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Green Future-AutoMagazine

O novo portal que leva até si artigos de opinião, crónicas, novidades e estreias do mundo da mobilidade sustentável

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CATL lança serviço de troca de baterias para carros elétricos

A CATL (Contemporary Amperex Technology Co Ltd), fabricante chinês de baterias, lançou um serviço de troca de baterias para veículos elétricos chamado EVOGO, que, segundo a empresa, permitirá aos condutores substituírem as baterias dos seus carros em apenas um minuto.

O diretor da CATL, Chen Weifeng, explicou que serão instaladas estações de troca de baterias em dez cidades da China, que permitirão aos condutores a troca de blocos sem carga por baterias recém-carregadas. Os utilizadores poderão ter acesso ao serviço através de uma aplicação.

O primeiro veículo a ser compatível com este serviço é o Bestune NAT, do fabricante chinês FAW Group, mas seguir-se-ão mais modelos. 

Na perspetiva de Chen e da CATL, a bateria deve ser um produto partilhado e não de consumo para uso pessoal e acrescentou que o EVOGO tem como objetivo neutralizar o “desafio da ansiedade de autonomia, inconveniência de carregamento e altos custos de compra” para os proprietários.

O lançamento deste sistema surge numa altura em que as empresas do setor automóvel competem para reduzir custos e a ‘ansiedade da autonomia’, enquanto tentam aumentar a atratividade dos produtos, especialmente na China.

O fabricante chinês de veículos elétricos NIO já construiu uma rede de 700 estações de troca de baterias em toda a China, o que permite aos proprietários de automóveis da marca fazerem a troca para uma bateria totalmente carregada em três minutos.

Em setembro, a Geely havia também anunciado os seus planos para criar uma rede global de 5.000 estações de troca de baterias para veículos elétricos até 2025. 

Fora da China, a Honda Motor fez uma parceria com a Yamaha Motor e com a fabricante de scooters Piaggio para desenvolver baterias amovíveis para veículos elétricos. A startup Ample, de Sillicon Valley, também se uniu à Uber para oferecer serviços de troca de baterias para os condutores da empresa na Califórnia.

Hidrogénio no Dakar em 2023

O hidrogénio deu mais um passo no mundo do automobilismo de elite com o lançamento do primeiro veículo movido por este combustível limpo desenvolvido para competir no Rally Dakar.

Tanto os carros como os camiões que competem no famoso evento desportivo serão obrigados a usar combustíveis alternativos a partir de 2024. As motas, quadriciclos e automóveis ligeiros deverão fazê-lo a partir de 2030, mas há uma equipa que quer estrear um carro a pilha de hidrogénio já na edição de 2023.

O veterano do Rally Dakar, Guerlain Chicherit, assumirá os comandos do carro inscrito pela GCK Motorsport, desenvolvido em colaboração com a empresa alemã de engenharia FEV, que participará em etapas selecionadas do Dakar 2023. Os testes em “condições reais de cross-country” começarão no segundo semestre de 2022.

O carro pesa 2.300 kg e transporta 30 kg de hidrogénio em 4 tanques certificados, permitindo-lhe correr uma etapa de rali de 250 km. O motor elétrico produzirá uma potência máxima de 400 cv, de acordo com os regulamentos da FIA, e o veículo terá uma velocidade máxima de 180 km/h.

A Green Corp Konnection (GCK) foi fundada por Chicherit e pelo industrial Eric Boudot em 2020. Integra três divisões: Tecnologia e Indústria, Energia e Automobilismo.

Boudot, CEO da Green Corp Konnection e GCK Motorsport mostra-se orgulhoso “por apresentar o primeiro carro de competição cross-country a hidrogénio com uma pilha de combustível integrada”. “Para a Green Corp Konnection, o Motorsport representa um laboratório de inovação único para desenvolver soluções tecnológicas que poderemos oferecer aos clientes através das nossas atividades industriais”, concluiu.

“Creio que se a ASO não introduzisse estes novos regulamentos, o desporto estaria em risco no futuro, porque os fabricantes não querem apoiar programas de automobilismo que não sejam orientados para o ‘verde'”, disse Chicherit, que já participou em 11 edições do Dakar, onde conquistou três etapas (2006, 2010 e 2013) e obteve o melhor resultado em 2010, quando terminou em 5º lugar.

