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Green Future-AutoMagazine

O novo portal que leva até si artigos de opinião, crónicas, novidades e estreias do mundo da mobilidade sustentável

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700 novos locais na maior rede de carregamento rápido do sul da Europa

O projeto Atlante está a ganhar forma com a implementação daquela que será a maior rede de carregamento rápido do sul da Europa, a primeira a ser 100% do tipo ‘Vehicle-Grid-integrated’ (‘VGI’), utilizando sistemas de energias e armazenamento renováveis.

Em linha com os anúncios da Stellantis no ‘EV Day’, que teve lugar a 8 de julho, está em curso o plano de desenvolvimento do Atlante. Em meados de outubro, foi inaugurada em Piemonte (Itália) a primeira estação de carregamento rápido, e estão agora identificados os primeiros 700 locais de projeto, dos quais 10% (principalmente em Itália) já estão em desenvolvimento e entrarão em funcionamento ao longo dos próximos seis meses.

A potência de saída nos postos de carregamento do Atlante variará de um mínimo de 100 kW a um máximo de 175 kW, garantindo tempos de carregamento reduzidos e oferecendo benefícios para os clientes da Stellantis.

O projeto resulta da colaboração entre o NHOA Groupe – que desenvolve e investe na rede como proprietária e operadora – e a Free2Move eSolutions, uma joint-venture do NHOA com a Stellantis, que fornece, por sua vez, a tecnologia de carregamento (hardware e software). O projeto prevê a instalação em Itália, França, Espanha e Portugal de 5.000 pontos de carregamento rápido até 2025, com uma meta de mais de 35.000 até 2030. Os postos de carregamento serão instalados, principalmente, perto dos principais entroncamentos rodoviários e em áreas urbanas densamente povoadas.

O projeto Atlante é uma resposta ao plano ‘Fit for 55’, anunciado pela Comissão Europeia em meados de julho, com o objetivo de se alcançarem 100% de vendas de automóveis com zero emissões até 2035. Outro fator importante é a instalação de pontos de carregamento rápido a intervalos regulares de 60 km de distância nas principais autoestradas.

Nos últimos dias, a ACEA (European Automobile Manufacturers Association) tem alertado os organismos reguladores europeus para a falta de infraestruturas de carregamento e, acima de tudo, para a escassez de postos de carregamento rápido. Na verdade, dos cerca de 225.000 pontos de carregamento atualmente disponíveis na Europa, apenas 25.000 são de elevada potência.

Segundo a Stellantis, é aqui que entra em cena o projeto Atlante, tendo como objetivo colmatar esta lacuna nas infraestruturas, alcançando uma quota significativa do mercado da rede de carregamento rápido e de carregamento ultrarrápido no sul da Europa – em termos de disseminação e base de clientes – até 2030. Ao mesmo tempo, o esquema também oferecerá condições de serviço preferenciais e distintas aos clientes do grupo.

Ainda de acordo com a Stellantis, o Atlante é um projeto único no seu género, ao combinar sistemas de carregamento rápido e ultrarrápido com tecnologia ‘VGI’ e sistemas de armazenamento de energia – o NHOA Group possui uma vasta experiência neste campo, tendo mais de 1 GWh de sistemas online e em desenvolvimento em 26 países. Os sistemas de armazenamento são a solução tecnicamente mais adequada para ser associada à produção de energia a partir de fontes renováveis, para que a energia possa ser armazenada e depois disponibilizada para uma utilização posterior, quando a procura o exigir. 

Dependendo da localização da estação e do tipo de carregamento previsto (on-the-go ou at destination), as estações de carregamento Atlante também irão incluir áreas cobertas com painéis solares incorporados e sistemas de armazenamento que utilizam baterias de ‘segunda vida’.

“As instalações de carregamento rápido no Sul da Europa representam uma grande oportunidade de crescimento e de desenvolvimento rumo a uma nova mobilidade, permitindo-nos construir um futuro melhor para as próximas gerações”, afirmou Anne-Lise Richard, Head of Global e-Mobility da Stellantis. “A implantação de infraestruturas de carregamento público é fundamental para ajudar os clientes a optarem por um veículo elétrico. Tal como na Stellantis, o nosso objetivo é oferecer uma experiência de carregamento tão simples, intuitiva, conveniente e, acima de tudo, tão rápida como encher um depósito com gasolina. A rede que está a ganhar forma graças ao projeto Atlante será um fator determinante para atingir este objetivo. Um projeto ambicioso, que vai na direção certa para providenciar energia às baterias usadas em veículos elétricos e eletrificados. O anúncio de hoje, de uma obra que já arrancou, representa, portanto, um grande passo em frente na implementação da estratégia de eletrificação 360° na Stellantis”. 

