fbpx

Green Future-AutoMagazine

O novo portal que leva até si artigos de opinião, crónicas, novidades e estreias do mundo da mobilidade sustentável

Ensaio

Honda e:Ny1. O primeiro elétrico!

Ao longo dos seus 75 anos de história a Honda tem marcado uma posição de inovação no setor automóvel. Vimos isso na era de Ayrton Senna e, atualmente, com a Red Bull na F1. Também na estrada ficaram célebres os Honda Civic com motor VTEC na década de 90.

A Honda tem-se mantido arredada da eletrificação, muito embora tenha mantido “um pé”, com híbridos muito competentes. Eis que agora foi o momento que a marca encontrou para lançar o seu produto elétrico. 

O e:Ny1 surge assim com uma motorização de 204cv e uma autonomia até 412 km em circuito WLTP.

O design afasta-se do tradicional Honda Civic, mas aproxima-se muito dos SUV como o HRV e CRV, aqui com um desenho mais fluído e elegante. Parece ter sido desenhado pelo projetista na mesa de desenho sem levantar o lápis, o que é um elogio.

A iluminação é full led, tanto à frente como atrás, e o logotipo Honda surge em metal, a ocupar quase toda a bagageira (esta com boa autonomia e dois níveis de altura).

Interiormente, o destaque vai para o painel central vertical de grandes dimensões, que congrega a maior parte das funções do automóvel, inclusivé o ar condicionado. Na consola central encontramos os três modos de condução – Eco, Normal e Sport.

O banco do condutor, elétrico é, juntamente com o de passageiro, aquecido, sendo que, atrás, o espaço é muito agradável para os restantes passageiros.

Dinamicamente, o elétrico e:Ny1 digere muito bem as irregularidades da estrada, mesmo com o centro de gravidade mais elevado. Sendo do segmento B é um citadino que, em nada se incomoda em visitar a estrada e autoestrada, com uma acústica muito bem trabalhada em que não se ressente dos ruídos aerodinâmicos e um comportamento ao estilo que a marca nos habituou: incisivo e envolvente!

Como qualquer modelo da marca a segurança foi tido em linha de conta, com o sistema Honda Sensing que incorpora todas as mais recentes tecnologias, que nos permitem ter os sensores de ângulo morto, deteção de saída de faixa de rodagem ou travagem de emergência.

A autonomia declarada é de 412kms, sendo que, em estrada, consegui valores de 340km sem qualquer cuidado na condução e AC ligado.

Preço final a partir de €54.000

MERCEDES EQB 250+ O luxo acessível

O Mercedes EQB utiliza a mesma plataforma do modelo a combustão, enquanto a marca não opta pela nova plataforma exclusiva para elétricos. Por isso mesmo,  muitas das soluções encontradas refletem esta mesma sinergia que tem de co-existir, o que não é depreciativo.

O exterior possui a grelha dianteira de cor negra com vários apontamentos da estrela da Mercedes na mesma, e uma assinatura luminosa traseira  (com as luzes também no formato estrela) que ladeiam as extremidades do EQB e  lhe conferem largura percecionada.

O interior, similar ao do modelo com motor a combustão, apresenta o desenho do tablier clássico, mas, ao mesmo tempo, desportivo, com o ecrã do painel de instrumentos acoplado ao ecrã  central, na altura correta, de boa leitura, legibilidade, assim como, o software que é utilizado neste sistema de infotainment é user friendly.

A qualidade de construção e dos materiais está de acordo com o ADN da marca da estrela, assim como a ergonomia. O volante possui a dimensão correta e uma boa pega.

O EQB 250+ Edition possui 190cv – mas parecem mais – suficientes para locomover este SUV que possui até sete lugares (os últimos dois mais apropriados para crianças até 165 cm de altura).

Possui os habituais quatro modos de condução  – eco, confort, sport e individual  – onde podemos parametrizar a resposta do motor e, de facto, sente-se a diferença.

