fbpx

Green Future-AutoMagazine

O novo portal que leva até si artigos de opinião, crónicas, novidades e estreias do mundo da mobilidade sustentável

Notícias

Nissan acaba com o desenvolvimento de motores a gasolina (mas não totalmente)

A Nissan anunciou planos para acabar com “a maioria” do desenvolvimento de motores a gasolina, de acordo com a revista Nikkei Asia, tornando-se assim o primeiro fabricante japonês a dar esse passo. Não será uma rutura total, uma vez que a marca tem planos para continuar a vender veículos a gasolina.

Os planos de manterem a produção de motores a combustão direcionam-se para o mercado dos EUA, onde a Nissan prevê que ainda haja uma procura significativa por pick-ups a gasolina nos próximos anos.

Os EUA são o segundo maior mercado da Nissan, onde geralmente vende mais de 1 milhão de veículos anualmente. No mercado norte-americano, as pick-ups elétricas são já aposta de várias marcas, com modelos como a Ford F-150 Lightning, Chevrolet Silverado EV, GMC Hummer EV, Rivian R1T e Tesla Cybertruck. A Nissan até agora não anunciou uma pick-up elétrica, embora tenha revelado um protótipo.

A Nissan também continuará o desenvolvimento de motores híbridos e plug-in para os mercados globais, para sobretudo responder às exigências colocadas pela União Europeia à indústria automóvel.

Em novembro, a Nissan revelou o seu plano de eletrificação ‘Ambição 2030’, com algumas metas para eletrificar a sua oferta. O plano inclui uma quota de 50% de vendas ‘eletrificadas’ até 2030 e cerca de 18 mil milhões de dólares em investimentos em projetos de EV e baterias.

A Nissan foi um dos primeiras fabricantes do mundo a colocar efetivamente um veículo elétrico na estrada (o Nissan Leaf em 2011). Durante vários anos, o Leaf permaneceu o elétrico mais vendido no mundo, até ser ultrapassado pelo Tesla Model 3 no início de 2020. Mas 11 anos depois, o Leaf continua a ser o único EV da Nissan disponível nos EUA e apenas um outro modelo elétrico, o e-NV200 van, disponível no Japão e na Europa. O Ariya, o próximo CUV elétrico da Nissan, deve ser entregue aos primeiros clientes ainda este ano.

Xpeng chega a Suécia e Holanda

O fabricante de carros elétricos Xpeng anunciou os seus planos de expansão na Europa. Depois da Noruega em 2020, o fabricante chinês visa agora os mercados sueco e holandês.

A Xpeng informou, em comunicado, que abrirá esta semana um concessionário próprio em Estocolmo, e estabelecerá uma parceria com o revendedor local de automóveis Bilia.

Ao mesmo tempo, a Xpeng anunciou também que chegou a acordo com a unidade holandesa do distribuidor suíço de veículos Emil Frey, para desenvolver a sua rede de vendas e serviços na Holanda e gerir as suas lojas. A marca pretende ainda abrir uma loja na Holanda durante o próximo mês.

Liderada pelo ex-executivo da Alibaba He Xiaopeng, o sétimo maior fabricante de veículos elétricos da China está a desenvolver tecnologias de carros inteligentes, incluindo um habitáculo inteligente e condução autónoma.

Por enquanto, a marca não revelou os seus planos para um eventual alargamento das operações a outros mercados europeus.

Alfa Romeo Tonale: marca italiana entra (finalmente) na era da eletrificação

A Alfa Romeo apresentou o Tonale, o modelo com que a marca italiana assinala uma “metamorfose”: é o primeiro modelo com versões Hybrid e Hybrid Plug-in. Embora permaneça fiel ao caráter desportivo que carateriza a Alfa Romeo desde a sua fundação, em 1910, o Tonale representa um “olhar para o futuro”, para a nova era da eletrificação, segundo a marca.

O Tonale estreia o motor Hybrid VGT (Variable-Geometry Turbo) de 160 cv, um exclusivo da Alfa Romeo. Recorre a um turbocompressor de geometria variável, bem como a uma transmissão de dupla embraiagem TCT de 7 velocidades da Alfa Romeo. O motor elétrico ‘P2’ de 48 volts, com 15 kW de potência e 55 Nm de binário, consegue propulsionar as rodas mesmo quando o motor a gasolina de 1,5 litros é desligado.

