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Green Future-AutoMagazine

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Notícias

EDP inaugura parque solar flutuante no Alqueva

Após sete meses de construção, o parque solar flutuante em Alqueva – o maior da Europa em albufeira – foi hoje inaugurado. A energia produzida vai abastecer mais de 30% da população na região de Portel e Moura.

Com perto de 12 mil painéis fotovoltaicos – que ocupam 4 hectares, o equivalente a cerca de 0,016% da área total da albufeira do Alqueva –, a nova plataforma tem uma potência instalada de 5 MW e capacidade para produzir cerca de 7,5 GWh por ano.

O projeto envolve um investimento total de seis milhões de euros e destaca-se pela tecnologia solar flutuante e pelo conceito de hibridização, que permite aliar a energia solar à hídrica da barragem de Alqueva. Está ainda prevista a instalação de um sistema de baterias, com potência nominal de 1 MW e capacidade de armazenamento de cerca de 2 MWh, usando apenas um ponto de ligação à rede já existente, de forma a otimizar recursos.

O parque solar foi inaugurado pelo primeiro-ministro, António Costa, acompanhado pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, e pelo secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba. Além do presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, destaque para a participação no evento desta manhã o responsável pela área de energia do Fórum Económico Mundial, Roberto Bocca.

“O Alqueva é hoje um exemplo de inovação e sustentabilidade, que iremos reforçar em breve com o novo projeto ganho no primeiro leilão solar flutuante em Portugal. A EDP é pioneira a nível global na tecnologia solar flutuante, que é um salto marcante na expansão das renováveis e no acelerar do processo de descarbonização”, declarou Miguel Stilwell d’Andrade, acrescentando que “a aposta na hibridização, ao aliar energia elétrica produzida da água, sol, vento e armazenamento, é uma via lógica de crescimento em que a EDP continuará a investir – permite produzir energia mais barata, otimiza recursos e com o mínimo impacto ambiental”.

Os flutuadores que suportam os painéis solares combinam plástico reciclado e cortiça, uma inovação que está a ser testada pela primeira vez em Alqueva. A solução resulta de uma parceria com a Corticeira Amorim (através da Amorim Cork Composites) que desenvolveu uma fórmula mais sustentável para os flutuadores fabricados pela espanhola Isigenere. Além de contribuir para reduzir o peso da plataforma em 15%, esta solução ajuda a diminuir a pegada de CO2 do projeto em cerca de 30%.

De acordo com a EDP, a tecnologia solar flutuante é decisiva no aproveitamento de recursos e na expansão de energias renováveis, que contribuem para reduzir a dependência energética de outras fontes e acelerar o processo de transição energética. Este primeiro projeto de grande escala em Alqueva avançou após o sucesso do primeiro piloto iniciado no Alto Rabagão há cerca de sete anos, e enquadra-se na estratégia da EDP de investir em projetos de inovação e em renováveis para atingir a neutralidade carbónica até 2030.

A empresa afirma ainda que projeto foi também decisivo para acelerar a criação de novas oportunidades de investimento em tecnologias limpas e abrir portas para leilões que contribuem para a urgente aceleração das energias renováveis. No primeiro leilão de solar flutuante, que decorreu em abril deste ano, foi atribuído à EDP um lote de 70 MW no Alqueva, a capacidade mais alta atribuída.

O projeto irá reforçar a produção de energia a partir da albufeira do Alqueva, sendo capaz de produzir 300 GWh anualmente, de abastecer 92 mil casas e de evitar a emissão de mais de 133 mil toneladas de CO2. A EDP afirma que a viabilidade económica será assegurada pela escala do projeto e pela componente de hibridização, que permitirá combinar diferentes tecnologias e garantir um equilíbrio a nível de preços.

Aiways U6 conclui nova ronda de testes antes do lançamento

A Aiways concluiu mais um ciclo de testes do seu próximo modelo, o SUV coupé U6. Após os tradicionais ensaios em condições climáticas extremas, o novo modelo da Aiways foi recentemente submetido a análises de resistência e desempenho, com foco no aperfeiçoamento das capacidades dinâmicas e na experiência de condução.

