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Green Future-AutoMagazine

O novo portal que leva até si artigos de opinião, crónicas, novidades e estreias do mundo da mobilidade sustentável

GFAM

KINTO lança primeiro autocarro a hidrogénio em renting

A KINTO Portugal, empresa de mobilidade do Grupo Toyota, alargou a sua solução KINTO One e desenvolveu um programa completo de Full Service Lease (Renting) para autocarros de mobilidade urbana.

O primeiro autocarro a hidrogénio a operar em full service lease pela KINTO Portugal é recebido este mês pela Nobina, a maior operadora de transporte público da região nórdica.

Para que possa fazer a diferença na descarbonização dos transportes públicos, a Nobina – que transporta diariamente 1 milhão de passageiros de forma sustentável–, em parceria com a KINTO Portugal, adquiriu o primeiro autocarro a hidrogénio, produzido pela CaetanoBus, em regime de renting.

O novo autocarro de hidrogénio com emissão zero é um autocarro padrão de piso baixo de 12 metros de comprimento com uma carroceria de alumínio leve de 3 portas. O veículo está equipado com pilha de de combustível Toyota, com potência nominal de 60 kW, bateria de ião-lítio LTO com capacidade de 44 kWh e grupo propulsor Siemens, com potência de 180 kW.

A aliança estratégica entre a Toyota Motors Europe, a KINTO e a CaetanoBus é dedicada ao desenvolvimento e produção de autocarros com emissão zero na Europa, impulsionado assim a expansão das soluções de mobilidade com emissão zero da Toyota, reforçando o caminho da eletrificação, que começou em 1997, e ainda a sua promessa ‘Beyond Zero’ com a tecnologia associada à utilização de hidrogénio.

O novo autocarro entra em operação já no início de janeiro 2022.

Saiba quanto custa o novo Renault Mégane E-Tech 100% elétrico

A Renault revelou os preços do Renault Mégane E-Tech 100% Elétrico, a mais recente adição da marca francesa ao seu portfólio eletrificado.

Segundo a Renault, o novo Mégane E-Tech 100% Elétrico oferece aos clientes um desempenho equilibrado e otimizado por um preço atrativo. As diferentes versões da gama satisfazem a maioria das necessidades dos clientes, tanto em utilizações diárias, como também em viagens mais longas. 

Para o nível de equipamento Equilibre, que conta com uma bateria de 40 kWh e o e-motor de 130 cv, os valores começam nos 290€/mês, com um preço de venda a partir de 35.200€.

Já a versão Techno, a segunda mais equipada do modelo, está disponível a partir de 390€/mês, com a bateria de 60 kWh de capacidade e o e-motor de 220 cv. O preço de venda inicial situa-se em 43.200€.

A Renault disponibiliza ainda o serviço Renault Care Services que oferece, em caso de descarga da bateria, uma resposta em menos de 30 minutos ao pedido do cliente, para que este possa viajar sem preocupações e terminar a viagem planeada sem problemas. Este serviço funciona através de um reboque ou do carregamento da bateria no local, dependendo da área geográfica em que se encontre.

Para realizar viagens mais longas e específicas, a Renault disponibiliza ainda o sistema Switch Car: um sistema que prevê a possibilidade dos clientes do Mégane E-Tech 100% Elétrico utilizarem, facilmente e sem qualquer custo, um automóvel alternativo quando a viagem assim o exigir.

Adicionalmente, oferece também uma garantia de 3 anos – com acesso a assistência 24 horas por dia, 7 dias por semana –, assim como uma garantia de 8 anos ou 160.000 km para a bateria.

Finalmente, a Renault propõe oferecer os serviços de manutenção e extensão de garantia para 5 anos, quando associado a um financiamento, que proporcionará, de acordo com a marca, “uma experiência de autêntica paz de espírito e livre de preocupações”.

As encomendas começam a partir de fevereiro de 2022.

