Retirar o máximo de rendimento de cada quilowatt pode significar, a longo prazo, uma poupança significativa de tempo e dinheiro, e um menor consumo energético, a todos os níveis benéfico.
Algumas das estratégias para maximizar a eficiência energética de um carro elétrico são similares às já praticadas nos automóveis de combustão interna, mas existem desafios que são específicos dos VE.
Cada modelo tem a sua forma ótima de atingir os respetivos limites de autonomia, em função das respetivas características, mas é possível definir algumas estratégias que aumentam grandemente o número de quilómetros efetuados entre carregamentos.
1. Conhecer o automóvel e os modos de condução
Os automóveis elétricos têm, quase sem exceção, modos de condução que podem ser selecionados de acordo com as necessidades do condutor e o perfil da viagem: enquanto uns sacrificam a autonomia para um melhor desempenho, outros limitam a aceleração ou aumentam a eficiência da travagem regenerativa para maximizar a distância percorrida por quilowatt.
Utilizar o modos de condução mais económicos sempre que possível pode ter um grande impacto no número de quilómetros efetuados por carregamnto.
2. Preservar a bateria
Minimizar o processo natural de degradação da bateria permite que esta mantenha a sua capacidade de armazenamento de energia durante mais tempo, com impactos óbvios na autonomia do veículo.
3. Suavidade nas acelerações
Tal como nos carros com motor de combustão, a aceleração gradual até à velocidade desejada é mais eficiente do que pisar o acelerador ‘a fundo’, tanto no ‘pára-arranca’ citadino como em autoestrada.
Apressados, temos tendência para conduzir de forma menos eficiente (apesar de a agressividade nos poupar muito menos tempo do que aquilo que julgamos). Otimizar os horários de utilização do automóvel e antecipar as horas de partida em 5 ou 10 minutos pode ter um efeito considerável na forma como utilizamos o pé direito, e consequentemente na energia utilizada no percurso.
4. Antecipar para aproveitar a inércia
Os veículos elétricos têm sistemas regenerativos que recarregam a bateria em cada travagem, mas existem limitações na quantidade de energia que conseguem reaproveitar em travagens fortes.
Em ambiente urbano ou condições de tráfego intenso, a antecipação das necessidades de aceleração e travagem, evitando comportamentos bruscos, pode significar poupanças consideráveis ao nível de energia dispendida.
5. Cruise control
Em troços planos, o pé direito do condutor é sempre menos eficiente do que os sistemas de cruise control, que aplicam o nível de aceleração estritamente necessário para manter a velocidade, sem desperdício de energia. É aconselhável utilizar esta função sempre que possível, desligando-a contudo em subidas e descidas muito inclinadas (aqui, a inércia é a melhor aliada; ver ponto 4.)
6. Controlar a temperatura
Os VE estão equipados com sistemas remotos de controlo de temperatura que permitem regular o ambiente do habitáculo antes de iniciar a viagem, quando o automóvel está ainda em carregamento, permitindo evitar que a energia armazenada na bateria seja desperdiçada nos sistemas de aquecimento ou ar condicionado.
Os horários das viagens podem também ser otimizado em função das condições climatéricas, uma vez que a eficiência das baterias de lítio está relacionada com as temperaturas de operação. Por exemplo, optar por viajar ao início da manhã ou fim da tarde, no Verão, ou próximo do meio-dia, durante o Inverno, permite ‘espremer’ mais alguns quilómetros de autonomia.
7. Planear os trajetos
Os percursos mais rápidos ou mais curtos nem sempre são os mais eficientes, e num carro elétrico, que tem as suas condições ótimas de operação a velocidades constantes e relativamente baixas, este facto é ainda mais evidente.
Planear antecipadamente o trajeto até ao destino, evitando, por exemplo, troços com elevada inclinação ou áreas com grande intensidade de tráfego, pode aumentar significativamente o número de quilómetros efetuados com cada carregamento.
8. Manutenção
Manter o automóvel em boas condições é condição fundamental para manter a sua eficiência e alargar a sua autonomia.
9. Evitar o peso morto
Todos os veículos perdem eficiência quando o seu peso aumenta. Reduzir ao máximo o peso morto do veículo, evitando transportar tudo aquilo que não é necessário, traz alguns benefícios em termos de autonomia.
10. Confiar nas possibilidades da bateria
Os condutores de VE tendem a ser excessivamente cautelosos na gestão de cargas, o que acaba por conduzir a algumas perdas de eficiência. Aprender a utilizar as estimativas de autonomia dos automóveis, aliando-a a um bom planeamento dos trajetos e ao conhecimento dos percursos, confere confiança aos condutores, traduzindo-se numa utilização mais eficiente, evitando, por exemplo, o desperdício de tempo e dinheiro em carregamentos desnecessários.