Por sua vez, Carlalberto Guglielminotti, CEO do NOHA Group, afirmou: “A ‘COP26’ acaba de terminar, voltando-se a manifestar a urgência de concentrar todos os esforços globais na disseminação de energias renováveis e da mobilidade elétrica. Graças à experiência do NHOA, um dos cinco principais players mundiais no setor do armazenamento de energia, a rede Atlante é uma resposta tangível a estas necessidades; irá oferecer pontos de carregamento sustentáveis numa microrede criada para permitir a penetração de cada vez mais fontes renováveis no sistema elétrico europeu, em benefício do nosso planeta”.

“O projeto Atlante e as instalações de carregamento rápido no sul da Europa são o passo que é necessário dar para que a mobilidade elétrica se desenvolva, para que se possa viajar longas distâncias sem ter de passar por longas esperas pelo carregamento antes de se retomar uma viagem”, sublinhou finalmente Roberto Di Stefano, CEO da Free2Move eSolutions. “Esta é uma oportunidade única de crescimento e desenvolvimento, uma vez que praticamente toda a rede de carregamento rápido on-the-go ainda não foi desenvolvida”.

A Stellantis e os seus parceiros no projeto Atlante já definiram o roteiro para o desenvolvimento da tecnologia, que deverá ser lançado ainda este ano.

Dow Jones reconhece Galp como a empresa mais sustentável do mundo no seu setor

A Galp é a empresa mais sustentável do mundo no setor de Oil & Gas Upstream & Integrated em 2021, de acordo com os critérios do Dow Jones Sustainability Indices (DJSI), um dos principais índices de referência internacionais sobre as melhores práticas nas dimensões ambiental, social e de governo em empresas líderes em sustentabilidade a nível global.

É a primeira vez que a energética portuguesa alcança esta distinção nos 10 anos de presença no ranking DJSI melhorando assim a sua prestação neste ranking face ao terceiro lugar que ocupara na avaliação de 2020.

“Este reconhecimento evidencia a estratégia da Galp em descarbonizar progressivamente o seu portfólio e operações. Na Galp, temos vindo a apostar tanto na melhoria da sustentabilidade das nossas operações como no investimento em novas fontes de energia limpas. Defendemos a divulgação transparente do nosso desempenho hoje assim como o estabelecimento de metas de longo prazo. Este reconhecimento premeia o progresso que fizemos até agora, bem como o nosso caminho para regenerar o futuro junto com os nossos clientes e com a sociedade “, destaca Andy Brown, o CEO do grupo.

No DJSI World, a Galp foi a primeira entre as 54 companhias analisadas. De acordo com os resultados de 2021 do índice DJSI, a Galp lidera nas categorias de ‘Estratégia Climática’, ‘Riscos Relacionados com Água’, ‘Reporte Ambiental’, ‘Reporte Social’, e ‘Indicadores de Práticas Laborais”.

Holcim testa os transportadores elétricos autónomos da Volvo

A Volvo Autonomous Solutions e a Holcim iniciaram uma colaboração para, em conjunto, desenvolverem e testarem a utilização de transportadores elétricos autónomos numa pedreira de calcário. 

Os transportadores atualmente a serem testados na pedreira Gabenchopf, na Suíça, são um marco inovador na indústria, de acordo com o comunicado. Além de silenciosos e mais sustentáveis do que os transportadores convencionais, são mais seguros, sendo os primeiros elétricos autónomos com certificação CE disponíveis comercialmente como solução para a indústria.

Para Nils Jaeger, presidente da Volvo Autonomous Solutions, “este projeto mostra uma solução de transporte sustentável que é comercialmente viável e combina as mudanças tecnológicas de conectividade, automação e eletrificação”.

Ainda de acordo com o comunicado, a logística desempenha um papel importante nos esforços globais da Holcim para reduzir o impacto no clima. A empresa de materiais de construção tem utilizado exclusivamente energia elétrica renovável em todos as localizações desde 2019 e usa apenas energia verde para veículos movidos a eletricidade, como as betoneiras elétricas, já em utilização.

