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Green Future-AutoMagazine

O novo portal que leva até si artigos de opinião, crónicas, novidades e estreias do mundo da mobilidade sustentável

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Williams Advanced Engineering desenvolverá as novas baterias da Fórmula E

A Williams Advanced Engineering (WAE) será o fornecedor do sistema de baterias que irá equipar os carros de Fórmula E, quando a campeonato introduzir os bólides Gen3, na temporada 2022-2023, a sua nona época.

A empresa britânica, spin-off da Williams Grand Prix, equipa histórica da Fórmula 1, volta assim a equipar os carros da Fórmula E, depois de ter sido também responsável pelos sistemas de baterias dos carros Gen1, durante as quatro primeiras temporadas, de 2014 a 2018.

As especificações do sistema para os carros Gen3 incluem vários desenvolvimentos relativamente aos atuais Gen2, nomeadamente a nível de densidade, capacidade e carregamento.

Os 24 carros do campeonato terão uma potência de 350 kW durante a qualificação e 300 kW em corrida. As especificações do sistema incluem um plano para carregamentos ultra-rápidos de 30 segundos, com potência até 800 kW. Esta maior capacidade de carregamento permitirá também aumentar a regeneração em travagem, que sobe para um máximo de 600 kW – 250 kW no eixo frontal e 350 kW no eixo traseiro.

A maior durabilidade e a maior capacidade de regeneração de energia permitirão corridas mais longas, em que as equipas poderão optar por uma maior variedade de estratégias. Simultaneamente, espera-se que os carregamentos ultra-rápidos tragam para a Fórmula E o ‘jogo’ das paragens na boxe, acrescentando uma outra dimensão tática às corridas.

A última prova de Fórmula E teve lugar em Marraquexe no dia 29 de Fevereiro, com vitória do piloto português António Félix da Costa, que agora lidera o campeonato 2019-2020 com 67 pontos, mais onze do que o australiano Mitch Evans. A pandemia de COVID-19 levou ao cancelamento das últimas sete corridas da época, que serão substituídas por seis provas em três traçados diferentes do circuito do aeroporto de Berlim-Tempelhof, entre os dias 5 e 13 de Agosto.

Os atuais Gen2 (fonte: WAE)

Na próxima temporada, a sétima, o campeonato de Formula E terá, pela primeira vez, o estatuto de Campeonato do Mundo atribuído pela FIA.

116 anos e 9.5 milhões de automóveis depois, fábrica da VW passa a produzir apenas elétricos

Em 1904, August Horch começou a produzir automóveis na cidade de Zwickau, à data um dos mais importantes centros industriais do reino da Saxónia. Seis anos mais tarde, afastado da marca que batizada com o seu nome, fundou no mesmo local a Audiwerke GmbH – audi é a correspondente latina do germânico antigo horch, um imperativo ‘ouve!’. Em 1932, a Horch e ‘esta’ Audi juntam-se à DKW e à Wanderer para formar a Auto Union, predecessora da atual Audi – os quatro anéis simbolizam precisamente a união dos quatro fabricantes originais.

Durante a guerra fria, a fábrica de Zwickau, agora na República Democrática Alemã, do lado oriental da ‘cortina de ferro’, continuou a produzir automóveis, nomeadamente modelos das marcas IFA, AWZ e Trabant. Finalmente, em 1990, após a queda do Muro de Berlim, foi adquirida pela Volkswagen.

No dia 26 de Junho de 2020, após 116 anos a produzir automóveis movidos a combustíveis fóssies, com um total de mais de 9.5 milhões de veículos de passageiros construídos, a fábrica de Zwickau-Mosel entregou o seu último carro com motor de combustão interna – o veículo número 6 049 207 sob a bandeira do Grupo Volkswagen.

A fábrica, que emprega mais de 8 000 pessoas, passa agora a produzir exclusivamente automóveis elétricos de três marcas do grupo alemão, Volkswagen, Audi e Seat. Entre os seis modelos previstos para Zwickau contam-se o Volkswagen ID.3, o crossover ID.4 e o SEAT El-Born.