Nikola entrega os primeiros camiões elétricos a bateria

A startup de camiões elétricos Nikola entregou as duas primeiras unidades do seu modelo Tre BEV à Total Transportation Services Inc. (TTSI), uma empresa de transporte que opera nos portos de Los Angeles e Long Beach, na Califórnia, Estados Unidos.

O Tre BEV tem uma autonomia declarada de 563 km, graças a uma bateria de 753,0 kWh, capaz de carregar dos 10% aos 80% em duas horas numa potência até 240 kW. Um total de 645 cavalos de potência permite uma velocidade máxima declarada de 120 km/h. A Nikola também tem nos planos um Tre FCEV a célula de combustível de hidrogénio que afirma poder viajar cerca de 800 km com um abastecimento.

A TTSI tem uma declaração de compromisso com a Nikola para 100 camiões, seguindo um programa de teste de dois Tre BEVs e dois Tre FCEVs.  A Nikola não disse quando é que a TTSI receberá os seus camiões-piloto a hidrogénio, mas após o programa, pretende entregar 30 Tre elétricos à empresa em 2022 e 70 Tre a hidrogénio em 2023. 

A Nikola e o parceiro europeu Iveco também têm um acordo com a Autoridade Portuária de Hamburgo, na Alemanha, para entrega de 25 Tre BEVs em 2022.

A startup norte-americana teve uma jornada atribulada em 2021, depois de, no início do ano, o fundador e presidente executivo Trevor Milton ter sido acusado de defraudar os investidores, fornecendo informações falsas sobre os produtos e tecnologia da Nikola. Milton foi forçado a abandonar o cargo e a empresa acordou agora o pagamento de 125 milhões de dólares para encerrar o caso junto da US Securities and Exchange Comission. Anteriormente, em parte devido a estes problemas legais, a Nikola havia já mudado o foco da sua pickup Badger (originalmente destinada a ser construída pela GM) para os camiões elétricos.

Fisker em parceria com a Bridgestone para oferecer serviços específicos para VE

A Fisker – o autoproclamado criador dos veículos elétricos mais sustentáveis do mundo e das soluções mais avançadas de mobilidade – anunciou a assinatura de um Memorando de Entendimento com a  Bridgestone para fornecer soluções abrangentes de pós-venda e de manutenção em França e na Alemanha.

Após ter recentemente selecionado a Bridgestone como o parceiro exclusivo de pneus para o seu próximo SUV totalmente elétrico, o Ocean, a marca de Henrik Fisker está a alargar a sua colaboração com a empresa japonesa. Como parte desta nova parceria, e uma estreia na indústria, a Bridgestone irá alavancar a sua rede de retalho e serviços prontos para VE para fornecer aos clientes da Fisker em França e na Alemanha serviços pós-venda extensivos através das redes Speedy, Pitstop e Reiff-ABS, todas elas parte da rede alargada de retalho da Bridgestone na Europa.

A Speedy inclui mais de 450 locais em toda a França, enquanto que na Alemanha, a combinação de Pitstop e Reiff-ABS oferece serviços em mais de 300 locais em todo o país. A Fisker irá trabalhar com a Bridgestone para selecionar os locais mais apropriados de entre a sua extensa rede de serviços em França e na Alemanha para responder às necessidades dos clientes da Fisker e especificidades.

“A partir de 17 de Novembro de 2022, iniciaremos a produção e entregas do SUV Fisker Ocean, com a França e a Alemanha entre os primeiros mercados europeus a serem lançados”, refere Henrik Fisker. “A nossa parceria com a Bridgestone está a ser ativada em múltiplas áreas do nosso negócio e temos ficado consistentemente impressionados com a forma como a Bridgestone tem investido no futuro da mobilidade limpa e concentraram-se em produtos e soluções de serviços inovadores para a próxima geração de veículos elétricos. O facto de a Bridgestone oferecer serviços e pacotes únicos de ponta a ponta, incluindo equipamento de origem, soluções de pós-venda e de mobilidade para os players de mobilidade é fundamental. Poder fazer uso da sua extensa rede para fornecer o nosso próprio serviço pós-venda será crucial para o sucesso a longo prazo da Fisker”, acrescentou.