O espaço interior, tanto a frente como atrás (os bancos avançam longitudinalmente e o encosto reclina em duas posições) é desafogado, assim como, os acessos ao mesmo. Os bancos são envolventes, principalmente os disanteiros

Dinamicamente, o EQB – que visualmente se aproxima do SUV topo de gama da marca – não é uma viatura pequena, mas contém a agilidade suficiente para ser conduzida tanto em cidade como estrada. A filtragem da direção não é excessiva e fornece um bom feeling sobre a estrada; é um modelo confortável em qualquer piso, mas sobretudo nos maus marca positivamente pela diferença. A acústica está num patamar superior, onde viajamos muito isolados do ruído exterior.

O comportamento é preciso e os travões são potentes. As afinações do chassis permitem-nos conduzir o EQB num modo mais dinâmico, onde a altura mais elevada, o peso acrescido e o tamanho não se ressentem, em nada, manifestando o mesmo precisão em linha reta e curvas.

Em termos de autonomia, este EQB pode chegar perto dos 500 quilômetros de WLTP. Em ambiente real, cumprindo os limites de velocidade, AC sempre ligado (36º exteriores)  realizei 196km com uma autonomia restante de 56%, considerando como percurso, 80% estrada nacional e os restantes em autoestrada.

Preço do al 56.400€

Volvo EX40 – o novo nome do XC40 Recharge

Este SUV compacto marca a entrada na gama elétrica da Volvo. 

Embora seja subjetiva a afirmação, mas é difícil encontrar um modelo desta marca que não seja esteticamente agradável e com aspeto robusto e, por isso, nas suas formas minimalistas, o XC40 apresenta-se com um modelo jovial, urbano e com desenho tendencialmente sueco – leia-se minimalista.

Como modelo concebido para motores a combustão e elétricos exige soluções de compromisso, que, exteriormente, só são visíveis pela grelha dianteira fechada própria de um elétrico.

O interior “segue a escola da Volvo” com um desenho decalcado para todos os seus modelos da marca, mesmo o seu porta-estandarte, sendo que a qualidade de construção e dos materiais está acima de qualquer suspeita, assim como, a segurança e ergonomia. É por isso fácil encontrar a melhor posição de condução, num modelo que passa a ter o Google maps integrado, carregamento por indução do smartphone, sistema de som Harmon Kardon, sensores dianteiros e traseiros.

O espaço interior é desafogado, mesmo nos bancos traseiros que contam com uma acessibilidade bastante boa e com o túnel de transmissão para viaturas a combustão. A bagageira apresenta-se também com boa capacidade, sendo que possui ainda um frunk na dianteira. Os bancos dianteiros são totalmente elétricos e possuem extensor de pernas e, o teto de abrir, traz uma luminosidade muito interessante ao interior que, sendo minimalista, o torna muito elegante.

O SUV apresenta-se com um só motor elétrico que lhe permite uma autonomia até 476 km (WLTP) para os 238 cavalos mais que suficientes para o fazer locomover. Revela-se confortável com um comportamento eficaz.

Contrariamente a alguns dos modelos desta marca, este aposta muito na simplicidade e, por isso, não contamos com vários modos de condução (o purificador de ar está presente), sendo tudo automático e, onde só podemos parametrizar a dureza da direção e o e-pedal/i-pedal que nos permite efetivar uma regeneração mais eficaz e também conduzir somente com um pedal. 

O XC40 não precisa de botão de start bastando somente colocar a alavanca na posição D ou R consoante pretendemos avançar ou recuar.

Sabendo que a autonomia potencial vai até 476 km em WLTP propus-me perceber se conseguia percorrer 300 km em estrada nacional e autoestrada! O objetivo foi alcançado sobrando ainda 16% de autonomia. 

Como todos os Volvo, este possui um bom compromisso entre comportamento e eficácia, o que aliado a um conforto e qualidade interior (de construção e dos materiais) nos permite desfrutar de cada viagem.

Está a ser um dos modelos mais procurados da marca precisamente pelo compromisso atrás mencionado e pela estratégia de comunicação da própria marca.

O XC40 possui três níveis de acabamento cujo preço se inicia nos 52.000€ até aos 59000€

MG MARVEL R LUXURY A nova Vida da MG

Falar da MG é também falar da história do automóvel e do quanto esta marca foi importante, principalmente no Reino Unido e depois em todo o mundo

Em 1924 – Cecil Kimber, Diretor-Geral das Morris Garages, criou um nicho de mercado para lançar uns Morris mais rápidos e desportivos e mais “belos”, dado que tinha especial apetência pelo desenho. Por isso, os seus Morris baptizados de MG (as iniciais de Morris Garages) foram construídos sobre um motor e chassis Morris com uma carroçaria que cedo se destacou no mercado. 

