A Califórnia aprovou uma decisão que exige que todos os camiões e carrinhas comerciais vendidas no estado em 2045 sejam veículos de emissões zero, com o objetivo de melhorar a qualidade do ar, reduzir as emissões de gases de efeito de estufa (GEE) e a dependência de combustíveis fósseis. Em 2035, a percentagem deverá ser já superior a 50%.
Esta deliberação é um marco histórico e uma vitória para as comunidades que sofrem com a poluição causada pelos transportes, nomeadamente os motores diesel dos camiões e carrinhas de entregas que sustentam a pujante economia do estado e o crescimento galopante do comércio eletrónico.
Retirar os motores diesel das estradas da Califórnia eliminaria 60 000 toneladas de óxidos de nitrogénio da atmosfera e reduziria as emissões de CO2 em 17 milhões de toneladas, com claros benefícios a nível ambiental e de saúde pública.
Além dos veículos comerciais, a legislação define ainda outras metas obrigatórias: todos os veículos que operam em portos e terminais ferroviários devem ser zero emissões em 2035, e cinco anos depois, o mesmo se aplica aos veículos envolvidos em operações ‘last-mile’.
A decisão do conselho que regulamenta os recursos atmosféricos da Califórnia está em linha com a posição de liderança que o estado assume na regulação ambiental. O seu programa pioneiro de promoção de veículos de passageiros com zero emissões, lançado nos anos 90, foi adotado por catorze outros estados norte-americanos. Em 2018, aprovou legislação ambiciosa, com vista a reduzir as emissões de GEE em 40% até 2030, obrigando as agências de transportes a adquirirem apenas autocarros 100% elétricos a partir de 2029.
Mais recentemente, em 2019, o estado opôs-se frontalmente à administração do presidente Trump, aprovando limites mais estritos para os consumos e emissões de automóveis e SUV, imediatamente após a decisão presidencial de reduzir as exigências colocadas aos fabricantes. Alguns fabricantes – Ford, Volkswagen, BMW e Honda – comprometeram-se entretanto com a norma estatal californiana.