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Green Future-AutoMagazine

O novo portal que leva até si artigos de opinião, crónicas, novidades e estreias do mundo da mobilidade sustentável

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Geely lança nova marca elétrica ‘premium’

A Geely, empresa chinesa que detém a Volvo e a Polestar, anunciou o lançamento de uma nova marca de veículos eletrificados “de ponta”, denominada Geely Galaxy.

A apresentação teve lugar num evento que a Geely realizou ontem em Hangzhou, no qual revelou também o primeiro automóvel da nova marca, o SUV híbrido plug-in Galaxy L7, que chegará ao mercado já no segundo trimestre de 2023, assim como o concept sedan elétrico a bateria Galaxy Light.

A Geely Galaxy deverá lançar, no total, sete novos modelos de veículos nos próximos dois anos. Destes sete novos produtos, quatro serão modelos híbridos plug-in de longo alcance, incluindo o Galaxy L7 SUV e o sedan L6 – este último com estreia marcada para o terceiro trimestre do ano. Os restantes três modelos serão totalmente elétricos, sob a linha Galaxy E, com o primeiro, o Galaxy E8, programado para entrega no quarto trimestre de 2023.

Galaxy Light

Os automóveis Galaxy utilizam a arquitetura modular CMA, desenvolvida conjuntamente pela Geely e pela Volvo, que também serve de base, entre outros, aos modelos Volvo XC40 e Polestar 2. Serão também os primeiros a utilizar o sistema de segurança de bateria Aegis da Geely, que previne impactos diretos na bateria em situações de colisão e, em conjunto com o sistema de computação central ligado à cloud Wise Star do veículo, antecipa fugas térmicas e outros problemas, aumentando a vida útil da bateria em 20%.

No lançamento da marca Galaxy, a Geely também apresentou a última geração do seu motor híbrido dedicado NordThor, o NordThor 8848. A empresa adianta que o sistema alcançou uma eficiência térmica máxima de 44,26% e utiliza o primeiro sistema preditivo de gestão de energia, que permite melhorar até 15% a economia de combustível.

Emparelhado com uma transmissão dedicada de três velocidades, forma o grupo motriz híbrido que será estreado no Galaxy L7, permitindo a este SUV atingir uma velocidade máxima de 200 km/h e cumprir o sprint 0-100 km/h em 7,5 segundos. O consumo de combustível médio em condições reais para o L7 foi medido 5,23 l/100km, permitindo-lhe percorrer 1.370 km com um tanque de combustível.

Galaxy L7 PHEV

A Geely apresentará “oportunamente” a gama de baterias para os modelos 100% elétricos da Galaxy.

Na cerimónia realizada ontem, a Geely também apresentou o seu novo sistema operativo Galaxy N-OS, desenvolvido de acordo com a estratégia Smart Geely 2025, que se foca em chips desenvolvidos pela empresa, sistemas operativos próprios, computação cloud e redes de satélite.

O sistema operativo vai equipar já os primeiros modelos da Galaxy e, de acordo com a Geely, tem o tempo de inicialização mais rápido da classe, atingindo a prontidão operacional em 0,5 segundos.

A Geely avança também que a rede de satélites da sua holding (Geely Holding Group), permite que os veículos Geely Galaxy tenham acesso a posicionamento com precisão de centímetros e mapas de alta precisão, para auxiliar a funcionalidade de condução inteligente. Até 2025, a rede deverá estar concluída, com 72 satélites a fornecerem cobertura global.

Mercedes-Benz desenvolve o seu próprio sistema operativo

A Mercedes-Benz revelou ontem, em conferência de imprensa, os seus planos para o seu próprio sistema operativo, o MB.OS, que está em desenolvimento e será lançado em meados da presente década com a nova plataforma MMA (Mercedes Modular Architecture).