Ao longo dos anos a marca foi efetuando algumas alterações até mesmo nos próprios motores, bateu vários recordes, ganhou várias provas e chegou mesmo a ser considerada uma das melhores marcas desportivos do mundo. Posteriormnte integrada no grupo Rover marcou presença no Campeonato do Mundo Ralis e durante muitos anos ficou associada a dois emblemáticos veículos de dois lugares MIDGET. 

A nível nacional ganhou um grnde estatuto no norte do país e, nesta nova vida da MG tal veio em parte a ser determinante para os bons resultados da marca já alcançados até à data

Talvez possam dizer – mas o que é que isto é a ver com o artigo? – mas quando estive no salão automóvel do Porto para dar uma conferência sobre o setor automóvel, vi durante todo o dia o stand da MG cheio, com fila de potenciais clientes. Interroguei-me sobre os motivos e acabei por conversar com alguns dos potenciais clientes que me falavam da herança MG. Percebi o quão importante é a história e o leagado  de uma marca e do posicionamento que ela construiu ao longo dos anos se o soubermos manter vivo ao longo dos anos, mesmo que atualmente numa nova er da mobilidade

Mas chega de falar de história e falemos to MARVEL.

Atualmente a marca foi adquirida por um grupo chinês que a relançou no mercado tendo inicialmente sido comercializada (adivinhem) no norte do país através de uma concessão carismática JOP

Apresenta-se com motores a combustão, híbridos e elétricos como é o caso deste MARVEL R LUXURY. Trata-se de um SUV com um desenho exterior bastante futurista que, assumidamente, a marca define como desportivo. No seu conjunto é harmonioso. No interior encontramos um espaço bem conseguido,  com um desenho do tablier tradicional, elegante, com materiais de boa qualidade e plásticos moles mas o foco vai para o enorme tablet central colocado na diagonal, entre o tablier e a consola central. Ergonomicamente funciona bem, em termos de usabilidade também, sendo fácil operar com o software. Os bancos são confortáveis e a ergonomia, no geral, está bem conseguida. Sobressai uma atenção nos detalhes que provavelmente os consumidores vão apreciar. O painel de instrumentos é de fácil leitura e o volante tem a pega correta. Nesta versão de topo o teto de abrir dá uma luminosidade acrescida ao interior.

Segundo a marca possui uma autonomia até 400 quilômetros em circuito WLTP, a caixa possui duas engrenagens, os motores elétricos utilizam uma tecnologia de bobinagem de fios retangulares chamada “Hairpin” mais eficiente em comparação com o método tradicional

Em termos dinâmicos sobressaem vários tempos itens como:

  • conforto proporcionado pelos suspensões, evidente nos maus pisos de Lisboa. 
  • Em estrada percebe-se que a insonorização foi bem cuidada pois temos pouco ruído emanado do exterior.
  • Possui 4 modos de condução: Winter, Eco, Normal e Sport. 
    • Optei por efetuar o ensaio quase sempre em modo Eco mas, em nenhum momento, senti que precisava de mais disponibilidade, tanto mais que  a quantidade de radares espalhados pelo país promove esse comportamento.
  • Em termos de modos de regeneração,  não sendo a solução mais prática pois o botão está na consola central e não no volante, mas possui três modos de regeneração
  • Muito do comportamento dinâmico deve-se aos 180cv desta versão conseguida através de dois motores elétricos – tração traseira – que asseguram uma eficiência em reta, mas sobretudo em curva. A Versão Performance possui três motores, 288cv e tração total.

Disponível a partir de €42.477 esta nova MG soube renovar-se e a história da marca vai certamente ajudar para o sucesso das vendas.  Mas só isso não é o bastante. É necessário ter um bom produto e, este modelo, demonstra isso mesmo, com argumentos interessantes para competir no mercado.

