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Green Future-AutoMagazine

O novo portal que leva até si artigos de opinião, crónicas, novidades e estreias do mundo da mobilidade sustentável

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Ford e BMW recebem primeiras baterias de estado sólido ainda este ano

A Solid Power, empresa que desenvolve baterias de estado sólido para veículos elétricos, anunciou que começará a enviar, até ao final do ano, as primeira células para testes de validação aos seus parceiros BMW e Ford.

A empresa montou uma linha-piloto para fornecer amostras aos dois fabricantes, capaz de produzir cerca de 300 células por semana, ou aproximadamente 15.000 células por ano, destinadas sobretudo a testes de validação.

A Solid Power procura um parceiro que lhe permita iniciar a produção em série em 2026. Doug Campbell, co-fundador e CEO da empresa, afirmou que a empresa sul-coreana SK Innovation é o candidato mais promissor, estando a construir duas fábricas de baterias nos Estados Unidos, juntamente com a Ford.

A célula de bateria da Solid Power possui um eletrólito sólido à base de sulfeto, ânodos com mais de 50% de silício ativo e cátodos NCM (níquel-cobalto-manganês). Campbell assegura que têm maior potencial de retenção de energia – uma densidade de 350 Wh/kg – do que as células de ião-lítio, o que permite fabricar veículos elétricos com maior autonomia e assim reduzir custos.

As células de bateria com eletrólitos de estado sólido – o meio através do qual os iões fluem entre os elétrodos positivos (ânodos) e negativos (cátodos) durante o carregamento e a descarga da bateria – possuem um risco de incêndio significativamente menor.

A Solid Power atraiu investimentos empresas como a Hyundai e Samsung, Ford e BMW. Segundo o seu CEO, isto reflete a competição intensa para desenvolver baterias de estado sólido entre os “meninos grandes [da indústria] – grupos como Toyota, Panasonic, Samsung, LG, Hyundai e CATL”.

Polestar lança o seu primeiro SUV no outono

A Polestar anunciou que a estreia mundial do seu próximo modelo, o SUV Polestar 3, terá lugar em outubro de 2022. Este será o primeiro SUV da marca sueca de performance elétrica e o seu lançamento assinala a entrada da Polestar num dos segmentos mais lucrativos e de maior crescimento na indústria automóvel, sobretudo nos Estados Unidos.

A marca adianta que, no futuro, o Polestar 3 irá contar com tecnologia de condução autónoma em autoestrada, apoiada nos sensores LiDAR da Luminar e na capacidade de computação dos processadores Nvidia. No lançamento, este outono, o Polestar 3 estará equipado com um sistema de propulsão com dois motores elétricos e uma bateria de grande dimensão, de forma a garantir uma autonomia superior a 600 km (WLTP).

“O Polestar 3 é o SUV para a era elétrica. A nossa identidade de design evolui com este veículo elétrico de luxo e gama alta, com um caráter forte, distinto e marcante”, refere Thomas Ingenlath, CEO da Polestar. “Com este carro, recuperamos a natureza desportiva do SUV, mantendo-nos fiéis às nossas raízes de elevado desempenho. Trata-se de um importante marco para a nossa empresa, que impulsiona a nossa trajetória de crescimento e nos permite entrar numa nova fase”, acrescentou.

Os clientes poderão encomendar o Polestar 3 nos mercados onde será lançado inicialmente a partir do dia da estreia. A produção deverá arrancar no início de 2023, sendo que o automóvel será fabricado nos Estados Unidos e na China.

A Polestar tenciona lançar um novo carro todos os anos ao longo dos próximos três anos, começando com este SUV. Ao mesmo tempo, pretende estar presente em, pelo menos, trinta mercados globais até ao final do próximo ano, com o objetivo de multiplicar por dez as vendas mundiais: de aproximadamente 29.000 unidades em 2021 para 290.000 unidades em 2025.