Cada uma das oito unidades envolvidas concluiu 240 dias de ensaios na pista de testes de Yancheng Zhongqi, também utilizada por outros fabricantes de equipamentos originais (OEM) para testarem os seus modelos, num total de quase 400 mil quilómetros percorridos. A Aiways estima que a distância total percorrida até agora durante o processo de Investigação e Desenvolvimento do SUV Coupé U6 seja equivalente a cerca de 1,2 milhões de quilómetros. O responsável da Aiways por esta área, Jet Zhang, defende que os “procedimentos de teste rigorosos estão a ter como resultado um produto de qualidade excecional, capaz de satisfazer os clientes mais ambiciosos”.

De acordo com a Aiways, os ensaios na pista de testes de Yancheng permitiram aos engenheiros da marca chinesa otimizar a durabilidade da estrutura, bem como do desempenho do grupo propulsor e do veículo em geral. Outros elementos analisados foram a resistência estrutural, qualidade de montagem, fiabilidade, economia e potência, bem como o ruído, vibração e aspereza (Noise, Vibration and Harshness, NVH).

O U6 foi ainda submetido a mais de 150 ciclos de teste em estrada, em diferentes condições de carga, por forma a simular condições reais de utilização. Os engenheiros testaram as capacidades do veículo, inclusivamente em condições de utilização indevida, tais como técnicas de condução incorretas, para garantir um “nível elevado” de desempenho, independentemente dos fatores exógenos.

A Aiways afirma que as condições de trabalho da pista de testes de Yancheng foram um recurso inestimável para este conjunto de testes de desempenho, que complementaram a fase prévia de avaliação. A pista está dividida em diversas secções, permitindo analisar diferentes fatores: desempenho em linha reta, controlo do veículo, travagem, conforto, comportamento a alta velocidade em reta e em estrada inclinada com curva parabólica, durabilidade e subida. O fabricante chinês assegura que, em cada um destes testes, o desempenho do SUV coupé U6 excedeu consistentemente as expectativas e metas de desenvolvimento da equipa de engenharia.

O novo modelo da marca atinge uma velocidade máxima, controlada eletronicamente, de 160 km/h, acelerando dos 0 aos 100 km/h em menos de sete segundos. O veículo está equipado com um servofreio de segunda geração da Bosch, o iBooster com sistema de controlo de travagem ‘ESP hev’, desenvolvido especificamente para veículos híbridos e elétricos. O iBooster de travagem eletromecânico independente do vácuo trabalha em combinação com o módulo ‘ESP hev’ para permitir uma acumulação mais rápida de pressão e permitir distâncias de travagem mais curtas. O sistema inteligente permite que a unidade de travagem responda com uma rapidez três vezes superior à dos travões convencionais, além de garantir máxima recuperação de energia. De acordo com os engenheiros da Aiways, a distância de travagem real do U6 a partir dos 100 km/h é de 34,4 metros, “fator importante para a segurança durante a condução a alta velocidade”.

Ao longo do seu desenvolvimento, o SUV Coupé U6 da Aiways foi também testado fora das condições de pista, em situações de condução mais próximas da realidade, que abrangeram 55 diferentes tipos de piso ao longo de 1.000 ciclos de teste.

Seis conjuntos diferentes de pneus de baixa resistência ao rolamento foram avaliados mais de 40 vezes, com o objetivo de aperfeiçoar a rigidez lateral e a aderência,de forma a aumentar os níveis de precisão da direção e de comportamento, bem como dos índices de NVH, conforto e economia. Este trabalho serviu de base para a afinação do chassis, para a qual a Aiways estabeleceu uma parceria com o especialista em competição automóvel Prodrive. O chassis foi afinado em várias estradas principais e secundárias, o que permitiu obter melhorias no comportamento das molas dianteiras e traseiras e das barras estabilizadoras, além da reconfiguração das características dos amortecedores.

De acordo com a Aiways, a afinação detalhada da direção assistida elétrica, permite que o U6 reaja agora melhor às solicitações do volante, tornando as mudanças de faixa mais suaves e as curvas mais precisas, o que também contribui para manter mais equilibrada a postura corporal.

