A Autonomous Flight anunciou recentemente o Y6SPlus, uma aeronave VTOL totalmente elétrica, de seis lugares, pretendendo iniciar os testes de voo do protótipo antes do final de 2023. A startup britânica lançou uma ronda de financiamento com o objetivo de arrecadar os cerca de 20 milhões de euros que estima necessários para colocar o Y6SPlus em produção.
Este VTOL – Vertical Take-Off and Landing, aeronave que descola e aterra verticalmente – 100% elétrico tem uma autonomia de cerca de 80 milhas náuticas, com velocidades até 125 mph, destinando-se essencialmente a serviços de transporte ponto-a-ponto programados, de 30 ou 40 minutos de duração.
O eVTOL tem uma configuração em Y, com uma asa principal fixa e um canard dianteiro. Dois conjuntos de dois rotores estão posicionados no canard e o terceiro conjunto na cauda, com redundância tripla do sistema de propulsão, alimentado por seis motores. O Y6SPlus estará equipado com pára-quedas balísticos e terá uma fuselagem em materiais compósitos, incorporando ainda uma célula para proteger o cockpit.
Alimentado por baterias de iões de lítio, o Y6SPlus será, inicialmente, operado por um único piloto, mas será, eventualmente, um eVTOL totalmente autónomo. Michael Warner, fundador da Autonomous Flights, afirma que, tecnicamente, poderia ser operado de forma autónoma desde o primeiro dia, mas ainda não existe processo de certificação e subsistem dúvidas sobre a aceitação dos consumidores.
Será usado, numa primeira fase, para serviços de táxi aéreo, mas a startup britânica espera que tenha vários tipos de aplicação no futuro, como, por exemplo, serviços médicos de emergência. Warner que o início das operações passe por redes de, pelo menos, oito a dez rotas programadas em grandes cidades.
“Isto será o necessário para um modelo de negócio viável, e temos de ter, pelo menos, seis ou sete assentos”. Na opinião de Warner, aeronaves menores não trarão retorno suficiente sobre o investimento. “Nunca veremos operações puras de táxi aéreo nos próximos 15 anos”, prevê.
Os desenvolvimentos da tecnologia de baterias deverão permitir que o eVTOL tenha maiores níveis de desempenho. Mas, por enquanto, a Autonomous Flight procura obter o máximo das atuais baterias de iões de lítio, que representam até um terço do peso da aeronave. A necessidade de trocar baterias para maximizar o número diário de voos é a razão que justifica o establecimento de uma rede de bases, que Warner acredita poder ser desenvolvida em edifícios já existentes.