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Açores inaugura sistema inovador de baterias em redes isoladas

A EDA – Eletricidade dos Açores inaugurou na segunda-feira, 13 de março, um sistema de armazenamento de energia por baterias na ilha Terceira que, de acordo com a empresa, representa um novo paradigma de gestão das redes elétricas no arquipélago e um passo significativo na integração de mais energias renováveis nos Açores, reforçando a sua autonomia energética.

O projeto foi concebido e implementado pela EDA, e desenhado e construído pelo consórcio formado pela Siemens Portugal e pela Fluence, contando ainda com a colaboração da EDP como consultora principal de engenharia, e de outras entidades, como a Norma Açores, a EDP Labelec e a DIgSILENT Ibérica.

A nova infraestrutura tem uma potência instalada de 15 MW, distribuída por 6 inversores, e uma capacidade de armazenamento de 10,5 MWh (@EOF, End Of Live, isto é, no fim de vida útil). Inclui um software de gestão de micro-redes desenvolvido pela Siemens e instalado pela primeira vez em Portugal neste projeto, que permite monitorizar, em tempo real, todo o sistema elétrico da ilha e fazer estimativas mais aproximadas da produção e consumo de energia para vários dias e horas, com base em previsões meteorológicas e dados históricos. A EDA espera que isto permita maximizar a integração de energias renováveis, em especial a eólica, a geotérmica e, futuramente, a solar, mantendo níveis elevados de qualidade, fiabilidade e continuidade no abastecimento elétrico da ilha.

“Este projeto é um passo importante para o futuro sustentável da ilha Terceira e dos Açores”, afirma Nuno Pimentel, presidente do Conselho de Administração da EDA. “O projeto permite-nos mitigar a instabilidade causada pela flutuação dos recursos renováveis intermitentes, como a energia eólica, e pode substituir reserva girante diesel necessária para lidar com os desafios de garantir a estabilidade da rede elétrica bem como os requisitos de qualidade da energia de um sistema isolado, como o nosso”.

A EDA afirma que a nova infraestrutura formada por baterias, aliada ao sistema de gestão e monitorização das fontes de produção e do consumo de energia, soma um conjunto de vantagens que contribuem para reforçar a sustentabilidade a ilha Terceira. Em primeiro lugar, reduz a necessidade de utilização de grupos geradores térmicos e, em consequência, diminui o consumo de combustíveis fósseis importados – no total, estima-se uma redução de 1.152 toneladas de fuelóleo por ano, bem como da emissão de gases com efeito de estufa para a atmosfera em menos 3.636 toneladas de CO2 por ano.

Outra vantagem passa por reforçar a quota de produção de energia elétrica a partir de recursos renováveis e endógenos da ilha para mais de 50%, após a conclusão dos novos investimentos em curso e previstos para aproveitamento destas fontes de energia. Por fim, melhora a resiliência do sistema elétrico, ao conferir aos sistemas eletroprodutores uma maior flexibilidade e rapidez de atuação, contribuindo para a estabilidade do sistema e, como tal, para a fiabilidade de fornecimento de energia elétrica ao cliente final.

O investimento ascendeu aos 14 milhões de euros, cofinanciado em 85% pelo Programa Operacional dos Açores 2020, através do FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. Para a EDA, o projeto é marcante do ponto de vista tecnológico nos Açores, em Portugal e mesmo a nível europeu, pela dimensão da capacidade instalada e pelas tecnologias inovadoras que incorpora, sendo um exemplo do tipo de infraestrutura que será necessária para assegurar a integração estável nas redes elétricas de quotas cada vez mais elevadas de fontes intermitentes, como é o caso das energias renováveis.

O plano de investimentos da EDA prevê a implementação de projetos desta natureza, envolvendo sistemas de armazenamento de energia com baterias e de gestão de energia, nas restantes sete ilhas do arquipélago além das ilhas Graciosa e Terceira. A implementação do projeto na ilha de São Miguel, que também é apoiado pelo Programa Operacional dos Açores 2020, está em curso desde o final de 2021 e deverá ficar concluído até final de 2023. A execução dos projetos para as restantes seis ilhas, previstos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), irá arrancar em 2023 e 2024, estando prevista a sua conclusão até final de 2025.

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