A start-up suiça Climeworks AG iniciou a construção da maior instalação de captura direta de carbono do mundo, na Islândia. Quanto estiver operacional, no período de 18 a 24 meses, será capaz de remover anulamente 36.000 toneladas de CO2 da atmosfera – 0,0001% das 36 mil milhões de toneladas emitidas pela Humanidade no mesmo período.
A instalação, denominada ‘Mammoth’ (Mamute), é o segundo projeto deste género levado a cabo pela Climeworks. A empresa suíça iniciou operações na instalação ‘Orca’, também na Islândia, no ano passado, um projeto com um capacidade de captura anual de 4.000 toneladas de dióxido de carbono.
A captura direta de carbono do ar é um conceito no qual o carbono é removido do ar por meio de processos químicos industriais. A nova instalação da Climeworks utilizará energia geotérmica para ‘sugar’ carbono da atmosfera e misturá-lo com água, que é depois injetada no solo basáltico. Formam-se carbonatos sólidos nos poros da do basalto, que permanecem assim estáveis por milhares de anos e, por isso, consideram-se permanentemente armazenados.
As rochas basálticas jovens são altamente fraturadas e porosas, de modo que a água carbonatada injetada escoa facilmente através dos espaços vazios no subsolo. Como é mais densa do que a água presente na formação geológica, tem tendência para afundar, num processo que difere dos métodos convencionais de captura e armazenamento de carbono, que dependem da rocha de cobertura para evitar a fuga de CO2 gasoso injetado em formações profundas.
Os planos da Climeworks prevêm o aumento gradual do projeto Mammoth através da implementação de unidades modulares de captura e armazenamento de carbono. A empresa pretende expandir a capacidade instalada entre 5 e 10 vezes a cada 2-3 anos, para atingir uma capacidade superior a uma megatonelada até 2030, e uma gigatonelada em 2050. O objetivo da Climeworks passa por, a longo prazo, ser responsável pela captação de 1% de todo o dióxido de carbono emitido anualmente no planeta.
A Climeworks vende créditos pelo carbono por um preço de 1.000 euros por tonelada, e empresas como Microsoft, Audi e Shopify já compraram créditos para compensar o impacto das suas operações. Este é um dos créditos de carbono mais caros do mundo, mas a Climeworks espera reduzir os custos para 250-300 dólares por tonelada até 2030, e ainda mais depois dessa data.