A empresa sueca tenciona ainda entrar no índice Nasdaq numa operação de fusão com a SPAC Gores Guggenheim Inc., que deverá estar concluída na primeira metade de 2022.

Cruise lança serviço comercial de táxis autónomos em São Francisco

A Cruise, uma das principais empresas ligadas ao desenvolvimento de sistemas de Condução Autónoma, recebeu a sua primeira licença comercial. A empresa vai operar um serviço de robotáxis na cidade de São Francisco, no estado norte-americano da Califórnia, constituído por uma frota de 30 veículos.

A empresa, subsidiária da General Motors para a área dos Veículos Autónomos, foi autorizada a operar uma frota de 30 Chevrolet Bolt numa área que corresponde a cerca de 70% da cidade norte-americana, entre as 22h00 e as 6h00. A velocidade máxima dos veículos está limitada a 30 mph (48 km/h).

Estes não serão os primeiros veículos da Cruise com autonomia de nível 4 a circular nas ruas da cidade norte-americana. A empresa tem disponibilizado viagens sem condutor na cidade desde novembro de 2021 – o fundador e CEO Kyle Vogt foi o primeiro passageiro –, mas numa área geográfica bastante mais restrita. A Cruise está agora autorizada pelas autoridades da Califórnia a cobrar pelo serviço; e prestá-lo numa área operacional substancialmente maior.

Por seu lado, a Motional anunciou que irá utilizar a cidade de Las Vegas como área operacional para testar a sua tecnologia de Condução Autónoma num plano com a duração prevista de vários anos. Famosa pelos seus casinos, a cidade norte-americana é um cenário especialmente complexo, devido ao intenso movimento de tráfego e peões 24 horas por dia.

A empresa – joint-venture entre a Hyundai e a Aptiv – está a preparar uma frota de Hyundai Ioniq 5, totalmente elétricos, que farão parte da operação da plataforma de ride-hailing Lyft a partir do próximo ano.

A Motional continua assim a seguir o seu plano de negócio particular – ao contrário de outras concorrentes como a Cruise e a Waymo, a empresa não planeia lançar serviços próprios de táxi autónomo; antes tem vindo a gradualmente a construir uma rede de parceiros com este tipo de serviço, como a Lyft e a Uber. Recentemente, a Motional e a Uber Eats começaram a testar entregas ao domicílio efetuadas por veículos autónomos em Santa Monica, no estado da Califórnia.

Além de Cruise e Motional, existem já algumas empresas que têm vindo a operar veículos com automação de nível 4 nos Estados Unidos. A Waymo, primeira empresa a inaugurar as implementações em cenários reais, em 2018, tem uma licença similar à da Cruise para a cidade de São Francisco, mas ainda requer um operador de segurança. As duas empresas têm operações comerciais sem condutor na cidade de Phoenix. A Argo, financiada pela Volkwagen e Ford, disponibiliza serviços de táxi autónomo nas cidades de Miami e Austin, mas limitados aos trabalhadores da empresa.

Vendas de elétricos a bateria crescem 78% desde o início do ano

A ACAP – Associação Automóvel de Portugal, revelou os dados relativos às vendas de automóveis eletrificados – elétricos a bateria, híbridos plug-in e híbridos convencionais – durante o mês de maio.

Neste período, foram matriculados 4.403 automóveis ligeiros de passageiros novos, uma redução ligeira de 0,2%, relativamente ao mês de maio de 2021. Desde o início do ano, as vendas de veículos ligeiros de passageiros deste tipo totalizam 22.030 unidades, uma variação positiva de 26,4% relativamente ao período homólogo.

Nestes primeiros cinco meses de 2022, destaque para o crescimento do número de novas matrículas de automóveis elétricos a bateria, que atingiu 77,9% face ao mesmo período de 2021, tendo sido contabilizadas 5.985 unidades.

