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Green Future-AutoMagazine

O novo portal que leva até si artigos de opinião, crónicas, novidades e estreias do mundo da mobilidade sustentável

GFAM

Falemos de Cavalos - Pedro Gil

Falemos de Cavalos

Opinião de Pedro Gil Vasconcelos

Hoje em dia, a discussão entre emissão zero e motores térmicos está mais fraturada do que nunca. De um lado estão os acérrimos defensores da mobilidade descarbonizada, com comportamentos, no extremo, de tribo urbana. Do outro estão os defensores dos motores térmicos, com comportamentos igualmente de tribo. Pelo meio uma serie de consumidores que vão optando por um lado ou por outro, de acordo com as “modas” ou que, cada vez mais esclarecidos e isso acontece com publicações como esta, ou a realização de eventos como o próximo Salão do Automóvel Híbrido e Elétrico, no Porto, optam de forma consciente.

Entendo ainda que há quem perceba que a mobilidade, como estivemos habituados a conhecer, vai ser cada vez mais algo do passado e os comportamentos vão-se alterar, os próprios automóveis vão passar a ser outra coisa e isso não têm que ser necessariamente más notícias para a tribo urbana dos motores térmicos.

Por tudo isto, hoje prefiro falar de cavalos. Não de unidades de potência, mas sim dos animais, pois acho que os automóveis, vão ser cada vez mais como os cavalos… e agora convém explicar.

O cavalo foi a besta que carregou a evolução humana. Dificilmente algum outro animal teve um impacto tão grande ao longo da história e foi o motor de quase tudo o que conhecemos até ao Século XX.

É certo que nesta altura já alguns leitores devem estar a chamar-me nomes, pois o cão é o melhor amigo do homem. No entanto eu contraponho que o cão nunca carregou tanto como um cavalo, nunca puxou um arado, nunca ficou horas e horas a andar à roda para tirar água de um poço, ou levou o homem para a guerra, que ganhou ou perdeu, juntamente com esse homem. O cavalo positivamente puxou e carregou a nossa história.

É igualmente certo que hoje vemos os cavalos como um animal belo, capaz de ser rápido nas pistas, elegante nos concursos, um animal precioso, pois um bom puro-sangue vale milhares e milhares de Euros. No entanto, nem sempre foi assim.

Os cavalos, tal como os nossos avós conheceram, eram as tais bestas de carga, tantas vezes mal tratados, tantas vezes feios e cheios de moscas. Esses desapareceram quase totalmente com o advento do século XX e ficaram os outros, os belos, os puros sangue, os tais que podem, que valem fortunas.

As bestas que carregaram tudo e mais alguma coisa desde o neolítico até há uns oitenta anos, foram rapidamente substituídas por máquinas. Ou seja, em meia dúzia de décadas, desapareceram aqueles que foram os “motores” do desenvolvimento por algumas centenas de séculos e agora estamos a assistir a algo semelhante, mas com outros protagonistas e muito maior rapidez.

O automóvel é apelidado como “a mais bela máquina” e concordo, só não concordo totalmente. Por cada máquina que é de facto verdadeiramente bela, por cada automóvel que nos provoca um arrepio, um eriçar de cabelos da nuca, por cada automóvel que tem um trabalhar digno de uma sinfonia, que tem interiores que fazem inveja às mais luxuosas mansões, há uns mil ferrugentos, ruidosos… fumarentos que se arrastam penosamente pelas nossas estradas.

Ora, a histórias prova-nos que estas revoluções são boas, pois o que sobra é o que é genuinamente bom. São os tais cavalos que competem, que são elegantes, que são belos e isto só podem ser boas notícias para os verdadeiros apreciadores de automóveis. Vá lá façam as pazes com a outra tribo, apesar de tudo vamos ter que nos continuar a mover de um lado para o outro e aquelas máquinas de que gostamos, não vão servir para carregar a nossa civilização às costas.

Pedro Gil de Vasconcelos é licenciado em Cinema e Audiovisuais, tendo sido jornalista da RTP, onde participou e liderou diversos projetos, muitos deles ligados à mobilidade. Atualmente, lidera a Completa Mente – Comunicação e Eventos Lda.