Este ano, Chicherit participou na prova com um carro movido a biocombustível, “o primeiro passo, a tecnologia intermediária”, antes do hidrogénio assumir o comando, “daqui a dois ou três anos”, disse ainda o piloto francês.

A entrada do hidrogénio no Rally Dakar sucede ao lançamento em 2021 da competição Extreme E, com os SUV elétricos off-road Spark Odyssey 21, reabastecidos através de geradores elétricos a hidrogénio desenvolvidos pela empresa britânica AFC Energy.

Em dezembro de 2021, a Fórmula E, competição da FIA para monolugares totalmente elétricos, anunciou que está a considerar uma mudança para pilhas de combustível de hidrogénio para seus carros de quarta geração, a partir de 2027. A Liga HYRAZE, uma competição exclusiva para carros a hidrogénio, deverá ser lançada em 2023.

Vendas de veículos elétricos na Europa superam diesel pela primeira vez

Os europeus compraram mais automóveis elétricos do que automóveis a diesel em dezembro, uma imagem clara do declínio do diesel, outrora a opção mais popular na Europa, e da crescente popularidade dos elétricos a bateria.

De acordo com o analista Matthias Schmidt, mais de 20% dos carros novos vendidos na Europa e no Reino Unido em dezembro são movidos exclusivamente a eletricidade. As vendas de veículos a diesel, que em 2015 representavam mais da metade dos carros novos na União Europeia, caíram abaixo de 19%.

Estes números ilustram a popularidade que os veículos elétricos estão a ganhar, rapidamente, com as vendas de elétricos a bateria (BEV) a dispararem na Europa, nos Estados Unidos e na China, no ano passado, enquanto as vendas de veículos convencionais estagnaram. Entre as razões apontadas para esta diferença encontram-se os incentivos governamentais que tornaram os veículos elétricos mais acessíveis, o crescimento da variedade de carros elétricos e a consciência do custo ambiental dos veículos movidos a motores de combustão interna por parte dos consumidores. 

O aumento de vendas de veículos elétricos acentua-se ainda mais com a atual crise que o setor automóvel enfrenta, com uma queda superior a 20% nas vendas de veículos novos na União Europeia, em novembro. 

A Tesla foi a marca de veículos elétricos mais vendida em 2021, seguida pela Volkswagen. De acordo com o New York Times, a empresa americana conseguirá expandir ainda mais a sua liderança quando abrir a fábrica na Alemanha para, desta forma, ser mais eficiente no mercado europeu que, para já, importa os seus veículos da China.

Se durante muito tempo, o diesel foi o combustível mais popular na Europa devido às políticas fiscais que o tornavam menos caro do que a gasolina (mas mais poluente), desde 2015 iniciou uma fase de declínio, após a Volkswagen admitir que havia vendido milhões de carros a diesel equipados com software que produzia emissões artificialmente baixas durante os testes oficiais. O software ilegal fez os veículos parecerem muito mais limpos do que realmente eram. 

O escândalo chamou a atenção para a poluição causada pelos carros a diesel, responsáveis ​​por dezenas de milhares de mortes prematuras. Cidades como Hamburgo e Berlim já proibiram carros a diesel em algumas áreas e a União Europeia reforçou as suas regras sobre poluição automóvel. Os fabricantes devem pagar multas substanciais se não reduzirem as emissões de dióxido de carbono aos níveis prescritos.

Os regulamentos incentivaram, assim, os fabricantes a desenvolverem veículos elétricos, que não produzam emissões na sua utilização. Os veículos a gasolina ainda são mais populares, representando 40% dos carros novos, mas também se encontram numa tendência de declínio a longo prazo.

BP: carregamentos rápidos quase tão lucrativos como venda de gasolina

A BP afirmou que o carregamento rápido de veículos elétricos está na iminência de se tornar mais rentável do que o abastecimento de automóveis com gasolina.

A transposição deste limiar marcará um momento significativo para a BP, que pretende abandonar o petróleo e expandir a suas operações nos mercados de energia e no ecossistema dos veículos elétricos (EV).

