A Volvo Cars vai deixar de fazer parte da Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) a partir do final de 2022. A empresa sueca justifica esta decisão com as diferenças entre a sua estratégia de emissões zero e a do principal lobby automóvel da Europa.
A Volvo comprometeu-se com uma gama de produtos totalmente elétrica até 2030, cinco anos antes do prazo determinado na proposta da Comissão Europeia para a eliminação das vendas de novos automóveis equipados com motores de combustão interna. A ACEA, por seu lado, defendeu que “qualquer regulamentação de longo prazo que vá além desta década é prematura nesta fase inicial”, depois de, em junho, o Parlamento Europeu ter aprovado a proposta da Comissão.
Em comunicado, a Volvo declara que “concluímos que a estratégia e as ambições de sustentabilidade da Volvo Cars não estão totalmente alinhadas com o posicionamento e a maneira de trabalhar da ACEA nesta fase”.
“Acreditamos, portanto, que é melhor seguir um caminho diferente, por enquanto. O que fazemos como setor desempenhará um papel importante para decidir se o mundo tem uma oportunidade para controlar as alterações climáticas”, acrescentou o fabricante sueco.
Com a saída da Volvo Cars, a ACEA vê-se confrontada com a segunda defeção de peso em menos de um mês, depois do anúncio da Stellantis de que iria abandonar a Associação antes do final do ano, em virtude de uma nova abordagem do grupo às questões da mobilidade, incluíndo uma redução das tradicionais atividades de lobbying. A Stellantis lançou o “Freedom of Mobility Forum”, que o grupo afirma ser um espaço público mais direto para os vários atores envolvidos nas questões da mobilidade.
A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis tem sido o principal grupo de lobby do setor desde sua criação em 1991, reunindo os dezasseis maiores fabricantes da Europa.