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Green Future-AutoMagazine

O novo portal que leva até si artigos de opinião, crónicas, novidades e estreias do mundo da mobilidade sustentável

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A Nossa Rede Pública de Carregamento e as Ervilhas!

A Nossa Rede Pública de Carregamento e as Ervilhas!

UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos

Vídeo produzido pela UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos onde esclarecemos sobre os valores que compõe o custo de carregamento de um Veículo Elétrico na Rede Pública de Carregamento.

Uma das criticas ao nosso atual modelo da Mobilidade Elétrica em Portugal, que permite a interoperabilidade no acesso, é a complexidade do sistema e as “taxas e taxinhas” que pagamos.

Para tentar perceber, podemos comparar a venda de eletricidade para a Mobilidade Elétrica com as… ervilhas! Sim, as ervilhas parecem pequenos eletrões e são verdes.

Independentemente da opinião de cada um, algo parece claro, há um grande desconhecimento e falta de informação, quer sobre a forma de funcionamento, quer sobre o que representa cada linha na fatura de um carregamento na Rede Pública.

Esperemos que este vídeo ajude a esclarecer.

UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos, é uma Entidade de Utilidade Pública, sem fins lucrativos, com a missão de promover a mobilidade elétrica. Conheça as Vantagens em ser nosso Associado

Contactos
e-mail: geral@uve.pt
215 99 99 50 / 910 910 901
(dias úteis das 10:00 às 18:00)

ANJE, Norscut e Egis procuram projetos para tornar A24 mais tecnológica

A Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) associou-se ao Concurso ‘A24 Empreender e Inovar’, iniciativa da concessionária Norscut e da empresa de engenharia Egis, de forma a estimular o desenvolvimento de novos conceitos e oportunidades de negócio.

O concurso integra duas categorias – ‘Autoestrada e Tecnologia’ e ‘Autoestrada e Ambiente’ – e procura ideias sustentáveis que respondam a problemáticas concretas ligadas a este tipo de infraestrutura, como gestão de tráfego, manutenção, gestão do património e dos equipamentos, energias alternativas, sinalização, paisagem e meio ambiente, túneis e sistemas de incêndio ou a vigilância e deteção de acidentes e avarias, entre outros.

O concurso é aberto a empreendedores, empresas, empresários em nome individual, trabalhadores independentes e universidades. As propostas devem ser, no geral, inéditas, originais, e sobretudo exequíveis, adequando-se ao modelo de negócio da autoestrada A24. Esta autoestrada tem uma extensão total de 157 km, ligando Trás-os-Montes à Beira Alta, desde a fronteira com Espanha em Vila Verde da Raia (concelho de Chaves) e a cidade de Viseu.

“Queremos divulgar novos talentos. A ideia desta parceria, assim como em outras que a ANJE tem vindo a fazer, é potenciar a entrada no mercado de novos talentos e o empreendedorismo sustentável com preocupação ambiental continua a ser também um dos objetivos que temos em vista”, declarou Alexandre Meireles, presidente da Associação. “A inovação é importante e não há áreas ou setores de exceção. Fazemos parte desta iniciativa porque acreditamos que também nesta área há conceitos inovadores e nem sempre existem montras”, acrescentou.

Para a Norscut, “este concurso é mais um contributo para assegurar um impacto social e ambiental positivo, modernizando e colocando a A24 na vanguarda das melhores práticas e padrões internacionais”.

A Egis, por seu turno, salientou a importância da aplicação de práticas inovadoras e sustentáveis que contribuam para a transição ecológica rumo à neutralidade carbónica. A empresa vê também no concurso “uma oportunidade para atrair os melhores, para gerar conhecimento, aplicá-lo e até, potencialmente, escalar essa aplicação a nível internacional, partilhando boas práticas”.

Serão atribuidos dois prémios por categoria – um primeiro prémio de 10.000€, e um segundo no valor de 5.000€. As candidaturas podem ser coletivas ou individuais e deverão ser entregues até 20 de fevereiro. A decisão sobre os projetos vencedores em cada categoria será conhecida no dia 7 abril, com a cerimónia de entrega dos prémios a ter lugar no dia 23.