O carregamento de veículos elétricos foi, durante anos, um negócio deficitário, no seu conjunto, tanto para a BP como para os seus concorrentes, uma vez que têm sido necessários grandes investimentos na expansão das redes. Não é expectável que o negócio seja rentável antes de 2025, mas em termos de margens, os pontos de carregamento rápido da BP estão a aproximar-se dos níveis do abastecimento de gasolina.

“Se pensarmos num depósito de combustível versus um carregamento rápido, estamos a aproximar-nos de um ponto em que os fundamentos comerciais do carregamento rápido são melhores do que os do combustível”, declarou à Reuters a diretora de Clientes e Produtos da BP, Emma Delaney, acrescentando que a forte e crescente procura por carregadores rápidos de baterias na Grã-Bretanha e na Europa já aproximou as margens de lucro deste negócio àquelas do tradicional abastecimento a gasolina.

Emma Delaney não revelou contudo dados concretos sobre os resultados financeiros associados ao carregamento de veículos elétricos, nem ofereceu uma previsão de quando os lucros deste negócio ultrapassarão os da comercialização de combustíveis tradicionais. Em 2020, a BP declarou uma margem bruta de 3,5 mil milhões de dólares (cerca de 3,1 mil milhões de euros) no retalho de combustíveis. A sua divisão de Clientes e Produtos – responsável pelo negócio de carregamento de elétricos – atingiu lucros de 2,6 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros) nos primeiros nove meses de 2021, cerca de 17% dos lucros totais da empresa.

A BP revelou também que a venda de eletricidade para carregamento de veículos cresceu 45% no terceiro trimestre de 2021, relativamente ao trimestre anterior. A empresa pretende expandir o negócio para 70.000 pontos de carregamento até 2030, a partir dos atuais 11.000.

“Em geral, vemos uma grande oportunidade no carregamento rápido para os consumidores e para as empresas, assim como nos serviços de frotas; é aqui que vemos o crescimento e vemos as margens”, afirmou Delaney. “Tomámos a decisão de ir realmente atrás do carregamento rápido, em movimento, em vez do carregamento lento no poste de eletricidade, por exemplo”, concluiu.

O esforço para expandir a rede de pontos de carregamento tem também o objetivo de manter um forte fluxo de clientes para as estações de serviço da BP e nas lojas de conveniência adjacentes.

Arrancam os Opel Electric Days

A Opel inicia 2022 com uma aposta numa ação informativa sobre viaturas elétricas, nomeadamente ao nível da autonomia, dos carregamentos rápidos, da garantia da bateria e dos benefícios fiscais, bem como um incentivo à aquisição de viaturas da gama eletrificada através de ofertas específicas dirigidas, a clientes particulares e clientes empresariais. A campanha especial, denominada ‘Electric Days’, está direcionada à gama Opel de modelos 100% elétricos e híbridos plug-in.

Até ao final do mês de janeiro, a marca alemã e a sua rede de voncessionários oferecem condições especiais para clientes particulares, como o apoio à retoma com financiamento até 5.250€. Os clientes empresariais, por seu lado, têm à disposição uma renda Free2MoveLease a partir de 254€ por mês.

Durante os ‘Electric Days’, quer para clientes particulares, quer para clientes empresariais, na aquisição de um modelo de passageiros, elétrico ou híbrido plug-in, a Opel oferece uma wall box de 7,4 kW e um cartão de Mobilidade Elétrica EDP pré-carregado com 150 kW – permitindo percorrer até 1000 km sem custos de energia – para carregamento na rede pública.

A atual gama Opel com motorização 100% elétrica inclui os modelos Corsa-e e Mokka-e, que viram recentemente as suas autonomias aumentarem para 359 e 338 quilómetros, respetivamente (ciclo WLTP). A restante gama de produtos com motorização 100% elétrica de transporte de passageiros da Opel é constituída atualmente pelo Opel Combo-e Life (7 lugares) e pelo Opel Zafira-e Life (monovolume de passageiros até nove lugares).