O MB.OS foi concebido e desenvolvido internamente pela marca germânica para “manter o controlo total da relação com os clientes”, bem como assegurar a privacidade dos dados e potenciar a integração de todas as funções do veículo. Foi concebido para ligar os principais aspetos da cadeia de valor da empresa, incluindo o desenvolvimento, a produção, o comércio multicanal e serviços, tornando-o efetivamente um sistema operativo para todas as atividades de negócio da marca.

A Mercedes-Benz explica que, com base na arquitetura chip-to-cloud, o MB.OS beneficia de acesso total a todos os domínios do veículo: informação e entretenimento, condução automatizada, carroçaria e conforto, condução e carregamento. Espera, com esta abordagem estratégica, “oferecer aos seus clientes uma experiência de produto diferenciada e superior”.

“Na Mercedes-Benz dedicamo-nos a construir os veículos mais desejáveis do mundo. Em conformidade, tomámos a decisão de sermos os arquitetos do nosso próprio sistema operativo – uma arquitetura chip-to-cloud excecional que potencia o acesso total ao hardware e ao software dos componentes dos nossos veículos. Ao combinarmos estas competências internas com uma seleção de parceiros tecnológicos líderes a nível mundial, iremos criar uma experiência de cliente notável, desde a assistência à condução, navegação e entretenimento, até ao carregamento integrado. O MB.OS poderá ser atualizado totalmente e ser alvo de constantes melhorias”., referiu Ola Källenius, diretor executivo da Mercedes-Benz.

A empresa afirma que criou o seu sistema operativo para estabelecer uma normalização em todo o seu portfólio de modelos. A plataforma é totalmente atualizável para uma rápida melhoria dos produtos e deliberadamente aberta a parceiros selecionados, permitindo aos clientes terem acesso aos serviços, conteúdos e funções disponibilizadas por estes parceiros.

Estre estes contam-se a NVIDIA, que fornece o seu software, dados e competências a nível de inteligência artificial, bem como o seu sistema em chip Orin para melhorar os sistemas de condução automatizada SAE Nível 2 e Nível 3.

As versões dos veículos também serão equipadas com sensores de última geração, incluindo os sensores LiDAR (Light Detection and Ranging) da Luminar; e na conferência de imprensa de ontem, a Mercedes-Benz anunciou também uma nova colaboração estratégica com a Google, “para desenvolver e implementar uma experiência de navegação no veículo de última geração”.

A Mercedes-Benz congratula-se por ser o primeiro fabricante de automóveis a criar a sua própria experiência de navegação com base em novos dados internos do veículo e na capacidade de navegação da plataforma Google Maps integrada no MB.OS, que visa dar à marca germânica acesso à oferta geoespacial da Google, incluindo informação de trânsito em tempo real e preditiva, com cálculo automático de novo itinerário.

Os condutores poderão também utilizar a aplicação YouTube no sistema de informação e entretenimento quando estiverem estacionados e enquanto utilizam o sistema de condução condicionalmente automatizada DRIVE PILOT Nível 3, sempre que permitido. Além disso, a Mercedes-Benz irá disponibilizar aos clientes o acesso à função Place Details fornecida pela Google, ajudando a encontrar informação detalhada sobre mais de 200 milhões de empresas e locais em todo o mundo, incluindo horários de funcionamento, fotografias, classificações e críticas.

Esta função Place Details estará disponível a partir de hoje em todos os veículos equipados com a última geração do MBUX, em alguns mercados selecionados.

A Mercedes-Benz pretende também expandir as funcionalidades de informação e entretenimento com novas parcerias para aplicações de vídeo, jogos e produtividade. O novo sistema operativo MB.OS irá, nas palavras da marca, abrir novos horizontes no domínio dos videojogos no interior do veículo através da Antstream, que irá fornecer jogos de perícia, também designados jogos de salão. As soluções de videoconferência no veículo serão expandidas através da adição de serviços da Webex e da Zoom.

Condução autónoma e atualizações

A futura geração da condução automatizada SAE Nível 2 será estreada no segmento de luxo de entrada na gama. A Mercedes-Benz explica que a nova plataforma MMA inclui um conjunto completo de sensores e beneficia de novas capacidades de processamento.