No lançamento, também estará disponível a versão Hybrid de 130 cv, novamente acoplada com a transmissão TCT de 7 velocidades da Alfa Romeo e o motor elétrico ‘P2’ de 48 volts.

O melhor desempenho é garantido pela versão Plug-in Hybrid Q4 de 275 cv, capaz de uma aceleração de 0-100 km/h em apenas 6,2 segundos e de uma autonomia em modo puramente elétrico até 80 km no ciclo urbano WLTP (mais de 60 km no ciclo combinado).  

O interior está focado no condutor, com fácil acesso a todos os comandos para uma experiência de condução segura e conectada. O mesmo cuidado é reservado aos passageiros, a quem é dado o espaço ideal para viajar com conforto, assegura o comunicado da Alfa Romeo.

Num exclusivo mundial, o Tonale estreia a tecnologia NFT (non-fungible token). A Alfa Romeo é o primeiro fabricante de automóveis a conectar um automóvel a um certificado digital NFT. A tecnologia baseia-se no conceito de ‘cartão blockchain‘, um registo confidencial e não modificável das principais fases do ciclo de vida de um veículo individual. Com o consentimento do cliente, o NFT registará os dados do veículo, gerando um certificado que pode ser utilizado como garantia de que o veículo foi devidamente mantido, com um impacto positivo no seu valor residual. De acordo com a Alfa Romeo, no mercado de automóveis usados, a certificação NFT representa uma fonte adicional de credibilidade com a qual os proprietários ou concessionários podem contar.

O Alfa Romeo Tonale é produzido em Itália, na renovada fábrica Giambattista Vico, em Pomigliano d’Arco e, de acordo com a marca, oferece “um design distinto, sensual e virado para o futuro”.

Smart revela o nome da nova geração de veículos 100% elétricos

A smart entrou numa nova era de desenvolvimento, com o rebranding da marca, produto e modelo de negócio. A marca expandiu o seu portfólio e revelaou oficialmente a nomenclatura para a sua nova geração de veículos.

Através da combinação do símbolo ‘#’ com um número, a smart cria uma nomenclatura para a família da nova geração de veículos totalmente elétricos. O primeiro modelo da nova frota, o novo smart #1, concluiu recentemente os testes aerodinâmicos e de inverno, no Instituto Chinês de Investigação de Engenharia Mecânica (China Automotive Engineering Research Institute), em Chongqing, onde obteve um desempenho de coeficiente aerodinâmico de 0,29, “uma conquista de elevado nível, sobretudo quando comparado com os seus concorrentes SUV no mesmo segmento”, avança a marca.

Ainda de acordo com a smart, o #1 revelou-se resistente ao frio extremo. O sistema de controlo de temperatura da bateria assegura o seu funcionamento em pleno e, adicionalmente, os clientes podem pré-definir o horário de condução através da app smart ou do painel de controlo do veículo, de forma a pré-aquecer automaticamente a bateria, e assim garantir uma eficiência otimizada do carregamento e da potência. Os puxadores ocultos das portas estão equipados com um sistem que lhes permite funcionar mesmo quando o carro está coberto com uma camada fina de gelo.

O smart #1 foi ainda submetido a testes de estrada com neve e gelo, em condições semelhantes à condução urbana diária de inverno. Com um sistema ESP desenvolvido pela Bosch e pela motorização totalmente elétrica, o novo smart #1 combina, de acordo com a informação avançada pela marca, um excelente conforto de condução, estabilidade, aceleração e desempenho de travagem, proporcionando assim um maior prazer e segurança de condução. 

Segundo Daniel Lescow, vice-presidente de Vendas Globais, Marketing e Pós-Vendas da smart Automobile, “[c]omo primeiro produto a ser lançado após o rebranding da marca, o smart #1 combina na perfeição a tecnologia de condução elétrica e a qualidade premium. Estou certo de que o smart #1 irá entusiasmar os futuros clientes, tanto na China como na Europa, definindo novas tendências de mobilidade urbana e originando experiências poderosas por onde quer que passe”.

A marca avança ainda que, na era digital, continua empenhada em manter a sua visão de negócio, explorar as melhores soluções para o futuro da mobilidade urbana e cocriar um espírito vanguardista, com o design da smart e a engenharia da Mercedes-Benz.

Renault, Valeo e Siemens prometem motor elétrico de nova geração

A Renault Group, a Valeo e a Valeo Siemens eAutomotive anunciaram a assinatura de um memorando de entendimento para a formação de uma parceria estratégica para a conceção, codesenvolvimento e fabrico, em França, de um motor eléctrico automóvel de nova geração, eliminando a utilização de terras raras.