Na gama de comerciais ligeiros, a marca disponibiliza o Opel Combo-e, Opel Vívaro-e e o novo Opel Movano-e.

A gama dos híbridos plug-in é constituída pelo Opel Grandland que assegura uma autonomia superior a 50 quilómetros em modo elétrico, e também está já disponível para encomenda a nova geração Astra, que graças à bateria de 12,4 kWh, consegue percorrer cerca de 60 quilómetros em modo exclusivamente elétrico.

Em 2022, o fabricante alemão de automóveis continuará a sua ofensiva de eletrificação, para que o seu portfólio de modelos seja totalmente eletrificado até 2024, preparando-se o caminho para  que, em 2028, a Opel ofereça apenas veículos elétricos na Europa.

Galp agrega soluções de geração de energia para autoconsumo na marca Galp Solar

A Galp concentra sob a marca Galp Solar, a partir de hoje, a oferta de soluções energéticas para a geração de energia fotovoltaica para autoconsumo da sua subsidiária ei energia independente.

De acordo com a Galp, este é um “movimento natural” que resulta do sucesso da ei que, em pouco mais de um ano, conquistou mais de 4000 clientes empresariais e domésticos em Portugal e Espanha. Ainda segundo a energética nacional, os clientes passam assim a beneficiar de um acesso mais simples e direto a todo o leque de serviços da empresa.

ei lançou uma oferta integrada de gestão de sistemas fotovoltaicos para a produção de energia solar que, além da instalação dos painéis, incluiu a monitorização e otimização dos consumos e das poupanças ao longo do tempo. Os projetos já implementados, as instalações em curso e ofertas futuras continuarão a funcionar como até agora, mas de forma mais aberta ao futuro.

Atualmente, a otimização dos consumos energéticos agrega serviços como os sistemas de armazenamento de energia elétrica através de baterias, o carregamento de automóveis elétricos e outras soluções inovadoras que se tornarão incontornáveis nos próximos anos, pela flexibilidade que oferecem e pelas poupanças que permitem obter.

“O relacionamento que temos com a energia, enquanto empresas ou consumidores particulares, está a mudar a uma velocidade admirável,” afirma Teresa Abecasis, administradora executiva e COO Comercial da Galp. “Através da Galp Solar, ganhamos a agilidade e a simplicidade para desenvolvermos serviços mais flexíveis, integrados e inovadores a caminho de um mundo mais próspero e mais limpo, que progride e avança na direção certa”, acrescenta.

A Galp afirma que a energia de origem fotovoltaica é cada vez mais acessível e competitiva, permitindo poupanças de até 40% no setor residencial e de 30% no empresarial, e proporcionando uma vantagem competitiva essencial no atual contexto de crise global dos preços de energia.

“Unir forças com a Galp é uma enorme oportunidade para explorarmos sinergias que nos permitam construir uma economia mais descarbonizada e para oferecermos soluções cada vez mais completas, inovadoras e competitivas aos nossos clientes”, afirma Ignacio Madrid, CEO da Galp Solar.

Os sistemas fotovoltaicos instalados agora integrados na Galp Solar representam uma potência instalada superior a 11 MW que, ao longo do seu prazo expectável de vida, permitirão uma redução estimada de 98 mil toneladas de CO2e.

A Galp é atualmente o terceiro principal produtor de energia fotovoltaica da Península Ibérica, com uma capacidade instalada em operação superior a 1 GW, numa carteira total de 4,7 GW que inclui projetos em desenvolvimento em Espanha, Portugal e Brasil. A empresa ambiciona atingir 4 GW em operação até 2025 e 12 GW até 2030.

Siemens revela necessidades das infraestruturas no pós-pandemia e no combate às alterações climáticas

Um estudo da Siemens, intitulado A New Space Race, destacou a necessidade cada vez mais premente de as infraestruturas globais mudarem o seu foco para a adaptabilidade, resiliência e descarbonização.

Com base em entrevistas realizadas a 500 gestores sénior de diversas áreas relacionadas com infraestruturas, em 10 países distintos, o relatório salienta como as prioridades mudaram com a pandemia de COVID-19. Entre as conclusões, destacam-se o foco crescente do papel das infraestruturas na promoção de uma transição energética digitalizada, na redução das emissões de carbono, na facilitação de modelos de trabalho futuros, bem como no seu potencial para desempenhar um papel mais ativo na saúde e no bem-estar das pessoas.