“Como parte do nosso compromisso de ajudar a moldar um futuro de mobilidade sustentável, a Bridgestone apoia a adoção de VE através de uma abordagem totalmente integrada. Isto inclui o desenvolvimento de pneus premium e tecnologias de pneus para VE, juntamente com soluções dedicadas de frota e mobilidade”, afirmou Laurent Dartoux, presidente e CEO da Bridgestone EMEA. “Implica também o desenvolvimento de uma rede de venda a retalho e de serviços pronta para VE de ponta a ponta, que inclui manutenção de VE e serviços de pneus, carregamento de VE e serviços móveis para VE, todos juntos sob o mesmo teto”.

A Fisker iniciará a produção do SUV Fisker Ocean a 17 de Novembro de 2022, na fábrica neutra em carbono do seu parceiro Magna-Steyr, em Graz, na Áustria. O Fisker Ocean, na versão Sport, tem um preço (antes dos incentivos locais) de 41.560€ na Alemanha e 41.900€ em França.

Terá uma autonomia estimada de 275 milhas ou 440 quilómetros (ciclo de ensaio WLTP) e apresentará um “design elegante, bem como tecnologia automóvel inovadora e um interior sustentável feito de materiais reciclados”. A versão topo de gama do Fisker Ocean, denominada Extreme, terá uma autonomia de 390 milhas ou 630 quilómetros (WLTP). A Fisker trabalhou extensivamente com o fornecedor de baterias CATL, utilizando duas químicas diferentes, para maximizar o desempenho e minimizar o custo do Fisker Ocean.

Nio revela o ET5 para concorrer com o Tesla Model 3

A Nio, fabricante chinês de carros elétricos, revelou o seu segundo sedan, o ET5, que pretende que seja um concorrente direto do Tesla Model 3. O novo modelo totalmente elétrico da Nio foi revelado, no passado sábado, pelo fundador e CEO William Li, no evento anual Nio Day em Suzhou.

Com um preço inicial, na China, que ronda os 45.000€, antes dos subsídios do governo, e 35.000€ com uma bateria alugada, a versão base tem cerca de 550 quilómetros de autonomia. O preço pós-subsídio para um Tesla Model 3 básico na China é de 255.652 yuans (cerca de 36.000€).

O ET5 estará disponível apenas em setembro. Este seu lançamento segue o do primeiro e mais caro sedan elétrico da Nio, o ET7, que William Li vê como um rival do Model S da Tesla – e cujas entregas estão programadas para começar em março.

No evento que decorreu no passado sábado, a empresa chinesa deu a conhecer ainda os seus planos de internacionalização. Após a entrada na Noruega no início deste ano, a Nio pretende entrar na Alemanha, Holanda, Dinamarca e Suécia em 2022 e noutros 25 países até 2025. Os EUA também fazem parte dos seus planos. 

A Nio entregou 10.878 carros em novembro, e um total de 80.940 unidades – todos SUVs – nos primeiros onze meses deste ano. Tal como os seus pares, tem-se debatido com as restrições da cadeia de produção, tendo provocado atrasos nas entregas.

De SUVs para carros mais compactos, a Nio está a adaptar-se para poder aumentar a sua competitividade, num mercado que deve aumentar 5 milhões de unidades no próximo ano, de acordo com a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis.

Polestar prepara-se para competir com a Porsche

A Polestar não está para brincadeiras e planeia passar de um total de zero vendas em 2018 para 290.000 vendas anuais em 2025, com um ponto de equilíbrio em 2023.

