O Volkswagen ID.4 é o primeiro SUV a liderar as vendas de veículos elétricos de bateria (BEV) na Europa, de acordo com dados da JATO Dynamics.
O ID.4 surge na primeira posição da classificação do mês de abril, con 7.335 unidades vendidas, à frente do ID.3, também da Volkswagen, com 5.735 unidades, e do Renault Zoe, com 4.015 novos registos.
Os números do ID.4 e do ID.3 elevam a quota de mercado da Volkswagen no mercado europeu de automóveis elétricos a bateria até 34%, superando a quota total da marca germânica no mercado europeu de ligeiros de passageiros, que se situa ligeiramente abaixo de 27%.
Os registos de automóveis novos na Europa aumentaram 256% relativamente a abril de 2020, com 1,03 milhões de unidades vendidas, mas são ainda inferiores em cerca de um quarto aos níveis registados antes da pandemia de COVID-19.
Os veículos de baixas emissões representam cerca de 15% do mercado, comparado com os 11% registados há um ano. A procura por automóveis elétricos a bateria aumentou 338% – 71.500 unidades – e os híbridos plug-in viram os registos aumentar 507%, atingindo cerca de 81.000 unidades.
De acordo com Felipe Muñoz, analista sénior da JATO, o êxito do ID.4 marca o início de uma nova fase no caminho da eletrificação: “Até agora, a maior parte do crescimento da procura de veículos elétricos foi impulsionada por automóveis tradicionais, como os sedan e os hatchback como o Tesla Model 3. No entanto, havia até agora muito poucas opções no segmento dos SUV e devemos lembrar que os SUV são os impulsionadores do crescimento das vendas e lucros no últimos dez anos. Sem os SUV, os veículos elétricos continuariam a ser um segmento de nicho”.
Muñoz prevê ainda que a quota de mercado dos veículos de baixas emissões na Europa possa atingir 20 a 25%, no final de 2021. Segundo o analista, os consumidores estão a reagir positivamente aos incentivos governamentais, o que se traduz num aumento da procura. Apesar da queda dos preços das baterias, os automóveis elétricos continuam a ser mais caros do que os modelos equivalentes com motores de combustão interna (ICE), fazendo destes incentivos um apoio crítico.
“Enquanto os incentivos estiverem em vigor, não vejo razões que façam deter o crescimento”, afirmou. “Vemos as ajudas dos governos como um elemento importante durante, pelo menos, os próximos três anos. Portanto, os fabricantes automóveis têm relativamente pouco tempo para reduzirem os custos e fazer com que estes automóveis sejam acessíveis”.
O alargamento da oferta, com a chegada de novos modelos ao mercado, mais SUV e opções mais económicas também são fatores de crescimento, de acordo com Felipe Muñoz. “Com os próximos SUV elétricos, devemos continuar a ver este crescimento, com impacto nos automóveis com motores de combustão interna, que continuarão a perder atrativos, especialmente se forem penalizados com mais impostos”, acrescentou.
Por último, o analista da JATO abordou também o dilema com que se deparam os fabricantes automóveis, entre manter os automóveis com motor de combustão e potenciar os veículos elétricos: “Atualmente, o impulso está nos veículos elétricos, mas nenhum [fabricante] pode financiar a eletrificação sem os ganhos gerados pela venda de automóveis ICE.”
A Volkswagen pretende entregar 100.000 unidades do ID.4 em 2021, dois terços das quais na Europa e as restantes nos Estados Unidos e China.