“Os stakeholders na área das infraestruturas estão a começar a atuar com real urgência, porque reconhecem a necessidade de acelerar o processo de descarbonização, procurando maior resiliência e adaptabilidade, ao mesmo tempo que se mantêm competitivos”, afirmou Matthias Rebellius, CEO da Siemens Smart Infrastructure. “As grandes mudanças são desafiantes, mas as nossas metas mais ambiciosas são possíveis de alcançar, se aproveitarmos o poder dos dados e das novas tecnologias, se estivermos abertos a uma maior cooperação e se continuarmos a impulsionar a inovação”.

O relatório mostra um aumento significativo do número de organizações que define metas de baixo carbono ou de carbono neutro. A maioria dos entrevistados está otimista quanto a tais metas, com 94% a preconizar que as suas organizações serão neutras em carbono até 2030.

67% dos stakeholders na área das infraestruturas energéticas são da opinião que, sem digitalização, a neutralidade carbónica não é possível e consideram que a previsão e automação impulsionadas pela inteligência artificial (IA) terão o maior impacto sobre os ativos, projetos e investimentos de infraestruturas nos próximos cinco anos.

Por outro lado, 63% pensam que a digitalização dos edifícios e das redes de energia está atrasada quando comparada com os níveis de digitalização alcançados noutras indústrias. Apenas 31% dos inquiridos afirmam fazer pleno uso dos dados de que dispõem, sendo que quase metade refere que ainda não chegou a esse ponto.

Além do impacto das infraestruturas no ambiente, o relatório assinala as novas necessidades e expetativas das pessoas em relação a edifícios, fábricas, instalações, escritórios, residências e infraestruturas circundantes, constatando que a adaptabilidade figura como o fator mais crítico na conceção de novos edifícios ou instalações, de modo a permitir que o propósito dos espaços possa ser redefinido para se adequar aos requisitos de quem os vai utilizar. Considerou-se que este critério era não só o mais importante, mas também o mais difícil de concretizar.

“No futuro, os edifícios serão muito mais digitais. Um gestor de infraestruturas será capaz de automatizar e controlar remotamente um maior número de funcionalidades, beneficiando também de uma rede de sensores melhor e mais ampla, cujos dados contribuirão para visualizações integradas e conjuntos de dados mais abrangentes. Isto possibilitará um controlo mais refinado e fornecerá conclusões que permitirão melhorar a capacidade de resposta e adaptação dos edifícios do futuro”, afirmou Matthias Rebellius.

O estudo identifica três dimensões ou ‘espaços’ interligados e sobrepostos, em que os stakeholders nas áreas das infraestruturas precisam de adaptar os seus ativos o mais rapidamente possível. A primeira dimensão – o espaço físico – assinala as novas necessidades e expetativas das pessoas em relação a edifícios, fábricas, instalações, escritórios, residências e infraestruturas circundantes. A segunda dimensão – o espaço digital – discute a evolução do suporte operacional dos espaços físicos, impulsionada por avanços em IA, automação, sistemas de energia, conetividade e previsões baseadas em dados.  A terceira dimensão – o espaço terrestre – debate o impacto dos espaços físico e digital no planeta como um todo, incluindo uma revolução dos sistemas de energia, a qual criará um legado sustentável para as gerações futuras. Em cada um desses espaços, o relatório A New Space Race explora os desafios e os perigos que os stakeholders terão de endereçar.

BYD e Nuro juntam forças para construir veículo de entregas autónomo

BYD anunciou uma parceria com a Nuro, uma empresa norte-americana de robótica, para começar a produzir o veículo elétrico autónomo de terceira geração da empresa.

Combinando a tecnologia de ambos os parceiros, o veículo autónomo de entregas da Nuro apresentará o dobro do volume de carga do atual modelo R2 e contará com inserções modulares para personalizar o armazenamento e novos compartimentos com temperatura controlada para manter as cargas quentes ou frias, de acordo com as necessidades. As melhorias na segurança incluem um airbag externo, para garantir a segurança dos peões fora do veículo, bem como um conjunto de sensores multimodais, incluindo câmaras, radares, Lidar e câmaras térmicas, para um campo de visão redundante de 360 ​​graus.

