A Hyundai apresentou o aguardado Ioniq 5, um CUV (crossover utility vehicle) que é primeiro modelo da série baseado na plataforma E-GMP da marca.
O Ioniq 5 estará disponível em duas versões, uma equipada com bateria de 72,6 kWh, que permite uma autonomia de até 500 quilómetros; e a segunda, mais modesta, com 58 kWh, que disponibilizará energia para cerca de 400 quilómetros. Os valores oficiais WLTP ainda não estão disponíveis, uma vez que o veículo ainda não concluiu o processo de homologação.
Em relação ao desempenho, as duas versões disponibilizarão motorizações que vão dos 170 cavalos no modelo de base, até uns generosos 306 cavalos no topo de gama, que recorre a um segundo motor no eixo dianteiro.
Este último irá conseguir acelerar dos 0 aos 100 km/h em 5,2 segundos, enquanto que o modelo mais descontraído cumpre o sprint em 8,5 segundos. A velocidade máxima de todas as versões é de 185 km/h.
Relativamente ao armazenamento de energia, a Hyundai apresentou uma nova solução que usa baterias de polímero de lítio, com um eletrólito quase sólido. A Hyundai não avançou mais detalhes, mas supõe-se que o eletrólito seja parecido com um gel, já que as folhas de eletrólito sólido normalmente só alcançam condutividade iónica suficiente a partir de uma temperatura operacional de cerca de 60°C, impraticáveis num automóvel.
Uma das vantagens desta arquitetura é que as células podem ser mais planas e uma caixa sólida para armazenamento das células é agora dispensável. Isto permite que a densidade de energia por pack possa ser aumentada no futuro sem custos adicionais consideráveis.
A Hyundai promete uma potência máxima de carga DC, para a maior bateria, de 220 kW. Ambas as variantes serão capazes de carregar a bateria de 10% a 80% em 18 minutos, o que, na bateria de maior volume corresponde a um conteúdo de energia de 51,1 kWh e, portanto, uma potência de carga média a 170 kW. Com a bateria de menor capacidade, 40,6 kWh são carregados em 18 minutos, o que corresponde a uma potência média de carga de 135 kW.
Além de um tejadilho clássico de metal, o IONIQ 5 estará disponível com duas opções: um tejadilho de vidro panorâmico e um tejadilho solar, em que as células fotovoltaicas integradas podem carregar a bateria diretamente. Em testes no sul da Europa, conseguiram gerar eletricidade para cinco a seis quilómetros por dia, razão pela qual a Hyundai afirma que só o teto solar permitirá cumprir até 2.000 quilómetros por ano.
Bancos de “gravidade zero”
De acordo com a marca, o interior foi projetado como uma sala de estar. A plataforma E-GMP oferece um piso interior totalmente plano, o que permite dispensar a consola central entre a área dos pés do condutor e do passageiro.
Os bancos dianteiros serão capazes de fornecer conforto durante as pausas para carregamento e são referidos pela Hyundai como bancos de “gravidade zero”.
Os encostos mais finos dos assentos dianteiros possibilitam o aumento do espaço para as pernas dos passageiros no assento traseiro. O próprio banco traseiro pode ser movido até 20 centímetros, dependendo da necessidade de espaço para as pernas ou de bagagem.
Com uma distância entre eixos de exatamente três metros, o Ioniq 5 deverá oferecer muito espaço interior, no mesmo nível similar a alguns sedans de luxo. O comprimento total do veículo é de 4,63 metros.
O Ioniq 5 terá um cockpit totalmente digital. Dois ecrãs de 12,25 polegadas, um como display de instrumentos para o condutor, e um segundo como centro de infoentretenimento, à direita. Algumas das funções, como o ar condicionado, continuam a ser controladas através de botões analógicos localizados sob o touchscreen. Receberá a versão mais avançada do ‘Highway Driving Assist’, que permite mudanças seguras de faixa na autoestrada.
Com a produção prevista para arrancar no primeiro trimestre, os primeiros veículos do novo modelo são aguardados no mercado no início do verão. Os preços para o mercado português ainda não está definidos, mas deverão situar-se entre os 35 e os 62 mil euros.