A capacidade de produção deverá aumentar para 330 000 veículos/ano já em 2021, num investimento de cerca de 1.2 mil milhões. Este investimento enquadra-se numa ofensiva do Grupo Volkswagen no segmento dos elétricos, com planos de produção em larga escala de VE. Além de Zwickau, o maior grupo automotivo do mundo prevê ter, em 2022, outras sete fábricas do grupo com linhas de produção de automóveis elétricos.

Hyundai demonstra soluções de mobilidade a hidrogénio

A Hyundai Motor Company demonstrou as suas soluções de mobilidade a hidrogénio no H2 Mobility + Energy Show 2020, na Coreia, que terminou ontem, 3 de Julho.

O concept HDC-6 NEPTUNE, um camião para serviços pesados de Classe 8 movido a hidrogénio, o gerador móvel ‘fuel cell’ e a sua maquete para ecossistema de mobilidade inteligente estiveram em exposição no stand da marca.

O primeiro H2 Mobility + Energy Show ofereceu uma visão abrangente do ecossistema da indústria global de hidrogénio, desde a produção e armazenamento, ao transporte e mobilidade. A Hyundai procurou criar oportunidades de negócio na área dos sistemas ‘fuel cell’, fortalecendo a posição de liderança da marca na mobilidade a hidrogénio.


Este evento marca a estreia do HDC-6 NEPTUNE na Coreia, o camião elétrico da Hyundai movido a hidrogénio que foi apresentado no North American Commercial Vehicle Show em outubro. A Hyundai planeia expandir a sua liderança na mobilidade a hidrogénio para o mercado dos veículos comerciais com o HDC-6 NEPTUNE, que incorpora a visão da marca para um camião com zero emissões movido a hidrogénio e liderar na transição de paradigma para veículos comerciais ecológicos.

O HDC-6 NEPTUNE irá, de acordo com a marca coreana, liderar a transição para uma era de veículos comerciais ecológicos. A Hyundai planeia lançar o HDC-6 NEPTUNE daqui a três ou quatro anos, desenvolvendo um sistema ‘fuel cell’ otimizado para camiões de serviços pesados, com maior potência e durabilidade.

A Hyundai apresentou em simultâneo o seu gerador móvel ‘fuel cell’, indiciando a possibilidade de ser utilizado em vários outros setores. Este gerador utiliza duas pilhas ‘fuel cell’, também colocadas no Hyundai NEXO, gerando uma potência máxima de 160 kW, que lhe permite ser utilizado em várias aplicações, como o carregamento de dois VE em simultâneo, ou autocarros elétricos ou camiões. O gerador móvel ‘fuel cell’ está a tornar-se numa alternativa ecológica aos geradores a diesel. 

Na exposição, a Hyundai mostrou também o NEXO, com uma autonomia de 609 quilómetros com uma única carga. Lançado em 2018, o NEXO registou cerca de 5 000 unidades vendidas em 2019, liderando as vendas globais de veículos ‘fuel cell’. 

Finalmente, a marca exibiu ainda a sua maquete de um ecossistema de mobilidade inteligente, com Urban Air Mobility (UAM), Purpose Built Vehicles (PBV) e Hub (Mobility Transit Base), que foram desvendados pela primeira vez no CES 2020. A maquete é uma miniatura que demonstra a visão da Hyundai para a mobilidade do futuro, onde o UAM, PBV e Hub estão integrados. 

A Hyundai planeia incorporar o sistema ‘fuel cell’ no ecossistema de mobilidade inteligente, particularmente para os UAMs. A empresa trabalhará na redução do peso do sistema ‘fuel cell’ enquanto aumenta a potência, de forma a ser utilizado em soluções de mobilidade. Isto permitirá que os sistemas ‘fuel cell’ possam ser utilizados além dos veículos comerciais e de passageiros, nomeadamente em comboios e navios.