A Nuro foi fundada em 2016 por Jiajun Zhu e Dave Ferguson, antigos engenheiros de carros autónomos da Google. Especializada no desenvolvimento de veículos com zero ocupantes projetados especificamente para o transporte de mercadorias, a Nuro lançou duas gerações de veículos autónomos, introduzindo os seus veículos para serviços de entregas de parceiros líder, incluindo as cadeias Domino’s, Kroger e 7-Eleven. A empresa de robótica firmou ainda uma parceria de vários anos com a FedEx.

Jiajun Zhu, cofundador e CEO da Nuro, mostra-se entusiasmado por esta parceria com a BYD “para ajudar [a Nuro] a ficar mais perto das operações comerciais em escala” e continua: “Estamos ansiosos para transformar os componentes de hardware da plataforma de veículos elétricos de origem global da BYD em veículos autónomos inovadores, capazes de operar em vias públicas, nas nossas novas instalações aqui na América. [P]retendemos produzir veículos autónomos em escala que possam melhorar a segurança rodoviária, a qualidade do ar e o acesso geral a mercadorias”.

Neste projeto, a BYD está a trabalhar em conjunto com a Nuro no desenvolvimento de veículos e é responsável pelo fabrico de veículos e pelos testes iniciais, assim como pelo fornecimento de hardware como a sua Blade Battery, motores elétricos, funções eletrónicas e displays para interação homem-máquina. Por sua vez, a Nuro integra tecnologias como a condução autónoma, módulos de controlo e sensores.

A BYD terminará a montagem da plataforma de hardware na sua fábrica de Lancaster, no estado norte-americano da Pensilvânia, usando componentes de origem global. A Nuro concluirá então o processo de fabrico do veículo, instalando e testando os sistemas de autonomia que tornarão a plataforma capaz de operar nas novas instalações da empresa, no sul do estado do Nevada.

Este anúncio sucede uma ronda de financiamento levada a cabo pela BYD, no valor de 600 milhões de dólares (cerca de 520 milhões de euros), encerrada no quarto trimestre de 2021 e liderada pela Tiger Global Management, com participação de outros investidores.

Jeep Wrangler 4xe: o que muda em 2022

Lançado no verão passado, o novo Jeep Wrangler 4xe Plug-in Hybrid é, segundo a marca, o mais competente, potente, eficiente, ecológico, tecnicamente avançado e conectado Wrangler de sempre no mercado europeu e assinala um marco importante na história da marca e mais um passo para a eletrificação de toda a sua gama. 

Com a introdução do model year 2022, 100% da gama Wrangler é disponibilizada com um propulsor híbrido plug-in, mas apenas nos mercados europeus de condução à esquerda. Esta é uma base para o plano da marca de disponibilizar 70% de todos os veículos Jeep vendidos mundialmente, até 2025, com uma opção de motorização eletrificada.

O novo Wrangler 4xe está equipado com tecnologia e conectividade de vanguarda e também com os serviços conectados específicos UconnectTM para condução eletrificada e uma conectividade avançada. Estes incluem os serviços My Assistant, My Car, My Remote e My eCharge.

Para 2022, as novidades de produto incluem um para-brisas Gorilla Glass, novas cores exteriores (Cinzento Zynith e Amarelo High Velocity), que se juntam à paleta de cores do Wrangler. Todas as opções de cor estarão disponíveis em combinação com um tejadilho soft top ou, no caso do tejadilho hard top, em combinação com preto ou com a cor da carroçaria, dependendo do nível de equipamento.

O seu desempenho também foi melhorado: o Wrangler 4xe acelera de 0 a 100 km/h em 6,5 segundos e desiponibiliza 380 cv de potência máxima combinada e 637 Nm de binário. Além disso, pode circular com tração 4×4 em modo elétrico mais de 50 km (ciclo WLTP urbano).