VOLVO EX-30

O Volvo dos tempos modernos

Continuo a adorar os motores a combustão, mas já me rendi a ter de mudar o shift para a sustentabilidade e a mobilidade elétrica. E hoje, encontramos bons automóveis em todas as marcas, mas existem sempre alguns que se destacam; e este é um desses casos. 

Talvez por isso o sucesso da marca nas pré-vendas mesmo antes de o consumidor o testar. O Volvo Ex-30 marca por isso, profundamente, a história e a herança da Volvo pela filosofia que incorpora. “Bebeu” da experiência da marca e do que a concorrência tem feito de bom. 

O Ex-30 marca esse trilho pois consegue manter a herança da marca em termos de beleza do desenho, do minimalismo sueco, da qualidade de construção e, alia a isso  um automóvel pensado com materiais sustentáveis e à maior redução da pegada carbónica num modelo desta marca.

O interior segue a mesma tendência: belezas e minimalismo aliado a materiais de qualidade, sustentáveis, duráveis e reciclados. Até as colunas de som foram substituídas por uma elegante barra de som da Harman Kardon a todo o comprimento do tablier superior. A maioria dos materiais são robustos, suaves ao toque e moles. Cerca de 25% de todo o alumínio, 17% de todo o aço e os plásticos utilizados no EX30 são reciclados e, no interior, cerca de 30% das peças de decoração utilizam plástico reciclado, bem como superfícies recicladas e renováveis.

A usabilidade de todos os comandos é referencial e desaparecem os botões físicos. O software do painel central é agora intuitivo, simples de manusear… e prático. Muito espaço para arrumação, bancos confortáveis, um volante não circular mas que é fácil de utilizar. Desaparece o painel de instrumentos e tudo se concentra no painel de 12,3” central. O espaço interior é correto face ao tamanho. O carregamento por indução devia ser duplo e o banco do passageiro devia ser regulável em altura, mas são detalhes. Existe muito espaço para arrumação. A bagageira é correta face ao segmento onde se insere. O frunk permite arrumar os cabos. 

Dinamicamente conduz-se muito bem! De fácil apreensão, facilmente o utilizamos. Gosta da cidade e da estrada aberta. Sobressai a estabilidade e robustez mas sobretudo o comportamento mesmo sendo este um tração traseira. De algum modo perceciona-se segurança que depois se reflete na condução. É confortável mesmo em mau piso.

A marca está de parabéns pois aprendeu com a concorrência e apresenta um produto bom em quase todos os itens!

Sobre os sistemas de segurança nada a opinar numa marca que tem esse carimbo colado ao seu ADN. Uma referência para os sensores de abertura de porta que detetam obstáculos e começam a surgir nas marcas bem como o sensor de deteção de distração.

Começa com um preço de 38.000€ e uma autonomia até 476km (no single range de ensaio – 344Km) e este é daqueles Volvo que até a cor cativa !

Byd Han

Ainda relativamente pouco conhecida no mercado nacional a BYD é já hoje um caso de sucesso, tanto no setor automóvel como noutros.

No que ao setor automóvel diz respeito a marca já vende mais que a Tesla e criou entre outros produtos, as baterias em blade que a própria Tesla também já as adquire para os seus automóveis.

Longe vão os tempos em que se associava a alguns produtos chineses pouca qualidade. Esta marca demonstra exatamente esta mudança de paradigma. A BYD não somente apresenta um produto de qualidade como também se associou a várias marcas para fomentar ainda mais essa qualidade- Dynaudio, Bosch  – por exemplo!

Esteticamente este sedan desportivo de luxo da marca apresenta um desenho esguio, desportivo q.b. e, suficientemente apelativo para chamar a atenção, na cidade ou na estrada. 

Os faróis full led marcam presença e o seu CX muito apurado permitiu, juntamente com as baterias, e vários materiais compósitos muito leves, dar a este automóvel uma autonomia até 521kms, quase tantos como os seus 517cv.

Lateralmente encontramos o típico sedan com os puxadores das portas escamoteáveis que terminam numa traseira com o terceiro volume que, tal como a dianteira apresenta uma assinatura luminosa horizontal com o logotipo da marca ao centro.

