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O primeiro navio-tanque 100% elétrico do mundo

Em 2022, será lançado na Baía de Tóquio o primeiro navio-tanque totalmente elétrico do mundo.

A embarcação de 60 metros, alimentada por baterias de ião lítio, foi projetada pela e5 Lab Inc., um consórcio que reúne as principais empresas japonesas de transporte marítimo, criada com o propósito de construir serviços e infraestruturas para navios movidos a eletricidade.

O navio-tanque, que será detido e operada pela Asahi Tanker Co. Ltd., é a primeira de duas embarcações totalmente elétricas construídas no âmbito da iniciativa e5 Lab – com alguma ironia, transportará combustíveis diesel para reabastecer outros navios de carga na baía. Os navios serão construídos pela KOA Industry Co. Ltd. e Imura Shipyard Co. Ltd., no Japão.

A Asahi Tanker, que opera 137 navios, declarou que o navio-tanque e5 alcançará zero emissões de CO2, NOx, SOx e partículas, reduzindo drasticamente o impacto ambiental. A redução do ruído e da vibração criará um ambiente de trabalho mais confortável para os membros da tripulação e limitará a poluição sonora na baía. A embarcação disponibilizará a bateria para os serviços de emergência no caso de um desastre natural em Tóquio.

O sistema de armazenamento de energia da nova embarcação, de 3,5 MWh, tem o tamanho aproximado de 40 baterias do Tesla Model S e capacidade para impulsionar o navio por várias horas, antes de ser necessário ligá-lo a uma estação de carregamento em terra, de acordo com Sean Puchalski, da Corvus Energy, empresa norueguesa que fornecerá as baterias para as embarcações.

O navio-tanque e5 é o mais recente de uma ainda reduzida mas crescente frota de navios que usam baterias para a propulsão ou sistemas de bordo. O navio-tanque japonês é também o primeiro projeto de navio de carga costeiro totalmente elétrico da Corvus. A empresa, com escritórios na Noruega e Canadá, instalou baterias em quase 400 navios, um quarto dos quais totalmente elétricos. A maioria são ferries de passageiros e automóveis que operam nos fiordes noruegueses, onde os operadores obedecem a regras estritas em matéria de emissões de CO2 e poluentes atmosféricos.

A Corvus espera que o navio-tanque e5 seja o início de uma tendência. Sean Puchalski acrescenta: “Vemo-lo como um ponta de lança para o mercado de cabotagem em todo o mundo. Existem muitos outros tipos de cargueiros costeiros que são semelhantes em tamanho e necessidades de energia”.

O número de navios com baterias elétricas aumentou drasticamente na última década, de virtualmente zero para as atuais centenas que operam em diferentes partes do mundo. A bateria do tanque e5 é relativamente grande para os navios elétricos atuais, embora existam vários projetos maiores em desenvolvimento: o Yara Birkeland, um navio porta-contentores de 80 metros de comprimento com lançamento previsto para o final do ano, utilizará um sistema de 9 MWh para assegurar a propulsão; e a Corvus fornece baterias com capacidade de 10 MWh para o AIDAPerla, um navio de cruzeiro com capacidade para 3.330 passageiros.

Os navios de carga são responsáveis por quase 3% das emissões anuais de gases com efeito de estufa, de acordo com a Organização Marítima Internacional. Em 2018, a organização concordou em cortar as emissões do transporte marítimo em 50%, em relação aos níveis de 2008, até 2050, uma meta que está a estimular o investimento em baterias e também em combustíveis mais limpos, como o hidrogénio e o amoníaco.

Projetos pioneiros, como o petroleiro e5, são necessários para desenvolver tecnologias e infraestruturas que podem eventualmente ser escalonadas para navios maiores e de longa distância, afirma Narve Mjøs, diretor do Green Shipping Program da DNV GL, uma consultora internacional sediada em Oslo. Para este especialista, eventualmente todos os navios terão algum tipo de sistema de bateria, seja para a propulsão ou para manter as luzes e o equipamento do navio a funcionar enquanto atracado.

Os navios transoceânicos nunca serão, provavelmente movidos apenas por baterias – as baterias que permitiriam a uma embarcação navegar durante dias ou semanas ocupariam demasiado espaço, precioso em navios de carga. Por este motivo, várias empresas, entre as quais a Corvus, estão a procurar alternativas em outras áreas. No início de fevereiro, a empresa norueguesa anunciou que irá começar a desenvolver sistemas de células de combustível de hidrogénio em grande escala para navios, que integrará com suas baterias de ião lítio. A empresa prevê apresentar o seu primeiro sistema combinado até 2023.

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