O CEO da Tesla, Elon Musk, disse que as novas fábricas da empresa em Austin (EUA) e Berlim (Alemanha) estão “a perder milhares de milhões de dólares” devido à escassez de baterias e ao problemas na cadeia de fornecimento causados pela congestão nos portos da China.
Musk afirmou: “Tanto a fábrica de Berlim como a de Austin são fornalhas de dinheiro, neste momento (…). É realmente como um rugido gigante, que é o som do dinheiro a arder”, numa entrevista de 31 de maio, mas só agora publicada, ao Tesla Owners of Sillicon Valley, um clube oficialmente reconhecido pela marca norte-americana.
A fábrica da Tesla em Austin, no estado do Texas, produz uma “pequena” quantidade de automóveis, segundo Elon Musk, devido aos desafios para impulsionar a produção das baterias 4680 – as novas baterias da marca, com uma nova química, com maior capacidade e autonomia – e também porque as ferramentas para fabricar as convencionais baterias 2170 estão “bloqueadas num porto na China”. “Tudo isto se resolverá muito rapidamente, mas exige muita atenção”, acrescentou.
A fábrica de Berlim está numa “posição ligeiramente melhor” porque começou por usar as baterias 2170 tradicionais nos automóveis ali construídos.
Musk disse ainda que os encerramentos em Xangai, relacionados com a pandemia de COVID-19 “foram muito, muito difíceis”, afetando a produção da fábrica local e também da fábrica na Califórnia (EUA), que utiliza alguns componentes fabricados na China.
“Os últimos dois anos têm sido um autêntico pesadelo de interrupções na cadeia de fornecimento, uma coisa atrás da outra, e ainda não saímos disso”, concluiu.
No início deste mês, Elon Musk havia afirmado que tinha um “super mau pressentimento” sobre a economia global e que a Tesla teria de reduzir a sua força laboral em cerca de 10% e suspender novas contratações.
Ainda na mesma entrevista ao Tesla Owners of Sillicon Valley, Musk afirmou que o design da pick-up da marca, a Cybertruck, está finalmente fechado. O início da produção está agora previsto para meados de 2023.