De acordo com Gregor Hembrough, CEO da Polestar, o objetivo da marca passa por crescer exponencialmente com a introdução do Polestar 3, Polestar 4 e Polestar 5. O fabricante sueco de veículos elétricos de alto rendimento pretende que o Polestar 3 rivalize com o Porsche Cayenne, o Polestar 4 tem na mira o Porsche Macan e o Polestar 5 vai colocar um alvo no Porsche Panamera e Taycan.

Hembrough explica que “a Polestar quer ser um concorrente da Porsche em design, desempenho e inovação”.

Para isso, a Polestar está a desenvolver internamente os seus próprios motores elétricos, na Suécia. Denominado P10, o novo motor elétrico será cerca de 1,5 vezes mais potente do que os do Porsche Taycan, com um objetivo de potência de 475 kW (pouco mais de 600 cv). Serão compactos (36 por 50 por 64 cm), estarão ligados a uma caixa de 2 velocidades e terão a capacidade de desligar para benefícios de desempenho.

O CEO da Polestar fez questão de mencionar que os novos motores não serão partilhados com a Volvo ou com a Lotus, ambas empresas do mesmo grupo.

A equipa da Polestar no Reino Unido está, atualmente, a desenvolver internamente uma nova bateria com a Volvo e a Lotus (os dois últimos terão acesso ao pacote) com uma nova arquitetura elétrica de 800 V. O novo design também incorporará compatibilidade simplificada com carregamento rápido de 400 V.

Hembrough foi discreto quanto ao tipo de célula da bateria, informações do fornecedor e carga máxima, mas observou que, a 103 kWh, carregaria 80% em 20 minutos ou menos. A capacidade bidirecional e os cenários de carregamento V2X também estão incluídos no conjunto de componentes, a uma intensidade de até 20 kW.

Todos esses componentes ficarão dentro de uma nova arquitetura de alumínio que a Polestar está a desenvolver como uma plataforma ‘em branco’ para o Polestar 5. A Volvo e a Lotus não terão acesso à nova plataforma, de acordo com Hembrough, embora o executivo tenha notado que a Lotus provavelmente terá um papel, por exemplo, na afinação da suspensão.

O Polestar 3, que entrará em produção no próximo ano, e com entregas já no primeiro trimestre de 2023, assentará na plataforma SPA2 da Volvo, a mesma que sustenta o sucessor do Volvo XC90, embora ainda não se saiba se algum dos novos componentes chegará ao Polestar 3.

A Polestar começará a receber encomendas em meados de 2022 para o Polestar 3, para o Polestar 4 em 2023 e o Polestar 5 em 2024.

Associação Limpeza Urbana lança campanha para ‘Desembrulhar o Natal’

A Associação Limpeza Urbana – Parceria para Cidades + Inteligentes e Sustentáveis lançou uma nova campanha, com o mote ‘Abra caminho à #BrigadaMaisPresente. #DesembrulheoNatal.’, para sensibilizar os portugueses para a necessidade de alterar uma imagem comum em Portugal nos dias que sucedem a quadra natalícia, com caixotes de lixo a transbordar em virtude do desperdício e falta de cuidado.

Muitos serviços de recolha e limpeza têm, nesta época do ano, os horários reajustados, alterados e nalguns casos, mesmo, limitados, para que os trabalhadores da recolha e limpeza possam passar uma parte do Natal com as suas famílias. Para Luís Almeida Capão, presidente da ALU, “o excesso de desperdício e a colocação dos resíduos nos caixotes errados e até no chão colocam aos municípios um desafio de gestão de recursos nestes dias”.

Nesta campanha, a ALU pede “mais atenção às pessoas quando colocarem os resíduos nos contentores. Sabemos que há mais embalagens, mais cartões, mais garrafas. Mas tudo isso pode ser devidamente separado, dobrado, espalmado e colocado no ecoponto respetivo. E se o ecoponto estiver cheio, podemos esperar por um dia de recolha normal para deitar fora as caixas e os embrulhos. Daí a ideia de desembrulhar o Natal, queremos retirar os embrulhos das ruas”, continua Luís Almeida Capão.