Sendo este o topo de gama da marca era de esperar que o interior refletisse essa mesma tendência. E é isso mesmo que acontece:  a qualidade percecionada encontra paralelo na qualidade real, seja ao nível dos materiais, seja da construção, mas também na estética, onde foi possível desenhar um veículo de classe superior, com um elevado nível de atenção nos detalhes, com plásticos moles por todo o habitáculo, madeira no tablier e na portas, painel de instrumentos bastante legível, um head-up display bastante funcional e o écran central que, a exemplo da Tesla, controla quase todas as funções do veículo. 

Mas é a elegância do design interior que mais sobressai. Os bancos dianteiros são elétricos e aquecidos (os traseiros idem) e reclináveis, o apoio braços traseiro possui também um ecrã para controlar variadas funções, todos os bancos são confortáveis e envolventes e, o espaço interior é abundante para quatros ou cinco ocupantes.

Existe um claro investimento da marca na atenção aos detalhes. Este tração integral possui dois modos de regeneração e três modos de condução (Eco, Normal, Sport), sendo que o arranque é vigoroso (3,9s dos 0 aos 100km/h) sem ser exagerado pois trata-se de uma viatura que se pretende um estradista e nos pretende transportar com o máximo conforto de um local para o outro.

E, por falar em conforto a suspensão ativa (com duas posições) faz mesmo toda a diferença e, se em autoestrada, não se sente muito a diferença, quando circulamos na cidade ou em estrada, com pisos irregulares ou lombas sentimos a mais-valia da mesma onde se adapta ao tipo de piso e, através de vários sensores nos permite abordar cada curva com o melhor comportamento possível.

A marca Toyota quando veio para Portugal tinha uma campanha publicitária em que dizia que veio para ficar e, o mesmo se aplica à BYD pois, sem qualquer dúvida, temos um produto de qualidade, sofisticado, com um desenho ao gosto do consumidor europeu e atrativo o suficiente para captar clientes.

Preço final: cerca de 73.000€

Hyundai IONIQ 6 Aposta na eficiência

Soubemos recentemente que a Hyundai vai ser a primeira marca a ser vendida na Amazon, impulsionando aquilo que se prevê seja o futuro dos concessionários,  que passam mais por ser um modo de entrega da viatura do que, pela concessão como até hoje a conhecíamos.

Esta visão futurista da marca encaixa no modelo que estamos a ensaiar pois não segue os cânones habituais do setor automóvel. É diferente e ousado e, por isso, vai sempre existir quem o adora e o seu contrário.

O IONIQ 6 é futurista mas também aerodinâmico e, isso é visível tanto no exterior como no interior, sendo a traseira o elemento mais marcante, pelo desenho e pelo duplo aileron.  A dianteira muito esculpida para uma melhor aerodinâmica cria um conjunto em que facilmente se percebe que os engenheiros da marca procuraram muita eficiência aerodinâmica para, com isso, encontrar maior autonomia.

Os puxadores das portas estão embutidos nas mesmas, o que já começa a ser quase regra no mercado e, novamente por razões aerodinâmicas.  O interior segue exatamente a mesma filosofia futurista, qual casulo – como a marca refere – quando sentados nos bons bancos ergonómicos, confortáveis (rijos q.b. como aprecio), elétricos e aquecidos e apreciamos o seu interior. 

Bem sentados encontramos à nossa frente dois ecrãs – o primeiro, um painel de instrumentos com toda a informação necessária e, ao lado, no mesmo horizonte visual, o sistema de infotainment com toda a informação necessária, a que se adiciona o head-up display como um acréscimo de segurança para não tirarmos os olhos da estrada. Abaixo do ecrã central encontramos os comandos do ar condicionado. O volante possui as habituais funções para controle da velocidade, do som (Bose), do sistema de reconhecimento de voz mas também dos vários modos de condução, desde o eco, normal, sport ou snow. Abaixo da consola central flutuante temos ainda espaço para colocar, muito provavelmente, duas malas de senhora e, na parte superior temos um vasto espaço de arrumações, onde também se encontra o sistema de indução para carregamento dos telefones.  