Os três parceiros combinarão os seus conhecimentos e experiência para conceberem um sistema único de propulsão elétrica sem paralelo a nível mundial, oferecendo maior potência com menos energia e sem a utilização de terras raras.

No âmbito desta parceria, cada um dos três parceiros contribuirá para o desenvolvimento e produção das duas partes-chave do motor elétrico, o rotor e o estator. Assim, a Renault desenvolverá e produzirá a tecnologia de rotor EESM (motor síncrono excitado eletricamente) com um melhor desempenho energético, concebido sem a utilização de terras raras, este assegura um melhor desempenho energético.

Por sua vez, a Valeo e a Valeo Siemens eAutomotive desenvolverão e produzirão o estator, capaz de gerar maior potência sem ter de utilizar mais energia elétrica, com base na experiência tecnológica da Valeo na montagem de fios de cobre.

Desta forma, a Renault Group, a Valeo e a Valeo Siemens eAutomotive serão os primeiros a produzir em massa, a começar já em 2027, um motor elétrico de 200 kW que não utiliza terras raras. A produção do motor para as necessidades do fabricante automóvel será baseada na fábrica Cléon do Grupo Renault na Normandia, em França.

Concurso público para requalificação das grandes interfaces multimodais de Lisboa

A EMEL acaba de lançar um concurso público internacional, no âmbito do Projeto RESTART, para “prestação de serviços de consultoria técnica com vista ao desenvolvimento do Business Case para a rede das grandes interfaces multimodais de Lisboa”, com um valor base de 250 mil euros.

O concurso, publicado na plataforma de contratação pública Saphetygov, decorre até 18 de março e tem como objetivo avaliar cenários de requalificação dos terminais do Campo Grande, Colégio Militar, Oriente, Pontinha e Sete Rios em espaços de conetividade, para que, além das funções de infraestrutura de transporte e facilitação de viagens sem interrupções entre diferentes modos de mobilidade, passem a oferecer serviços e experiências que melhorem a qualidade dos percursos e o bem-estar de viajantes e não viajantes.

Com o desenvolvimento do Business Case (Argumentos Económicos), a EMEL explora questões relativas aos custos e benefícios do investimento em cada um dos terminais, o modelo mais eficaz de gestão dos espaços e a sua sustentabilidade financeira a médio-longo prazo.

Este trabalho será desenvolvido no âmbito do RESTART – Plano para as Grandes Interfaces Multimodais de Lisboa –, um projeto cofinanciado pelo Programa CEF – Mecanismo Interligar a Europa da União Europeia, coordenado pela CML e gerido pela EMEL. O RESTART tem como objetivo estudar a reconversão dos cinco terminais rodoviários mais importantes da cidade de Lisboa – Oriente, Sete Rios, Campo Grande, Pontinha e Colégio Militar – em interfaces multimodais que promovam a conectividade de diferentes soluções de transporte e ofereçam diferentes soluções de mobilidade, serviços, que sejam confortáveis, seguros, e assentes em modelos de operação, tendo em vista a sustentabilidade da sua gestão a longo prazo.

Volvo Car Portugal tem nova diretora geral

A Volvo Car Portugal inicia 2022 com uma nova liderança. assegurada por Susanne Hägglund, que assume funções de Managing Director da companhia.

Susanne Hägglund chega à Volvo Car Portugal com o objetivo de cimentar a estratégia global da marca, rumo à sustentabilidade e à eletrificação, trazendo consigo uma preocupação genuína com as pessoas.

“Estou muito entusiasmada por estar em Portugal e espero, sinceramente, dar continuidade ao caminho que nos trouxe até aqui e, de alguma forma, conduzir uma transformação que julgo necessária nestes tempos tão desafiantes de mudança da indústria, da sociedade e do consumidor. A eletrificação requer transformações em todo o ecossistema! Precisamos evoluir no sentido de dar às pessoas a possibilidade de ter um automóvel 100% elétrico sem constrangimentos e essa será a minha principal missão em território nacional” referiu a nova diretora da Volvo Car Portugal.

A Volvo Cars tem a ambição de ser climaticamente neutra em 2040, o compromisso para comercializar apenas automóveis 100% elétricos a partir de 2030 e atingir impacto climático neutro nas unidades produtivas já em 2025.