Quantron apresenta novo autocarro urbano 100% elétrico

A Quantron, empresa alemã especialista em mobilidade elétrica, vai apresentar o seu autocarro urbano totalmente elétrico, Cizaris, num evento online agendado para o dia 16 de fevereiro, às 9.00h (hora de Portugal Continental).

O Cizaris terá cerca de 12 metros de comprimento e conta com a tecnologia de baterias LiFePo4 da CATL, capacidade de bateria de até 422 kWh e uma potência de carregamento até 80 kW. Apresentando uma autonomia máxima de 360 km de acordo com o protocolo E-SORT 2, o autocarro cumpre com os requisitos para cobrir a operação diária de transporte urbano de passageiros com um tempo de carregamento noturno de 3 a 5 horas. Estarão disponíveis várias opções de equipamentos, consoante as necessidades particulares dos clientes.

Inicialmente, o autocarro Cizaris estará disponível na versão BEV com um preço abaixo de outros comparáveis no seu segmento, de acordo com a Quantron. Desta forma, a empresa procura oferecer uma alternativa económica e ecológica aos autocarros a diesel. A versão FCEV do veículo de 12 metros, com pilha de combustível da Ballard Power Systems, está já também em desenvolvimento.

Minuto AutoMagazine: Ford Kuga 2.5 Plug-in Hybrid

Minuto AutoMagazine: Ford Kuga 2.5 Plug-in Hybrid

Nesta semana apresentamos o novo Ford Kuga 2.5 Plug-in Hybrid, um SUV familiar ágil, preciso, confortável e de fácil condução

ESPECIFICAÇÕES

Autonomia (modo elétrico; WLTP):  64 km

Consumo: 1l/100km

Potência máxima (Combinada):  165 KW (225 cv)

Velocidade Máxima: 200 km/h

Bagageira: 411 l (máximo: 1481l)

Aceleração (0-100 km/h): 9,2 segundos

Preço: desde 41.092,94€

Start-up da Galp integra projeto de mobilidade sustentável nos Estados Unidos

A GoWithFlow, uma start-up para a mobilidade sustentável detida pela Galp desde 2019, está a desenvolver soluções de mobilidade elétrica e sustentável que deverão ser aplicadas na cidade de Memphis, nos Estados Unidos. O projeto, intitulado Digital Delta, visa ser implementado no âmbito de um consórcio liderado pela Universidade de Memphis, selecionado pelo governo norte-americano no âmbito do programa ‘Build Back Better Regional Challenge’, um dos programas do plano da Administração Biden para a recuperação económica dos Estados Unidos no pós-pandemia.

O projeto em que a GoWithFlow está a participar – e ao qual aporta a sua experiência em sistemas de mobilidade urbana sustentável já desenvolvidos em Portugal, Espanha e Itália – foca-se na eletrificação de soluções logísticas last mile para frotas empresariais, em opções de micro mobilidade urbana para os cidadãos (tais como bicicletas e scooters), e também em soluções para transportes públicos e partilhados para empresas, trabalhadores pendulares, visitantes e habitantes de Memphis.

O consórcio recebeu uma subvenção inicial de 500.000 dólares para continuar a desenvolver a proposta selecionada, que contempla uma perspetiva regional sobre mobilidade para toda a comunidade da região de Memphis.

Nesse sentido, o consórcio desenvolveu um plano que prevê a implementação de infraestruturas para gerir tarifas, para ultrapassar barreiras à criação de economias de escala em todo o projeto e para ligar componentes urbanas, suburbanas e rurais através de programas interligados para a promoção global da mobilidade sustentável. O objetivo do Digital Delta é dotar toda a região de Memphis de condições para se tornar num case study de inovação, assumindo-se como o distrito urbano-rural mais interligado nos Estados Unidos. 