A Hyundai colabora com um alargado conjunto de organizações nacionais e globais, tanto do setor público como do setor privado, para estabelecer e vitalizar uma economia global de hidrogénio, fornecendo veículos ‘fuel cell’, construindo mais postos de abastecimento e expandindo a aplicação de ‘fuel cell’ a vários setores. Em Setembro de 2019, a Hyundai associou-se com a Cummins, líder global de motores e geradores, para fornecer sistemas ‘fuel cell’ para o mercado de veículos comerciais da América do Norte. A marca coreana está também em conversações com empresas dos Estados Unidos e da Europa relativamente às aplicações do hidrogénio: a empresa planeia acelerar a sua entrada no mercado europeu de camiões movidos a hidrogénio com o Hyundai XCIENT, através de uma ‘joint venture’ com a empresa suíça H2 Energy, no final deste ano, tendo também assinado um memorando de entendimento com o Departamento de Energia dos Estados Unidos, para inovação na área da tecnologia ‘fuel cell’ e expansão da sua aplicação.

Fonte: Hyundai

Autocarro elétrico para o ‘novo normal’ pós-pandemia

No passado dia 17 de Junho, a Arrival revelou as primeiras imagens do seu autocarro elétrico, desenvolvido para ser, de acordo com a marca britânica, “a ferramenta que as cidades necessitam enquanto se adaptam um novo normal, ao mesmo tempo que lutam por tornar o transporte público apelativo, sustentável e financeiramente viável”.

Ainda segundo a Arrival, este autocarro foi desenhado tendo a experiência do passageiro como matriz, “estando equipado com elementos que promovem uma perceção positiva do transporte público e criam um ambiente que evoca uma sensação de espaço, limpeza e bem-estar, num mundo com mais sensibilizado para a higiene e o espaço pessoal”.

A Arriva é um dos maiores unicórnios do Reino Unido (start-ups avaliadas em mais de mil milhões de dólares). O seu modelo de negócio assenta na produção de veículos de zero emissões – carros partilhados, autocarros, táxis, robots de entregas – altamente customizáveis, em ‘microfábricas’, cada uma capaz de construir todos os modelos do portfólio da empresa, que partilham a mesma plataforma modular.

Este tipo de produção descentralizada permite, segundo a Arrival, reduzir a pegada ecológica, ao mesmo tempo que revitaliza as economias regionais através do recurso a cadeias de valor e talento locais, e restringe os custos de produção. A empresa planeia construir 1 000 ‘microfábricas’ até 2026, em vários mercados.

Fundada em 2015, a Arrival estabeleceu, no início de 2020, um acordo com a UPS para o fornecimento de 10 000 carrinhas de entregas nos próximos quatro anos, tendo ainda recebido um financiamento de 100 milhões de dólares das marcas Hyundai e Kia.

Automóveis plug-in representam 7,8% das vendas na Europa

Após um mês de Abril de quebra (-16% face a Abril de 2019), em virtude da pandemia de COVID-19, as vendas na Europa de automóveis plug-in – 100% elétricos e híbridos plug-in – voltou a números positivos, com 46 800 registos, o que representa um crescimento de 23%, em termos homólogos.

A quota de veículos plug-in no total das vendas de automóveis foi de 7,5% em Maio (3,8% nos elétricos puros), trazendo esta percentagem para 7,8% (4,3%) nas vendas registadas desde Janeiro.

O top 5 de vendas foi totalmente ocupados por veículos 100% elétricos: Renault ZOE, Volkswagen e-Golf, Tesla Model 3, Hyundai Kauai Electric e Audi e-tron.

China: primeiro projeto urbanístico centrado na mobilidade sustentável

O estúdio de arquitetura Ronald Lu & Partners (RLP) anunciou a conclusão da fase 1 da Tianhui TODTOWN, o primeiro projeto urbanístico centrado na mobilidade sustentável desenvolvido na China.