Uma última referência no interior para as patilhas atrás do volante que permitem ativar o i-pedal, permitindo também que quase não utilizemos o pedal do travão. A alavanca de seleção da caixa de velocidades encontra-se também no volante, exemplo já seguido pela Tesla e Mercedes

E é assim que damos início ao ensaio olhando para o painel de instrumentos que marca uma autonomia de 438km, sabendo que a marca refere mais de 600 em WLTP

O Ioniq6 ou o Streamliner como a marca o apresenta (deriva de agilidade, otimização) bebeu inspiração no Prophecy Concept EV e, como muitos outros veículos, a preocupação com a sustentabilidade é notória. Desde a tinta pigmentada reciclada utilizada nos estofos, à tinta pigmentada de carvão de bambu, da carroçaria, do couro tratado com materiais eco-sustentáveis, tecido PET reciclado, o tecido bio PET, a tinta orgânica derivada de óleos vegetais e o tapete criado a partir de redes de pesca recicladas. 

Mas é com a sua bateria de 77,4 kWh e os dois motores  – 325 cv (239 kW) – que lhe permitem   cumprir os 0 aos 100 km/h em apenas 5,1s e ser um dos mais eficientes, como comprovámos com médias de  14 kWh/100 km. Percebemos também que o  comportamento se revela- muito assertivo – e confortável – ou não viesse esta marca com um grande historial da competição, no modo como consegue as afinações e o equilibrio do conjunto. Esta eficácia que se nota nas várias vertentes do Ionic 6, tornam-no um modelo rápido e desportivo, que se “agarra” ao alcatrão e que é mais interessante de conduzir em estrada encadeada pela afinação do chassis, querendo ser um  anti-tesla.O preço inicia-se nos 59.000€, e possui 7 anos de garantia.

Volvo C40 Recharge

O contemporâneo elétrico 

Conhecemos a VOLVO como uma marca ligada a questões de segurança e de sustentabilidade. Com a eletrificação a Volvo decidiu continuar essa mesma tarefa desta vez com a opção de uma viatura 100% elétrica – o C 40.

É difícil não ficar rendido à elegância do desenho dos produtos da Volvo. Este C40 possui tem parecenças com o XC40 mas aqui com uma traseira no formato coupé,  onde, curiosamente o mesmo não interfere com a entrada e saída de passageiros do banco traseiro. Se a frente é similar aos restantes modelos da marca, nesta versão elétrica só muda a  grelha fechada.

Uma palavra justa e factual sobre a traseira onde a assinatura luminosa no que parece um L, é elegante,  o spoiler que melhora o comportamento e a eficiência aerodinâmica também confere personalidade e alguma desportividade. Este Volvo não é de todo o veículo mais quadrado que anteriormente conhecíamos dos primeiros  Volvo , pois o seu desenho torna-o jovial e adaptado a gerações mais novas e menos novas. 

O interior segue o desenho contemporâneo e tradicional que a Volvo já nos habituou. No interior, muito bem construído, com boa qualidade de materiais e de montagem destacamos no tablier e nas laterais das portas a inovadora ideia da Volvo de ter um painel com a cidade de Hamburgo (!!) desenhada em tom negro mas que lhe garante uma diferenciação que nunca tinha visto num automóvel.

Em termos do comportamento em estrada, o  Volvo é um automóvel seguro com um bom comportamento e com 408 cavalos conectados ao eixo dianteiro. Permite por isso ser um automóvel muito rápido, mas que, fruto dos cavalos que possui obriga-nos a ter mais atenção na hora de curvar quando utilizamos um ritmo elevado pois apresenta alguma tendência para sair de frente. Apresenta um pisar firme, confortável, tornando-se um automóvel em que dá gosto conduzir por vários quilómetros, seja em cidade seja em autoestrada. 

Em termos de autonomia, circulando maioritariamente em cidade consegui efetuar perto de 450 quilômetros, onde apreciei a simbiose entre condutor e automóvel que, muitas vezes é necessária assim que nos sentamos para o conduzir. Isso acontece pelo conjunto de características que possui, desde o interior bem construído e com boa qualidade, à boa insonorização, à estética e conforto que, posteriormente tem de ter óbvio reflexo no comportamento e que nos tranquiliza no modo como nos transporta de curva em curva. 