Os testes e a provável implementação de transportadores elétricos na pedreira fazem parte da iniciativa de digitalização da Holcim. Como parte da iniciativa, a empresa suíça está a testar tecnologias de automação, robótica e inteligência artificial ao longo de todo o processo produtivo, de forma a desenvolver soluções inovadoras para uma produção de cimento mais segura, eficiente e sustentável.

Peugeot abre encomendas para furgão e-Partner

A Peugeot prossegue a eletrificação da sua gama de veículos comerciais, com a abertura de encomendas em Portugal para o novo e-Partner.

Com base no Peugeot Partner, eleito ‘Furgão Internacional do Ano 2019’, o Peugeot e-Partner, 100% elétrico, estará disponível em Portugal em duas versões de carroçaria – Standard e Long. 

Este novo e-Partner está equipado com uma bateria de iões de lítio (18 módulos), com uma capacidade de 50 kWh, permitindo-lhe uma autonomia máxima de 275 km (consoante a versão). Baseado na plataforma modular multienergias EMP2 (Efficient Modular Platform), o PEUGEOT e-Partner integra um motor 100 por cento elétrico, com uma potência máxima de 100 kW e um binário máximo de 260 Nm disponível desde o arranque.

Em termos de performance (em modo ‘Power’) destacam-se os seguintes números: uma velocidade máxima de 130 km/h, uma aceleração dos 0 a 100 km/h em 11,2 segundos e recuperações de 80 a 120 km/h em 8,9 segundos.

Tem uma capacidade de reboque até 750 kg e carga útil até 4,4 m3 de volume de carga, rigorosamente igual ao da versão térmica.

Ligada ao circuito de distribuição de calor do habitáculo, a regulação térmica da bateria permite carregamentos rápidos, uma vida otimizada da bateria e um maior tempo de vida útil, estando disponíveis dois tipos de carregadores a bordo, indo ao encontro de todas as utilizações e soluções de carregamento do cliente: um carregador monofásico de 7,4 kW de série (que permite uma carga completa em 7h30) e um carregador trifásico de 11 kW, em opção, que permite uma carga completa em 5h. Já a partir de um carregador rápido, carregadores de 100 kW permitem obter 80% da carga em 30 minutos.

O novo Peugeot e-Partner chegará ao mercado nacional em janeiro de 2022 com a versão de equipamento Premium, com preços de 36.291€ (Standard) e 37.391€ (Long).

V. FST 10e: Circuito de Refrigeração

V. FST 10e: Circuito de Refrigeração

O design do sistema de arrefecimento a água para o FST 10e teve como foco diminuir o peso e aumentar o desempenho do arrefecimento, dado que o nosso último protótipo tinha problemas relacionados com o sobreaquecimento. Este desafio exigiu uma mudança significativa do conceito do circuito de arrefecimento na sua fase de design, começando com a escolha de um sistema fechado com remoção de respiradouros, reservatórios e, portanto, da catch can. A remoção do reservatório poupa muito peso e reduz a queda de pressão no circuito, o que significa que podemos poupar energia e aumentar o nosso desempenho global. 

Para poder encher um circuito fechado, é necessário um reservatório externo. Inicialmente, este seria posicionado entre o radiador e a bomba, usando um conector de acoplamento de desconexão rápida, que sela o circuito quando o conector é aberto. No entanto, durante a montagem do circuito, o comprimento do conector e dos acessórios, combinado com um tubo facilmente dobrável, não permitia esse posicionamento, levando assim a equipa a optar pela sua colocação antes do radiador. Isto acabou por se revelar uma boa solução, potencialmente melhor do que a original, uma vez que o reservatório é ligado a uma altura superior, permitindo que o ar seja removido mais facilmente. A única desvantagem é que algum ar poderia ficar retido entre o reservatório e a bomba. Contudo, a tampa do radiador permitiu a remoção desse ar, resolvendo o problema.

Relativamente à tubagem do sistema, trocamos o tubo de borracha, tal como foi implementado no nosso último protótipo, por um de silicone. É mais leve, mais fino e com melhores propriedades térmicas. Mas quando se começou a sua montagem, o raio de curvatura do tubo era consideravelmente grande, o que significava que não era capaz de ser dobrado em curvas apertadas como o tubo de borracha. Assim, a sua montagem teve de ser feita de forma inteligente, a fim de minimizar o raio de curvatura. 