Respeitar os trabalhadores da limpeza urbana é também outra vertente desta campanha. “Durante a pandemia, houve alguma atenção relativamente aos trabalhadores da recolha de resíduos e da limpeza urbana, que nunca pararam, mas rapidamente esse cuidado se desvaneceu. Temos de valorizar estes trabalhadores que têm um trabalho difícil e pouco reconhecido no dia-a-dia e que trabalham quase todos os dias. São, de facto, a Brigada Mais Presente. Em Portugal, existem cerca de 12 mil trabalhadores de limpeza urbana e mais de 15 mil trabalhadores de recolha de resíduos,que todos os dias e noites ‘patrulham’ as ruas: esvaziam os caixotes do lixo, limpam e lavam o chão, cortam as ervas, limpam os grafitis, desentopem as sarjetas, arranjam os jardins, entre outras tarefas que muitas vezes nem damos conta, mas sem as quais não passamos. São atividades que requerem uma grande presença nas ruas e na vida das pessoas”, observa o representante da ALU.

Colocar o lixo no sítio certo é uma forma de reconhecer estes trabalhadores. Para a ALU, num município onde todos participam na limpeza urbana, não comprando em excesso e não depositando os resíduos no chão, o custo com estes serviços diminui e esse valor de poupança poderá ser alocado a outros serviços essenciais ao cidadão. “Hoje, a limpeza das ruas custa uma média de 30 euros por habitante/ano. É outra questão que muitas vezes não nos lembramos: deitar uma pastilha, uma beata ou um papel para o chão tem muito mais custos para todos, do que ter o trabalho de colocar a pastilha, a beata ou o papel no caixote de lixo mais perto”, conclui Luís Almeida Capão.

Repsol incorpora mais de 95.000 m3 de biocombustíveis em 2021

A Repsol vai terminar o ano de 2021 com 95.000 m3 de biocombustíveis incorporados nos combustíveis líquidos rodoviários em Portugal. Esta incorporação permitiu reduzir, de acordo com a marca, 260 quilotoneladas de CO2 no setor dos transportes.

Segundo a Repsol, as suas instalações na Banática, em Almada, tem tido um papel crescente na introdução de biocombustíveis no mercado nacional. Para além do FAME (Fatty Acid Methyl Ester) iniciou, este ano, a introdução de HVO (Hydrotreated Vegetable Oil) e consequente introdução no mercado.

A empresa afirma a necessidade de diversificar as fontes de energia, de maneira que os motores a combustão interna possam acompanhar a transição energética. A incorporação de biocombustíveis e combustíveis sintéticos, que podem ser utilizados em motores já existentes, como os veículos de transporte de passageiros, os veículos pesados de mercadorias, os aviões ou as embarcações, permitirá reduzir as emissões gradualmente, aproveitando as infraestruturas existentes. 

Para Armando Oliveira, administrador-delegado da Repsol Portuguesa, “na transição energética, não devemos dirimir nenhuma fonte de energia, mas antes partilhar uma visão mais inclusiva e capaz de acelerar a descarbonização, tornando-a, ao mesmo tempo, menos onerosa para a sociedade. Para tal, é importante a neutralidade tecnológica gizar ações que facilitem a investigação e inovação, e aproveitar as infraestruturas existentes”.

A Repsol foi a primeira empresa do setor a anunciar o objetivo de neutralidade carbónica até 2050. No seu Plano Estratégico 2021-2025, apresentado em novembro de 2020, a empresa aposta numa estratégia de multienergia e de redução gradual das emissões. “Existe todo um caminho que deverá ser percorrido para atingirmos as zero emissões líquidas até 2050. A dicotomia entre combustíveis do passado e combustíveis do futuro – muitas vezes utilizada nos discursos sobre transição energética – é contraproducente, na medida em que aponta a meta, mas não o caminho”, sintetiza Armando Oliveira.​ 

O Plano combina eletrificação com produtos de baixo teor carbónico como forma de atingir uma “descarbonização eficaz, sustentável e acessível para a economia, tendo por base as vantagens competitivas da empresa”. Durante este período, a Repsol irá investir um total de 18.300 milhões de euros, com os projetos de baixo carbono a representar 35% deste montante.