Porsche Panamera com novas versões híbridas plug-in

A Porsche completou a linha Panamera com novos modelos, incluindo um topo de gama com uma potência de 514 kW (700 cv) e 870 Nm de binário máximo. O novo Panamera Turbo S E-Hybrid é agora a variante mais potente numa linha de automóveis completamente renovada, combinando um motor de 420 kW (571 cv), biturbo V8 de 4 litros com um motor elétrico de 100 kW (136 cv). A autonomia totalmente elétrica foi aumentada em cerca de 30% graças a uma nova bateria de 17,9 kWh e modos de condução otimizados. A estes dois modelos junta-se também o novo Panamera 4S E-Hybrid, revelado recentemente pela marca alemã, que possui uma potência combinada de 412 kW (560 cv).

A Porsche oferece agora, pela primeira vez, três Panamera híbridos plug-in – cada um nas três variantes de carroçaria disponíveis: Sports Saloon, Executive (com maior distância entre eixos) e Sport Turismo. No coração da arquitetura encontra-se o motor elétrico, integrado com a transmissão de dupla embraiagem de oito velocidades, que produz uma potência de 100 kW (136 cv) e binário máximo de 400 Nm, complementando a oferta de diferentes motores de combustão. O Panamera Turbo S E-Hybrid, equipado com um motor V8 biturbo de 4 litros, que disponibiliza agora 420 kW (571 cv), em vez dos anteriores 404 kW (550 cv), acelera dos 0 aos 100 km/h em 3,2 segundos – 0,2 segundos mais rápido que seu antecessor –, e atinge uma velocidade máxima de 315 km/h, o que representa uma melhoria de 5 km/h. O Panamera 4 E-Hybrid demora apenas 4,4 segundos (menos 0,2 segundos do que o antecessor) para atingir os 100 km/h desde a posição estacionária, atingindo uma velocidade máxima de 280 km/h (mais 2 km/h do que anteriormente).

A capacidade bruta da bateria de alta tensão do novo Panamera foi aumentada de 14,1 kWh para 17,9 kWh através da otimização das células, e os modos de condução foram adaptados para uma utilização de energia mais eficiente. O novo Panamera Turbo S E-Hybrid tem uma autonomia totalmente elétrica até 50 quilómetros (WLTP EAER City), enquanto o Panamera 4 E-Hybrid pode ser conduzido com zero emissões até 56 quilómetros (WLTP EAER City).

O chassis e os sistemas de controlo foram ajustados para uma condução mais desportiva e confortável em todos os novos modelos Panamera. Uma nova geração do sistema de direção e novos pneus garantem uma melhor dinâmica lateral e maior precisão, de acordo com a Porsche. O topo-de-gama Turbo S E-Hybrid vem equipado de série com todos os sistemas de controlo disponíveis atualmente, nomeadamente o sistema de estabilização Porsche Dynamic Chassis Control Sport (PDCC Sport), que inclui o Porsche Torque Vectoring Plus (PTV Plus), eixo traseiro com Power Steering Plus, e também com o sistema de travagem Porsche Ceramic Composite Brake (PCCB).

Os novos modelos do Porsche Panamera estão já disponíveis para encomenda, e chegarão aos concessionários da marca a partir do início de dezembro.

Hyundai Veloster N ETCR está pronto para a competição

O Hyundai Veloster N ETCR foi o grande protagonista do evento de lançamento do campeonato PURE ETCR Series, que teve lugar em Copenhaga, cidade que tem como objetivo tornar-se a primeira capital do mundo neutra em carbono. Este é o único veículo construído especificamente para o regulamento da competição, e chegou à apresentação, em frente à Câmara Municipal da cidade dinamarquesa com o piloto Augusto Farfus ao volante.

A Hyundai Motorsport comprometeu-se formalmente, na apresentação, a competir no PURE ETCR Series em 2021. De acordo com a marca coreana, os engenheiros da Hyundai Motorsport têm-se esforçado constantemente para alcançar os desafios técnicos apresentados pelo primeiro carro de corrida elétrico da equipa. Após o início dos testes com um protótipo, em setembro de 2019, a equipa continuou a desenvolver o veículo ao longo deste ano, focando-se em primeiro lugar em componentes específicos antes de mudar o seu foco para o desempenho.

A bateria, especialmente concebida para o Veloster N ETCR irá fornecer a energia necessária para alimentar os motores elétricos, que conferem a este aútomóvel uma potência combinada de 500 kW (680 cv). Cada veículo ETCR terá motores, inversores e caixa de velocidades da Magelec Propulsion, e conversores DC–DC fabricados pela BrightLoop.