Os radiadores do FST 10e foram um enorme passo em frente para a equipa, que contou com o apoio da João de Deus para o fabrico dos nossos radiadores únicos e feitos à medida! Estes são feitos de alumínio, proporcionando-lhes propriedades térmicas muito boas e uma adicional economia de peso. Contudo, as alhetas dos radiadores estavam demasiado expostas a detritos que podem ser encontrados em pista e colidir com os mesmos quando o carro estivesse em movimento, levando a um potencial dano destes componentes. A solução encontrada pela equipa foi utilizar uma grelha para os proteger quando o desempenho máximo não é necessário. A posição do radiador foi também mudada para a parte de trás do carro para melhor aerodinâmica, mantendo um bom fluxo de ar através dele, e com a adição de ventiladores. A conduta que guia o ar desde a saída do radiador até ao ventilador foi impressa em 3D devido à sua geometria complexa. 

A fabricação das camisas de arrefecimento dos motores teve os seus altos e baixos. O nosso plano inicial era concretizar a solução previamente concebida, baseada no aumento da transferência de calor entre o ar circundante e as camisas de arrefecimento dos motores. O nosso plano incluía o recurso a multi-jet fusion para o fabrico destas peças, para o que uma geometria complicada não constituiria um problema. Isto teve de ser abandonado devido à falta de financiamento para este processo específico de impressão 3D, passando a tentar fabricar as camisas de arrefecimento dos motores utilizando Luvocom PAHT. Continuámos a procurar a impressão 3D para fabricar estes componentes porque o nosso objectivo era tornar o nosso carro mais leve e consequentemente mais rápido, sem perder fiabilidade.

Esta abordagem também não trouxe melhores resultados, pois enfrentámos fugas, potencial falta de integridade estrutural e resultados inesperados relativamente à expansão térmica do material. No entanto, compreender os pontos fracos e fortes das camisas de arrefecimento dos motores impressas em 3D permitiu-nos compreender melhor como alcançar uma solução óptima.

Voltámo-nos para o alumínio e maquinação CNC na tentativa seguinte, uma vez que procurávamos evitar mais atrasos. O primeiro passo foi adaptar a geometria da camisas de arrefecimento dos motores a algo que pudesse ser alcançado através da maquinação CNC. A utilização do alumínio resolveu tanto o problema da integridade estrutural como o das fugas, mas foi a montagem destas camisas de arrefecimento dos motores que apresentou o verdadeiro desafio, uma vez que as tolerâncias apertadas e o elevado módulo de Young do material se revelaram problemáticos. Por fim, as variações de temperatura acompanhadas de expansões e contracções térmicas resolveram o nosso problema. À medida que as camisas de arrefecimento dos motores se expandiam e a camisa do motor em alumínio se contraía, fomos capazes de instalar a nossa solução. 

MOBI.E lança Concurso Público para exploração de nove hubs de carregamento

A MOBI.E, S.A. lançou um concurso público internacional para a atribuição do direito de exploração de nove hubs de carregamento de veículos elétricos, que visa reforçar a infraestrutura nacional de acesso público em 81 postos de carregamento com diferentes potências.

O projeto resulta de um investimento de 1,9 milhões de euros, integrado no Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), lançado pelo Governo. Os hubs integram um posto de carregamento ultrarrápido (150 kW), três postos de carregamento rápido (50 kW), cinco postos de carregamento normal (22 kW) e um posto de transformação, localizados nas cidades de Almada, Braga, Coimbra, Leiria, Loulé, Loures, Matosinhos, Vila Nova de Gaia e Viseu.

Este procedimento, cuja exploração dos hubs será de dez anos, coube aos municípios disponibilizar e licenciar o espaço de instalação e à MOBI.E instalar os equipamentos e as respetivas ligações à rede elétrica.

O prazo para apresentação das propostas é de 30 dias, até 10 de dezembro, através de submissão na plataforma de contratação pública acinGov (www.acingov.pt).

O presidente da MOBI.E, Luís Barroso, sublinha a importância deste projeto para o “reforço da rede de carregamento nas principais cidades do país, quer em número de postos quer em potência, sendo um projeto piloto que irá colocar a oferta da rede Mobi.E num novo patamar”.

A rede Mobi.E é composta atualmente por mais de 2.000 postos de carregamento maioritariamente situados em espaços de acesso público. Trata-se de uma rede, cujo modelo se baseia na interoperabilidade e no caráter universal de utilização.