O sistema de travagem foi adaptado de forma a adequar-se às características desportivas do chassis, incluindo ajustes à força linear aplicada no pedal do travão, à resposta do Sistema de Controlo de Tração e à rapidez e acerto da intervenção do Controlo Eletrónico de Estabilidade.

A próxima ronda de testes focar-se-á na conformidade e consistência. A Aiways prevê lançar o U6 no mercado europeu no último trimestre de 2022.

Panasonic prevê aumentar densidade das baterias em 20% até 2030

A Panasonic Energy Co. está a trabalhar em novas tecnologias para aumentar a densidade de energia das baterias em em 20% até 2030, disse o diretor de tecnologia da empresa japonesa, Shoichiro Watanabe, em declarações à Reuters.

Este acréscimo da capacidade das baterias poderia aumentar a autonomia de um Tesla Model Y, por exemplo, em mais de 100 km para a mesma dimensão de bateria. Em alternativa, mantendo a autonomia inalterada, permitiria desenvolver automóveis elétricos mais espaçosos e mais leves.

A Panasonic Energy, subsidiária da Panasonic Holdings, espera alcançar este incremento de cerca de 20% na densidade das baterias através de uma nova mistura de aditivos que permite que células individuais funcionem numa voltagem mais alta sem prejudicar o desempenho, disse Shoichiro Watanabe.

Um aumento de 20% na densidade de energia significaria que a célula mais avançada da Panasonic, com uma densidade de 750 watts-hora por litro (wh/l), passaria a ter uma densidade de 900 wh/l. Watanabe afirma que a Panasonic planeia alcançar este crescimento de forma gradual, ao longo de vários anos, não tendo contudo revelado quando é que a empresa lançará a nova química.

Segundo Watanabe, que também é vice-presidente executivo da Panasonic Energy, a empresa desenvolveu uma maneira de retardar a degradação da bateria numa voltagem mais alta através da utilização de aditivos novos e mais potentes no eletrólito. A atual célula de bateria que a Panasonic fornece à Tesla usa uma voltagem de 4,2 volts. Watanabe declarou a nova química permite aumentar esta voltagem para 4,3 ou 4,4 volts.

“A corrida entre os fabricantes de baterias tem sido para criar aditivos mais potentes e eficazes”, disse o executivo.

“Se conseguirmos chegar a 4,5 ou 4,6 volts, acho que mudaria toda a visão do mundo em termos do que é possível para os veículos elétricos”, acrescentou.

A Panasonic também desenvolveu formas de evitar ‘microfissuras’ – pequenas fraturas que se desenvolvem no elétrodo positivo quando uma bateria é carregada e descarregada, reduzindo sua vida útil. Uma medida de proteção inclui o uso dos chamados ‘materiais de cristal único’ para o elétrodo positivo da bateria.

Finalmente, a Panasonic está ainda a trabalhar para substituir uma maior percentagem da grafite usada nos elétrodos negativos por materiais à base de silício para melhorar essa parte da célula, apesar de o silício ser mais caro, afirmou Watanabe.

“O equilíbrio é difícil, mas aumentar a densidade de energia das baterias implica aumentar o potencial de ambos os elétrodos”, disse.

Nissan Qashqai e-Power: um híbrido que se conduz como um elétrico a bateria

O Nissan Qashqai é um best seller da marca nipónica e, em setembro, vai estrear uma motorização híbrida. A terceira geração do Qashqai será o primeiro modelo na Europa a ser equipado com a tecnologia e-Power, desenvolvida pela Nissan, “componente-chave na estratégia de eletrificação da marca”.

O sistema e-Power é composto por uma bateria de alta potência que é complementada por um motor com relação de compressão variável turbo comprimido a gasolina, de 1,5 litros de cilindrada, capaz de debitar 156 cv, e por um gerador de energia, inversor e motor elétrico de 140 kW, de tamanho e potência semelhantes aos encontrados nos automóveis elétricos da Nissan. O motor a gasolina gera eletricidade, que pode ser transmitida através do inversor para a bateria, o motor elétrico ou ambos, de acordo com o cenário de condução.