Neste momento, o foco do projeto é testar esta tecnologia, de forma a que ambos os fabricantes ganhem a experiência necessária para extrair o máximo desempenho de todo o veículo, com o objetivo de competir para vencer, quando a competição tiver início no próximo ano.

Andrea Adamo, Team Principal da Hyundai Motorsport, afirmou: “Estou muito orgulhoso pelo facto da Hyundai Motorsport ser um dos primeiros fabricantes a estar à altura do desafio apresentado pela categoria ETCR e PURE ETCR. O evento em Copenhaga foi um ótimo, não apenas para a Series, mas para nós como um dos primeiros fabricantes de um veículo integralmente PURE ETCR-spec. O projeto Veloster N ETCR foi um grande desafio técnico para nós como marca, com esta nova tecnologia, mas o desempenho que tivemos nos ensaios com o protótipo demonstrou as capacidades que temos. Estou entusiasmado por vê-lo a correr no PURE ETCR”.

O PURE ECTR é o primeiro campeonato multimarca de carros de turismo totalmente elétricos. A base desta nova série de corridas é um conceito técnico inovador, estabelecido pelos criadores do TCR WSC Group, com o objetivo de mostrar os elementos de desempenho dos carros de turismo com a aceleração mais rápida do mundo, através de batalhas curtas, carro contra carro, com cada condutor a levae o seu carro ao limite, sem necessidade de táticas de economia de energia.

Os carros da competição baseiam-se em automóveis de produção, de quatro ou cinco portas, equipados com um motor elétrico de potência contínua de de 300 kW e potência máxima de 500 kW às 1 200 rotações. A bateria, desenvolvida pela Williams Advanced Engineering, tem capacidade de 65 kW a 800 V.

Fonte: Hyundai

O carro do futuro da REE é um skate elétrico

A REE Automotive é uma start-up israelita que desenvolve plataformas modulares e escaláveis para veículos elétricos, que se destacam por serem completamente planas, oferecendo assim total liberdade a nível de design, para criação de automóveis elétricos e veículos autónomos.

A empresa acaba de lançar um vídeo no qual apresenta três protótipos totalmente operacionais das suas plataformas EV, mostrando as suas duas inovações principais: o REEcorner, que integra todos os componentes tradicionais do veículo – direção, travagem, suspensão e motor – no arco da roda, e o REEboard, uma plataforma totalmente plana e modular.

De acordo com a REE, esta abordagem é económica e oferece vários benefícios aos clientes, incluindo liberdade no design do veículo, maior eficiência energética, maior eficiência produtiva, períodos de desenvolvimento mais curtos, compatibilidade com sistemas avançados de apoio à condução, manutenção reduzida e conformidade com os padrões globais de segurança.

No vídeo, a REE mostra, em pista, três das suas plataformas elétricas modulares: P1, P2 e P4. A plataforma P1, até 1,3 toneladas de peso bruto, está orientada para entregas last mile em centros urbanos. A plataforma P2, com capacidade até 2,5 toneladas, é projetada para o transporte de passageiros e cargas. Finalmente, a plataforma P4 oferece até 4,5 toneladas de peso bruto, capaz de suportar um veículo ligeiro convencional de passageiros ou mercadorias. As plataformas apresentadas no vídeo integram dois tipos diferentes de REEcorner.

Daniel Barel, co-fundador e CEO da REE, afirma: “os veículos elétricos, particularmente os veículos de entrega, têm presentemente grande procura, com fatores de crescimento que incluem as políticas regulatórias globais de emissões de carbono, juntamente com um boom do comércio eletrónico. Há também um rápido aumento na Mobilidade como Serviço. A nossa plataforma modular foi criada para revolucionar a mobilidade elétrica e, tal como hoje apresentamos, a viagem está bem encaminhada. A nossa plataforma oferece uma ‘tela em branco’ perfeita para os nossos clientes construirem veículos elétricos adaptados às suas necessidades, quer seja um veículo de entrega last mile totalmente autónomo, um autocarro urbano espaçoso mas compacto, ou um camião de entregas flexível, com maior capacidade de carga num espaço menor”.