Sempre que a legislação local o permitir, os clientes da Mercedes-Benz poderão assim utilizar a função de condução automatizada, devendo sempre manter controlo visual da condução do veículo. Na China, as mudanças de faixa de rodagem iniciadas pelo sistema com base no sistema de navegação também estarão disponíveis.

A marca germânica declara ainda que os fundamentos tecnológicos do MB.OS reforçam as funcionalidades de atualizações de software. Ao dissociar o hardware do software, o sistema operativo permite ciclos de inovação mais rápidos e aumenta a flexibilidade e a rapidez das atualizações.

A Mercedes-Benz pretende também oferecer maior personalização dos serviços através das contas Mercedes me dos clientes, que ligam toda a informação relacionada com os clientes: desde a compra e financiamento, marcações de serviço, até aos dados de carregamento e pagamento. Permite aos clientes ligarem-se à Mercedes-Benz, personalizarem as suas definições e perfis e receberem propostas à medida das suas necessidades específicas.

Os serviços personalizados e as atualizações irão ser separados em três grupos. As funções do veículo como a Navegação, Acesso Remoto, Proteção a 360°, Entretenimento e Comunicação, entre muitas outras, serão agrupadas no grupo MB.Connect e mantidas atualizadas através de atualizações remotas.

Com o MB.Charge, os clientes de veículos elétricos terão acesso a tarifários flexíveis e atrativos em função da distância percorrida dos seus veículos. O sistema pratica tarifas fixas de carregamento e oferece acesso prioritário à rede de postos de carregamento rápido da marca.

Finalmente, com o MB.Drive, os clientes têm a possibilidade de acrescentar funções aos sistemas de assistência à condução nos seus veículos. Os novos modelos estarão equipados com a tecnologia de deteção necessária para permitir a condução assistida de nível 2, e modelos selecionados podem ser encomendados com sistema de condução assistida aperfeiçoada ou condução condicionalmente automatizada de nível 3, com um contrato de termo fixo.

A partir de 2025, certas funcionalidades podem ser atualizadas ao longo do ciclo de vida do veículo através da Mercedes me Store.

A empresa está confiante de que esta abordagem estratégica de desenvolvimento de software e de hardware será a base para receitas contínuas bem como para proveitos adicionais. Em 2022, a Mercedes-Benz gerou mais de mil milhões de euros de receitas associadas a software de produtos e serviços como navegação, trânsito em tempo real ou atualizações de mapas online, esperando multiplicar este valor no futuro.

A empresa prevê que as receitas associadas a software integrado no MB.Connect e no MB.Drive cresçam para um valor ligeiramente superior a mil milhões de euros até meados da década, evoluindo para um valor próximo de dez mil milhões de euros até ao final da década. A partir de hoje, a empresa pretende superar o seu próprio objetivo de um EBIT de mil milhões de euros resultante da venda de serviços digitais em 2025, que já faz parte dos atuais objetivos de lucros.

O software tornar-se-á uma parte substancial do processo de desenvolvimento de produtos e do plano de investimentos da empresa, com 25 por cento do orçamento para investigação e desenvolvimento a ser alocado a software até meados da década. Os objetivos de redução de investimento a médio prazo da empresa não deverão ser afetados.

BPI e Galp promovem autoconsumo energético nas empresas

O BPI e a Galp Solar anunciaram uma parceria para facilitar o acesso ao autoconsumo energético, através de painéis fotovoltaicos, às empresas portuguesas.

O acordo visa o financiamento e comercialização de instalações fotovoltaicas junto de PME e grandes empresas nacionais, proporcionando-lhes poupanças até 30% na sua fatura energética e uma vantagem competitiva no contexto atual de pressão sobre os preços de energia.

A título de exemplo, para uma PME com um consumo de 10.000 euros por ano, o autoconsumo solar pode representar uma poupança de 3.600 euros anuais na fatura de eletricidade e nove toneladas de CO2 emitidas.

