A empresa norte-americana de estudos de mercado J.D. Power realizou um inquérito, junto de condutores de carros elétricos, para avaliar a sua satisfação com as diferentes soluções de carregamento.
O estudo, denominado ‘U.S. Electric Vehicle Experience’, confirmou que a maioria dos condutores dependem principalmente do carregamento doméstico – 88% dos inquiridos disse que carregavam os seus carros em casa “frequentemente” ou “sempre”.
O estudo analisou três tipos de carregamento doméstico: nível 1 portátil, nível 2 portátil e nível 2 através de soluções de carregamento permanentes (wallboxes). A pontuação foi ponderada com base em oito fatores: preço, comprimento do cabo, dimensões da estação de carregamento, facilidade de enrolar e armazenar o cabo, custo de carregamento, velocidade de carregamento, facilidade de utilização e fiabilidade.
Os proprietários que instalaram uma estação permanente de nível 2 foram aqueles que revelaram o maior nível de satisfação, com uma pontuação de 749 pontos, em 1.000 possíveis.
A satisfação geral entre os proprietários de carregadores portáteis de nível 2 está bastante próxima da dos utilizadores dos carregadores permanentes de nível 2, com 741 pontos. Já o carregamento de nível 1 atingiu uma pontuação de apenas 574 pontos. De acordo com a J.D. Power, este resultado menos positivo deve-se, em parte, à velocidade de carregamento: apesar de saberem que o carregamento seria mais lento do que com carregadores de nível 2, os utilizadores de nível 1 mostraram-se muito insatisfeitos com a velocidade.
O estudo afirma ainda que o carregamento portáteis de nível 2 é a melhor solução apenas para os utilizadores de veículos elétricos que sejam, simultaneamente, arrendatários de curto prazo com acesso a uma tomada de 240 V.
Por outro lado, os proprietários de estações de carregamento permanentes reportaram um elevado volume de problemas – 29% afirmou que suas boxes de carregamento deixaram de funcionar ou necessitaram de reparações; 22% aludiu a problemas da rede wi-fi.
Entre os construtores, os carregadores permanentes de nível 2 da Tesla obtiveram a melhor classificação, com uma pontuação de 798 pontos. A média do segmento foi de 749 pontos.
O inquérito revelou ainda que o nível de satisfação está intimamente relacionado com os preços da energia elétrica praticados, um aspeto que escapa totalmente ao controlo dos fabricantes automóveis e de infraestruturas de carregamento. Por exemplo, os condutores de elétricos que vivem no nordeste dos EUA – os estados da Nova Inglaterra e o estado de Nova Iorque são, a par da Califórnia e Alasca, aqueles em que o preço da eletricidade é mais elevado – estão entre os menos satisfeitos dos inquiridos.
Contudo, o estudo alerta também para a subutilização de iniciativas que permitiriam aos condutores diminuirem os custos de utilização. Planos de tarifas energéticas específicas para veículos elétricos, disponibilizadas por alguns operadores, têm baixos níveis de adesão. Muitos utilizadores revelaram também desconhecer os incentivos oferecidos por alguns estados e municípios para apoiar a aquisição de postos de carregamento doméstico.