Em agosto de 2020, a REE assinou um memorando de entendimento com a Mahindra, com vista ao estabelecimento de uma parceria estratégica para o desenvolvimento e produção, numa fase inicial, de até 250 000 veículos elétricos orientados para o mercado comercial. Este acordo vem na esteira de parcerias com outras multinacionais, entre as quais a Mitsubishi Corporation.

A tecnologia da REE ganhou também diversos prémios. Em 2020, a start-up israelita recebeu o Prémio Pioneer da BloombergNEF, o Prémio de Serviços de Eletrificação e Mobilidade ACES e uma Menção Honrosa no European Design Product. A empresa foi ainda nomeada como Empresa Tecnológica do Ano pela TU-Automotive, e Empresa Mais Inovadora do Mundo pela revista de negócios Fast Company.

Opel marca presença no Salão do Automóvel Híbrido e Elétrico

A Opel marca presença em mais um importante evento do calendário da mobilidade elétrica em Portugal, desta feita na quarta edição do Salão do Automóvel Híbrido e Elétrico, que se realiza a partir de hoje e até domingo, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto. A marca alemã mostrará os produtos mais recentes com motorização elétrica – o Opel Corsa-e a bateria e o híbrido plug-in Opel Grandland X Hybrid. Ambos os modelos estarão simultaneamente em exposição e disponíveis para test-drive.

No stand da Opel, os visitantes poderão trocar impressões com especialistas em mobilidade elétrica, os quais farão ainda o acompanhamento durante os testes. A participação da Opel no salão portuense conta com a colaboração ativa dos concessionários da marca Auto Industrial Porto e Caetano Technik.

Opel Corsa-e

Com a nova geração Corsa – a sexta –, a Opel disponibiliza pela primeira vez uma versão elétrica a bateria, com autonomia até 337 quilómetros (WLTP). A Opel selecionou o seu modelo mais popular para “retirar a mobilidade elétrica da atual existência de nicho”, propondo o Corsa-e a preços a partir de 29 990 euros. Este automóvel destaca-se pelo equipamento completo logo a partir da versão de entrada Selection. O novo Corsa-e está dotado da mais avançada tecnologia em mobilidade elétrica da Opel, e foi concebido a pensar na utilização do dia-a-dia. A bateria de 50 kWh pode receber carga rápida, atingindo até 80% da sua capacidade em 30 minutos. O Corsa-e está preparado para todas as opções de recarregamento – wallbox, carga rápida ou cabo para tomadas domésticas – e a bateria possui cobertura de garantia de oito anos/160 000 quilómetros.

O condutor pode optar entre três modos de condução: Normal, Eco e Sport. O modo Sport aumenta a dinâmica, com um efeito pouco significativo na autonomia. No modo Eco, o sistema de motorização do elétrico da Opel está configurado para apoiar o condutor a alcançar a máxima eficiência na utilização da energia. Com 100 kW (136 cv) de potência e 260 Nm de binário instantâneo, o Corsa-e acelera de 0 a 50 km/h em 2,8 segundos, e atinge os 100 km/h em 8,1 segundos. A velocidade máxima de 150 km/h está limitada eletronicamente.

Opel Grandland X Hybrid

A gama Opel Grandland X Hybrid nasceu com uma versão plug-in Grandland X Hybrid4, de tração integral, com 300 cv de potência, e foi recentemente alargada com a variante Hybrid de tração dianteira. Esta nova opção do Grandland X Hybrid plug-in apresenta-se com opção de dois níveis de equipamento – GS Line e Ultimate – com preços a partir de 46 725 euros.

Aliando um motor elétrico e um propulsor a gasolina 1.6 sobrealimentado, o sistema de motorização do Grandland X Hybrid debita uma potência máxima de 165 kW (225 cv) e binário máximo de 360 Nm. O consumo médio obtido de acordo com a nova norma WLTP é de 1,5-1,4 l/100 km, com emissões de CO2 de 34-31 g/km. Em modo de funcionamento puramente elétrico, o novo Opel oferece autonomia até 57 quilómetros no ciclo WLTP (60 a 65 quilómetros no ciclo NEDC), que pode alcançar 70 quilómetros circulando exclusivamente em circuito urbano.

Fonte: Opel

Opinião de José Carlos Pereira

Mobilidade, investimento público, criatividade… E agora?!