O modelo TOD (transit-oriented development) é um conceito de planeamento urbanístico que privilegia a criação de áreas em que coexistem harmoniosamente espaços residenciais, de trabalho e de lazer, a curta distância de sistemas de transporte público intermodais. É um modelo urbanístico compacto, que incentiva a vida em comunidade e utilização do transporte público, como forma de promover a sustentabilidade em áreas de alta densidade populacional.

Estima-se que, em 2050, mais de 70% da população mundial viva em cidades. Este tipo de modelos de desenvolvimento urbanístico é encarado como uma das soluções de futuro para dar resposta ao fenómeno da urbanização, sobretudo na gestão das megalópoles. Estes ‘subcentros’ urbanos, compactos e com várias opções para o transporte de pessoas e mercadorias, são capazes de reter talento e investimento, fazendo subir o valor imobiliário das áreas adjacentes e lançando assim as bases para a sua reabilitação, num ciclo virtuoso que se auto-reforça.

De acordo com Bryan Lu, vice-presidente da RLP, “[n]a Ásia, onde muitos países continuam a experimentar migrações das áreas rurais para as áreas urbanas, o planeamento urbano adota ainda, de forma inapropriada, uma parte das características do design norte-americano – em particular, o planeamento centrado no veículo. Se isto continuar, as cidades ‘tier 1’ e ‘tier 2’ na China vão provavelmente alargar-se até duas ou três vezes o seu tamanho atual, conduzindo a enormes pegadas energéticas e de carbono.”

A Tianhui TODTOWN, em Xangai, é o primeiro dos mais de sessenta projetos TOD da Ronald Lu & Partners na China, e a sua conclusão está prevista para 2024.

Renault ZOE estabelece recordes de vendas e encomendas

Em Maio, com o regresso da atividade comercial na maioria dos países europeus, a Renault registou um aumento de vendas do elétrico ZOE de 56%, comparativamente ao mesmo mês de 2019. 

O mês de Junho veio confirmar e reforçar essa tendência com um novo recorde: a marca francesa recebeu 11 158 novas encomendas para o ZOE, na Europa.

Em França, registaram-se 7 050 encomendas de ZOE num só mês, com um crescimento de 355% relativamente a Junho de 2019. No resto da Europa, o ritmo continua a acelerar: na Alemanha, por exemplo, as encomendas do ZOE cresceram 117%, para um total de 1 990 unidades.

Em Portugal, o Renault ZOE representou quase 6% do total de vendas de automóveis de passageiros da marca, no mês de Junho. No final do primeiro semestre de 2020, as vendas de automóveis elétricos Renault registaram um crescimento de 11,8%, num contexto de mercado (passageiros e comerciais ligeiros) extremamente negativo – quebra de 48,2%.

A este desempenho nas encomendas junta-se também um recorde de vendas, com 10 944 Renault ZOE matriculados na Europa em apenas um mês (dados provisórios), e um crescimento de 107% comparado com Junho de 2019.

Em virtude do sucesso comercial dos seus modelos 100% elétricos, e com a chegada, a breve prazo, da inovadora tecnologia híbrida E-TECH nos novos modelos Clio Hybrid, Captur Plug-In Hybrid e Mégane Sport Tourer Plug-In Hybrid, a Renault está numa posição confortável para atingir os objetivos relacionados com a norma CAFE (Corporate Average Fuel Economy).

Fonte: Renault

Califórnia exige camiões e carrinhas com zero emissões até 2045

A Califórnia aprovou uma decisão que exige que todos os camiões e carrinhas comerciais vendidas no estado em 2045 sejam veículos de emissões zero, com o objetivo de melhorar a qualidade do ar, reduzir as emissões de gases de efeito de estufa (GEE) e a dependência de combustíveis fósseis. Em 2035, a percentagem deverá ser já superior a 50%.

