Em 1904, August Horch começou a produzir automóveis na cidade de Zwickau, à data um dos mais importantes centros industriais do reino da Saxónia. Seis anos mais tarde, afastado da marca que batizada com o seu nome, fundou no mesmo local a Audiwerke GmbH – audi é a correspondente latina do germânico antigo horch, um imperativo ‘ouve!’. Em 1932, a Horch e ‘esta’ Audi juntam-se à DKW e à Wanderer para formar a Auto Union, predecessora da atual Audi – os quatro anéis simbolizam precisamente a união dos quatro fabricantes originais.
Durante a guerra fria, a fábrica de Zwickau, agora na República Democrática Alemã, do lado oriental da ‘cortina de ferro’, continuou a produzir automóveis, nomeadamente modelos das marcas IFA, AWZ e Trabant. Finalmente, em 1990, após a queda do Muro de Berlim, foi adquirida pela Volkswagen.
No dia 26 de Junho de 2020, após 116 anos a produzir automóveis movidos a combustíveis fóssies, com um total de mais de 9.5 milhões de veículos de passageiros construídos, a fábrica de Zwickau-Mosel entregou o seu último carro com motor de combustão interna – o veículo número 6 049 207 sob a bandeira do Grupo Volkswagen.
A fábrica, que emprega mais de 8 000 pessoas, passa agora a produzir exclusivamente automóveis elétricos de três marcas do grupo alemão, Volkswagen, Audi e Seat. Entre os seis modelos previstos para Zwickau contam-se o Volkswagen ID.3, o crossover ID.4 e o SEAT El-Born.
A capacidade de produção deverá aumentar para 330 000 veículos/ano já em 2021, num investimento de cerca de 1.2 mil milhões. Este investimento enquadra-se numa ofensiva do Grupo Volkswagen no segmento dos elétricos, com planos de produção em larga escala de VE. Além de Zwickau, o maior grupo automotivo do mundo prevê ter, em 2022, outras sete fábricas do grupo com linhas de produção de automóveis elétricos.