Opinião de José Carlos Pereira

O investimento público parece que vai, finalmente, aumentar nesta proposta de orçamento para 2021. Mas note-se que parte de valores absolutos muito baixos nos últimos anos – crescer de uma base baixa é crescer, embora… pouco. Ele está, a título de exemplo, muito abaixo de valores como os de 2010. E eu sempre preferi ‘melhor Estado’ do que ‘mais Estado’. Julgo que não há muito nem pouco: há é o orçamento que seja reprodutível e com efetividade.

Reconheço, no entanto, os valores miseráveis de investimento público dos últimos orçamentos, colocando em causa a própria manutenção de muitas infraestruturas e uma visão futura da mobilidade. E é sobre isso que queria deixar algumas reflexões, pois uma boa fatia desse investimento vai para a mobilidade – são montantes de investimento na área da mobilidade sustentável de mais 450 milhões de euros em 2021. E, pelo menos no plano de intenções, em 2022 o Governo prevê também uma subida para quase 800 milhões de euros de investimento na mobilidade mais suave e sustentável.

Relembro que a nível global, segundo os últimos estudos, as cidades ocupam 2% do nosso planeta; nelas habita mais de metade da população mundial (55%); consomem 75% da energia e são responsáveis por 80% das emissões de dióxido de carbono (CO2). Já refletiu sobre estes números?

“Os principais eixos do novo paradigma para as cidades e mobilidade são: (1) Mobilidade sustentável em cidades mais verdes; (2) Reforço da oferta de soluções de mobilidade ativa nas cidades e reorganização da circulação; e (3) Novas soluções de logística urbana.”

Será que o paradigma da mobilidade nas cidades vai mudar com a eletrificação progressiva da frota automóvel? A crescente utilização de transportes públicos e de bicicletas já é uma tendência – para não falar na menor mobilidade das pessoas com a diminuição de deslocações, isto se alguns hábitos de teletrabalho forem adotados. Além disso, ainda ontem, com um grupo de vendedores de automóveis, se discutia o crescimento gradual da chamada “economia partilhada”, que atrai especialmente as novas gerações, mais inclinadas a pagar para ter acesso a coisas (como um automóvel) do que a serem proprietárias dessas coisas. As mudanças de paradigma podem ser retratadas assim: “Um peixe só dá conta de que precisa de água quando está fora dela”.

E neste ‘novo diferente’, no pós-pandemia, qual será o papel dos veículos elétricos?

Julgo que há muito a fazer, no que diz respeito à sustentabilidade, e quem identificar e conseguir ler as tendências poderá ter grandes oportunidades para aproveitar (as melhores oportunidades surgem da resolução de grandes problemas). A falta de espaço nas cidades é um problema; a mobilidade elétrica não é suficiente como solução, mas a mobilidade partilhada e os transportes públicos podem ser um caminho nesse sentido.

Acredito mesmo que a mobilidade partilhada não seja uma ameaça aos fabricantes, mas tem de ser aproveitada com criatividade. O setor tem de mudar a abordagem, com uma oferta de produtos e serviços inovadora, que siga as tendências e os desejos dos consumidores. Antecipação é a chave! E transformar uma simples transação numa experiência com benefícios para o utilizador também pode ser.

“Os tempos que estamos a viver podem fazer com que utilizemos os nossos recursos de forma mais racional, além de soluções que a tecnologia já nos faculta, mas que não estamos ainda a vislumbrar.”

Acredito que a criatividade é mais relevante que o próprio conhecimento e a tecnologia disponível. Poderemos estar a imprimir, felizmente, algumas mudanças em meses que, em tempos normais, demorariam anos. Aqui a multimodalidade pode também dar cartas – cada vez mais a tendência vai para soluções integradas, que permitem às pessoas conjugar vários meios de transporte complementares, numa mesma viagem, com um título de transporte único. 

Para terminar, deixo-vos uma história na primeira pessoa. No mês passado, e quando se discutia sobre um dos maiores mitos da mobilidade elétrica – que é mais cara, generalizando –, perguntei: “É mais cara comparada com o quê? Isso é um argumento ou um facto?” O meu interlocutor ficou pensativo. Eu respondi com um facto – dei o exemplo de uma empresa que passou toda a sua frota para carros elétricos, aproveitando os incentivos fiscais em vigor, estando neste momento a poupar 50% no seu cash flow.

Vamos mudar a visão de “o que a mobilidade pode fazer por mim” para “o que eu posso fazer com a mobilidade”? 