Em Portugal, a Repsol tem vindo a recrudescer as suas fontes de energia. Atualmente, para além dos combustíveis líquidos com incorporação de biocombustíveis, dispõe de uma das maiores redes de GPL e de AdBlue a granel e, até ao final de 2022, instalará 100 postos de carregamento para viaturas elétricas.

Europcar e miio juntam-se para tornar a mobilidade elétrica mais acessível

A miio juntou-se à Europcar Mobility Group para tornar a mobilidade elétrica mais acessível para os clientes Europcar utilizadores de veículos elétricos. No âmbito desta parceria, a Europcar irá oferecer, durante um ano, condições de aluguer especiais a todos os utilizadores da miio, nomeadamente um desconto de 15% sobre a tarifa pública válida no momento do aluguer de carros, carrinhas comerciais, bicicletas e motas.

A empresa de aluguer de automóveis, que está a reforçar a sua frota de veículos elétricos e híbridos, pretende assim tornar mais fácil e intuitiva a utilização de veículos elétricos pelos seus clientes, que através da miio podem aceder a um conjunto de informações e ações úteis, desde o acesso a informação sobre os postos de carregamento mais próximos e o número de tomadas disponíveis, ao pagamento 100% digital sem recurso a cartões de pagamento físicos.

“A mobilidade elétrica está intrinsecamente ligada à sustentabilidade, um tema atual e pertinente e para o qual todos devemos estar atentos. Associarmo-nos à Europcar, para possibilitar que os seus clientes utilizadores de elétricos possam usufruir de uma experiência simples e sem entraves, é mais um passo que damos no sentido de tornar a mobilidade elétrica cada vez mais acessível a um maior número de pessoas”, afirmou Daniela Simões, CEO e co-fundadora da miio. 

A miio tem vindo a inovar na área da mobilidade elétrica, em Portugal, com a introdução de um conjunto de funcionalidades para os utilizadores de carros elétricos. A empresa anunciou, no início deste ano, o carregamento digital de veículos elétricos em toda a rede Mobi.E sem necessidade de recorrer a um cartão de carregamento físico. A empresa aveirense foi também a primeira a introduzir os carregamento ad-hoc, sem recurso a contrato, e que se assemelha ao abastecimento de um veículo a combustão.

Ainda este ano, a empresa lançou também uma funcionalidade de classificação da rede nacional de postos de carregamento, através de um algoritmo desenvolvido pela empresa, que origina uma avaliação imparcial e fundamentada dos postos de carregamento para os utilizadores de veículos elétricos.

Redução do impacto das alterações climáticas gera mudanças no setor da energia e ‘utilities’

As organizações do setor da energia e utilities que implementaram os novos modelos das energias renováveis revelaram que já estão a obter vários benefícios, de acordo com um novo estudo do Capgemini Research Institute intitulado ‘Remodeling the Future: How Energy Transition is Driving New Models in Energy and Utilities.

Os novos modelos das energias renováveis – novos produtos e serviços e novas formas de operar os negócios existentes, onde se incluem serviços energéticos, plataformas energéticas, soluções de armazenamento de energia, combustíveis alternativos, serviços de mobilidade, serviços de gestão de redes e energia limpa – estão a transformar completamente o setor, uma vez que a mitigação do impacto das alterações climáticas se transformou na sua razão de ser, com as emissões dos gases com efeito de estufa (GEE) relacionadas com a energia a contribuírem para mais de 73% de todas as emissões a nível mundial.