A solução conjunta, dirigida a clientes empresariais do BPI, inclui o financiamento bancário em condições competitivas e a instalação dos painéis, executada por profissionais especializados, bem como um serviço de apoio específico assegurado pela Galp Solar.

Pedro Barreto, administrador executivo do BPI, afirma que “este acordo com a Galp Solar permite-nos apoiar as empresas no seu processo de transição energética, com uma solução comercial integrada, financiamento competitivo e produtos que fomentam o autoconsumo energético. Desta forma, estamos a reforçar o compromisso do Banco com o apoio à transição sustentável das empresas e da sociedade em geral, ao facilitar o acesso a financiamento que permita reduzir os custos com a fatura de energia e ter um impacto positivo no ambiente”.

O comunicado esclarece que a sustentabilidade é um dos três pilares do Plano Diretor de Sustentabilidade do BPI 2022-2024, que define três objetivos: apoiar a transição sustentável das empresas e da sociedade; liderar em impacto social positivo e promover a inclusão social; e liderar nas melhores práticas de governação. O banco fixou vários compromissos, entre os quais mobilizar 4 mil milhões de euros em negócio sustentável até 2024 através de soluções e produtos para particulares e empresas.

Por sua vez, Teresa Abecasis, administradora executiva e COO Comercial da Galp, afirma que a empresa “é o terceiro maior produtor ibérico de energia solar e conta com mais de 10 mil clientes de autoconsumo fotovoltaico, a quem oferecemos energia inteligente que permite às famílias e às empresas pouparem nas suas faturas ao mesmo tempo que protegem o ambiente. Sermos o parceiro do BPI para a jornada de descarbonização dos seus clientes é para nós motivo de entusiasmo e a confirmação de que as parcerias são a chave para acelerar a transição energética”.

Carregamentos na rede ibérica da EDP bateram recordes em 2022

A EDP fez o balanço do ano de 2022, anunciando que, mais uma vez, a utilização da rede pública de carregamento que é gerida pela EDP em Portugal e Espanha bateu novos recordes: no ano passado, foram realizados 488 mil carregamentos na rede de carregadores da Península Ibérica, três vezes mais do que em 2021.

Na rede pública de carregadores da EDP nos dois países, os veículos elétricos foram abastecidos com 8 GWh de eletricidade, energia suficiente para percorrer mais de 45 milhões de quilómetros sem emissões de CO2. Estes condutores teriam conseguido dar mais de 1.100 voltas ao planeta ou fazer mais de 70 mil viagens entre Lisboa e Madrid sem recorrer a combustíveis fósseis.

A empresa explica que este crescimento foi possível graças à expansão da rede. A EDP afirma que, em 2022, acelerou a sua aposta no desenvolvimento da rede pública de carregamento, para acompanhar o crescimento da mobilidade elétrica na Europa e, em concreto, em Portugal e Espanha, onde foram batidos recordes de vendas de veículos elétricos ao longo do ano. A empresa aumentou para mais de 3.500 os pontos que tem em operação ou desenvolvimento na Península Ibérica.

Para este crescimento, contribuíram parcerias celebradas com agentes que estão também a desenvolver a mobilidade sustentável: em Espanha, a EDP vai desenvolver com a Decathlon uma rede de mais de 400 pontos de carregamento nas lojas da empresa e mais de 80 em áreas de serviço geridas pela Petroprix. Já em Portugal, a EDP continuou a desenvolver a sua rede junto de parceiros que garantem localizações estratégicas e registou um crescimento junto das PME, com a contratação de mais de 350 pontos de carregamento distribuídos pelo país.

Lisboa, Porto e Setúbal foram as cidades em Portugal com maior procura por pontos de carregamento da EDP. Em Espanha, as cidades de Gijón, Madrid e Oviedo assumiram a liderança, entre mais de 150 localidades com soluções disponíveis.

