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Um carro elétrico de graça? Na Alemanha é possível

Em alguns países da Europa, quem pretender adquirir um automóvel elétrico pode fazê-lo por aquilo a que habitualmente se chama de ninharia, havendo mesmo casos em que o carro novo é gratuito.

Depois dos incentivos para a compra de veículos elétricos aprovados pelos governos de vários países, nomeadamente Alemanha e França – os dois maiores mercados automobilísticos do Velho Continente –, de forma a estimular a procura num setor fortemente atingido pelos efeitos económicos da pandemia de COVID-19, os concessionários foram alvo de uma verdadeira corrida, por parte dos compradores.

A Autohaus Koenig, uma rede de concessionários com mais de cinquenta stands na Alemanha, anunciou um contrato leasing para o 100% elétrico Renault ZOE totalmente abrangido pelo valor dos subsídios. Nos primeiros vinte dias, a Autohaus Koenig recebeu mais de três mil consultas, que resultaram em cerca de 300 contratos assinados.

“Se tivéssemos uma equipa de vendas maior, teríamos vendido ainda mais”, afirmou Wolfgang Huber, que dirige as vendas de automóveis elétricos no concessionário de Berlim. Huber recorreu mesmo a um post no Facebook para pedir aos clientes que fossem pacientes. “Esperávamos um aumento nas vendas com os subsídios, mas esta corrida foi realmente surpreendente.”.

O site alemão Carfellows multiplicou as suas vendas por dez, depois do anúncio dos subsídios, que podem atingir 9 000 euros por veículo elétrico. A startup sediada em Berlim passou recentemente a oferecer um Smart EQ por 9,90 euros por mês. A Carfellows disponibilizou uma oferta semelhante para o mesmo modelo em junho, e recebeu cerca de 1 000 consultas nos primeiros três dias, não tendo conseguido receber carros com rapidez suficiente para responder à procura.

Europa oferece os maiores subsídios

As vendas de carros na Europa têm vindo a recuperar mais lentamente do que nos Estados Unidos e na China. Em virtude da importância vital do setor automóvel como motor de emprego e atividade económica, os governos de vários países europeus foram rápidos a responder aos efeitos da pandemia de COVID-19 com instrumentos para subsidiar a compra de veículos elétricos, também como forma de atingir as metas de descarbonização definidas pela União Europeia. Atualmente, oito dos nove subsídios mais generosos são oferecidos por governos europeus.

As empresas são os maiores beneficiários destes subsídios, em virtude dos regimes fiscais e de seguros mais favoráveis. No entanto, os particulares alemães, por exemplo, podem celebrar um contrato de locação financeira para um automóvel elétrico por 39 euros mensais. Em França, com o aumento dos subsídios até 7 000 euros por veículo, um condutor particular consegue um Renault ZOE por 79 euros por mês. Na Holanda, onde a cidade de Amsterdão banirá os carros não elétricos a partir de 2030, o fundo de 10 milhões de euros para apoiar a transição para os veículos elétricos foi utilizado em apenas oito dias.

Prevê-se que a redução dos custos das baterias se traduza em carros elétricos mais baratos do que os carros com motor de combustão interna em meados desta década, sendo expectável que isto traga uma aceleração do mercado, permitindo a retirada destes subsídios sem risco de uma quebra acentuada das vendas.

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