Jane Hoffer, CEO da GoWithFlow, assume que a equipa da start-up da Galp não podia estar mais entusiasmada com o apoio do governo norte-americano a este projeto: “Os planos do consórcio transformarão a área de Memphis e servirão como um exemplo de liderança em transformação urbana não apenas nos Estados Unidos, mas também a nível internacional, numa altura em que este tipo de infraestruturas e conectividade é cada vez mais necessário em todo o mundo”.

A entrada da GoWithFlow nos Estados Unidos acontece ao fim de uma década de evolução da start-up criada no âmbito do CEiiA, quando uma equipa liderada pelo atual CTO da empresa, André Dias, foi desafiada a desenvolver uma plataforma de carregamento elétrico associada ao piloto do programa Mobi.E, lançado em 2010 para criar a infraestrutura de carregamento público veículos elétricos.

Desde então, a Mobility Change Platform (MCP) da GoWithFlow tem ajudado organizações e municípios a gerir transições de frotas para veículos de baixa ou nenhuma emissão, e a fornecer aos Operadores de Pontos de Carga (CPOs) e aos Prestadores de Serviços de Mobilidade Elétrica (EMSP) a tecnologia e o apoio de que necessitam para fornecer os seus próprios produtos e serviços.

Nomeada em 2020 como a principal empresa de arranque de cleantech em Portugal, a GoWithFlow desenvolveu uma solução que coordena os ativos móveis e os utilizadores, para fornecer informações em tempo real sobre a forma como utilizam os carros da empresa, scooters, estações de carregamento, bicicletas ou e-bikes partilhadas e outros componentes do ecossistema de mobilidade.

A descarbonização da pegada de mobilidade, a redução do custo total de mobilidade e a melhoria da experiência de mobilidade de todo o tipo de clientes são três dos eixos centrais da atividade da empresa, que expandiu já para fora de Portugal o desenvolvimento de várias soluções de mobilidade sustentável para contextos urbanos

Em Espanha, por exemplo, a GoWithFlow lançou o seu primeiro projeto B2B2C com o eCooltra, uma aplicação de partilha de scooters que começou na área de Barcelona e que depois se expandiu para Madrid, Lisboa e Milão.

Em Portugal, a empresa tem trabalhado com clientes empresariais de várias dimensões e com vários outros municípios, como por exemplo Lisboa, Porto e Cascais. O município de Cascais recebeu, aliás, a primeira iniciativa MaaS (mobility as a service) da GoWithFlow, com uma tecnologia que integrou todos as componentes relacionados com a mobilidade nesta cidade no programa MobiCascais, que ligava o trânsito público, táxis, comboios, estacionamento e serviços internos com outros serviços externos, incluindo Uber e aplicações de partilha de bicicletas e carros, aluguer de automóveis e trotinetas elétricas.

GM e Lockheed Martin juntam-se para desenvolver ‘rover’ lunar autónomo

A Lockheed Martin e a General Motors uniram-se para criarem a próxima geração de veículos lunares autónomos, capazes de transportar astronautas durante distâncias maiores na superfície do satélite. 

De acordo com a Lockheed Martin, este tipo de mobilidade é um grande passo para permitir e sustentar a exploração a longo prazo da superfície lunar, num momento em que a NASA pretende regressar à Lua com o programa Artemis, de forma a entender melhor os processos planetários fundamentais subjacentes ao nosso sistema solar e, assim, ajudar a entender e proteger melhor a Terra.

Os veículos não só estarão bem equipados para percorrer grandes distâncias, mas também terão a opção de serem conduzidos por um humano. Os sistemas autónomos permitirão que o veículo opere com ou sem humanos a bordo e abrirão caminho para futuras missões humanas, serviços comerciais de carga útil e trabalhos científicos.

A empresa de aeronáutica explicou que um veículo Lockheed Martin-GM será capaz de se posicionar de forma autónoma perto de um local de aterragem antes da chegada dos astronautas, e até de realizar operações científicas sem controlo humano a bordo. Isto permite à NASA fazer descobertas em menos tempo e, talvez, descobrir mais sobre os 95% da superfície lunar que ainda não são conhecidos dos cientistas.  