“A criação de uma infraestrutura robusta de pontos de carregamento é uma condição necessária para a aceleração da adoção à mobilidade elétrica. Esta tem sido uma importante aposta da EDP, que hoje conta com uma rede de cerca de 3.500 pontos de carregamento em desenvolvimento na península ibérica. Esta tem sido também uma frente prioritária no debate de políticas que a EDP tem procurado discutir a nível europeu, junto de associações relevantes do setor, como é o caso da ChargeUp Europe”, afirma Vera Pinto Pereira, administradora executiva da EDP.

Na última semana, a EDP voltou a ser escolhida para a administração da Charge Up Europe, associação que tem contribuído para o necessário debate sobre o desenvolvimento da mobilidade sustentável e sobre as políticas públicas necessárias paraacelerar a necessária infraestrutura de carregamento. Neste pacote de medidas em atual discussão, incluem-se as metas de pontos de carregamento que serão obrigatórias em cada Estado-membro, assim como outros desenvolvimentos que melhorem a experiência dos utilizadores.

Mini lança Cooper elétrico descapotável em série limitada

A Mini anunciou o lançamento do Mini Cooper SE Cabrio, o primeiro descapotável 100% elétrico do segmento premium, numa série limitada a 999 unidades, apenas disponível na Europa. Portugal recebe 13 unidades.

A marca britânica explica que as reações positivas ao périplo que o Mini Cooper SE Cabrio – concebido inicialmente como concept car – realizou pela Europa no último verão, motivaram-na a avançar para a comercialização desta edição limitada do descapotável elétrico.

“Há três anos lançámos o Mini Cooper SE 3 portas totalmente elétrico. Hoje, um em cada cinco Mini vendidos na Europa é totalmente elétrico. Este sucesso estimulou-nos a implementar esta inovadora série do Mini Cooper SE Cabrio em apenas alguns meses. Estou encantada por podermos oferecer aos clientes de 999 Mini uma extraordinária e exclusiva sensação de condução ao ar livre”, declarou Stefanie Wurst, diretora global da Mini no BMW Group.

O Mini Cooper SE Cabrio está disponível em duas cores – Enigmatic Black Metalizado e White Silver Metalizado –, com detalhes em Resolute Bronze: a moldura da grelha, os puxadores das portas, o puxador da porta da bagageira e as molduras dos faróis e dos farolins.

O caráter limitado da série está patente na inscrição 1/999 presente nas side scuttles – as estruturas onde estão montados os ‘piscas’ laterais –, também em Resolute Bronze; e na parte inferior da moldura das portas.

Este novo Mini elétrico descapotável conta com a mesma unidade motriz do Cooper SE de 3 portas, registando 135 kW (184 cv) de potência e uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 8,2 segundos. A autonomia máxima atinge 201 km.

As 999 unidades do novo modelo serão produzidas nos Países Baixos, com a entrega das primeiras unidades agendada para o mês de abril. Portugal deverá receber as primeiras unidades dois meses mais tarde.

No futuro, o interior do seu carro pode ser feito de arroz ou casca de ovo

A Callum, empresa britânica de design e engenharia, desenvolveu um estudo sobre materiais sustentáveis para interiores de automóveis, no qual identifica elementos como cascas de ovos, arroz e polpa de café, entre outros, como materiais viáveis para construir o interior de um carro em 2030.

A Callum foi fundada em 2019 por Ian Callum, designer escocês que trabalhou em marcas como Ford, Aston Martin e Jaguar, e que liderou este estudo com a diretora de materiais e sustentabilidade da empresa, Charlotte Jones.

A equipa da Callum utilizou o interior de um Porsche 911 como base para a investigação, com o objetivo de identificar novas opções sustentáveis que possam ser utilizadas pelos clientes da empresa, no futuro.

Entre as soluções identificadas, destaque para alguns resíduos alimentares que servem de base a materiais capazes de cumprir as especificações de temperatura e desgaste. Cascas de ovo misturadas com resina, por exemplo, permitem criar um material liso e opaco, que pode apresentar uma superfície brilhante ou mate, e ser utilizado como guarnição dos interruptores das janelas. Se forem adicionadas cascas de nozes às cascas de ovos, o conteúdo reciclado do material aumenta de 78% para 84%.