Ao contrário do que aconteceu em maio de 2021, neste ano são estes automóveis 100% elétricos quem reclamam o título de líder de matriculações, superando os híbridos plug-in – 1.278 contra 1.237 (861 contra 1.470 em maio do ano passado), refletindo uma tendência gradual que se tem vindo a fazer sentir com o aumento das opções totalmente elétricas no mercado.

A penetração de veículos eletrificados no mercado dos ligeiros de passageiros é, naturalmente, bastante menos expressiva, mas o crescimento revela-se também bastante sólido. Em maio de 2022, foram matriculadas 51 unidades – crescimento de 70% face ao mesmo mês do ano anterior –, trazendo o total acumulado desde o início do ano até às 317 unidades – mais 256,2% relativamente ao mesmo período de 2021.

No caso específico dos ligeiros de mercadorias 100% elétricos, em maio de 2022 foram matriculadas 63% mais unidades do que no mesmo mês de 2021, mas, em termos acumulados, regista-se uma queda de 275,6% desde o início do ano, comparativamente aos primeiros cinco meses de 2021.

Finalmente, no que diz respeito aos veículos pesados, não houve novas matriculações no mês de maio. Desde o início do ano foi matriculada somente uma unidade.

Toyota desenvolve ‘cartucho’ de hidrogénio portátil

A Toyota é um dos maiores proponentes da viabilidade do hidrogénio como fonte de energia limpa e segura e, consequentemente, do papel que esta forma de energia pode desempenhar no caminho para a neutralidade carbónica.

O gigante nipónico e a sua subsidiária Woven Planet anunciaram o desenvolvimento de um protótipo funcional de um cartucho de hidrogénio portátil, que facilita o transporte e o fornecimento deste tipo de energia para um conjunto de aplicações na vida quotidiana.

O protótipo, com cerca de 40 cm de altura e 18 cm de diâmetro, pesa 5 kg e pode ser transportado facilmente. Entre os principiais benefícios, a Toyota destaca também a sua acessibilidade, facilidade de recarregamento e a flexibilidade, que permite que o cartucho seja utilizado numa ampla variedade de aplicações.

Por outro lado, a infraestrutura de pequena escala tem a capacidade de satisfazer necessidades energéticas em áreas remotas e não eletrificadas, além de poder ser facilmente expedida para cenários de desastre.

A Toyota a e Woven Planet planeiam testar o protótipo através de provas de conceito levadas a cabo em várias localizações, incluindo na “cidade inteligente do futuro, centrada no ser humano”, denominada Woven City, construída na cidade de Susono, província de Shizuoka, no Japão. Aqui, as duas empresas vão explorar e testar um conjunto de aplicações da tecnologia, nomeadamente na área da mobilidade e em outras aplicações de cariz doméstico. O objetivo passa por continuar a melhorar a tecnologia, no sentido de tornar o cartucho cada vez mais fácil de usar e melhorar a sua densidade de energia.

A empresa avança ainda que está a colaborar com o governo japonês para desenvolver e construir uma cadeia abrangente de fornecimento baseada no hidrogénio, destinada a agilizar e simplificar a produção, o transporte e a utilização diária desta forma de energia.

Volvo usa motor 3D do Fortnite para trazer gráficos “fotorrealistas” aos seus elétricos

A Volvo Cars anunciou um acordo de parceria com a Epic Games, criadora do videojogo Fortnite, para explorar as capacidades gráficas do motor Unreal Engine e assim incluir gráficos de alta qualidade na sua próxima geração de automóveis elétricos.

A Epic Games é uma empresa líder em entretenimento interativo e software, provavelmente mais conhecida pelo Fortnite, um dos videojogos com mais sucesso de sempre. O estúdio também é responsável pelo Unreal Engine, uma das mais avançadas ferramentas de criação gráfica 3D, usada também em várias outras indústrias. O motor será agora usado pela Volvo Cars para desenvolver interfaces digitais para os seus automóveis e renderizar gráficos em tempo real.