Eletrificados impulsionam Kia para os melhores resultados de sempre na Europa

A Kia Motors registou, entre julho e setembro, o seu melhor trimestre de sempre em vendas no mercado europeu.

De acordo com os dados publicados pela Associação Europeia de Construtores de Automóveis (ACEA), as vendas totais da marca no terceiro trimestre perfizeram um total de 132 933 unidades, um aumento de 10% em relação ao período homólogo (120 846 unidades) e um resultado que ultrapassa aquele que era até agora o melhor trimestre de sempre da Kia na Europa (janeiro-março de 2019), durante o qual foram vendidas 132 174 viaturas.

Estes resultados de vendas mais recentes incluem a alargada gama de modelos híbridos e elétricos da marca coreana, que conta com semi-híbridos (MHEV), híbridos paralelos (HEV), híbridos plug-in (PHEV) e 100% elétricos (VE). Os automóveis eletrificados têm vindo a representar uma das principais áreas de crescimento da Kia em 2020, apesar do abrandamento geral do mercado. Estes modelos são agora responsáveis por 28,6% do total de vendas da Kia na Europa – mais de 1 em cada 4 veículos.

Emilio Herrera, Chief Operating Officer da Kia Motors Europe, explica: “Após o colapso das vendas na Europa, em meados do ano, começamos a ver sinais de recuperação no mercado. O desempenho-recorde da Kia no terceiro trimestre resulta de uma combinação entre uma procura acrescida após uma prévia contração forçada e a crescente popularidade dos nossos modelos eletrificados. A nossa gama de veículos plug-in e híbridos, atualmente em expansão, em conjunto com a nossa reputação de qualidade, design e valor, significa que estamos bem colocados para corresponder ao crescente interesse dos clientes pelos grupos motopropulsores avançados”.

Em Portugal, onde as vendas de versões eletrificadas atingiram o recorde de 1 em cada 4 unidades vendidas, está disponível toda a gama de viaturas ecológicas da marca, incluíndo os elétricos e-Niro e e-Soul. Fruto desta oferta, a Kia Portugal espera agora um quarto trimestre de forte crescimento, à semelhança do que tem acontecido desde que o mercado voltou a abrir, no mês de junho.

As vendas gerais da Kia no continente europeu diminuíram 20% este ano (para as 311 325 viaturas) em virtude da pandemia de coronavírus. No entanto, a marca sofreu menos do que o mercado europeu, que registou uma contração de 29,3% em relação ao período homólogo. A quota de mercado da Kia aumentou assim para 3,6% este ano, comparativamente aos 3,2% registados no mesmo período de 2019.

Vendas impulsionadas pelos eletrificados

As cada vez mais numerosas opções de modelos eletrificados da marca coreana desempenharam um papel importante no seu desempenho de vendas este ano.

As vendas totais de modelos eletrificados (incluindo MHEV, HEV, PHEV e VE) aumentaram significativamente este ano, para as 88 959 viaturas.

As vendas dos eletrificados da gama Niro, em particular – as versões HEV e PHEV, e o totalmente elétrico e-Niro – aumentaram 24% em relação ao mesmo período do ano anterior, para 55 588 unidades. O e-Niro foi responsável por 20 588 dessas unidades, o que significou um aumento de 156,6% nas vendas em relação a igual período de 2019. A família Niro é agora a segunda gama Kia mais vendida na Europa, ultrapassando pela primeira vez a gama Sportage (55 525 unidades).

Durante o mesmo período de nove meses, o totalmente elétrico e-Soul também registou um aumento das vendas: 150,6%, para 6 110 unidades. Por seu turno, as vendas totais de PHEV cresceram 75,8%, para um total de 22 913 unidades.

A família Ceed, composta pelos modelos Ceed, Ceed Sportswagon, ProCeed e XCeed, manteve o seu lugar como campeã de vendas da Kia na Europa. Em relação ao mesmo período do ano anterior, as vendas de modelos do segmento C produzidos na Europa pela Kia também subiram, em 3.6%, para as 83 700 unidades, o que fica a dever-se, em parte, à recente chegada das novas versões PHEV do Ceed Sportswagon e do XCeed, bem como das versões MHEV diesel, lançadas no início de 2020.