Arroz e lentilhas podem ser transformados num material translúcido liso, ideal para coberturas de lâmpadas ou interruptores iluminados. A polpa de café pode ser utilizada para acabamentos decorativos brilhantes em substituição dos plásticos tradicionais; e as folhas das árvores podem ser recicladas para criar superfícies escuras e lisas, oferecendo um acabamento natural alternativo aos folheados de madeira presentes nas consolas centrais e painéis de vários modelos.

Para demonstrar que materiais sustentáveis podem também dar origem a cores vivas, a Callum identificou que a cenoura roxa pode produzir uma cor semelhante à amora para acabamento de peças.

Também os resíduos têxteis têm potencial para dar origem a materiais interessantes para o interior dos automóveis. “Em todo o mundo, consumimos cerca de 62 milhões de toneladas de têxteis por ano e cerca de 87% da totalidade das fibras usadas para roupas acaba num aterro ou é incinerada”, explica Charlotte Jones. “Empresas como a Planq pegam em jeans, rasgam-nos e pressionam-nos com amido de batata ou milho para criar um verniz rígido que pode ser usado para estruturas de assentos ou painéis”.

Os revestimentos dos assentos do Porsche 911 modificado pela Callum utilizam Camira, um tecido feito a partir de resíduos plásticos marinhos, e revestimentos com Féline FeltEach, um material macio obtido a partir de garrafas PET. Os dois materiais não acarretam penalizações em termos de peso e podem ser novamente reciclados, se necessário. Para os tapetes, Jones propõe Econyl, um material que usa tapetes de nylon ou redes de pesca recicladas para criar um novo tecido resistente.

Para este estudo , a Callum selecionou materiais que respondem ou têm potencial para responder aos requisitos da indústria automóvel e serem viáveis para produção até 2030. O próximo passo passa por testar os materiais em futuros trabalhos da empresa, à semelhança do tecido de cânhamo e linho que pode ser encontrado no seu mais recente projeto, a scooter elétrica Barq.

Mercedes-Maybach lança o seu primeiro híbrido plug-in

A Maybach, a submarca ‘ultraluxuosa’ da Mercedes-Benz, iniciou o seu percurso de eletrificação com o lançamento do seu primeiro automóvel híbrido plug-in, o Mercedes-Maybach S 580.

Como seria de esperar, o Maybach S 580 partilha o bloco híbrido com o Mercedes-Benz S 580 e, combinando um motor de seis cilindros de 270 kW (370 cv) de potência e binário de 500 Nm, com um motor elétrico de 110 kW (150 cv) e 440 Nm, para uma potência combinada de 375 kW (510 cv) e binário de 750 Nm. Acelera dos 0 aos 100 km/h em 5,1 segundos e atinge uma velocidade máxima de 250 km/h.

Equipado com uma bateria de 28 kWh, o Maybach S 580 tem uma autonomia elétrica de 100 km (WLTP), podendo, neste modo, atingir uma velocidade máxima de 140 km/h.

O Maybach S 580 está equipado de série com um carregador de 11 kW para o carregamento trifásico a partir de uma tomada elétrica AC. Como opção, está também disponível um carregador DC de 60 kW para carregamento rápido, capaz de carregar totalmente a bateria (0-100%) em cerca de 30 minutos.

“Com o nosso primeiro modelo híbrido plug-in, estamos a combinar a habitual experiência de luxo da Maybach com a condução urbana sem emissões em modo elétrico”, comenta Daniel Lescow, diretor da Mercedes‑Maybach, projetando de seguida os próximos passos da marca na senda da eletrificação: “O Mercedes‑Maybach S 580 e representa um passo decisivo na transformação da nossa marca histórica para um futuro elétrico. Iremos apresentar o nosso modelo totalmente elétrico já em 2023”.

O Maybach S 580 e será lançado inicialmente na China, seguindo-se a Europa e a Tailândia, antes de avançar para outros países.