Esta deliberação é um marco histórico e uma vitória para as comunidades que sofrem com a poluição causada pelos transportes, nomeadamente os motores diesel dos camiões e carrinhas de entregas que sustentam a pujante economia do estado e o crescimento galopante do comércio eletrónico.

Retirar os motores diesel das estradas da Califórnia eliminaria 60 000 toneladas de óxidos de nitrogénio da atmosfera e reduziria as emissões de CO2 em 17 milhões de toneladas, com claros benefícios a nível ambiental e de saúde pública.

Além dos veículos comerciais, a legislação define ainda outras metas obrigatórias: todos os veículos que operam em portos e terminais ferroviários devem ser zero emissões em 2035, e cinco anos depois, o mesmo se aplica aos veículos envolvidos em operações ‘last-mile’.

A decisão do conselho que regulamenta os recursos atmosféricos da Califórnia está em linha com a posição de liderança que o estado assume na regulação ambiental. O seu programa pioneiro de promoção de veículos de passageiros com zero emissões, lançado nos anos 90, foi adotado por catorze outros estados norte-americanos. Em 2018, aprovou legislação ambiciosa, com vista a reduzir as emissões de GEE em 40% até 2030, obrigando as agências de transportes a adquirirem apenas autocarros 100% elétricos a partir de 2029.

Mais recentemente, em 2019, o estado opôs-se frontalmente à administração do presidente Trump, aprovando limites mais estritos para os consumos e emissões de automóveis e SUV, imediatamente após a decisão presidencial de reduzir as exigências colocadas aos fabricantes. Alguns fabricantes – Ford, Volkswagen, BMW e Honda – comprometeram-se entretanto com a norma estatal californiana.

Hyundai Concept 45

Concept Hyundai 45 apresentado em vídeo

A Hyundai revelou recentemente mais detalhes sobre o design do concept 45, num vídeo de apresentação com o diretor de design SangYup Lee.

No vídeo, Lee partilha a inspiração para o design do 45, além dos novos detalhes sobre as características de design exterior e interior. O exterior do veículo apresenta uma aparência moderna e futurista, alcançada através do uso de superfícies angulares. A junção do passado com o futuro é também realçada pela distância entre eixos, inspirada na década de 70, e pelas luzes futuristas em formato pixel, que representam o digital e o analógico.

SangYup Lee prossegue com a demonstração das portas deslizantes únicas do Concept 45, que abrem no sentido dianteiro e traseiro do veículo. Esta apresentação revela um interior espaçoso. O primeiro aspeto que aponta são os bancos giratórios, que podem ser rodados para ‘dar as boas vindas’ ao condutor e facilitar a entrada no veículo.

Esta plataforma EV permite que os designers maximizem o espaço, fazendo com que o interior do veículo pareça maior do que outros veículos do segmento C.

De acordo com a marca coreana, o objetivo com este 45 passa por reinventar a experiência no interior do veículo. À medida que a tecnologia de condução autónoma progride, é de esperar que os interiores dos automóveis se tornem, cada vez mais, espaços de convivência. Este é um conceito da Hyundai designado de ‘Style Set Free’.

A inspiração do 45

Os concepts da Hyundai são inspirados por outros modelos do passado. No caso do 45, este foi inspirado pelo Pony Coupe de 1974, o primeiro concept car da Hyundai. A incorporação da tipologia de design ‘Sensuous Sportiness’ é também a linha comum que o une a outros concepts recentes da Hyundai.

Fonte: Hyundai

As bicicletas são aposta da União Europeia como respostas ao COVID-19

Bicicletas são aposta da UE na resposta à COVID-19

Na semana passada, as associações europeias ligadas à bicicleta deram um passo importante para o setor, colocando-a, na agenda da UE, como um modo de transporte em igualdade com o automóvel e o transporte público.

Em conferência de imprensa, o vice-presidente executivo da Comissão, Frans Timmermans, anunciou que a utilização da bicicleta deve fazer parte do novo pacote de financiamento para a mobilidade que será aprovado pela UE, a par com outras medidas como o carregamento de automóveis elétricos e a promoção do transporte público.

