Green Future-AutoMagazine

CEO da Stellantis perspetiva escassez de baterias

Carlos Tavares, CEO da Stellantis, alertou que a escassez de baterias pode atingir o setor automóvel já em 2025, à medida que a avança a transição para veículos elétricos.

Segundo Carlos Tavares, os planos atuais de produção de baterias podem ser insuficientes para responder à procura, por parte dos fabricantes, mesmo com os investimentos em novas fábricas de baterias na Europa e os projetos em grande escala já em curso nos países asiáticos, nomeadamente Japão, Coreia do Sul e China.

O fornecimento de baterias pode representar um novo estrangulamento do setor depois dos problemas persistentes relacionados com o fornecimento de semicondutores desde o início da pandemia de COVID-19, à medida que os fabricantes aceleram o desenvolvimento e produção de veículos elétricos. A escassez destes componentes cruciais, em particular, originou perdas avultadas em vendas.

Numa conferência da indústria automóvel organizada pelo jornal Financial Times, Carlos Tavares antecipa “que teremos por volta de 2025, 2026, falta de baterias e, se não houver falta de baterias, haverá uma dependência significativa do mundo ocidental em relação à Ásia. Isto é algo que podemos facilmente antecipar”.

“O ritmo a que todos [os fabricantes] estão a construir capacidade de produção de baterias está possivelmente no limite para poder suportar os mercados em rápida mudança em que estamos a operar”, acrescentou.

Com a guerra na Ucrânia a marcar a atualidade internacional, Carlos Tavares alertou ainda para os riscos geopolíticos que a mudança para a mobilidade elétrica pode criar, devido à dependência de minerais extraídos em países vistos como rivais estratégicos: “Podemos não gostar da forma como esses materiais vão ser adquiridos daqui a alguns anos”.