As vendas da gama de modelos eletrificados Volvo Recharge dispararam em todo o mundo, tendo crescido mais de 70% em relação ao ano anterior. Em 2021, a taxa de penetração dos modelos plug-in hybrid foi já de 27,1% em relação às vendas totais com a componente dos modelos puramente elétricos já a representar 3,7% globalmente.

Opel aposta forte na eletrificação da sexta geração do Astra

A Opel vai começar em breve a comercializar a sexta geração do Astra. abrindo um novo capítulo nos mais de 30 anos de história do modelo: pela primeira vez, o familiar compacto estará disponível com motorização eletrificada.

A Opel vai começar por propor o novo Astra como híbrido plug-in, com dois níveis de desempenho. Um ano após esse lançamento no mercado, a nova geração estará também disponível na versão 100% elétrica alimentada a bateria, com a designação Astra-e. Já a retirada das versões exclusivamente térmicas terá provavelmente de aguardar mais uma geração.

Para os clientes que preferirem a condução eletrificada, o novo Astra Hybrid – disponível a partir de 37.300 € – disponibiliza uma potência total de 133 kW (180 cv) e um binário máximo de 360 Nm, com um consumo de combustível combinado (WLTP) de 1,1-1,0 l/100 km e emissões de CO2 de 26-22 g/km. No modo puramente elétrico, o novo Astra Hybrid pode percorrer até 60 quilómetros (WLTP) sem emissões.

A versão topo de gama na oferta de motores é o híbrido mais potente, que estará disponível para encomenda ainda durante este ano, com uma potência combinada de 165 kW (225 cv), consumo combinado (WLTP) de 1,4-1,1 l/100 km e emissões de CO2 fr 31-24 g/km (números provisórios).

De acordo com a Opel, o novo Astra “é uma clara afirmação de design“, com o novo ‘rosto’ da marca, a secção dianteira Opel Vizor. A marca destaca também os faróis adaptativos Intelli-Lux LED Pixel, ‘importados’ do Opel Insignia. Com 168 elementos LED, o fabricante alemão afirma que “o sistema coloca os modelos da Opel na liderança destacada nos segmentos compacto e médio do mercado em matéria de iluminação”.

No interior, os instrumentos analógicos são abandonados em detrimento do Pure Panel totalmente digital, com um interface homem-máquina (IHM) mais intuitivo, segundo a Opel, através do qual os utilizadores podem comandar múltiplas funções através de ecrãs tácteis de grandes dimensões. As principais configurações, como o controlo da climatização, continuam a poder ser feitas através de teclas e botões físicos.

Os bancos dianteiros, desenvolvidos pela Opel, são certificados pela agência de especialistas em ergonomia AGR o condutor é apoiado por sistemas de assistência que incluem head-up display e sistema de assistência semi-automatizado Intelli-Drive 1.0, que integra as câmaras e sensores de bordo com conectividade ‘e-horizon’ e a câmara de 360 graus Intelli-Vision.

O novo Astra foi desenvolvido com base na terceira geração da versátil arquitetura multienergia EMP2. De acordo com a marca alemã, o comportamento “é tão sereno quanto dinâmico” e o automóvel é autobahn-proof, ou seja, concebido para um “excelente desempenho a alta velocidade”, à altura das autoestradas alemãs.

As encomendas para o novo Opel Astra arrancaram no outono de 2021, estando agendada a entrega das primeiras unidades aos clientes a partir da primavera de 2022. Na primeira fase de comercialização o novo Astra estará disponível na variante hatcback de cinco portas, seguindo-se a station wagon Astra Sports Tourer. O novo Astra é produzido na sede da Opel, em Rüsselsheim.

EDP ‘carregou’ 15 milhões de quilómetros em 2021

A EDP anunciou que 2021 foi o ano com maior crescimento na utilização da sua rede pública de carregamento. Foram realizados em Portugal mais de 178 mil carregamentos, 300% a mais do que o que tinha sido registado no ano anterior.

De acordo com a empresa, nestes carregamentos os veículos foram abastecidos com mais de 2 GWh energia elétrica, quatro vezes mais do que em 2020. O necessário para percorrer 15 milhões de quilómetros sem utilizar combustíveis fósseis, o equivalente a completar 375 voltas ao planeta Terra de carro elétrico, sem emitir CO2, ou percorrer mais de 1.000 vezes a maior distância terrestre do planeta, entre Sagres, em Portugal, e a cidade russa de Khasan.