A parceria entre a Volvo e a Epic focar-se-á então na ‘interface homem-máquina’ (Human Machine Interface – HMI), ou seja, a forma através da qual os utilizadores interagem com o software dos seus veículos. A Volvo afirma que a Epic a ajudará a construir uma plataforma na qual os engenheiros do fabricante sueco possam projetar software que melhorará a HMI dos automóveis.

“Esta tecnologia dá-nos a capacidade de criar visuais responsivos e de alta qualidade com os quais podemos brincar e adicionar informações, criar representações realistas quando necessário, todo esses tipo de coisas. “Portanto, trata-se realmente de criar a próxima geração de HMI para os nossos clientes”, disse Thomas Stovicek, diretor de UX (User Experience) da Volvo.

Idealmente, a Volvo quer usar o Unreal Engine para renderizar aquilo que os sensores externos do veículo – videocâmaras, radar e, em breve, Lidar – ‘vêem’ no exterior do veículo. Outras informações e a sua apresentação ao condutor, como navegação e duração da bateria, bem como luzes, cores e gráficos em movimento, serão aperfeiçoados graças à colaboração com a Epic Games, acrescentou ainda Stovicek.

Para a empresa de entretenimento, a indústria automobilística é um alvo particularmente atraente, principalmente porque os carros são mais fáceis de renderizar de forma realista do que os humanos. Recentemente, a Epic revelou que está a trabalhar com a GMC para desenvolver software HMI para o Hummer elétrico que deverá ser lançado ainda este ano.

Renault garante cobalto para baterias até 2032

A Renault acaba de garantir o fornecimento de sulfato de cobalto para as baterias dos seus automóveis elétricos até 2032. O fabricante francês anunciou hoje a assinatura de um acordo com o grupo marroquino Managem, ativo nos setores extrativo e metalúrgico, para o fornecimento de 5.000 toneladas de sulfato de cobalto por ano, durante um período de sete anos. A primeira remessa acontecerá em 2025.

O Grupo Renault assegura assim uma capacidade anual de produção de baterias na ordem dos 15 GWh. A empresa francesa afirma que este acordo de cooperação direta entre um fabricante de automóveis e uma empresa do setor extrativo garante um sistema de rastreio a longo prazo nesta cadeia de fornecimento. O acordo inclui a possibilidade de o Managem Group, a Renault e seus parceiros da Alliance alargarem o seu âmbito, de forma a cooperarem no fornecimento de manganês e sulfato de cobre, bem como na reciclagem de materiais de baterias.

Este acordo com o Managem Group sucede outros acordos estabelecidos pela empresa francesa, no sentido de cumprir a meta da redução da pegada de carbono associada à produção de baterias em 20% até 2025, e 35% até 2030, relativamente aos valores de 2020. A Renault havia já firmado uma parceria com a Vulcan para garantir o fornecimento de lítio, e com a Terraframe para o sulfato de níquel. Estes acordos, tal como o agora celebrado, incluem disposições para assegurar que os processos de extração e refinação são efetuados com recurso a energias renováveis, de forma a manter a menor pegada de carbono possível em todo o ciclo de vida das baterias.

“Este acordo é mais um passo para alcançar o objetivo de reduzir a pegada de carbono das nossas baterias e alcançar a neutralidade carbónica para o Grupo Renault na Europa até 2040, e em todo o mundo até 2050. A rastreabilidade e a descarbonização das matérias-primas das nossas baterias são questões cruciais para a mobilidade elétrica e a transição energética. Assim, garantimos um fornecimento local de cobalto de baixo carbono mais próximo do nosso ecossistema europeu de produção de baterias elétricas”, declarou a propósito do acordo Gianluca De Ficchy, vice-presidente executivo de compras da Alliance.

No comunicado, a Renault avança ainda que o acordo vai apoiar o desenvolvimento da indústria automóvel marroquina e reforçar o posicionamento de Marrocos como plataforma de produção e exportação de equipamentos, veículos automóveis e, agora, materiais estratégicos e críticos de origem marroquina como cobalto, manganês e cobre para o fabrico de baterias.

