A Honda é o primeiro dos grandes fabricantes automóveis do Japão a avançar com uma data oficial para abandonar os veículos alimentados por combustíveis fóssieis. O novo CEO da marca, Toshihiro Mibe, anunciou que a Honda será totalmente elétrica em 2040.
O anúncio da Honda confirma os rumores dos últimos meses. Em 2020, a marca japonesa associou-se à GM para desenvolver dois novos automóveis elétricos, tendo por base as baterias Ultimum do fabricante norte-americano. A marca também anunciou que, a partir de 2022, apenas venderá veículos eletrificados na Europa.
Apesar de terem mostrado alguma resistência inicial à necessária transição para os veículos eletrificados, estratégia adotada mais rapidamente pelos fabricantes europeus, coreanos, chineses e norte-americanos, as marcas japonesas têm procurado recuperar o terreno perdido, com a apresentação de novos modelos BEV e HPHEV – além de modelos equipados com pilhas de combustível de hidrógénio.
Alguns críticos classificaram de tímido o objetivo 2040 da Honda, assinalando também que a declaração de Mibe não inclui nenhum anúncio de novos modelos ou novos investimentos. Mas para Yachiyo Tanaka, analista da empresa de investigação Fourin, este “é um objetivo muito audaz. A Honda comprometeu-se a se adiantar a outros fabricantes de automóveis mediante a introdução das últimas tecnologias”.
De acordo com a Bloomberg, alguns analistas questionam se o objetivo de 2040 é realista. No entanto, o novo CEO da Honda foi já elogiado pelos engenheiros da empresa por traçar uma estratégia clara e trazer um sentimento geral mais positivo. O próprio Mibe é engenhero de formação e está ligado à empresa há 34 anos.
Tomiji Sugimoto, antigo engenheiro da Honda, acredita que o êxito da empresa no novo mundo elétrico dependerá “do quão rápido possamos fazer com que o negócio dos veículos elétricos seja rentável. As empresas que forem capazes de o fazer rapidamente sobreviverão”.