O sistema distingue-se pelo facto de o motor elétrico ser a única fonte de energia para as rodas. Graças à tração exclusiva pelo motor elétrico, não há atraso na entrega do binário, como pode acontecer num híbrido tradicional, oferecendo assim a resposta instantânea típica dos automóveis elétricos. Segundo a Nissan, esta tecnologia representa uma alternativa apelativa aos híbridos tradicionais, onde os condutores têm de aceitar as inerentes ineficiências na experiência de condução.

“A introdução da inovadora tecnologia e-Power no novo Qashqai traz mais do espírito pioneiro da Nissan ao segmento crossover. Os clientes vão apreciar a sensação de conduzir um VE, mas sem a preocupação do carregamento. O e-Power é uma porta de entrada para a condução de automóveis totalmente elétricos e representa um marco significativo na estratégia de eletrificação da Nissan”, disse Arnaud Charpentier, vice-presidente de Estratégia de Produto e Preços para a região AMIEO.

“Com a tecnologia e-Power exclusiva da Nissan, sentimos que os clientes vão apaixonar-se pela sensação de uma motorização elétrica, sem as preocupações de autonomia. É uma motorização que eles vão gostar de conduzir e representa uma excelente opção para ser eco consciente no seu dia-a-dia. No geral, o e-Power do Qashqai vai apelar aos condutores que ainda não estão prontos para um VE puro nas suas vidas, mas querem ser mais sustentáveis e desfrutar da diversão da condução elétrica no dia-a-dia”, acrescentou Charpentier.

No coração do sistema, o motor a gasolina de 1,5 litros com três cilindros turbo, foi desenvolvido especificamente para esta aplicação. Utilizada pela marca premium da Nissan, a Infiniti, a capacidade de ajustar a relação de compressão proporciona melhor desempenho e economia, dependendo da carga do motor. A relação de compressão varia entre 8:1 e 14:1 através do movimento de um atuador que altera o comprimento do curso do pistão de acordo com a necessidade de potência.

Durante cenários de baixa procura de energia – como a velocidade constante com um nível relativamente alto de carga na bateria – a relação de compressão situa-se na gama mais alta que otimiza o consumo e as emissões. Quando as necessidades de energia são elevadas, para carregar a bateria ou a alimentação diretamente para o motor, é ativada uma relação de compressão mais baixa que maximiza a potência do motor. A marca nipónica assegura que a transição entre diferentes relações de compressão é linear, sem necessidade de qualquer ação do condutor.

O motor térmico funciona sempre dentro da sua gama de rotação ideal e com melhor relação de compressão, conduzindo a uma maior eficiência de combustível e a menores emissões de CO2 em comparação com um motor de combustão interna tradicional. Tem ainda vantagens adicionais, como a redução do ruído do motor e menor impacto na qualidade do ar urbano.

Para maximizar o desempenho, em situações de alta aceleração ou alta velocidade, a unidade de controlo de gestão de energia dentro do sistema e-Power pode enviar a energia gerada pelo motor térmico diretamente para o motor elétrico, através do inversor, para reforçar a alimentação elétrica proveniente da bateria. Naturalmente, em desaceleração e travagem, a energia cinética é recapturada e canalizada de volta para a bateria para otimizar a eficiência.

“Sabemos que os clientes do Qashqai e-Power passarão quase três quartos do seu tempo a conduzir em ambientes urbanos e suburbanos. Consequentemente, desenvolvemos o sistema e-Power para funcionar da forma mais eficiente, eficaz e discreta possível nessas circunstâncias. Mas não há compromisso com o desempenho da condução. A aceleração é instantânea, graças à tração elétrica pura nas rodas e não há caixa de velocidades para interromper a entrega de energia”, declarou David Moss, vice-presidente sénior de pesquisa e desenvolvimento da Nissan AMIEO.

À semelhança do LEAF, o Qashqai e-Power integra o e-Pedal Step: projetado para tirar a tarefa repetitiva de pára-arranca da condução urbana, onde o condutor está frequentemente a mover o pé entre o acelerador e o travão, o e-Pedal Step permite acelerar e travar usando apenas o acelerador.