Pacote de Mobilidade Urbana

O comissário holandês Timmermans é uma das figuras políticas mais proeminentes da UE e líder do processo ‘Green Deal’ da Comissão, o que é revelador da grande importância deste compromisso. Prevê-se que o pacote de mobilidade urbana ronde os 20 mil milhões de euros, e será entregue aos estados-membros através de fundos regionais da União, com o objetivo de apoiar os desafios relacionados com a redução de poluição atmosférica, mudanças climáticas e bem-estar dos cidadãos.

O anúncio segue a proposta da Comissão Europeia para a criação de um pacote de 13 mil milhões de euros destinado a infraestruturas e acesso a bicicletas elétricas, resultado da carta enviada à Comissão por seis associações do setor: Confederação da Indústrias Europeias da Bicicleta (CONEBI), Cycling Industries Europe (CIE), Federação Europeia de Ciclistas (ECF), Federação Europeia de Logística da Bicicleta (ECLF), Associação Europeia de Fabricantes de Bicicletas (EBMA) e Associação Internacional de Mountain Bike Europa (IMBA EU).

Manuel Marsilio, secretário-geral da CONEBI afirma: “Começamos a preencher a lacuna entre a utilização da bicicleta e outros modos de mobilidade na agenda da UE. Este apoio de alto nível é necessário para que a UE financie as autoridades locais e os governos nacionais relativamente a infraestruturas de ciclismo, reduções de IVA, bonificações de compra de bicicletas e e-bikes, além de ‘pedalar’ em desenvolvimentos de mobilidades urbanas inteligentes e conectadas. ”

Kevin Mayne, Presidente da CIE, explicou a importância do anúncio: O primeiro ponto é o nível em que o anúncio foi feito; este foi o cerne absoluto da formulação de políticas da UE, que é o primeiro passo para a utilização da bicicleta. Em segundo lugar, foi a clareza do apoio: a bicicleta é, juntamente com os outros modos, uma responsabilidade essencial da UE, não oculta na política de transporte local. Esta é uma grande inovação para o setor.”

Jill Warren e Morten Kabell, presidentes da ECF, declararam: “Isto é algo para comemorar ao entrarmos no Dia Mundial da Bicicleta em 3 de junho. Agora vamos usar a oportunidade de pressionar com medidas mais concretas, para andar de bicicleta, nas propostas de recuperação da UE e trabalhar com as nossas organizações e membros para garantir que os Estados-Membro estejam prontos para investir os fundos alocados em melhorias e incentivos à utilização da bicicleta, que atinjam os nossos objetivos de mais e melhor ciclismo para todos na Europa.”

O pano de fundo da declaração de Timmermans foi a apresentação do plano da Comissão Europeia para a criação um fundo de recuperação para responder à quebra económica motivada pela COVID-19, que tem no ‘Green Deal’ europeu um dos seus eixos principais. A ideia fundamental do plano passa por dotar de liquidez as regiões da UE mais afetadas pela pandemia, com uma ampla gama de incentivos destinados, antes de mais, a emergências sanitárias e económicas.

O processo está longe da sua conclusão, uma vez que a estratégia da Comissão tem ainda de se transformar em planos concretos e mecanismos financeiros que possam ser implementados nos estados-membros. As associações ligadas ao setor dizem que a bicicleta não estava na agenda da Comissão da UE para a recuperação há algumas semanas, mas agora deve ser capaz de competir por uma parcela justa dos financiamentos do plano de recuperação. Isto complementa os anúncios a nível nacional e local em vários países, que demonstram que a bicicleta é o modo de transporte que mais rapidamente recuperou em número de utilizadores, nas últimas semanas de reabertura.

A discussão continua no dia 3 de junho, Dia Mundial da Bicicleta, quando a ECF realizar o webinar ‘Repensando a mobilidade: pedalar para uma recuperação segura da COVID-19 e mais além’.

Fonte: Abimota