As alterações climáticas e a procura de energias mais limpas por parte dos investidores são os principais motores da mudança. Quase 70% das organizações do setor da energia e utilities (68%) que foram inquiridas referem que a redução do impacto das alterações climáticas os leva a optarem por novas formas de fazer negócio. Para 63% a procura por parte dos investidores é também um acelerador da mudança. Já 44% dos gestores inquiridos referiram que a rentabilidade é o motivo principal pelo qual estão a optar por novos modelos de negócio, já que os potenciais benefícios que podem advir da mudança são claros.

De acordo com o estudo, as organizações que estão a implementar modelos de energia limpa alcançaram uma redução de 4,6% nas emissões de Scope-3 (emissões indiretas que ocorrem na cadeia de valor das empresas) e espera-se uma nova redução de 13% nos próximos três anos. Algumas empresas também afirmaram que registaram um aumento de 6% nas suas receitas com esta mudança.

Os novos modelos das energias renováveis estão também a criar mais oportunidades de upselling para as organizações e a atrair novos clientes. As empresas multinacionais já obtiveram um aumento de 4% nas oportunidades de upselling devido aos novos modelos de energia, e nos próximos três anos este valor deverá aumentar para os 9,2%.

O sector continua numa fase de transição e, embora a necessidade crítica de transformação seja evidente, existem muito poucas organizações atualmente a implementarem os novos modelos energéticos. Por exemplo, enquanto 64% das empresas afirmaram que planeiam implementar soluções de armazenamento de energia no futuro, apenas 19% já o estão a fazer.

Segundo o estudo, a maioria das empresas ainda têm de criar uma estratégia de negócio para as novas energias. Na verdade, apenas 18% dos inquiridos afirmaram possuir uma estratégia global com objetivos e prazos bem definidos.

Além disso, os recursos necessários para o desenvolvimento dos modelos das novas energias, tais como as fontes de energia alternativas e as plataformas, diferem muito dos que as empresas do setor da energia e utilities possuem atualmente. O estudo mostra que atualmente, a maioria das organizações (70%) diz não ter os recursos necessários para desenvolver os novos modelos. As empresas enfrentam atrasos na área das tecnologias a nível interno e na aposta em novas tecnologias (68%), nas competências relacionadas com o serviço (62%) e nos conhecimentos especializados em dados (56%).

De acordo com a Capgemini, os níveis de implementação vão exigir que as aspirações se transformem em realidade muito rapidamente, nos próximos anos. Peter King, Global Energy and Utilities Lead da Capgemini Invent, afirma: “A transição energética é o principal catalisador desta década. As empresas devem começar por elaborar estratégias abrangentes para garantirem o sucesso dos seus programas de transição energética. É também necessário acelerar o ritmo e aumentar a inovação. Apenas um terço das empresas inquiridas revelaram possuir áreas de inovação ativas e com escala a trabalharem no desenvolvimento e na testagem dos novos modelos com vista a procederem à industrialização dos resultados alcançados. É tempo de os vários players adotarem uma filosofia fail-fast e de forjarem novas parcerias, dentro e fora dos ecossistemas existentes”.

Para além da estratégia e da inovação, o estudo aponta também para a necessidade urgente de investir no desenvolvimento da tecnologia e das competências de dados, de modo a proceder à transformação das operações empresariais. À medida que o sector da energia e das utilities continua a sofrer uma mudança massiva na sua cadeia de valor, as empresas que já colhem os benefícios de estarem mais avançadas neste processo, demonstram também uma alteração de mentalidade a nível interno. A implementação bem-sucedida dos novos modelos de energias renováveis e mais limpas em larga escala exigem agora um forte apoio dos seus líderes ao mais alto nível.  

Para elaborar este estudo, o Capgemini Research Institute inquiriu 530 gestores de topo de empresas do setor da energia e utilities que reportaram receitas superiores a 200 milhões de dólares (USD) no último exercício, em agosto e setembro de 2021. A Capgemini também realizou entrevistas aprofundadas com gestores de topo deste setor para explorar os novos modelos de energia, os desafios de implementação e as perspetivas futuras para o setor da energia. O estudo está disponível para download aqui.