Jornadas da Mobilidade Elétrica do ISEP arrancam amanhã

Sexta-feira e sábado, 3 e 4 de junho, têm lugar as Jornadas da Mobilidade Elétrica (JME) do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), nas instalações deste establecimento de ensino superior.

As JME 2022, organizadas pelo departamento de Engenharia Eletrotécnica do ISEP, contarão, além da análise ao processo de eletrificação automóvel, com mesas redondas e apresentações de especialistas no tema.

O programa – que pode ser consultado aqui – conta com vários painéis temáticos, uma mesa-redonda, uma sessão tipo pitch e exposições de veículos e tecnologias de mobilidade elétrica. Tal como nas duas primeiras edições, realizadas em 2018 e 2019, nas quais marcaram presença empresas, associações e mais de 300 participantes, pretende-se analisar o estado atual da mobilidade elétrica e os seus desafios nas diferentes vertentes, nomeadamente no que respeita às tecnologias, infraestruturas, serviços de mobilidade, segurança e sustentabilidade ambiental.

Serão discutidos e demonstrados tópicos e tecnologias de elevada relevância para o setor e particularmente para todos os que, direta ou indiretamente, lidam com temas relacionados com a mobilidade elétrica na vertente académica, desenvolvimento, manutenção ou utilização. O público-alvo vai desde as empresas ligadas à produção de componentes, comercialização, manutenção e equipamentos, a docentes, investigadores e alunos do ensino superior, sem esquecer os utilizadores. 

Assim, nas JME 2022 tem ainda lugar uma exposição de viaturas elétricas e híbridas – com possibilidade de curtos test drives dentro das instalações do ISEP. A Sociedade Comercial C. Santos, parceira do evento, terá, por exemplo, dois modelos 100% elétricos, um EQA da Mercedes-EQ e um smart EQ fortwo, com a presença de vários membros da equipa para prestar esclarecimentos aos participantes. Um representante do concessionário Mercedes-Benz e smart irá moderar o primeiro debate da manhã de sábado.

CEO da Ford prevê guerra de preços nos VE

O CEO da Ford declarou que acredita que uma guerra de preços vai iniciar-se em breve no mercado dos automóveis elétricos. Jim Farley espera que o custo de produção dos elétricos caia a ponto de, nos próximos anos, os fabricantes competirem ferozmente entre si para venderem automóveis com preços na ordem dos 25.000 dólares (cerca de 23.000 euros).

Atualmente, os veículos elétricos são ainda mais caros do que os veículos convencionais. O executivo norte-americano deu o exemplo do Ford Mustang Mach-E, que atualmente tem um preço inicial, nos Estados Unidos, de 44.000 dólares, cerca de 25.000 mais caro do que um SUV a gasolina similar. Farley revela que cada bateria custa à Ford 18.000 dólares e o carregador 3.000 dólares.

Mas novas químicas de bateria, que utilizam menos metais raros, como cobalto e níquel, vão permitir reduzir os custos. Ao mesmo tempo, os veículos elétricos requerem de menos trabalho e menor tempo de montagem, o que permite também economias significativas.

O CEO da Ford diz que a marca norte-americana está a projetar a próxima geração de automóveis elétricos de forma a simplificar radicalmente o processo de montagem: “Metade dos componentes, metade das estações de trabalho, metade das soldas, 20% menos fixações. Projetámo-lo, porque é um produto tão simples, para alterar radicalmente da fabricação”.

A aerodinâmica também é um aspeto importante novos veículos elétricos, projetados para utilizar o mínimo de energia e assim maximizar a autonomia. Segundo Farley, redesenhar a carroceria de uma pick-up de tamanho médio no sentido de reduzir a resistência do ar pode incrementar a autonomia até 120 km. Esta autonomia adicional permite cortar cerca de 3.000 dólares ao custo médio da bateria: “A reengenharia do veículo para minimizar o tamanho da bateria, já que é tão cara, será decisivo para estes produtos de segunda geração”, afirmou.

