Após sete meses de construção, o parque solar flutuante em Alqueva – o maior da Europa em albufeira – foi hoje inaugurado. A energia produzida vai abastecer mais de 30% da população na região de Portel e Moura.
Com perto de 12 mil painéis fotovoltaicos – que ocupam 4 hectares, o equivalente a cerca de 0,016% da área total da albufeira do Alqueva –, a nova plataforma tem uma potência instalada de 5 MW e capacidade para produzir cerca de 7,5 GWh por ano.
O projeto envolve um investimento total de seis milhões de euros e destaca-se pela tecnologia solar flutuante e pelo conceito de hibridização, que permite aliar a energia solar à hídrica da barragem de Alqueva. Está ainda prevista a instalação de um sistema de baterias, com potência nominal de 1 MW e capacidade de armazenamento de cerca de 2 MWh, usando apenas um ponto de ligação à rede já existente, de forma a otimizar recursos.
O parque solar foi inaugurado pelo primeiro-ministro, António Costa, acompanhado pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, e pelo secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba. Além do presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade, destaque para a participação no evento desta manhã o responsável pela área de energia do Fórum Económico Mundial, Roberto Bocca.
“O Alqueva é hoje um exemplo de inovação e sustentabilidade, que iremos reforçar em breve com o novo projeto ganho no primeiro leilão solar flutuante em Portugal. A EDP é pioneira a nível global na tecnologia solar flutuante, que é um salto marcante na expansão das renováveis e no acelerar do processo de descarbonização”, declarou Miguel Stilwell d’Andrade, acrescentando que “a aposta na hibridização, ao aliar energia elétrica produzida da água, sol, vento e armazenamento, é uma via lógica de crescimento em que a EDP continuará a investir – permite produzir energia mais barata, otimiza recursos e com o mínimo impacto ambiental”.
Os flutuadores que suportam os painéis solares combinam plástico reciclado e cortiça, uma inovação que está a ser testada pela primeira vez em Alqueva. A solução resulta de uma parceria com a Corticeira Amorim (através da Amorim Cork Composites) que desenvolveu uma fórmula mais sustentável para os flutuadores fabricados pela espanhola Isigenere. Além de contribuir para reduzir o peso da plataforma em 15%, esta solução ajuda a diminuir a pegada de CO2 do projeto em cerca de 30%.
De acordo com a EDP, a tecnologia solar flutuante é decisiva no aproveitamento de recursos e na expansão de energias renováveis, que contribuem para reduzir a dependência energética de outras fontes e acelerar o processo de transição energética. Este primeiro projeto de grande escala em Alqueva avançou após o sucesso do primeiro piloto iniciado no Alto Rabagão há cerca de sete anos, e enquadra-se na estratégia da EDP de investir em projetos de inovação e em renováveis para atingir a neutralidade carbónica até 2030.
A empresa afirma ainda que projeto foi também decisivo para acelerar a criação de novas oportunidades de investimento em tecnologias limpas e abrir portas para leilões que contribuem para a urgente aceleração das energias renováveis. No primeiro leilão de solar flutuante, que decorreu em abril deste ano, foi atribuído à EDP um lote de 70 MW no Alqueva, a capacidade mais alta atribuída.
O projeto irá reforçar a produção de energia a partir da albufeira do Alqueva, sendo capaz de produzir 300 GWh anualmente, de abastecer 92 mil casas e de evitar a emissão de mais de 133 mil toneladas de CO2. A EDP afirma que a viabilidade económica será assegurada pela escala do projeto e pela componente de hibridização, que permitirá combinar diferentes tecnologias e garantir um equilíbrio a nível de preços.