Fonte: Kia

Salão do Automóvel Híbrido e Elétrico abre portas na sexta-feira

O Salão do Automóvel Híbrido e Elétrico – Salão da Mobilidade Sustentável, abre as suas portas já na próxima sexta-feira, 23 de outubro, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto. A quarta edição do evento promete ser, de acordo com a organização, a melhor, a mais dinâmica e também a mais segura de sempre.

O SAHE é um espaço de referência para o mercado português de automóveis elétricos, híbridos e híbridos plug-in, no qual as marcas apresentam os seus modelos mais recentes e as últimas novidades. Na edição deste ano, destacam-se a apresentação ao público da nova geração do Toyota Yaris, que estreia a nova motorização híbrida 1.5 Hybrid Dynamic Drive, e o encontro com a imprensa promovido pela Mazda em redor do novíssimo MX-30.

Outras marcas apostam igualmente no Salão do Automóvel Híbrido e Elétrico para mostrarem as suas novidades, como é o caso da Volkswagen, com o novo ID.3; da Honda com o modelo E; da Volvo, que aposta no XC40 Plug-in; da Kia, com o XCeed PHEV; da Suzuki presente com o S-Cross; e da Renault, com o Captur E-TECH híbrido.

Mas sendo este também o Salão da Mobilidade Sustentável, a oferta não se esgota na participação de marcas automóvel. Por exemplo, a Qstore vai apresentar várias soluções d e-mobilidade como a Qooder e a Qooder Oxygen, a Kumpan 54 Inspire, a Scrooser, a Zero SRF, a Askoll ES3 evolution, e a bicicleta elétrica Greyp. Vão estar também patentes soluções de carregamento e distribuição de energia.

Test Drive Galp

Mais do que uma exposição estática de veículos, o Salão do Automóvel Híbrido e Elétrico – Salão da Mobilidade Sustentável é um espaço de dinâmico, no qual os visitantes podem experimentar vários modelos, de diferentes marcas.

Este espaço é já uma espécie de tradição, que se realiza desde a primeira edição e que se tem pautado por um grande sucesso. Na edição de 2019, foram realizadas 3 523 experiências de condução no Test Drive Galp, num total 16 124 visitantes do Salão do Automóvel Híbrido e Elétrico.

Segurança

O Salão do Automóvel Híbrido e Elétrico – Salão da Mobilidade Sustentável tem implementado todo um plano de contingência para responder às necessidades criadas pela atual situação pandémica, permitindo assim ao público usufruir de um espaço seguro, que cumpre todas as regras necessárias para a realização deste tipo de eventos.

Obrigatoriedade do uso da máscara, existência de dispensadores de gel desinfetante, medição de temperatura corporal, local para isolamento de eventuais casos suspeitos e o balcão de check-in no exterior e isolado, são algumas das medidas que vão ser implementados e estarão facilmente visíveis.

O plano de contingência do SAHE, assim como todas as demais informações sobre o evento, podem ser consultados em salaoautomovelelectrico.pt.

O Salão do Automóvel Híbrido e Elétrico – Salão da Mobilidade Sustentável tem lugar nos dias 23, 24 e 25 de outubro (de sexta a domingo), abrindo portas às 10.00 horas e encerrando às 20.00.

A Galp é o Main Sponsor do SAHE 2020, a OK! Teleseguros é a seguradora oficial e os Hotéis Vila Galé são os hotéis oficiais do evento. O GreenFuture AutoMagazine é a revista oficial.

Opinião de Francisco Albuquerque

As novas oportunidades de negócio das estações de serviço do futuro

Opinião de Francisco Albuquerque, Presidente da Direção da ANAREC – Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis

Vivemos numa época em que a consciencialização sobre a responsabilidade ambiental tem levado, em todo o mundo, mas principalmente no mundo ocidental, a uma discussão generalizada sobre a necessidade de promover uma transição para fontes de energia menos poluentes.

Esta transição energética é já uma realidade, que deve ocorrer de forma gradual e faseada, principalmente no sector dos transportes e dos combustíveis, onde iremos assistir a um impacto direto na rede dos postos de abastecimento, que terá necessariamente que adaptar-se à nova era.

“O posto do futuro será, provavelmente, uma oferta de mix energético e de um mix de serviços.”

A mudança não passará exclusivamente pela eletrificação da mobilidade, mas antes por uma lógica de oferta variada, como é o caso do hidrogénio, do GNV, do GPL, e de combustíveis cada vez menos poluentes, como todos os estudos internacionais indicam.