Galp e IKEA criam maior rede de carregamento privada em Portugal

A Galp e a IKEA uniram-se numa parceria para criar a maior rede de carregamento em espaços privados para veículos elétricos em Portugal. O acordo abrange a instalação de 278 pontos de carregamento da Galp nos parques de estacionamento de lojas IKEA em Alfragide, Loures, Loulé, Matosinhos e Braga, e nos centros comerciais Marshopping Matosinhos e Algarve. Todos estes pontos de carregamento estão já operacionais.

A estratégia desenvolvida no âmbito desta parceria inclui soluções de carregamento para os parques de clientes IKEA e nos centros comerciais MarShopping, bem como nos parques privados para colaboradores IKEA e nos parques privados para carrinhas de distribuição.

A infraestrutura de carregamento implementada dotou todos os espaços comerciais com carregadores de 7,4kW e 22kW, e 60kW DC, o que permite dar resposta a todos os perfis de consumidor e respetivas necessidades de carregamento.

“Com esta parceria entre a Galp e a IKEA juntamos duas marcas fortemente empenhadas na descarbonização da economia”, diz a COO da Galp Teresa Abecasis. “A Galp é líder de mercado na oferta de pontos de carregamento elétricos em Portugal, com cerca de 2 mil pontos já operacionais, e ambiciona chegar a 2025 com 10 mil pontos na Península Ibérica. Esta é a resposta que o mercado pede – face à tendência irreversível da eletrificação da mobilidade – e são parcerias como esta que honram o compromisso que assumimos no nosso propósito: queremos regenerar o futuro juntos”.

“Esta parceria com a Galp está alinhada com a visão da IKEA e com a nossa estratégia de sustentabilidade, em criar um dia a dia mais saudável e mais sustentável para a maioria das pessoas. Para nós, trata-se de equilibrar o crescimento económico com o impacto positivo no planeta e nas pessoas. Queremos continuar a trabalhar para inspirar hábitos mais sustentáveis no estilo de vida e no consumo, promovendo a transição para a mobilidade elétrica dos nossos colaboradores, clientes e parceiros.”, afirma Ana Barbosa, responsável de sustentabilidade da IKEA Portugal.

Até ao final do mês de fevereiro, a Galp disponibiliza uma oferta inicial que permite o carregamento nos parques de estacionamento IKEA com oferta da parcela OPC – que corresponde ao serviço de disponibilização do posto de carregamento –, com exceção da tarifa EGME.

Luís Simões junta mais dois ‘gigaliners’ à sua frota

A empresa de logística Luís Simões reforçou a sua frota com a aquisição de dois novos gigaliners para ligar os seus centros logísticos nas regiões de Porto e Lisboa durante as 24 horas do dia.

Ao permitirem transportar um maior volume de carga com menos recursos, os gigaliners reduzem o impacto ambiental das operações logísticas. A Luís Simões adquiriu as primeiras unidades em 2014, sendo pioneira na sua utilização na Península Ibérica. A empresa tem vindo a ampliar esta frota – conta atualmente com 17 unidades – e a generalizar a sua utilização, o que permitiu à empresa reduzir em 25% a emissão de gases poluentes por tonelada transportada.

Os dois novos veículos vão ligar os centros logísticos da Luís Simões nas duas maiores cidades do país e estão afetos ao serviço de distribuição de produtos alimentares e outras mercadorias. Espera-se que os novos veículos venham a percorrer mais de um milhão de quilómetros.

As unidades têm um comprimento total de 25.25 metros e são compostas por uma unidade de tração, um reboque de ligação e um semirreboque. A superfície de carga está organizada em duas alturas, o que permite otimizar o aproveitamento de todo o espaço. Para além disso, o reboque de ligação e o semirreboque de uma das unidades possuem sistema de temperatura controlada, garantindo a cadeia de frio durante o transporte. No total, cada uma destas viaturas tem capacidade para uma carga de 38 toneladas e 102 europaletes.