Quando o e-Pedal Step é ativado através do interruptor da consola central, o acelerador proporciona aceleração como habitualmente. Já a libertação do acelerador faz com que o Qashqai trave a 0,2 g, o suficiente para iluminar as luzes do travão e reduzir a velocidade para uma velocidade muito baixa, mas não uma paragem completa. De acordo com a Nissan, as manobras de estacionamento de baixa velocidade são assim mais suaves, e os condutores mostraram que se adaptam facilmente e preferem este modo do pedal do acelerador, “garantindo que a condução urbana é mais intuitiva e menos exigente”.

Shell constrói a maior central de hidrogénio verde da Europa

A Shell anunciou a construção da maior central de produção de hidrogénio verde da Europa. As suas subsidiárias Shell Nederland e Shell Overseas Investments tomaram a decisão de avançar com o projeto Holland Hydrogen I, que deverá produzir até 60 toneladas de hidrogénio por dia, quando atingir a capacidade plena.

A central será construída na parte mais recente do porto de Roterdão, Tweede Massvlakte, e estará operacional em 2025. O eletrolisador de 200 MW – o mais potente instalado pela Shell, até ao momento – utilizará exclusivamente energia gerada a partir de fontes renováveis, proveniente do parque éolico offshore Hollandse Kust Noord, detido parcialmente pela empresa.

O hidrogénio produzido na central Holland Hydrogen I será canalizado para o Shell Energy and Chemicals Park Rotterdam através do gasoduto HyTransPort1, e servirá para substituir parcialmente o hidrogénio cinzento aí utilizado na produção de combustíveis – gasolina, diesel e combustível para aviação –, ajudando assim a descarbonizar parte do processo.

A Shell avança que o hidrogénio verde produzido na nova central também poderá ser enviado para novas infraestruturas de reabastecimento que deverão começar a aparecer na Europa, sobretudo orientadas para camiões pesados a hidrogénio, de forma a “ajudar a descarbonizar o transporte rodoviário comercial”.

“A Holland Hydrogen I demonstra como as novas soluções de energia podem trabalhar juntas para responder à necessidade da sociedade por energia mais limpa. É também outro exemplo dos esforços e do compromisso da Shell em se tornar uma empresa com emissões líquidas zero até 2050”, declarou Anna Mascolo, vice-presidente executiva de Soluções de Energia Emergentes da empresa. “O hidrogénio renovável desempenhará um papel crítico no sistema energético do futuro e este projeto é um passo importante para ajudar o hidrogénio a realizar esse potencial”.

Volvo Car Portugal faz balanço do Recharge Roadshow

No último fim de semana, em Castelo Branco, teve lugar a última etapa do Volvo Recharge Roadshow, a iniciativa levada a cabo pela Volvo Car Portugal, em colaboração com a World Shopper, com o objetivo de esclarecer as dúvidas dos consumidores sobre a transição para a mobilidade elétrica.

O Volvo Recharge Roadshow teve início em Vila Real, no passado dia 14 de maio, e ao longo de 57 dias, desdobrou-se em 23 etapas. O dois automóveis 100% elétricos da Volvo – um XC40 e um C40 – cumpriram mais de 5.000 kms sem emissões, de norte a sul do país, com uma visita ao arquipélago da Madeira.

No balanço do evento, em que participaram cerca de 700 condutores, a diretora de Consumer Experience da Volvo Car Portugal, Aira de Mello, afirmou: “Na génese deste evento está o facto de sabermos existirem ainda existem muitas duvidas relativamente à eletrificação: a autonomia e como geri-la, as baterias e o seu ciclo de vida, o valor residual dos automóveis daqui a alguns anos, a infraestrutura – onde e como carregar… quisemos ir até às pessoas, independentemente de serem ou não clientes Volvo, e responder de forma simples, aberta e sem tecnicalidades às suas perguntas. Foi muito gratificante a participação e a interatividade gerada em cada uma das ações. A Volvo Car Portugal quer assumir um papel ativo e pedagógico neste momento tão importante em que, naturalmente, as dúvidas e inquietações surgem, como é próprio de qualquer momento de transição ou mudança, o Recharge Roadshow foi um desses momentos, outros se seguirão”.

