo nenhum isolamento térmico nos novos edifícios, um fraco isolamento acústico e os padrões são mínimos, alocando um baixo investimento para práticas sustentáveis. Por outro lado, temos de admirar a estonteante velocidade de construção; paredes com estruturas de betão pré-fabricado são comuns, e os construtores chineses possuem uma grande determinação para conseguirem algo, não importa o custo. No entanto, esta visão está a ser, gradualmente, modificada. Atualmente, a China esforça-se para entender que as soluções sustentáveis não são mais dispendiosas que os atalhos. A crescente consciencialização ambiental e as políticas do governo central, que estabelecem metas ambiciosas para reduzir o uso global de energia na China, podem tornar as práticas de construção ecológica mais generalizadas nos próximos anos. Da minha parte, espero bem que sim. 

O que é para si arquitetura sustentável? O que significa construção sustentável? Quais são as principais diferenças? 

Durante o meu mestrado, tive a sorte de fazer parte de um pequeno projeto durante o meu programa de intercâmbio universitário Erasmus, na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, realizado no gabinete do arquiteto Álvaro Siza Vieira. Denominei o projeto ‘Janelas’. Lembro-me de como ele [Siza Vieira] mencionou algo que perdura comigo desde então: “Qualquer bom design é sustentável”. Wow! Foi uma simples e leve bofetada na minha cara; pensem por um segundo… A sustentabilidade vem antes de qualquer estética de design; é a pergunta e a resposta ao mesmo tempo.

Quando nos deparamos com a realização, a construção sustentável é aquela que utiliza e promove esses elementos para que o edifício seja sustentável. Uma tem uma relação mais próxima com a primeira fase de conceção, a outra com a fase posterior. Ambas devem ter o mesmo objetivo.

Edifício Zhuanqiao, desenvolvido pela ECE

Quais são as oportunidades e os desafios da Arquitetura? Considera que serão as grandes ideias e grandes projetos da Arquitectura a influenciar a revolução das cidades, ou serão os aspetos económicos a ditar os passos da evolução?

Penso que na China, a Arquitetura enfrenta muitos desafios; a globalização tem sido um deles, assim como a construção para massas e as mudanças na sociedade e na economia. Na minha opinião, vejo a arquitetura na China como dividida. Por um lado, tem muitos promotores importantes – poderia indicar os maiores – e projetos de complexos urbanísticos; por outro lado, pequenos projetos habitacionais ou edifícios públicos locais estão a tornar-se empolgantes e o tipo de arquitetura que se começa a ver no campo, graças a um novo tipo de cliente. Os escritórios de pequena dimensão fazem estes últimos projetos e são, geralmente, empresas locais; são ideais para a criação e inovação.

Nós, os arquitetos, estamos aqui para responder a uma questão fundamental de um determinado cliente com necessidades particulares. A economia, em torno desta relação, desempenha um papel significativo no próprio produto final. Uma das lições mais importantes durante a minha carreira na China tem sido ouvir os clientes e compreendê-los! na sua língua materna. E é um desafio para qualquer um de nós, arquitetos.

Apresentação a um cliente

A energia solar e eólica são exemplos de fontes de energia limpa e renovável. A sua implantação em massa irá revolucionar as paisagens das cidades e das zonas rurais? Como vê esta transformação?

Neste momento, o problema mais radical de cidades como Xangai, onde moro atualmente, é a poluição. Este é o mais difícil de resolver e está relacionado com o bem-estar diário de todos. O governo garantiu a redução das emissões de CO2 e PM2,5 ao fechar as fábricas e promover os carros elétricos, nos últimos anos. A China é líder mundial na geração de energia eólica e continua a crescer. Em 2020, o país estabeleceu a meta de ter 15% da sua eletricidade proveniente de recursos renováveis. A China identificou a energia eólica como um componente-chave do crescimento da economia do país, estabelecendo a sua próxima meta até 2050. A tecnologia evolui rapidamente e a viabilidade da construção é mais fácil a cada ano. Existem algumas restrições de rede e desafios à distribuição, no entanto a China está comprometida com esse objetivo.

Na sua opinião, qual o principal factor que torna uma cidade sustentável? Qual o principal papel dos cidadãos ou dos habitantes das cidades?