“Um gigaliner é uma opção logística interessante para muitos clientes e serviços. Primeiro, porque permite reduzir o número de viagens, ao ter uma capacidade de carga muito superior, aumentando também a eficiência da operação. Depois, porque os ajuda a cumprir os objetivos de sustentabilidade”, explica José Luís Lourenço, diretor de Distribuição da Luís Simões para Portugal.

Indústria automóvel em risco de esgotar ‘plafond’ de emissões em 2035

Os fabricantes de veículos elétricos Polestar e Rivian colaboraram com a empresa de consultoria de gestão Kearney num ‘Pathway Report’ que conclui que a indústria automóvel corre o risco de ultrapassar grandemente os objetivos de emissões necessários para limitar o aquecimento global a 1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais, de acordo com as recomendações do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) das Nações Unidas.

O relatório utiliza dados publicamente acessíveis para modelar a trajetória de emissões decorrentes da indústria automóvel até 2050. Assumindo que os veículos de passageiros continuarão a representar cerca de 15% das emissões globais de gases de efeitos de estufa (GEE), a indústria tem um limite máximo de cerca de 75 a 80 mil milhões de toneladas de CO2 que poderá emitir antes de ‘infringir’ as recomendações do IPCC.

O modelo aponta para que, na trajetória atual, este limite seja ultrapassado em 2035, com a indústria a falhar os objetivos de 2050 por larga margem. Mesmo nos cenários mais otimistas, que prevém uma eletrificação agressiva do parque automóvel e o recurso exclusivo a energia de fontes renováveis, os níveis de emissões nessa data serão superiores aos aceitáveis em cerca de 75%.

Os fabricantes automóveis têm, de acordo com o relatório, três vias fundamentais para atingir a redução das emissões. Além da substituição de automóveis a combustão por veículos elétricos, deverão aumentar a utilização de energia obtida a partir de fontes renováveis e reduzir as emissões nas cadeias de fornecimento e produção.

Apesar das perspetivas sombrias, o relatório sugere que a indústria automóvel ainda tem a possibilidade de conseguir atingir os objetivos do Acordo de Paris mas, para o conseguir, será necessário um esforço coletivo e global, por parte dos fabricantes, em paralelo nas três vertentes.

Em primeiro lugar, a indústria deve acelerar a transição para veículos elétricos investindo em capacidades de produção, bem como definir uma data para o fim da comercialização de automóveis movidos a combustíveis fósseis, a nível global.

Em segundo lugar, construir uma sistema energético baseado em fontes renováveis, que permita que os automóveis elétricos alcancem todo o seu potencial de descarbonização através de carregamentos ‘verdes’.

Finalmente, descarbonizar as cadeias de fornecimento e de produção destes veículos, optando por materiais de baixo teor em carbono e investindo em soluções de energia renovável.

Fredrika Klarén, diretora de sustentabilidade da Polestar, afirma que “as empresas de automóveis podem estar em caminhos diferentes quando se trata de marca, design e estratégias de negócio, e algumas nem admitem que o caminho para o futuro é elétrico. Eu acredito que sim, e que a crise climática é uma responsabilidade partilhada, e devemos olhar além das emissões de escape. Este relatório deixa clara a importância de agir agora e em conjunto. Há um custo claro para a inação, mas também há uma oportunidade financeira para os inovadores que encontrem novas respostas para os desafios que enfrentamos”.

A sua homóloga na Rivian, Anisa Costa, acrescenta por sua vez: “As conclusões do relatório são preocupantes. A nossa esperança é que este relatório estabeleça as bases para que a indústria automóvel colabore na promoção do progresso, no ritmo e na escala que precisamos – e que, idealmente, inspire outras indústrias a fazerem o mesmo”.

O relatório de Kearney foi partilhado com alguns dos principais fabricantes de automóveis do mundo, juntamente com um convite para uma mesa redonda, realizada no final de janeiro, para discutir propostas de ação coletiva. De acordo com a Polestar e a Rivian, o objetivo passa por encontrar um caminho para uma ação climática coletiva, relevante e sem precedentes na indústria automóvel.