Por seu lado, Ricardo Oliveira, da World Shopper/Viver Elétrico, declarou: “Estudamos a mobilidade elétrica há mais de dez anos. Para nós é sempre um prazer ir ao terreno perceber as pessoas e assim complementar o trabalho teórico que temos vindo a fazer. Com o Recharge Roadshow foi possível aferir as dúvidas atuais das pessoas. Acreditamos que a mobilidade elétrica não é difícil mas representa uma mudança de hábitos num sector onde há mais de cem anos “metemos combustível”.  As pessoas têm uma curiosidade crescente em relação aos automóveis elétricos que considero muito adaptados às condições atuais de circulação – limites de velocidade, silêncio e qualidade de vida numa condução tranquila e despreocupada”.

A Volvo iniciou a comercialização em Portugal dos seus primeiros modelos 100% elétricos, o XC40 Recharge e o C40 Recharge, em 2021. No primeiro semestre de 2022, as vendas destes dois modelos representaram 12% do total da marca no País, uma taxa é superior à media europeia e mundial da marca, que se cifra nos 10% e nos 8% respetivamente.

A Volvo Cars ambiciona vender 1 milhão de viaturas eletrificadas em todo o mundo até 2025. Este compromisso com a eletrificação faz parte do plano ambiental da marca, que pretende ser ambientalmente neutra a partir de 2040.

Galp e ANA criam o maior ‘hub’ de carregamento em Portugal

A Galp e a ANA – Aeroportos de Portugal, S.A. estabeleceram uma parceria que irá disponibilizar soluções de carregamento universal nos parques públicos do Aeroporto de Lisboa integrados na rede Mobi.E. No âmbito deste acordo, será criado o maior hub de carregamento ultrarrápido em Portugal, com dez pontos de carregamento ultrarrápido de 180 kW DC e que permitem carregar em simultâneo dez viaturas.

O projeto inclui também a disponibilização e gestão de uma infraestrutura de carregamento pública, de acesso universal e integrada na rede Mobi.E, que conta com 41 tomadas de carregamento VE normal (AC) e uma tomada de carregamento rápido VE (DC), instaladas ao longo de treze parques de estacionamento do Aeroporto de Lisboa – todas já operacionais. Acrescem ainda 48 pontos de carregamento privados para o Grupo ANA em parques de estacionamento, através de uma solução tecnológica de gestão e monitorização da infraestrutura de carregamento – a Plataforma GALP para soluções privadas de carregamento.

O hub de carregamento ultrarrápido irá situar-se no parque de estacionamento designado por ‘Parque da Nora’, na Rua C do aeroporto de Lisboa (GPS: 38.779844, -9.125723) e permitirá, consoante a tipologia de veículos, carregar a bateria do veículo dos 20% aos 80% em 15 minutos.

O protocolo celebrado entre a Galp e a ANA tem a duração de uma década e “simboliza o claro compromisso das duas empresas com o objetivo da descarbonização no setor de transportes de viaturas ligeiras”.

Para a Galp, este é um novo passo no mercado da mobilidade elétrica. A energética tem vindo a lançar e expandir serviços nesta área e redes de carregamentos para veículos elétricos.

A Galp tem atualmente mais de 1.000 pontos de carregamento e planeia chegar a 2025 com mais de 10.000 pontos em toda a Península Ibérica, estando a desenvolver esta estratégia com pontos de carregamento rápidos e ultrarrápidos, tanto na rede de postos da Galp, como na via pública, centros comerciais, parques de estacionamento, cadeias de retalho ou empresas, como é o caso do protocolo agora estabelecido com a ANA.

Para a VINCI Airports, concessionária da ANA, a instalação de estações de carregamento no Aeroporto de Lisboa e nas suas imediações “sustenta o objetivo de descarbonizar toda a cadeia de mobilidade”. A empresa procura atingir emissões líquidas zero até 2030 nos seus aeroportos na União Europeia. A ANA tem agora 97 pontos de carregamento de veículos elétricos na região de Lisboa, incluindo estações públicas e privadas.

Stratio fecha contrato global de manutenção preditiva e diagnóstico remoto com a Keolis

A empresa portuguesa Stratio anunciou a assinatura de um contrato global para fornecer manutenção preditiva e tecnologia de diagnóstico remoto às redes de veículos da Keolis. Como parte do acordo, o grupo Keolis, que opera em 14 países, utilizará a plataforma Stratio para efetuar manutenção preditiva e diagnóstico remoto dos seus autocarros citadinos e de longo curso. 