O novo protótipo estará preparado para se deslocar em terrenos acidentados, no escuro e no frio. Ao contrário da Terra e até mesmo de Marte, os dias e as noites na Lua duram pouco menos de 14 dias. Os rovers Lockheed Martin-GM serão concebidos para sobreviver e operar duas semanas em regime noturno, com temperaturas de até -170° e temperaturas diurnas de 120º.

Kirk Shireman, vice-presidente de Exploração Lunar da Lockheed Martin, declara que depois de a empresa ter construído várias naves que foram para a Lua, Marte, Júpiter, Vénus e outros destinos no sistema solar, este desafio da NASA será bem-sucedido, já que são especialistas em construir veículos fiáveis e capazes de enfrentar os maiores desafios no espaço. 

A Lockheed Martin vai liderar a equipa, aproveitando a história de trabalho com a NASA. Já a GM traz para a mesa décadas de experiência na projeção de veículos para ambientes dentro e fora de estrada. A GM irá ajudar ainda com o seu forte foco em qualidade e segurança humana e com tecnologias elétricas de bateria de última geração e sistemas de propulsão que são essenciais para os veículos elétricos da empresa. 

Este projeto de investigação para o desenvolvimento de baterias e sistemas de energia para o veículo lunar pode ainda estimular avanços para os veículos elétricos na Terra.

Pony.ai lança a sexta geração do seu sistema de condução autónoma

A empresa de tecnologia Pony.ai, lançou o seu sistema condução autónoma (AD) de 6ª geração. O primeiro modelo equipado com este sistema, o Toyota S-AM, de 7 lugares, começará os testes de estrada na China ainda este ano, estando prevista a sua implementação nas operações de robotáxi da Pony.ai no primeiro semestre de 2023.

A Pony.ai começou a desenvolver os recursos de condução autónoma para o modelo S-AM em conjunto com a Toyota, em 2019. A Pony.ai acredita que este S-AM altamente personalizado – com seu sistema de redundância dupla – fornecerá melhor funcionalidade e desempenho, permitindo o desenvolvimento masi eficaz de AD Nível 4. Além disso, como modelo MPV (Multi-Purpose Passenger Vehicle), o S-AM oferece flexibilidade para atender a vários cenários de utilização familiar e profissional.

O sistema é composto por 23 sensores, incluindo quatro LiDAR de estado sólido no tejadilho, cobrindo um campo de visão de 360°; três LiDAR de curto alcance na carroçaria do veículo, cobrindo os pontos cegos dos LiDAR do tejadilho; quatro radares de ondas milimétricas localizados nos cantos do tejadilho; um radar de ondas milimétricas de longo alcance voltado para a frente e 11 câmaras implementadas à volta do tejadilho e da carroçaria do veículo (numa combinação de câmaras de grande angular, super grande angular, médio e longo alcance e câmaras de deteção de semáforo).

A empresa introduz também a unidade de computação autónoma NVIDIA DRIVE Orin. A Pony.ai é uma das primeiras empresas do setor de veículos autónomos a criar um portfólio de produtos, com várias configurações, com um ou mais processadores DRIVE Orin e GPU de arquitetura NVIDIA Ampere de nível automotivo, uma plataforma robusta de produção em massa para veículos autónomos.

Em comparação com a plataforma da geração anterior, a nova unidade terá, em princípio, mais de 30% de aumento no poder de computação, pelo menos 30% menos peso e mais de 30% de redução no custo.

Entre outras características de design, este protótipo S-AM inclui unidades de sinalização no tejadilho que possuem uma unidade de iluminação horizontal na frente e três faixas de iluminação colocadas verticalmente na parte traseira, para dar ao veículo um toque elegante e futurista, de acordo com a empresa. Usando diferentes cores e combinações de iluminação, as unidades de sinalização do tejadilho podem fornecer comunicação e interação externa, demonstrando o estado e as intenções do robotáxi.

