Texto de Jorge Farromba
jorgefarromba@gmail.com
Hoje trazemos para ensaio o Megane elétrico com o novo logotipo ‘Nouvel’R’ com 220 cv e uma bateria de 60kwh. Trata-se de um veículo moderno mas sobretudo de aparência exterior futurista, robusto e esteticamente muito atraente.
A frente apresenta uma assinatura luminosa muito esguia com faróis estilizados e horizontais, uma grelha (fechada) que domina toda a dianteira e onde se destaca agora o novo logótipo da marca.
Na zona lateral o desenho mostra um veículo robusto e esculpido onde sobressaem as bonitas jantes de 21”. Os puxadores das portas são automáticos, embutidos e escamoteáveis assim que nos aproximamos a cerca de 1 metro de distância.
A traseira, tal como tal como a frente a marca socorreu-se de uma linha estilística muito esguia e elegante com o vidro traseiro muito pequeno o que dificulta um pouco a visibilidade traseira. Mas a elegância fica registada.
No interior, as marcas tentam criar obviamente uma experiência a bordo diferente e é um pouco essa experiência que muitas vezes cativa ou não o cliente. E neste Megane é por demais evidente, tanto nas formas do interior como nos materiais sustentáveis que existiu essa preocupação.
Todos os estofos são feitos de materiais 100% reciclados. Dependendo da versão, isso pode corresponder a até 2,2kg! Um total de 27,2 kg de peças visíveis (zona inferior do habitáculo) e invisíveis (estrutura interna do tablier) são feitas de plásticos reciclados. Mais, 95% do Mégane E-TECH Elétrico será reciclado no final do seu ciclo de vida.
O forro do tablier é, nesta versão de ensaio, em tecido, mas pode ser em pele sintética. Nas portas tentou-se acompanhar isso com alguns plásticos moles, mas também com um derivado de Alcântara muito bem trabalhado.
O sistema de som que incorpora o modelo Harman Kardon é de elevada qualidade e depois o ecrã OpenR que combina – numa espécie de “L” invertido – o painel de instrumentos digital e o ecrã multimédia da consola central, possuem ambos boa legibilidade e usabilidade para o utilizador.
A marca criou um painel central com múltiplas funcionalidades, onde destaco a possibilidade de configurar o som percetível pelo peão quando circulamos a baixa velocidade. De resto, tal como na Tesla, BMW e Peugeot começa a surgir uma reinterpretação do volante, tal como nós o conhecíamos há uns anos, desaparecendo o círculo habitual.
A marca desenvolveu, diria que, duas consolas centrais flutuantes: uma para o apoio de braços que funciona bastante bem com um grande porta objetos e, uma outra que fica abaixo do ecrã central que permite colocar o telemóvel para carregamento por indução.
Em termos de espaço interior nada a assinalar dado que o modelo se apresenta com bastante espaço interior tanto à frente como atrás, onde a ausência de túnel central ajuda a ter mais espaço para os pés.
E em estrada?
Para iniciarmos a marcha aquilo que temos que fazer é carregar no botão Start e, posteriormente numa alavanca situada no volante do lado direito muito similar ao da Mercedes que nos permite iniciar a marcha na posição D – temos vários modos de condução desde o Eco, ao Sport, ao confort e ao personalizado, sendo que obviamente o ECO está parametrizado para não passar determinada velocidade; o CONFORT é talvez a solução ideal para quem circula mais em estrada e autoestrada.
Ter 220 cv debaixo dos pés ajuda bastante. A primeira noção que nos fica do Mégane quando arrancamos é que se trata de um veículo rápido e ágil; não é brusco; é confortável e tem três características que distinguem: a excelente brecagem, a potência dos travões, direção precisa e rápida, o que, no conjunto torna o modelo ágil na forma como interagimos na condução do dia-a-dia.
Em estrada o Mégane é confortável, com um bom comportamento, previsível e seguro. A bateria de 60 kilowatts permite, segundo a marca uma autonomia até 450 kms em circuito WLTP mas em estrada e autoestrada diria que atinge os 300 kms. Por salvaguarda, na minha viagem de 280 km parei para reabastecer.
Em resumo, trata-se de um veículo extremamente interessante, competente e assumidamente tecnológico para poder competir no mercado onde a concorrência abunda sendo as suas qualidades precisamente o comportamento, conforto, agilidade, o software bastante intuitivo e a facilidade de condução.
Preço final: 47.000 €