A Plataforma Stratio, que apresenta modelos avançados e agnósticos de inteligência artificial e machine learning, pode monitorizar, analisar e prever falhas em tempo real, em veículos de qualquer tipo, marca e modelo. De acordo com a Stratio, esta mudança – de manutenção preventiva para manutenção preditiva – resulta num aumento do tempo de operação dos veículos e numa otimização das operações de manutenção, o que permite poupar custos e melhorar o serviço ao público.  

“A solução Stratio, que já está implementada em várias redes da Keolis em França, permite às equipas de manutenção consultar e resolver as avarias dos veículos. Isto elimina tempos de paragem dispendiosos, permitindo-nos oferecer um serviço ainda mais fiável, eficiente e seguro aos passageiros, ao mesmo tempo que ajudamos as nossas equipas de operações a melhorar a performance de eco driving“, disse Pierre Gosset, director da Divisão Industrial do Grupo Keolis.

Por seu lado, Rui Sales, co-fundador e presidente da Stratio, afirma que “O empenho da Keolis na inovação, automatização e digitalização das suas operações de manutenção demonstra o quanto este grupo valoriza os seus clientes. Estamos satisfeitos por terem escolhido a Stratio para os ajudar a atingir o seu objectivo de ligar as pessoas a oportunidades e recursos com um serviço de transporte público seguro, fiável e sustentável. Esta parceria à escala global com uma das maiores frotas do mundo acelera a concretização do nosso objectivo de criar um futuro sem paragens que beneficie toda a população”.

A Keolis é um dos principais operadores de redes de transportes públicos do mundo, sendo nomeadamente líder em sistemas automatizados de metro e comboios urbanos. Desenvolve ainda atividades em várias outras áreas da mobilidade partilhada – car sharing, car pooling, gestão de estacionamento e transporte médico, entre outros. Emprega mais de 68.000 pessoas em 14 países e atingiu receitas globais de 6,3 mil milhões de euros em 2020.

Volkswagen inicia construção da sua primeira ‘gigafactory’

A Volkswagen iniciou a construção da sua primeira fábrica de células de baterias para veículos elétricos, em Salzgitter, Alemanha, ao mesmo tempo que lançou a PowerCo, a nova empresa do Grupo que irá agrupar as suas atividades globais na área das baterias.

Sediada precisamente em Salzgitter, a nova empresa irá, com efeito imediato, gerir as operações internacionais das fábricas, o desenvolvimento da tecnologia de células de bateria, a integração vertical da cadeia de valor e o fornecimento de máquinas e equipamentos às fábricas. Com planos de investimento superiores a 20 mil milhões de euros, espera gerar receitas na mesma ordem de valores e criar cerca de 20.000 empregos na Europa. No futuro, a empresa planeia ainda expandir as suas atividades para outros áreas e produtos, como sistemas de armazenamento para redes de energia.

A nova fábrica de células de bateria da Volkswagen em Salzgitter entrará em funcionamento em 2025 e, quando estiver a funcionar em pleno, terá uma capacidade de produção anual de 40 GWh, suficiente para cerca de meio milhão de veículos elétricos.

É também o modelo para futuras fábricas de células de bateria do Grupo Volkswagen: “O que testámos milhões de vezes com plataformas de veículos, como a MQB e a MEB, também lançará as bases para estabelecer a produção de células: estaremos a padronizar com base em padrões europeus e upscaling. Desta forma, combinaremos velocidade e otimização de custos com os mais altos níveis de qualidade”, afimou o CEO da PowerCo, Frank Blome.

A padronização abrangerá equipamentos, edifícios e infraestruturas, mas também produtos, processos e Tecnologias de Informação. Com isto, a Volkswagen espera criar fábricas que podem ser rapidamente convertidas para inovações a nível de de produto e produção. As fábricas utilizarão exclusivamente eletricidade de fontes renováveis e serão projetadas para integrarem processos de reciclagem em circuito fechado, no futuro.