Kia apresenta do Concept EV9

A Kia desvendou as primeiras imagens oficiais do Kia Concept EV9, uma antevisão de SUV 100% elétrico que representa mais uma expressão do compromisso da marca em assumir-se como um fornecedor de soluções de mobilidade sustentável, de acordo com o comunicado.

Após o lançamento do EV6, o Kia Concept EV9 constitui um vislumbre sobre o futuro dos SUV elétricos, harmonizando design progressivo, tecnologia de ponta e um avançado grupo motopropulsor elétrico.

Segundo a marca coreana, as primeiras imagens deste concept SUV evidenciam linhas exteriores dominadas pela modernidade, revelando uma abordagem contemporânea à componente recreativa, que surge agora marcada por opções estilísticas de grande assertividade.

A representação do interior antecipa um conceito de habitáculo pensado para oferecer um espaço leve, flexível e adaptativo conforme a experiência da viagem vai evoluindo. Um impactante ecrã interativo ultra-amplo e uma radical reinterpretação do volante são apenas dois dos elementos que se destacam a bordo.

As primeiras imagens do Kia Concept EV9 foram desvendadas em antecipação ao AutoMobility LA, que decorre esta semana em Los Angeles, nos Estados Unidos. A Kia vai revelar esta nova abordagem aos SUV elétricos hoje, às 11:15h locais (19.15h em Portugal Continental), no LA Convention Center.

Portugal viola níveis seguros de dióxido de nitrogénio e vai a Tribunal

A Comissão Europeia recorreu ao Tribunal de Justiça da União Europeia contra Portugal pela má qualidade do ar do Estado-Membro, resultante dos níveis de dióxido de azoto (NO2) que violaram repetidamente as normas da UE.

O direito ao ar puro está consagrado na legislação da UE, nomeadamente a Diretiva 2008/50/CE sobre a qualidade do ar ambiente, que estabelece valores-limite para os principais poluentes atmosféricos e exige que os Estados-Membros garantam que esses limites não sejam excedidos.

Portugal tem falhado repetidamente em evitar que os níveis de dióxido de azoto em áreas como Lisboa e Porto excedam o limite anual estabelecido na presente diretiva, assim como não tem conseguido minimizar a duração desses excessos.

A Comissão considerou os esforços das autoridades portuguesas para resolver esta questão como “insatisfatórios e insuficientes”, pelo que remete o Estado-Membro para o tribunal superior da UE.

O dióxido de nitrogénio é um poluente atmosférico produzido pelo transporte e pela indústria. A exposição a altos níveis de dióxido de nitrogénio aumenta o risco de problemas respiratórios, como bronquite, sendo as crianças asmáticas e os idosos com doenças cardíacas particularmente vulneráveis.

Francisco Ferreira, Presidente da ZERO, confirma que “o tráfego rodoviário voltou aos níveis pré-pandémicos nas cidades de Lisboa e Porto e os níveis de poluição atmosférica também aumentaram”. E confessa que ainda há “planos suficientes para lidar com este enorme problema de saúde pública e precisamos de limites mais rígidos e ações muito mais imediatas”.

De acordo com a Agência Ambiental Europeia, a poluição do ar continua a ser o problema ambiental mais significativo na UE, causando 400.000 mortes prematuras, das quais 50.000 podem ser atribuídas ao dióxido de nitrogénio.

Vendas de elétricos em 2021 já ultrapassam o total das vendas de 2020

A venda de veículos elétricos atingiu, em outubro, um novo máximo mensal, tendo sido registados 3.049 novos veículos eletrificados vendidos nesse mês (1.715 veículos 100% elétricos e 1.334 híbridos plug-in).

Em outubro, a quota mensal continuou a aumentar e já se aproxima dos trinta por cento, tendo sido registado o valor de 27,6%. Foi o melhor mês de sempre para as vendas de veículos 100% elétricos com 1.715 unidades vendidas.

O total de veículos elétricos vendidos desde janeiro de 2021 – 22.722 – já ultrapassou o valor total do ano 2020, que ficou em 20.004, estabelecendo-se um novo recorde mesmo antes do ano corrente terminar. 

De acordo com a UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos, comparativamente com o mês homólogo de 2020, neste outubro venderam-se quase três vezes mais veículos eletrificados, sendo importante notar que os incentivos do Fundo Ambiental já foram todos atribuídos nesta altura do ano, o que leva a crer que, mesmo sem os 3.000€ do incentivo (para veículos ligeiros de passageiros), a opção pela aquisição é tomada e as famílias avançam, realmente, para a compra de veículos 100% elétricos.

