fbpx

Green Future-AutoMagazine

O novo portal que leva até si artigos de opinião, crónicas, novidades e estreias do mundo da mobilidade sustentável

As bicicletas no futuro da mobilidade

As bicicletas no futuro da mobilidade - Opinião de Pedro Gil de Vasconcelos

Opinião de Pedro Gil de Vasconcelos

Recentemente estive a preparar um artigo para uma publicação internacional ligada à bicicleta. Falei com alguns empresários sobre a visão que têm do presente, mas sobretudo sobre o futuro das bicicletas.

É sabido que o sector português das duas rodas está em crescendo. Apesar da paragem que aconteceu em 2020, tudo indica, não só recuperou, como cresceu, no fundo espelhando a tendência que mantém desde o início deste século.

É verdade, há vinte anos que cresce e se assim é, deve-se em grande parte ao trabalho que a associação empresarial do setor, a ABIMOTA, desenvolve com o programa de internacionalização, ‘Portugal Bike Value’, a ser igualmente um factor-chave para este momento.

Passaram-se duas décadas de sucesso, mas como se prevê que sejam os próximos tempos?

A opinião generalizada é de que cada vez mais teremos que depender apenas de nós em termos de produção. Há ainda forte dependência de componentes oriundos do exterior e, por isso, quanto menor for a dependência, mais competitivo será o sector português. Aumenta a capacidade de produção e de entrega, na razão inversa da diminuição da pegada ecológica de cada produto.

Num plano de visão de futuro, há cada vez mais a impressão de que a bicicleta irá evoluir e juntamente com esta, todo um ecossistema de mobilidade.

Irão surgir bicicletas construídas de forma robusta, assistidas eletricamente e capazes de nos proteger contra as intempéries e até contra ameaças provenientes de outros veículos e peões.

Teremos ciclovias diversas com pistas diferentes, de acordo com a velocidade das bicicletas e perigos iminentes associados. Teremos veículos inteligentes a protegerem os seus utilizadores.

Haverá parques especiais que permitirão as recargas automáticas das bicicletas, diretamente a partir do piso, sem necessidade de ligações ou fichas.

Para além do uso pessoal, cada vez mais as empresas recorrerão à bicicleta como um recurso, quase como existem hoje as frotas de carros. Empresas de distribuição e empresas de transporte recorrerão à bicicleta como um recurso essencial para fazer chegar os seus produtos de forma imediata aos seus clientes.

Nas cidades, existirá ainda uma simbiose perfeita entre a bicicleta e os meios de transporte públicos, que estarão totalmente preparados para possibilitar aos usuários percorrer grandes distâncias, trazendo assim o commuting para o seu expoente máximo.

O uso da bicicleta será generalizado, e certamente que todas as pessoas, independentemente da sua situação económica ou idade, poderão utilizar a bicicleta nas suas rotinas. Caminhamos no sentido da democratização do uso, e da cultura da bicicleta, completamente distinta daquela que temos hoje, principalmente nos países do sul da Europa.

Segundo uma visão futurista, mas também realista, esta vai ser a realidade banal das nossas cidades num espaço de tempo relativamente curto.

Por fim, quero agradecer a Vital Almeida, CEO da Ciclofapril e a Pedro Araújo, CEO do grupo Polisport, pela colaboração prestada na elaboração deste texto.

Este texto, por opção do autor, não foi escrito de acordo com as regras do novo A.O.

Show More