O objetivo da marca germânica passa por atingir uma capacidade anual de produção de 240 GWh, com seis fábricas na Europa, desenvolvidas e operadas em conjunto com parceiros. Depois de Salzgitter, a próxima fábrica de células será construída em Sagunto, na região de Valência, Espanha; e a marca afirma estar já a avaliar localizações possíveis para outras três instalações. Está ainda a considerar a possibilidade de abrir novas fábricas na América do Norte.

, a primeira das quais localizada em Sagunt, na região de Valência, Espanha. Neste momento, a marca alemã está a avaliar possíveis localizações para mais três fábricas – o objetivo é uma capacidade de produção anual combinada de 240 GWh em 2030, com seis fábricas desenvolvidas e operadas com diferentes parceiros.

A Volkswagen também revelou a célula unificada prismática anunciada no Power Day de 2021. Produzida com recurso a energia renovável e passível de ser reciclada em mais de 90%, permite a utilização flexível de uma série de diferentes químicas e será usada em 80% de todos os modelos do Grupo. A nova célula unificada aproveita sinergias e permitirá também reduzir até 50% os custos das baterias. A marca declara que os protótipos produzidos até o momento demonstraram um “desempenho altamente promissor” em parâmetros como autonomia, tempos de carregamento e segurança, essenciais para um futuro padrão industrial.

Vendas de elétricos nos EUA superam ponto de inflexão e devem crescer acima do previsto

De acordo com a BloombergNEF, que monitoriza das taxas de adoção de veículos elétricos nos vários países do mundo, os Estados Unidos são o membro mais recente do ‘clube’ em que os automóveis totalmente elétricos representam mais de 5% das vendas totais de novos automóveis.

No primeiro semestre de 2022, os EUA juntaram-se assim à Europa e China – em conjunto, os três maiores mercados – a ultrapassar a barreira dos 5%, que, de acordo com a análise da BloombergNEF, sinaliza o início da adoção em massa de veículos elétricos, por parte dos consumidores.

Assim, se os EUA seguirem a tendência que se verificou nos dezoito países – incluindo Portugal – que haviam já superado este limiar, 25% dos novos automóveis vendidos no mercado serão totalmente elétricos até ao final de 2025, entre um e dois anos antes da maioria das previsões anteriores.

Segundo a BloombergNEF, as mais bem-sucedidas novas tecnologias – a eletricidade, a televisão, os telemóveis, a internet ou as lâmpadas LED – seguem uma curva de adoção em forma de S: após uma fase inicial de crescimento lento e imprevisível, a tecnologia é adotada rapidamente depois de atingido um determinado limiar, à medida que se torna mais convencional. No final, quando a nova tecnologia está disseminada, a curva torna-se novamente menos pronunciada – os últimos ‘fiéis’ às antigas tecnologias.

No caso dos veículos elétricos, 5% parece ser o ponto de inflexão, no qual as vendas se generalizam além dos pioneiros, para os consumidores ‘convencionais’. A procura acelera rapidamente depois deste limiar, um padrão repetido em vários países, uma vez que a maioria das barreiras à adoção de elétricos são transversais aos vários mercados: oferta limitada de veículos, preços elevados, desconhecimento e desconfiança por parte dos consumidores e infaestrutura de carregamento insuficiente.

A curva de adoção de veículos elétricos é assim muito similar entre os vários países. De acordo com o modelo, os próximos grandes mercados que deverão superar este ponto de inflexão de 5% das vendas ainda este ano são Espanha, Austrália e Canadá.

A BloombergNEF lembra ainda que, sem exceção, todos os países que viram as vendas de elétricos superar a fasquia dos 5% fizeram-no apoiados em incentivos governamentais e de metas de emissões. Nos Estados Unidos, o Presidente Joe Biden emitiu uma ordem executiva, no ano passado, que determina que os veículos elétricos (incluindo híbridos plug-in) representem 50% das vendas de automóveis novos até 2030.

O crescimento das vendas de elétricos também depende da capacidade da indústria para escalar a produção com rapidez suficiente. Segundo a BloombergNEF, também aqui existe um ponto de inflexão, resultante da necessidade de reconfigurar fábricas, equipamentos e cadeias de fornecimento. Assim, no mercado europeu, quando as vendas de elétricos, por parte de um fabricante, atinge 10% do total das vendas trimestrais, a quota deste tipo de veículos triplica em menos de dois anos.