Rede Mobi.E bateu todos os recordes em 2021

O ano de 2021 foi marcado pela quebra mensal sucessiva de recordes na rede nacional de mobilidade elétrica – rede Mobi.E –, acompanhando a tendência registada nas vendas de veículos elétricos. Durante o ano, o número de postos de carregamento na rede Mobi.E aumentou 66,5%, enquanto as vendas de veículos elétricos (BEV e PHEV) cresceram 49,1%.

Ao nível da utilização e face a 2020, que tinha sido até agora o melhor ano de sempre, a rede Mobi.E registou um aumento de 48% no número de utilizadores, para mais de 58.500, que foram responsáveis por mais de 1,46 milhões de carregamentos (um acréscimo de 56% relativamente a 2020), um consumo de 18,5 GWh de energia (crescimento de 75%), que permitiram reduzir a emissão de CO2 em cerca de 13,4 Milhões de toneladas de CO2 (aumento de 77%).

A infraestrutura de carregamento também cresceu significativamente para 2.360 postos de carregamento que disponibilizam mais de 4.880 tomadas, traduzindo-se num ritmo de instalação médio de 18 postos de carregamento por semana.

No âmbito da infraestrutura de carregamento, destaca-se ainda o cumprimento das orientações traçadas pelo Governo no que respeita quer ao incremento da rede Mobi.E, quer ao reforço da rede em termos de potência com o significativo crescimento do número de postos com potência superior a 22 kWh para 567 (crescimento de 117%), que permitiu disponibilizar uma potência de 106,1 MW no total da rede, mais de 1,5 vezes superior aos níveis de potência exigidos pelo futuro pacote legislativo da União Europeia.    

Em termos de cobertura, a rede Mobi.E finalizou o ano de 2021 com postos instalados em 302 municípios, o que representa uma cobertura geográfica superior a 98%. 

Para o Presidente da MOBI.E, Luís Barroso, este crescimento significativo, em termos de utilização da rede Mobi.E, mostra que “a transição para a mobilidade elétrica é uma realidade que importa agora consolidar com a confiança crescente dos utilizadores na rede Mobi.E. O sucesso alcançado em 2021 dá um grande alento para enfrentarmos os exigentes desafios dos próximos anos, em termos de posicionamento nos critérios de potência previstos na futura legislação europeia e no cumprimento dos objetivos da descarbonização”.

COVID-19 e transporte público: uma atualização

COVID-19 e transporte público: uma atualização

Opinião de Stefan Carsten

De acordo com vários especialistas, o número de utilizadores de transportes públicos não voltará aos níveis pré-pandemia antes de 2023. Em 2022, este objetivo  não será ainda possível. Sem o apoio financeiro dos governos locais, a crise ameaçaria a existência das empresas. Além disso, é importante continuar a investir na modernização do transporte público: novas rotas ou veículos têm, geralmente, prazos de entrega de anos.

A taxa de utilização de transportes públicos locais situava-se recentemente, em muitos países europeus, em cerca de dois terços da capacidade. Embora já tenha sido demonstrado que não há risco aumentado de infeção em autocarros e comboios, os passageiros hesitam em usá-los. Muitos passageiros estão com medo e, além disso, muitas pessoas trabalham a partir de casa, o que significa que não precisam de se deslocar. Os novos processos de trabalho – ora no escritório, ora em casa –estabeleceram-se em muitas empresas e entre os seus colaboradores, e fazem já parte da nova normalidade.

Isto também poderia ter um efeito duradouro sobre o número de passageiros se os prestadores não investissem continuamente na modernização do serviço. Para atrair  para os transportes públicos as pessoas que antes se deslocavam de automóvel é importante que exista uma oferta completa e flexível, sobretudo nas zonas rurais, com ofertas on-demand que levem as pessoas às estações centrais. O desafio é desarreigar os hábitos de mobilidade dos cidadãos, pois quanto mais tempo as pessoas usarem regularmente o carro, mais difícil será fazer com que elas troquem novamente de meio de transporte. Os transportes públicos devem, por isso, tornar-se mais individualizados, para responderem às necessidades específicas de mobilidade.