A realidade portuguesa conta com cerca de 3.500 postos de abastecimento de combustíveis. Destes, 350 vendem GPL Auto, e 10 vendem GNV (GNC e GNL), com tendência a aumentar. O hidrogénio ainda está numa fase muito embrionária em Portugal, com um projeto piloto previsto para 2021. 

Entretanto, há a expetativa, por parte dos operadores, que o Governo venha a apostar nestas energias alternativas, oferecendo benefícios fiscais, à semelhança do elétrico, uma vez que cada vez há mais indicadores que a aposta apenas nesta solução não irá ser viável na prática.

“Considero que ainda estamos numa fase inicial de criação de infraestruturas de postos de carregamento, sendo que os carros movidos apenas a eletricidade representam somente 4% do parque automóvel nacional, embora com tendência a aumentar.”

Relativamente aos serviços, constatamos que atualmente os postos vendem muito mais do que gasolina e gasóleo. Hoje os serviços conexos, como as lojas de conveniência/cafetarias, centros de lavagem automóvel, lavandarias self-service, entre outros, correspondem a uma fatia cada vez mais relevante da rentabilidade dos postos, com novos serviços a surgirem.

Não sendo previsível que haja alterações muito significativas a curto/médio prazo, bem uma alteração do paradigma da mobilidade e a subsequente necessidade de ajuste imediato a uma nova realidade, estamos convictos que esta adaptação (necessária) dos postos de abastecimento traz com ela alguns desafios, mas também várias oportunidades de negócio.

XIV. A Corrida de EastFortune - PSEM

XIV. A Corrida de East Fortune

O resultado de longos meses de projeto, construção e otimização chega por fim à fase final – 60 minutos de prova nas mais reconhecidas e emblemáticas pistas britânicas. É, indubitavelmente, um privilégio poder ter a oportunidade de visitar e competir em pistas como Goodwood (pista do Festival of Speed), Dunsfold (pista de testes do Top Gear), Aintree e Silverstone (a antiga e atual casa do Grande Prémio de Inglaterra de Fórmula 1).

Pouco antes das corridas iniciarem, os veículos alinham-se na grelha, e mal cai a bandeira começamos a analisar os dados telemétricos do carro, por forma a garantir que a carga das baterias é gasta da melhor forma possível, não só para que consigamos ter uma boa velocidade máxima, como também uma boa média ao longo de toda a prova. Estamos constantemente a receber e transmitir informações ao nosso piloto, permitindo que o mesmo consiga adaptar a sua condução aos diferentes cenários de prova e claro, bater os rivais.

No ano passado, o nosso protótipo GP17.Evo revelou-se mais competitivo que o carro da Jaguar-Land Rover, e estávamos taco a taco com os nossos colegas da Silesian University of Technology, da Polónia, com os quais partilhámos o pódio em East Fortune. E que corrida foi essa! O carro começou no último lugar da grelha de partida e teve um arranque mais lento que os restantes participantes. Tal deveu-se à escolha de uma relação de transmissão mais longa, no entanto a mesma assegurou maior velocidade de ponta. Bastou uma volta para que o nosso piloto ultrapassasse todos os veículos em prova e passasse para primeiro lugar. Porém, dadas três voltas, o carro foi vítima degremlins na eletrónica: o pavimento do circuito não tinha as melhores condições e as vibrações provocaram um mau contacto entre o cabo principal de potência e as baterias. Perdemos completamente o ritmo, o carro parou em pista e foi rebocado até às boxes. Prontamente a equipa apercebeu-se do problema e dez minutos depois o carro entrou novamente em pista, em último lugar. Nos restantes 40 minutos de prova, o piloto conseguiu habilidosamente ultrapassar concorrente após concorrente, carro após carro, e conseguiu acabar a prova em segundo lugar! Além disso, batemos o recorde da volta mais rápida dada no circuito em toda a história da Greenpower.

Foi o nosso melhor resultado até à data, o culminar de sete anos de experiência e de trabalho, e sem dúvida a melhor recompensa, não só para os membros da equipa da altura, como também para todos os membros que fizeram o PSEM evoluir e o tornaram naquilo que é hoje.

E o que temos planeado para o futuro? Com o GP19 e com o GP21? Bem, digamos que aquele segundo lugar não vai ser o melhor resultado por muito mais tempo!

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