No que diz respeito às vendas dos veículos PHEV (híbridos plug-in) é o primeiro mês do ano em que se verifica uma ligeira diminuição relativamente ao ano passado. Portanto, em outubro deste ano venderam-se menos 99 veículos que em outubro do ano passado.

No que toca à venda de veículos a combustão, registam-se seis meses de variação negativa contra quatro meses de variação positiva. No momento, a diminuição global das vendas de veículos a combustão interna encontra-se próxima dos 4% comparativamente a 2020 (ano em que se verificou uma verdadeira hecatombe das vendas de veículos automóveis). Portanto, em outubro de 2021 venderam-se menos 3.970 veículos a combustível fóssil do que em outubro de 2020.

Ao contrário dos VCI, a venda de BEV + PHEV consolida-se com oito meses de variação positiva e apenas dois meses de ligeira variação negativa no início do ano. 

Segundo a UVE, que disponibilizou toda a informação num relatório, “numa altura em que a sociedade está de olhos voltados para a atual crise energética, considerar a aquisição de uma viatura eletrificada faz todo o sentido do ponto de vista económico, uma vez que o seu custo total de utilização e o custo €/km são dois grandes argumentos, para além das vantagens ambientais amplamente difundidas”.

Relativamente às marcas, a Peugeot ficou no primeiro lugar com 288 unidades vendidas, seguida da Hyundai com 204 e Renault um pouco mais distante, com 143 viaturas vendidas. Em termos anuais, a Peugeot consolida o top nacional (com 1.161 unidades vendidas), imediatamente seguida pela Tesla (1.047) e pela Nissan, um pouco mais atrás com 902.

Já nas vendas de PHEV, a Mercedes-Benz continua a liderar o mercado com 3.259 automóveis plug-in vendidos, logo seguida pela BMW (2.851) e Volvo (1.766).

COP26: Volvo Cars assina Declaração para Zero Emissões

O CEO da Volvo Cars, Håkan Samuelsson, assinou ontem a Declaração de Glasgow para as Zero Emissões de automóveis e veículos pesados. A assinatura foi realizada em conjunto com outros líderes da indústria e com representantes governamentais e decorreu no âmbito da Conferência do Clima COP26.

Simultaneamente, e como forma de acelerar ainda mais a redução da pegada de carbono de todas as suas operações, a empresa anunciou, hoje, também um sistema interno de preços de carbono. A Volvo Cars irá cobrar a si mesma 1.000 coroas suecas por cada tonelada de carbono emitida ao longo das suas operações.  A Volvo Cars pretende atingir um impacto climático neutro em 2040.

A Declaração de Glasgow, apresentada no COP26 como parte integrante do World Transport Day, assinala o compromisso dos líderes mundiais industriais e dos governos para serem capazes de eliminar os veículos alimentados a combustíveis fósseis até 2035 dos principais mercados, e até 2040 de todo o mundo. 

A Volvo Cars tem os seus próprios objetivos para a ação climática que, segundo a marca sueca, vão mais além daqueles hoje assumidos na declaração. A empresa pretende que, já em 2025, mais de metade das suas vendas mundiais seja constituída por modelos puramente elétricos e afirmou recentemente que, em 2030, irá comercializar somente modelos deste tipo.

A assinatura desta declaração assinala o contributo da Volvo Cars com vista às Emissões Zero e a esperança de que mais indústrias e governos consigam descontinuar os modelos a combustão tradicional para datas mais alinhadas com as metas da empresa sueca.

Através deste esquema, todos os futuros projetos para automóveis serão avaliados pela ‘variável de sustentabilidade’ sendo-lhes imposto um custo por cada tonelada antecipada de emissões de CO2 que estes tenham ao longo do seu ciclo de vida. O objetivo é que cada automóvel consiga ser rentável, mesmo quando aplicado este esquema de preços de carbono e assim assegurar as melhores decisões na cadeia de fornecedores e na produção.

A empresa também irá implementar uma mudança nos seus relatórios financeiros de forma a tornar ainda mais transparente a informação fornecida sobre o sucesso da sua estratégia de eletrificação e sobre a sua transformação global.

Para isso, a Volvo Cars irá começar, já a partir de 2022, a publicar relatórios trimestrais sobre a performance financeira do seu negócio elétrico e não elétrico.