E é esse o conjunto que normalmente apreciamos no automóvel e que no Volvo foi conseguido.

Preço final a partir de 48.000€

Apresentação nacional Lexus LBX

O mais compacto da família

Decorreu no passado dia 31 de Outubro a apresentação do modelo mais compacto da marca, ainda em versão pré-serie; o LBX; que entra no concorrido segmento B-SUV.

A marca apostou forte neste lançamento do LBX pois pretendeu criar um produto “fiel aos valores da Lexus”, o que significa uma clara aposta na qualidade percebida e real, seja dos materiais, seja de construção e, onde esta afirma por esse motivo, que consegue até ombrear com viaturas do segmento superior em termos de qualidade do produto e dos materiais

A campanha de comunicação começa em Novembro sob o mote “Extraordinário todos os dias” estando a sua comercialização prevista para março de 2024 com preços a partir dos 34.950€

A marca desenhou o LBX tendo como premissas o desenho exterior, habitáculo e acabamentos premium, o que, mesmo sendo um pré-serie deu para perceber com os muitos plásticos moles no habitáculo, o espaço interior, a aposta no requinte e na qualidade dos materiais.

Também é a primeira vez que a marca aumenta o número de letras para designar um modelo (três)  – LBX – Lexus Breakthrough Xover

Em termos de motorização, a marca disponibiliza o 1.5l a gasolina, híbrido com uma potência combinada de 136 cv e com uma nova bateria bipolar com maior densidade e maior rendimento

Em termos de versões conta com a base (ainda não em março), elegant; relax; emotion e cool e cool+  com preços, respetivamente, a partir de 34.950€; 38.500€; 41.500€; 44.900€ 44.350€ e 47.500 (quase sem extras, com o sistema de som Mark Levinson, comandos touch no volante, estacionamento remoto, bancos em pele alcântara….). 

Em todas as versões, as atualizações são over-the-air e, nalgumas, utiliza a tecnologia de qualidade do ar nanoe-X,   que envia um fluxo de moléculas microscópicas de água para o habitáculo, inibindo, comprovadamente, vírus, bactérias e odores desagradáveis e que também contribui para a manutenção da hidratação da pele e do cabelo.

Mercedes EQE SUV E350+

Acima da média!

A minha ligação com a Mercedes vem, a título particular de há muitas décadas, pois sempre tivemos Mercedes em casa.

A opinião que tinha da marca manteve-se inalterada ao longo dos anos. Esta foi uma marca que soube construir uma identidade própria que se perpetuou ao longo dos anos na arte de bem fazer automóveis. Temas como, fiabilidade, robustez e qualidade fizeram, por isso, parte da sua identidade de marca.

Ao redor da Mercedes cresceram muitas histórias, desde o nome Mercedes, aos setas de prata, ou também a uma história menos conhecida em que o fundador Carl Benz desenvolveu um protótipo, cuja patente foi financiada pela sua mulher Berta, mas que este nunca se mostrou muito convicto do sucesso do projeto. E foi ela que, às escondidas fez aquilo que hoje é comum na indústria – testar e desenvolver o produto – e, para isso no motor com 0,6 cavalos e com a ajuda dos seus dois filhos de 13 e 15 anos fez um percurso de mais de 100 quilômetros para testar a validade do projeto, obviamente com vários percalços – até a forma inovadora como substituiu as correias ou voltou a colocar combustível  – demonstrado a viabilidade do projeto. O mesmo Carl mais tarde fez sociedade com Gottlieb Daimler dando origem às marcas que hoje conhecemos do grupo.

Mas, na minha juventude também cresci com a informação dos especialistas a classificar alguns dos modelos da Mercedes como automóveis para toda uma vida, sendo aquele para mim mais relevante o  190, pois trouxe os baby-mercedes e  massificou o modelo para a  população, com um produto mais pequeno, mas suficientemente robusto, inovador (à época) e fiável que ainda hoje colhe paixões (eu continuo a querer ter um destes na minha garagem da série 2)

Mas esta longa introdução não pode, nem deve servir para classificar qualquer modelo da marca, mas sim para efetuar uma análise ao EQE SUV 350+ baseada em factos. E vamos a eles!