Na minha opinião, uma cidade sustentável é aquela onde os cidadãos podem respirar e viver em harmonia com a Natureza. Penso que nós, como arquitetos, temos que nos esforçar para devolver à Natureza o seu lugar nas nossas cidades, garantindo, nos nossos principais planos, que as áreas verdes e as soluções sustentáveis ​​possam sustentar mais as sociedades. Necessitamos aprender mais sobre outros pormenores das cidades, nomeadamente a sua economia e como funciona a mecânica da sociedade.

Xangai, cidade onde moro desde 2012, estabeleceu uma meta para 2030 de ter as águas dos rios limpas, bem como registar níveis de poluição de ar abaixo da linha de perigo. Um desafio considerável que só poderá ser bem sucedido graças à ajuda do governo.

Jiading Mega, em Xangai

Com o forte crescimento da mobilidade elétrica, como é que na China está a fazer a integração da crescente necessidades de carregamento  das viaturas com espaço habitacional?

Esta é uma ótima questão; a injeção do governo chinês parte da sua tentativa em se tornar uma superpotência global verde. A China comprometeu-se com o objetivo de 25% das vendas de automóveis até 2025 serem veículos movidos pela nova energia – não movidos, exclusivamente, a gasolina ou diesel–, criando um vasto mercado potencial para novas empresas que comercializam veículos elétricos, como a Tesla ou a NIO. A Tesla demonstrou que o crescimento sustentável é possível para uma empresa de veículos elétricos. A NIO tem o apoio da segunda maior economia global, com potenciais clientes suficientes na China para nunca precisar de se expandir para nenhum outro lugar.

ECE TOD – Shapingba

Como arquiteto, qual o seu conceito de casa ideal?

Como arquiteto, vejo a casa como um lugar onde a família se sente segura, em harmonia, em paz, onde possa descansar e partilhar. A minha casa ideal é uma habitação livre, uma sociedade onde cada família possa ter uma casa e não um produto para especular. Essa poderia ser minha casa perfeita. 

VII. SM01, o primeiro protótipo movido a hidrogénio do TSB

VII. SM01, o primeiro protótipo movido a hidrogénio do TSB

Um dos grandes objetivos para o Técnico Solar Boat na época corrente é a construção do primeiro protótipo movido a hidrogénio, o São Miguel 01. Esta nova tecnologia necessita hidrogénio e oxigénio e através de uma reação separa os átomos de hidrogénio, sendo que os electrões que ficam soltos geram uma corrente elétrica.

O interesse do TSB nesta tecnologia começou a ganhar forma quando a organização da competição “Monaco Solar & Energy Boat Challenge” incentivou várias equipas a participarem na “Energy Class” . O TSB agarrou este desafio e começou a investigar, acabando por, em fevereiro de 2019, abrir a área de Propulsão a Hidrogénio. Desde dessa altura, a área de Propulsão a Hidrogénio tem vindo a crescer e conta com alunos de diversos cursos, desde engenharia mecânica até engenharia química.

O SM01 começou a ser dimensionado ainda em 2019, exigindo participação de todas as áreas já presentes no projeto. Com o apoio fundamental da Nedstack , inicialmente foi dimensionado a PEM Fuel Cell, de forma a produzir potência suficiente para superar a força de arrasto produzida pelos flutuadores e superar as potências produzidas pelas restantes equipas de 5 kW. De seguida, foi necessário dimensionar o sistema de cooling, a admissão do hidrogénio e do ar que controlam e garantem o correto funcionamento da PEM Fuel Cell.

Em termos de embarcação, o SM01 será composto por dois flutuadores(fornecidos pela organização da competição) e um monocoque. De forma a ser um processo mais sustentável possível, reparámos um molde antigo da FST (Formula Student Team Lisboa) e a sua laminação foi feita por infusão. Utilizámos materiais sustentáveis como a fibra de linho, o core PET e resinas epóxi com elevada percentagem biológica. Desta forma, o monocoque do SM01 já se encontra praticamente finalizado, faltando só aplicar uma camada uma camada de resina e verniz!

Na próxima semana vamos explicar os sistemas dimensionados dentro do SM01 e os próximos passos e testes que serão feitos até finalizarmos este protótipo!

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