À semlhança de outros fabricantes, a Ford tem planos de diferenciação que passam por desenvolvimento de serviços de software (SaaS), incluindo recursos de condução autónoma e sistemas de apoio à condução que podem ser subscritos por períodos de tempo limitados ou por distância percorrida.

Tudo isto contribui para reduzir os custos e aumentar os lucros, mesmo com a expectativa de aumento dos custos das matérias-primas, disse Farley.

A Ford planeia ainda reduzir os custos de distribuição que, de acordo com o CEO da marca, são superiores aos do líder de mercado, a Tesla, em cerca de 2.000 dólares por unidade. Esta redução pode ser atingida através da diminuição do número de veículos nos parques dos retalhistas e cortes nas despesas com publicidade – Farley diz que, tal como no caso da Tesla, poderá não ser necessário à Ford comprar publicidade para vender automóveis elétricos, custos que ascendem a cerca de 500 ou 600 dólares por veículo.

O primeiro dos veículos da nova geração de elétricos da Ford estará pronto em 2026. A empresa vai reconverter as fábricas mais antigas para construir veículos elétricos, construir três novas fábricas de baterias e abrir uma nova fábrica de montagem nos Estados Unidos, revelou ainda o executivo. Até lá, a empresa deverá terá garantido o fornecimento das matérias-primas necessárias e a nova química de bateria também deverá estar disponível.

Escola da Amadora vence Grande Prémio Energy Up

A Escola 2/3 D. Francisco Manuel de Melo, na Amadora, foi a vencedora da edição de 2022 do Prémio Escola Energy Up, arrecadando o Grande Prémio na competição da Fundação Galp que distingue os projetos escolares que mais se destacam na promoção de consumos energéticos eficientes e na área da mobilidade sustentável. Com esta vitória, a escola da Amadora ganha o direito à instalação de painéis solares num valor até 20 mil euros, numa iniciativa de investimento social da Galp Solar.

Depois da avaliação das mais de 50 candidaturas de escolas de 13 distritos de Norte a Sul do país e ainda do arquipélago da Madeira, o júri atribuiu o Grande Prémio ao projeto multidisciplinar ‘INOV D’, desenvolvido desde 2005 por várias turmas e professores da Escola 2/3 D. Francisco Manuel de Melo. O prémio foi entregue esta quinta-feira numa cerimónia que decorreu no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, e que contou com a presença de dezenas de crianças e jovens das escolas finalistas do ensino básico e secundário de Paredes, Castelo Branco, Sintra, Guimarães, Amadora, Vila Nova de Famalicão, Santo Tirso, Póvoa do Varzim, Torres Vedras e Lisboa.

Com iniciativas como a construção de protótipos solares fotovoltaicos (carros e fornos solares), a escola da Amadora tem procurado desenvolver e estimular competências empreendedoras nos seus alunos ao longo dos anos, com foco em preocupações ambientais. Neste ano letivo, desafiou ainda os estudantes a resolverem problemas complexos e futuristas com recurso a ferramentas como o design thinking.

O júri composto por representantes da Quercus, da APA, da ADENEda DGEGda DGE, da Galp Solar e do programa Dinheiro Vivo, destacou ainda entre os vários méritos deste projeto a sua continuidade e evolução ao longo dos anos e o facto de promover uma aproximação dos alunos à realidade empresarial, seja através de soluções inovadoras, seja através da criação de uma empresa para o ano 2050, no contexto de uma cidade sustentável, com desafios ao nível da energia e mobilidade.

Nas restantes categorias a concurso na edição deste ano do Prémio Escola Energy Up – primeiro ciclo, segundo e terceiro ciclo, e ensino secundário ou profissional –, as vitórias couberam respetivamente a escolas da Póvoa de Varzim, de Castelo Branco e de Santo Tirso, cada uma ganhando um prémio de 1.000 euros para financiamento dos respetivos projetos, em tickets de educação.