A eletrificação trouxe desafios enormes a todas as marcas e na Mercedes lançaram a família EQE para denominar os seus elétricos.

Por isso o modelo que hoje trazemos para ensaio não é muito diferente viusalmente da família de motores a combustão do mesmo segmento. Exterior e esteticamente, é um modelo bem conseguido,  onde no conjunto a palavra que melhor o pode definir passa por aliar robustez, elegância e dinâmica, com uma grelha dianteira proeminente, através dos seus pára-choques e da sua grelha cor negra (fechada). Na traseira segue uma identidade visual muito minimalista e com uma assinatura luminosa que acompanha toda a largura. Uma  nota também para os cuidados com a aerodinâmica principalmente os puxadores das portas integrados na carroçaria (até a sua abertura “pesada” confere solidez) que se destacam assim que nos aproximamos da viatura

As portas mantêm a tradição da marca no som abafado, algo típico na industria alemã e seguido pelas restantes marcas. Mas talvez tenha sido o interior aquilo que mais me chamou atenção. Quase todos os materiais são suaves ao toque e, além disso, moles,  sendo a maior parte revestida a camurça, bancos inclusive. Encontramos nas portas o acionamento completo dos bancos bem como o fantástico (não é exagero!!) sistema de som da Burmester que transforma o habitáculo numa sala de espetáculos. Literalmente! 

O painel de instrumentos retangular e digital oferece uma excelente leitura, as patilhas no volante controlam o sistema de recuperação de energia (utilizei sempre o modo “inteligente”, a cargo do software e, o volante possui a pega correta, tanto em dimensão como espessura. O ecra central destaca-se no habitáculo não só pela dimensão mas também pela luminosidade, profundidade das cores e pelo sistema de software que possui: bastante intuitivo e user-friendly sendo de referir que os botões são hápticos

A posição de condução mantém a tradição da marca: confortável e relaxante. O tablier neste caso não conta com o painel de instrumentos a toda a largura do EQE mas conta com madeira de belo efeito visual que acompanha toda a largura do tablier. Para quem considera os Mercedes demasiado tradicionais, desengane-se ao olhar para este habitáculo.

Quando comparado com as viaturas da mesma marca que possuo, destaco ainda mais a qualidade de construção e dos materiais mas sobretudo a evolução na ergonomia e  usabilidade. Tudo está à  nossa mão e no local ideal.  E a qualidade percebida coincide com a qualidade real. E isto são factos!

A condução inicia-se clicando no botão start por trás do volante e, acionando a manete do lado direito (atrás do volante)- os Mercedes sempre tiveram uma só manete do lado esquerdo. E é, em total silêncio que se inicia o ensaio, onde as primeiras notas vão para o conforto e insonorização. Podemos optar por vários modos de condução; no meu caso optei pelo eco (já uma tradição dos meus ensaios) e optei por desligar o formidável sistema de som para ouvir o silêncio deste ensaio, revelador dos cuidados que a marca teve neste campo. A autonomia declarada no painel de instrumentos era de 572 quilômetros WLTP. Seja ela qual for, não há razões para nos dias de hoje pensarmos não ser suficiente para uma viagem, mesmo que só de estrada nacional ou autoestrada.

Ao silêncio do rolamento juntou-se a precisão do comportamento onde a certa altura fiquei com duas dúvidas se a suspensão era pneumática e, se possuía quatro rodas direcionais. Tais perguntas faziam sentido porque o modo como o modelo interagiu em estrada era preciso, lia bem o espaço onde circulava e as entradas em curva eram extremamente eficazes.

Em qualquer tipo de ensaio gosto de “despir” a carga emocional de alguma relação  com a marca. E aqui tive ainda mais esse cuidado. Mas encontrei de facto um automóvel extremamente competente em quase todos os capítulos e, isso, é demonstrativo do patamar que a Mercedes quis colocar neste SUV. Não referi o espaço interior mas é claramente suficiente para quatro ou cinco adultos, bem como, a capacidade da bagageira. Também não consegui testar a autonomia real pois nos vários dias de ensaio fiz um misto de cidade e estrada mas, mesmo esforçando-me, entreguei o EQE com 400 quilômetros de autonomia

O preço inicia-se nos €93.000