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Renault antecipa o futuro no ‘concept’ Scénic Vision

A Renault anunciou o regresso do Scénic. Depois de quatro gerações – entre 1991 e 2022 – a minivan familiar da marca francesa vai transformar-se num SUV 100% elétrico com chegada ao mercado prevista para 2024.

No ChangeNOW Summit, em Paris, a marca francesa revelou o concept que estará na base do novo automóvel. O Scénic Vision, “resultado de um exaustivo exercício de design e escolhas estéticas arrojadas” reúne, no mesmo conceito, diferentes horizontes temporais para a gama de veículos Renault: no exterior, as formas e o estilo do novo modelo familiar que se estreará daqui a dois anos; o design interior, um estudo sobre diferentes possibilidades para os interiores dos futuros modelos da marca.

O diretor de Design da Renault, Gilles Vidal, afirma que, tal como no Mégane E-Tech, o design exterior do novo Scénic evoluirá, mantendo cerca de 90% da aparência do conceito. No entanto, muitos detalhes do projeto Vision acabarão por desaparecer na versão de produção.

O Renault Scénic Vision mede 4.490 mm de comprimento, 1.900 mm de largura e 1.590 mm de altura. É 280 mm mais comprido, 120 mm mais largo e 85 mm mais alto que o Mégane E-Tech, que também supera na distância entre eixos, com 2.820 mm – mais 135 mm. Com linhas mais angulares do que o Mégane, o novo Scénic Vision omite o pilar B, entre as portas dianteiras e traseiras, para facilitar o acesso ao interior. A abertura é feita através de um logotipo Renault sensível ao toque.

A Renault integrou ainda uma série de recursos destinados a aumentar a eficiência, incluindo, por exemplo, as abas das jantes de 21 polegadas, que fecham em velocidades acima de 10 km/h para melhorar a aerodinâmica e abrem novamente a velocidades inferiores, para arrefecer os travões.

O Renault Scénic Vision integra 70% de materiais reciclados, dos quais 95% também são recicláveis, incluindo a bateria. Esta abordagem materializa-se num interior minimalista presidido, segundo a Renault, por uma visão ecológica: os materiais reciclados e recicláveis ​​desempenham um papel central na estratégia de transformação da marca francesa, e representarão entre 25% e 35% do Scénic elétrico de 2024.

Tanto o piso quanto os assentos são construídos em plástico 100% reciclado e não tingido. O forro do tejadilho é feito de partículas geradas pela poluição urbana. A Renault garante que cada elemento tecnológico é facilmente intercambiável para garantir que o carro sempre contenha a tecnologia mais recente e, assim, evitar a necessidade de os proprietários terem de mudar para um novo modelo para usufruir das últimas inovações tecnológicas.

Um sistema de câmeras integrado na frente do veículo amplia o campo de visão do motorista em 24%, transmitindo para um ecrã no topo do painel frontal. Desta forma, o capô parece transparente e o pára-brisas é estendido em 180° para oferecer uma visão completa. Ao lado do volante estão várias telas de widgets configuráveis com diferentes funções.

A Renault também adicionou o sistema Safety Coach, que analisa o comportamento do condutor, atribui uma pontuação e sugere depois formas de o melhorar. O sistema é capaz de detetar comportamentos de risco e incentiva práticas de condução mais seguras, reduzindo as colisões fatais em 30%, de acordo com a Renault.

A maior inovação do Scénic Vision é, no entanto, o sistema propulsor. Uma plataforma experimental permite incluir um extensor composto por uma célula de combustível e um tanque de hidrogénio no sistema de propulsão elétrica. A Renault está convencida de que, a partir de 2030, o hidrogénio será uma tecnologia viável e amplamente utilizada em veículos comerciais leves. A partir dessa data, a rede de abastecimento de hidrogénio deverá estar suficientemente alargada para que o Scénic percorra 800 quilómetros sem precisar de recarregar o tanque ou a bateria. Quando isto for necessário, serão necessários apenas cinco minutos para recuperar a totalidade da autonomia.

O Scénic Vision está assim equipado com um motor elétrico de 160 kW (218 cv), localizado transversalmente sob o capô dianteiro. A bateria que o alimenta tem uma capacidade de 40 kWh. A pilha de combustível de hidrogénio de 15 kW, recarrega a bateria quando o carro está em funcionamento. Este extensor de autonomia permite reduzir a capacidade da bateria e, assim, o peso, que é utilizado para adicionar os novos elementos.

Os engenheiros do Groupe Renault estão a desenvolver uma arquitetura nova para veículos elétricos a hidrogénio. Embora ainda em fase de protótipo, a Renault diz que este esforço faz parte do seu “compromisso contínuo com o desenvolvimento de grupos propulsores alternativos”. A nova plataforma é projetada especificamente para albergar uma bateria, motor, célula de combustível e tanque de hidrogénio.

Gilles Vidal explica que, inicialmente, a marca francesa considerou utilizar a plataforma CMF-B EV, que será apresentada brevemente, aquando o lançamento do novo Renault 5 elétrico. No entanto, esta ideia foi rejeitada em favor da nova plataforma experimental, que permite a implementação de uma motorização completa como a que este modelo vai estrear.

Inicialmente, em 2024, a versão de produção do Scénic contará com a plataforma CMF-EV do Mégane E-Tech. Nessa data, a nova plataforma de hidrogénio ainda estará em fase de desenvolvimento, pelo que é improvável que seja implementada em modelos de produção antes de 2030.

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