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General Motors promete terramoto na indústria automóvel: frota será totalmente elétrica em 2035

A GM anunciou ontem que planeia tornar-se uma empresa neutra em emissões de carbono nas suas operações globais até 2040, compromtendo-se a estabelecer “metas baseadas na ciência” – i.e., aquelas que a ciência considera necessárias para atingir as metas dos Acordos de Paris. Como parte da estratégia para atingir estas metas de carbono, a empresa anunciou o objetivo de eliminar totalmente as emissões de escape de todos os novos veículos ligeiros, até 2035.

Apesar de a meta de uma frota totalmente elétrica dentro de apenas quinze anos ser aspiracional, este anúncio, por parte de um dos maiores fabricantes de automóveis do mundo, terá seguramente um enorme impacto na indústria automóvel global. Poderá significar um passo decisivo para acelerar a transição para automóveis com zero emissões, colocando pressão nos outros construtores, no sentido de se comprometerem com objetivos semelhantes.

Simultaneamente, estes objetivos poderão ter também implicações profundas para setores complementares, como combustíveis e energia, ou manutenção automóvel, forçados a adaptarem-se mais rapidamente a novos modelos de negócio; e ainda a nível laboral, uma vez que a indústria automóvel é um dos maiores empregadores a nível mundial.

Por outro lado, o anúncio da GM, empresa famosa pelos seus (pouco económicos) SUVs e pickups, pode também ser lido como uma aceitação, por parte das grandes multinacionais, da urgência na transição de um padrão de desenvolvimento sustentado por combustíveis fósseis, para um modelo baseado em fontes de energia sustentáveis.

O impacto destes objetivos para a indústria automóvel é perfeitamente claro para a liderança da empresa: “A General Motors junta-se a governos e empresas de todo o mundo, trabalhando para estabelecer um mundo mais seguro, mais verde e melhor”, afirmou Mary Barra, presidente e CEO da GM. “Encorajamos outros a seguirem o exemplo e causarem um impacto significativo na nossa indústria e na economia como um todo”.

Fred Klupp, presidente do EDF – Environment Defense Fund (Fundo de Defesa Ambiental), com quem a GM trabalhou na definição dos seus objetivos de redução de emissões de carbono, declarou: “Com este extraordinário passo à frente, a GM deixa perfeitamente claro que tomar medidas para eliminar a poluição de todos os veículos ligeiros novos até 2035 é um elemento essencial do plano de negócios de qualquer fabricante de automóveis”.

Uma abordagem baseada na ciência

A General Motors está comprometida em alcançar a neutralidade de carbono nos seus produtos e operações globais até 2040, apoiada por um compromisso com metas baseadas na ciência. A empresa planeia descarbonizar o seu portfólio, completando a transição para veículos elétricos a bateria ou outra tecnologia de veículos com emissões zero, obtendo energia renovável e aproveitando os certficados de offset de carbono.

As emissões de escape dos automóveis produzidos pela GM são responsáveis por 75% das emissões de carbono relacionadas com o compromisso. A empresa disponibilizará globalmente trinta modelos totalmente elétricos, em meados da década, e 40% dos modelos da empresa nos Estados Unidos serão veículos elétricos a bateria até final de 2025.

O GMC Hummer EV é uma das mais arrojadas propostas 100% elétricas da GM

De acordo com a GM, esta transição passará também por disponibilizar veículos com zero emissões em diferentes gamas de preços, e trabalhar com parceiros para construir a infraestrutura de carregamento necessária e promover a aceitação do consumidor, ao mesmo tempo que procurará manter empregos de alta qualidade.

Mais da metade das despesas de capital e de desenvolvimento de produto serão dedicados a programas de veículos elétricos e elétricos autónomos. A GM planeia, nos próximos anos, disponibilizar pelo menos um veículo para cada tipo de cliente, desde crossovers e SUVs até sedans.

A empresa também continuará a aumentar a eficiência de combustível nos veículos tradicionais de combustão interna, de acordo com os regulamentos sobre emissões de gases de efeito de estufa, através de tecnologias de economia de combustível, melhorias na eficiência aerodinâmica, motores reduzidos, transmissões mais eficientes, redução de massa e pneus com menor resistência.

A nível de operações, a GM irá utilizar unicamente energia renovável para abastecer as suas instalações nos Estados Unidos, em 2030, e nas instalações de outros países, até 2035, antecipando em cinco anos a meta global previamente anunciada. A GM é atualmente a décima maior empresa de energia renovável do mundo, tendo recebido o Prémio de Liderança em Energia Verde 2020, atribuido pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA.

A empresa está também a implementar planos para reduzir o impacto ambiental associado à sua cadeia de fornecimento, colaborando com fornecedores para definir metas de redução de emissões, aumentar a transparência e adotar materiais mais sustentáveis.

Finalmente, para contabilizar as emissões de carbono que ainda subsistirem, esperadas, a GM afirma que irá investir em créditos ou compensações de carbono, “reconhecendo que as compensações devem ser usadas com moderação e devem refletir uma visão holística para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e ajudar as pessoas a prosperar em todo o mundo”.

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