Em comunicado, a EDP afirma que, em 2021, reforçou o compromisso com o desenvolvimento da mobilidade elétrica em Portugal e Espanha, tendo aumentado significativamente o número de soluções disponíveis na rede pública. Em Portugal, a empresa chegou aos mais de 1.100 pontos contratados, cerca de 400 a mais do que no ano anterior, em mais de 120 municípios. Em Espanha, a EDP cresceu para 478 pontos contratados.

No total da rede ibérica, foram efetuados carregamentos de quase 3 GWh, suficientes para percorrer mais de 18 milhões de quilómetros com eletricidade. Foram evitadas mais de 2 mil toneladas de CO2 pelos utilizadores de veículos elétricos em Portugal e Espanha. No Brasil, onde a EDP também está a desenvolver soluções de mobilidade elétrica, foram registados mais de 7.500 carregamentos, com um consumo de 121 MWh, um aumento de 142% em relação ao 2020.

Em 2022, a empresa declara que continuará a apostar neste setor fundamental da transição energética e, em Portugal, tendo acabado de colocar em operação o seu primeiro hub de mobilidade elétrica na cidade de Lisboa, junto ao Estádio da Luz. O parque reúne no mesmo espaço pontos de carregamento com diferentes potências, do carregamento normal (22kW), ao rápido (50kW) e ultrarrápido (160kW) – o primeiro ponto ultrarrápido da capital portuguesa, que permite abastecer energia suficiente para 100 quilómetros em apenas 10 minutos. Estes sete pontos de carregamento reforçam a parceria da EDP com o Sport Lisboa e Benfica “para oferecer soluções de mobilidade sustentável aos visitantes e colaboradores da instituição e das zonas comerciais próximas”.

Produzir hidrogénio a partir de cascas de banana

Cientistas da École Polytéchnique Féderale de Lausanne (EPFL) desenvolveram um método inovador e quase instantâneo de produção de hidrogénio a partir de biomassa, que maximiza o potencial de conversão de energia entre as duas fases. A solução dos investigadores da EPFL é mais eficiente, conseguindo extrair hidrogénio de cascas de banana, em milissegundos e sem recurso a equipamentos sofisticados.

O aquecimento da biomassa a temperaturas extremas produz um gás – uma mistura de hidrogénio, metano, monóxido de carbono e outros hidrocarbonetos, chamada gás de síntese – e um sólido, carvão vegetal. Esta conversão de biomassa em energia pode dar-se por gaseificação, aquecendo a biomassa a temperaturas na ordem de 1.000º C, ou por pirólise, um processo semelhante, mas a temperaturas mais baixas – 400º a 800º C – com pressões até 5 bar em atmosfera inerte.

Este processo de pirólise pode ser lento, rápido ou ultra-rápido (flash). Os dois primeiros produzem maior quantidade de carvão; o último, que ocorre a uma temperatura de cerca de 600ºC produz maior quantidade de gás, mas exige reatores especiais, capazes de lidar com temperaturas e pressões elevadas.

A maioria dos métodos para a produção de gás de síntese consome muita energia ou tempo, mas o método desenvolvido em Lausana é um novo método de pirólise flash, em que a biomassa é reduzida a um pó fino, que é depois exposto, à pressão ambiente num ambiente inerte, a uma lâmpada de xénon. Numa questão de milissegundos, o pó de biomassa é convertido em gás de síntese e carvão vegetal: a luz branca da lâmpada fornece uma fonte pulsante de energia de alta potência, que é absorvida pela biomassa e desencadeia instantaneamente uma conversão fototérmica.

No estudo, publicado na revista Chemical Science, os cientistas afirmam que cada quilograma de casca de banana seca pode produzir cerca de 100 litros de hidrogénio e 330 gramas de carvão . O processo também funciona com grãos de café, espigas de milho, cascas de laranja e cascas de coco.

O carvão vegetal pode servir como fertilizante ou no fabrico de elétrodos condutores para alguns aparelhos eletrónicos, o que significa que este método de produção de hidrogénio implica virtualmente zero resíduos.

O uso de biomassa como fonte de combustível também ajuda a eliminar a questão ambiental relacionada ao desperdício de alimentos. A decomposição de alimentos em aterros produz metano e CO2, contribuindo para o efeito de estufa. Recorrer a esses resíduos para produzir combustível de hidrogénio é uma solução para as emissões nocivas dos aterros sanitários e queima de combustível.