A Micro apresentou o novo Microlino Lite no Salão Automóvel de Genebra de 2024 pelas mãos da Micro Mobility Systems – fabricante suíço – de Wim Ouboter, criador da scooter original dobrável de alumínio de duas rodas.
A influência estilística do “carro-bolha” que marcou uma geração, construído sob licença BMW com as suas três rodas (atualmente possui quatro), surge agora numa versão retro-futurista adaptada aos tempos modernos com um motor elétrico que lhe garante uma autonomia até 184kms.
O Microlino surge na sequência de êxitos como o Carocha, o Mini, Renault 5, Fiat 500 entre outros. Ligeiramente maior que o seu antecessor, mas mesmo assim …. pequeno.
Esteticamente não deixa ninguém indiferente; é definitivamente alegre, dinâmico; mistura até a beleza italiana dos automóveis, com a sua frente dominada pela porta que abre eletricamente (!!) através de um botão na lateral do Micro (e fecha em soft-close!!!!), pelos faróis integrados nos espelhos retrovisores (no interior não possui espelho central nem palas para o sol). Em contraponto, possui uma bateria de iões de lítio no chassis e a monocoque é de aço, uma novidade no segmento dos microcarros.
Merlin Ouboter, cofundador da Microlino aponta claramente os jovens como público alvo:
«é a nossa contribuição para tornar soluções de mobilidade sustentáveis acessíveis a uma comunidade ainda maior. Reconhecemos a crescente necessidade de tal mobilidade, especialmente entre aqueles que querem estar seguros e protegidos do clima sem uma carta de condução»
O Microlino Lite é construído em Itália na fábrica de Turim. O acesso ao interior pela porta da frente é bastante fácil (a coluna de direção não avança com a porta como o original, mas está fixa ao chassis e o volante não tem ajuste, nem em altura nem em profundidade); acomoda facilmente dois adultos mesmo que tenham mais de 1.75cm. O banco é confortável e deslizante e conta com uma bagageira que não envergonha viaturas de segmentos superiores (até 230l). A ergonomia é boa e os materiais também, com pele vegan e alcântara sintética nalgumas versões (a de ensaio), sendo que a atenção aos detalhes está bem conseguida.
Para Portugal o importador considerou, para este quadriciclo que atinge os 90km/hora as versões com teto de abrir em lona, sendo que as janelas mantêm a originalidade – são de correr. O travão de mão é manual e a alavanca da caixa de velocidades possui o normal R, N e D, além da opção Sport para andamentos mais vivos. O painel de instrumentos é minimalista, mas agradável. Possui um 2º ecrã para controlar a climatização (não tem AC)
A aceleração é suave e, nalguns casos, até bastante rápida, a bateria da viatura de ensaio possui 10,5 kWh (existe uma de 6kwh) para um alcance de cerca de 125kms (precisa de quatro horas para carregar).
É, confortável para um automóvel com estas dimensões, talvez devido à construção do seu chassis. O seu preço inicia-se nos 17.000€ até perto dos 23.000€ num mercado onde compete com propostas como o Citroen Ami, Silence S04 e o XEV Yoyo
Público alvo? Todos aqueles que procuram diferenciação e uma evocação do passado; jovens com menos de 18 anos sem carta de condução, consumidores urbanos (não pode circular em AE e IP’s). Trata-se de um produto de nicho para um cliente que procura um veículo com conforto, qualidade de construção (dentro do segmento), que se enquadra com o conceito e um estilo de vida muito próprio.
É também um veículo muito sujeito a interações/conversas nos semáforos e onde se estaciona. Se procura discrição este não é seguramente o veículo ideal!! Claramente não passamos desapercebidos em nenhum momento, sendo que também não senti insegurança (pela sua pequena dimensão), sendo um veículo estável (travões podiam ser mais potentes), com bom espaço interior na sua pequena dimensão.