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Entrevista: Vera Fernandes, locutora da Rádio Comercial

Entrevista: Vera Fernandes, locutora das manhãs da Rádio Comercial

O Green Future AutoMagazine entrevistou Vera Fernandes, locutora de rádio e apresentadora televisiva.

Como foi o seu primeiro dia na Rádio Comercial? Pode fazer-nos um breve resumo?

Mais do que o dia em que fiz a minha primeira emissão, foi o dia em que estava no estúdio da M80 e que me disseram “vamos, está na hora!” e fui até à sala de produção da Rádio Comercial, onde estava o Pedro Ribeiro que, imediatamente, me apresentou à equipa como sendo o nosso reforço das manhãs. Lembro-me que desatei a chorar e agarrei-me à Joana Azevedo. No fundo, todos os locutores de rádio querem um dia pertencer a esta equipa, a este campeonato. Lembro-me de dizer: “eu gosto muito disto, eu queria muito isto”.

As ‘Manhãs da Comercial’ são um verdadeiro caso de sucesso. É bom sentir diariamente o carinho que o público tem pela vossa equipa, mas o desafio de todos os dias sermos postos à prova é também um risco. Concorda?

Eu acho que nós não pensamos muito nisso; tentamos trazer sempre conteúdos engraçados, surpreendentes e que, de certa forma, sejam um escape às viagens matinais – muitas vezes cinzentas e com chuva.

Sabemos que aproveita a emissão das manhãs para pintar as unhas e que os colegas se queixam do cheiro a verniz. Que outros episódios engraçados se passam num estúdio de rádio? 

Todos os dias acontece qualquer coisa! Neste momento, estamos separados: para além do Nuno Markl que está a fazer emissão a partir de casa, cada um está sozinho num estúdio. Eu acho que o grande problema é que coisas que podem ser engraçadas para os outros, para nós já são muito normais, como o exemplo que deu na pergunta. Eu faço muita coisa durante a emissão, desde pintar as unhas até… pagar contas durante uma música.

Como mãe, tendo em conta todos os problemas ambientais pelos quais passamos atualmente, que mensagem acha importante transmitir aos seus filhos?

O mais pequenino já começa a perceber que não se manda o lixo e a comida para o chão. Eu estou constamentemente a dizer: “há meninos que não têm comida” ou “fecha a torneira porque há meninos que não têm água”.

Por outro lado, a escola também ajuda. A Francisca, por exemplo, sabe que é uma guardiã do planeta e tem de o defender. Reciclar e não desperdiçar são ideias muito presentes lá em casa. 

Para si, a mobilidade elétrica é uma mudança de paradigma? E qual é a importância do tema para a sustentabilidade e preservação do ambiente? 

Talvez por ser muito sensível à moda, acredito piamente que a mobilidade elétrica não se trata de uma e é algo que se vai instalar muito rapidamente, logo que os preços sejam mais acessíveis e que o incentivo fiscal aumente. Eu, por exemplo, estou a precisar de mudar de carro e vou aguardar mais um ano, para que o próximo já seja elétrico e me garanta uma boa autonomia.

Como pode um programa descontraído como as ‘Manhãs da Comercial’ ter um papel interventivo e educativo em temas tão ‘sérios’, como o são a neutralidade carbónica ou a mobilidade sustentável? 

Há uma coisa que o Pedro Ribeiro diz com alguma regularidade, que é “isto não é só palhaçada” e é verdade! No meio de tantas tiradas, há muitas mensagens importantes, sérias, e que passam. Este equilíbrio faz com que sejamos no ar aquilo que somos cá fora e, já que temos oportunidade de espalhar a palavra, que essas mensagens importantes também cheguem às pessoas, como qualquer umas das músicas.

Considera que o mundo está mais consciente das necessidades de preservação do meio ambiente e recursos naturais, de forma a não prejudicar as gerações futuras? O que precisa de ser feito no que concerne à sustentabilidade, preservação do meio ambiente e consumo consciente? A rádio pode assumir um papel relevante nesta mudança de mentalidades? 

Qualquer pessoa deveria ver o documentário do David Attenborough no Netflix, que fala precisamente da urgência de pararmos de consumir desenfreadamente, nomeadamente carne. É imperativo reduzir a população, respeitar a natureza para que o nosso mundo, que é a casa de todos nós, não só sobreviva, como também se consiga renovar. Tudo passa pela educação: pais, escolas, rádio e televisão têm de estar juntos nisto. Eu acredito que esta vai acabar por se tornar numa década muito mais verde, muito mais saudável. 

Como seria a sua cidade ideal?

​Uma cidade em que a tecnologia está ao serviço da natureza. Carros elétricos, pouco barulho e zero poluição. Acho que estamos a desenvolver o teletrabalho como nunca imaginaríamos que seria possível e isto reflectir-se-á no trânsito. Também já há tantos restaurantes a apostar nas plantas e nos materiais naturais; é por aqui. Tudo aponta para aqui. Sinto-o.

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