Apesar de representarem ainda uma pequena fração dos veículos em circulação, a venda de automóveis alimentados por bateria tem crescido significativamente, prevendo-se que o seu número aumente cerca de 30 vezes até ao final da próxima década.
Com os fabricantes a disponibilizarem um número cada vez maior de opções eletrificadas, e com os VE a começarem a aparecer com mais frequência no mercado dos usados, é importante que os consumidores tenham alguns aspetos em consideração, antes de avançarem para a compra de um automóvel elétrico.
1. Autonomia
Esta é, porventura, a questão mais importante na escolha do automóvel. Existe, no mercado, uma grande variação a nível de autonomia, com alguns modelos a não excederem 200 km, e outros a superarem os 600 km. Antes da compra, o consumidor deve questionar-se sobre o tipo de utilização que pretende dar ao veículo e o perfil dos trajetos a efetuar.
É importante que a autonomia do veículo exceda, por alguma margem, a autonomia tida como necessária. Em primeiro lugar, as autonomias divulgadas pelos fabricantes são apenas estimativas: na prática, existem inúmeros fatores que influenciam o consumo de energia: tipo de estrada e de percurso, número de passageiros e carga, condições climatéricas, etc. Por outro lado, as necessidades de utilização podem alterar-se profundamente durante o tempo de vida do veículo – por exemplo, uma mudança de emprego ou a mudança dos filhos para uma nova escola.
2. Preço, custos de utilização e incentivos
Além do preço do automóvel, é importante incluir nos cálculos todas as outras despesas associadas: custo de energia, manutenção, impostos e taxas, tarifas de estacionamento, etc.
Existem também um conjunto de incentivos, sobretudo de natureza fiscal, que influenciam o preço de compra e o custo de utilização do automóvel, que devem também ser considerados.
3. Espaço para passageiros e carga
Novamente, o tipo de utilização a que se destina o VE deve ser tido em consideração. As necessidades de um utilizador solteiro são marcadamente diferentes das necessidades de uma família ou de uma empresa.
Por exemplo, um automóvel que transporte passageiros com frequência deve ter espaço no habitáculo para os alojar confortavelmente, e fácil acesso aos lugares traseiros. Da mesma forma, um veículo em que seja necessário transportar bagagens ou outros volumes deve ter suficiente capacidade de bagageira para este fim.
4. Condução
A condução de um automóvel elétrico é bastante diferente da condução de um carro com motor de combustão interna. O binário imediato, a ausência de passagens de caixa, o ruído reduzido ou a travagem regenerativa são aspetos que exigem adaptação por parte do condutor, e podem até ser muito diferentes entre dois veículos elétricos distintos.
Um test-drive prévio é altamente aconselhável, para o condutor se familiarizar com o automóvel e com os seus sistemas e modos de condução, aferindo assim, antes da compra, se se sentirá confortável e seguro a conduzi-lo.
5. Opções de carregamento
Finalmente, as possibilidades de carregamento são outro aspeto que é conveniente tomar em consideração antes de avançar para a compra de um VE. Apesar de a instalação elétrica comum ser perfeitamente adequada para carregar a bateria de um automóvel, o tempo de carregamento total pode estender-se por 24 horas.
É portanto fundamental verificar previamente quais as opções para a instalação de maior capacidade de carregamento, e os tipos de tarifa elétrica associados. Simultaneamente, a disponibilidade de pontos de carregamento deve também ser considerada, tendo em conta que nenhuma opção é mais económica do que o carregamento doméstico, sobretudo durante o período noturno.