Na categoria de ensino secundário ou profissional, o Instituto Nun’Alvres, de Santo Tirso, foi premiado com o projeto multidisciplinar ‘Luz Verde’ que, através da instalação de um dispositivo, regula automaticamente e remotamente a intensidade luminosa de uma sala. O projeto, cujo protótipo está em uso no pavilhão desportivo e numa outra estrutura com sala de aulas do Instituto, conjuga a entrada de luz solar (através de estores) com a regulação da intensidade da luz elétrica (com lâmpadas reguláveis), resolvendo assim a dificuldade em ajustar uma intensidade luminosa simultaneamente confortável e energeticamente sustentável e eficiente.

Na categoria de segundo e terceiro ciclo, o júri atribuiu o primeiro lugar à Escola Cidade de Castelo Branco pelo projeto multidisciplinar ‘Escola + Amiga do Ambiente’. Focado no uso eficiente da energia, na sensibilização para a redução das deslocações em automóvel particular e na redução do consumo energético e a melhoria da qualidade de vida da população, o projeto promove também o aproveitamento de um reservatório de gás para armazenamento de águas da chuva e utiliza energia fotovoltaica para a bombagem da água para a rega dos jardins e da horta da escola.

Na categoria do primeiro ciclo, a Escola Básica de Aver-o-Mar, da Póvoa do Varzim, foi a vencedora com o projeto multidisciplinar ‘Aver-o-Eco’, que mobiliza e sensibiliza a comunidade escolar e envolvente para o tema da mobilidade sustentável. O júri premiou o foco desta escola na Educação e Segurança Rodoviária, nomeadamente pelo aumento do seu parque de bicicletas e pelo incentivo à sua utilização, o que permite diminuir os gases com efeito de estufa.

Recorde-se que esta foi a segunda edição do Prémio Escola Energy Up, da Fundação Galp. O Grande Prémio da edição de 2021 foi atribuído ao Agrupamento de Escolas da Gafanha da Nazaré, com o projeto SmartAir, focado na sensibilização para a retoma do uso de bicicletas ou de veículos elétricos. O conceito incluiu o diagnóstico às condições de mobilidade na cidade, campanhas de sensibilização e lóbi para melhorar acessos para o uso de meios de locomoção não poluentes.

Desde 2010, a Fundação Galp levou os seus projetos educativos a mais de 2 milhões de alunos e professores, em mais de 17 mil escolas. O Prémio Energy Up foi atribuído pela primeira vez em 2021, no quadro do programa Future Up, que incentiva crianças e jovens, professores, voluntários e parceiros a terem um impacto positivo na sociedade, com novas ideias e soluções. Distingue projetos escolares inovadores, sustentáveis e inspiradores, em linha com o compromisso assumido pela Galp de acelerar os esforços para a transição energética e de mobilizar e capacitar as comunidades neste percurso, declara a energética em comunicado.

Vencedores da edição de 2022:

Grande Prémio: Escola 2/3 D. Francisco Manuel de Melo, Amadora

Primeiro ciclo

  • 1.º lugar: Escola Básica de Aver-o-Mar, Póvoa de Varzim
  • 2.º lugar: Jardim-Escola João de Deus, Torres Vedras
  • 3.º lugar: Jardim-Escola João de Deus, Olivais

Segundo e terceiro ciclo

  • 1.º lugar: Escola Cidade de Castelo Branco
  • 2.º lugar: Escola Básica Professor Agostinho da Silva, Sintra
  • 3.º lugar: Escola Básica e Secundária de Paredes

Ensino secundário ou profissional

  • 1.º lugar: Instituto Nun’Alvres, Santo Tirso
  • 2.º lugar: Escola Secundária Francisco de Holanda, Guimarães
  • 3.º lugar: Escola Profissional Tecnológica do Vale do Ave, Vila Nova de Famalicão