A carga completa da bateria pode ser atingida em menos de 3 horas, carregando a 7,4 kWh, com opções de programação, e – cortesia da funcionalidade Max Regen – com a possibilidade de aumentar a carga da bateria durante as desacelerações.

O sistema de propulsão do Jeep Wrangler 4xe combina dois motores elétricos, um motor 2,0 litros com quatro cilindros e uma transmissão automática de oito velocidades para uma propulsão quase silenciosa e uma reforçada capacidade 4×4 para a condução fora de estrada.

Os modos E Selec permitem ao condutor adaptar a propulsão do Jeep Wrangler 4xe à viagem: Hybrid, Electric e eSave, que conserva a carga da bateria para utilização posterior. Segundo a marca, carregar o Jeep Wrangler 4xe é também uma operação fácil e intuitiva, cortesia de soluções específicas de carregamento público e doméstico, este último, com a easyWallbox, oferecendo uma carga completa em menos de 3 horas a 7,4 kWh, disponibilizada pela Free2Move e pela Mopar.

Este modelo atualizado estará disponível no 1º trimestre de 2022. 

Segunda vida para as baterias da Audi

A Audi e a RWE, empresa alemã que atua na distribuição de gás natural e na produção e distribuição de energia elétrica, estão a abrir, em conjunto, novos caminhos para impulsionar a revolução energética, reutilizando baterias de veículos elétricos em sistemas estacionários de armazenamento de energia. 

A RWE já deu início à instalação de armazenamento de energia em Herdecke, Alemanha, que utiliza baterias de ião lítio usadas provenientes de automóveis elétricos da Audi. Com o apoio de 60 sistemas de bateria, sistema de armazenamento está instalado na central hidroelétrica da RWE no lago Hengstey e poderá armazenar temporariamente cerca de 4,5 MWh de eletricidade.

As baterias usadas utilizadas no projeto são provenientes de veículos Audi e-tron. Após a sua primeira vida no carro, ainda têm uma capacidade residual de mais de 80%, tornando-as adequadas para uma ‘segunda vida’ em sistemas estacionários de armazenamento de energia. Dependendo do tipo de utilização, estas baterias ainda têm até mais dez anos de vida útil. Além disso, são significativamente mais baratas do que as novas células. desta forma, as emissões de carbono geradas durante a produção das baterias são distribuídas de forma sustentável ao longo de duas ‘vidas’ (uma no carro e outra para armazenamento estacionário de eletricidade).

Oliver Hoffmann, membro do Conselho de Desenvolvimento Técnico da Audi AG, afirma que a mobilidade neutra em carbono é o objetivo final da marca dos quatro anéis, mas as aspirações da empresa vão além desta meta, reforçando que a marca está a “avançar no desenvolvimento da mobilidade sustentável por meio de colaborações com parceiros do setor da energia. Esta parceria com a RWE visa demonstrar as possibilidades que existem para o uso amigável de recursos de baterias de alta voltagem de segunda vida e a sua integração inteligente na rede elétrica do futuro”. Hoffmann anuncia ainda que “já estamos com o pensamento no tempo após esta fase de utilização e a intensificar os nossos esforços para garantir que as baterias sejam recicladas de forma eficaz”.

Já Roger Miesen, CEO da RWE Generation SE, comentou: “O armazenamento em grande escala da bateria desempenha um papel essencial na revolução energética. São necessárias tecnologias de armazenamento flexíveis para compensar as flutuações de curto prazo nas energias renováveis e, ao mesmo tempo, para regularizar a rede. Os sistemas de armazenamento de bateria são ideais para esta finalidade”.

A RWE já construiu, na sua central hidroelétrica em Herdecke, um pavilhão de 160 m2 para albergar os 60 módulos de bateria, cada um com um peso aproximado de 700 quilos. A instalação dos sistemas de bateria dentro do pavilhão foi concluída em outubro, enquanto a operacionalidade de componentes individuais aconteceu a partir de novembro.

A RWE espera começar a comercializar a capacidade de armazenamento do seu sistema de armazenamento no início de 2022. Inicialmente para dar suporte à rede elétrica como parte da manutenção de frequência. Depois disso, a empresa planeia testar com flexibilidade outras opções de marketing.