A integração dos serviços de transporte público nas ofertas dos operadores de serviços de ride-hailing são abordagens interessantes e económicas. A start-up checa Mileus e a operadora eslovaca Hopin uniram forças para lançar um serviço intermodal, integrando opções de transporte público em Bratislava na app deste último, que funcionará nas áreas da capital eslovaca com menor cobertura por transportes públicos.

A ideia é que, ao motivar os moradores a deixar o carro em casa e redistribuir a procura por serviços de táxi nas periferias, se consiga reduzir o congestionamento e a poluição no centro da cidade, tornando Bratislava mais habitável. Ao mesmo tempo, as empresas esperam que isto aumente o número de passageiros no transporte público. Do ponto de vista comercial, a Mileus captura valor para as empresas de transporte de passageiros, porque aumenta a taxa segundo a qual as ‘pesquisas por viagem’ que os clientes fazem na aplicação são convertidas numa reserva (à medida que o custo geral da viagem é reduzido).

Esta parceria será o segundo teste do género para a start-up: a Mileus já realizou um teste semelhante com a Liftago, um dos maiores operadores de transporte da República Checa. Publicaram também um estudo de caso detalhado sobre o teste, que afirma que a integração da oferta intermodal diminuiu o valor médio da viagem em 42%, mas aumentou a frequência de viagens por cliente em 55%, o que equivale a um aumento de 20% na receita por cliente. Declara também que a intermodalidade aumenta o tempo de utilização do veículo e diminui o deadhead (quando os condutores circulam à procura de passageiros), melhorando a eficiência geral da frota.

A Mileus deu ainda a conhecer as suas intenções de expandir o serviço para o Reino Unido, que será o seu principal mercado. A empresa está à procura de estabelecer parcerias com operadores de aluguer de veículos particulares e operadores de transporte de passageiros que desejem lançar um serviço intermodal nas suas cidades.

Devido ao influxo adicional para as regiões urbanas, pelo menos mais 30% de passageiros terão de ser transportados até 2030, relativamente ao período pré-pandemia. Isto acontece num cenário em que o transporte público é uma peça central para alcançar as metas climáticas. É então necessário convencer os passageiros a usar o transporte público novamente, mas também avançar, a todo o vapor, com a expansão das infraestruturas, para que todos estes passageiros adicionais possam também chegar aos seus destinos. Isto só pode ser feito mantendo fortes investimentos, construindo novas rotas, ampliando as frotas de veículos e, acima de tudo, promovendo serviços digitais, como já aconteceu, em alguns casos, através da integração do transporte público e dos serviços de ride-hailing.

Computação quântica para aperfeiçoar baterias

A IonQ, líder na computação quântica, e a Hyundai Motor Company anunciaram hoje uma parceria que visa desenvolver novos algoritmos variational quantum eigensolver (VQE) para analisar os componentes do lítio e as suas reações, envolvidas na química de bateria.

É expectável que a simulação química quântica melhore significativamente a qualidade das baterias de lítio de nova geração ao aperfeiçoar os ciclos de carregamento e descarregamento, assim como a sua durabilidade, capacidade e segurança.

A parceria beneficia dos conhecimentos em computação quântica da IonQ e dos conhecimentos da Hyundai em baterias de lítio. Em conjunto, as equipas estão a criar um modelo de bateria químico avançado, ainda a ser operacionalizado em computadores quânticos, mensurável pelo número de qubits e portões quânticos.

IonQ e a Hyundai estão a estabelecer as bases de trabalho em criar baterias de melhor qualidade, ao simular de forma mais precisa e controlar as suas reações químicas. Esta análise tem o potencial de encaminhar para novos tipos de material de origem que economizem tempo, custos e os esforços futuros – um avanço crítico, sendo que as baterias são, normalmente, o componente mais caro de um veículo elétrico.

Esta colaboração é uma parte importante para a estratégia 2025 da Hyundai, que inclui a venda de 560 mil veículos elétricos por ano e a introdução de mais de 12 novos modelos BEV. Adicionalmente, a parceria é também importante para o combate às alterações climáticas, à medida que os veículos elétricos desempenham um papel crítico nos objetivos globais de sustentabilidade.