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Green Future-AutoMagazine

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Renault Espace: o monovolume que deixou de o ser

A Renault apresentou o novo Renault Espace, a sexta geração do icónico monovolume originalmente lançado há 40 anos e que agora… passa a ter dois volumes, adoptando linhas mais próximas de um SUV.

O novo Renault Espace mantém as opções de 5 ou 7 lugares e continua a ser o modelo mais espaçoso da marca francesa. Construído sobre a plataforma modular CMF-CD da Alliance, tem 4,72 metros de comprimento – 14 cm a menos que a geração anterior – e o habitáculo cresce, com 2,48 metros de comprimento até à terceira fila.

A Renault afirma que, além do espaço, a modularidade é outra das características principais do Espace. A segunda fila de assentos – constituída por duas unidades independentes rebatíveis, divididas numa proporção de 2/3 – 1/3 – pode recuar até 220 mm, oferecendo aos passageiros até 321 mm de espaço para os joelhos; e reclinar-se até 31º para maior conforto.

Os passageiros da terceira fila – disponível gratuitamente mediante encomenda – dispõem da funcionalidade Easy Access, que lhes permite facilmente rebater ou ‘empurrar’ os bancos da segunda fila.

Todos os lugares dispõe de pré-tensores nos cintos de segurança, luzes de teto com interruptor de toque e portas de carregamento USB-C.

O espaço da bagageira varia dos 159 litros na variante de 7 lugares com os bancos da terceira fila levantados, até 1.818 na variante de 5 lugares com os bancos da segunda fila rebatidos.

O teto panorâmico – opcional – tem 1,33 m de comprimento e 0,84 m de largura. O vidro possui um revestimento que filtra os raios UV e a maioria dos raios infravermelhos, evitando calor e luminosidade excessivos no habitáculo.

A nível de motorização, a Renault disponibiliza somente a opção híbrida E-Tech Full Hybrid de 200 cv, que combina um motor a gasolina de 3 cilindros e 1.2 litros, com 130 cv (96 kW) de potência e 205 Nm de binário, e dois motores elétricos: o principal, de propulsão, com 50 kW (70 cv) alimentado por uma bateria de 2 kWh/200 V; e o secundário, que funciona como gerador para iniciar o motor térmico e operar as mudanças de velocidades.

A caixa de velocidades automática multimodal integra duas mudanças do motor elétrico com quatro mudanças do motor de combustão, resultando em distintas combinações que se adaptam ao tipo de condução para reduzir consumos e emissões de CO2 e “maximizar (…) o prazer de condução”.

O novo Renault Espace estará disponível com três níveis de acabamento e equipamento, desde a versão de entrada Techno – que inclui ecrã OpenR de 24 polegadas, porta traseira elétrica, carregador de telefone sem fios, jantes de 19 polegadas, sistemas Isofix nos bancos esquerdo e direito na segunda fileira e pack de segurança com sistema de alerta de ângulo morto –, a variante Iconic e a opção mais desportiva Esprit Alpine.

O Renault Espace será produzido em Espanha, na fábrica que a marca francesa opera em Palencia e que foi alvo de investimentos importantes para melhorar as capacidades a nível de montagem e pintura, bem como as credenciais ambientais. As encomendas em Portugal têm início a 17 de abril, com as primeiras unidades a chegarem às mãos dos clientes a partir de outubro.

Kia apresenta o EV9

A Kia apresentou oficialmente o EV9, o seu primeiro SUV elétrico, depois das imagens reveladas recentemente. A marca coreana apresenta o novo automóvel como o seu “novo ponta de lança” nas transição para a mobilidade eletrificada, introduzindo “novas ideias” a nível de design, sustentabilidade e tecnologia.

O EV9 apresenta várias configurações de motorização elétrica com base na Plataforma Modular Global Elétrica (E-GMP), recorrendo à tecnologia de baterias de quarta geração da Kia. O modelo base de tração traseira integra uma bateria de 76,1 kWh, enquanto as variantes de grande autonomia, de tração traseira e tração integral, estão equipadas com uma bateria de 99,8 kWh.

O modelo base de tração traseira está equipado com um motor elétrico de 160 kW de potência e binário de 350 Nm, acelerando dos 0 aos 100 km/h em 8,2 segundos. Na variante de tração traseira e autonomia alargada, o motor elétrico é ligeiramente menos potente – 150 kW –, mantendo o mesmo binário de 350 Nm, para cumprir o sprint 0-100 km/h em 9,4 segundos (dados preliminares).

A variante de tração integral está equipada com dois motores elétricos que debitam uma potência total conjunta de 283 kW e um binário combinado de 600 Nm. Acelera dos 0 aos 100 km/h em apenas 6 segundos exatos. Esta versão inclui uma função ‘Boost’ opcional – que pode ser adquirida posteriormente na Kia Connect Store –, que eleva o binário até 700 Nm, resultando numa aceleração mais rápida: 0 aos 100 km/h em 5,3 segundos.

A Kia garante que a sua “abordagem holística” à engenharia da motorização elétrica do EV9 permitiu combinar um “desempenho atlético” com uma “autonomia exemplar”, oferecendo confiança para viagens longas. A variante RWD, com jantes de 19 polegadas e equipada com a bateria de 99,8 kWh, permite uma autonomia estimada superior a 541 km (WLTP). A capacidade de carregamento ultrarrápido de 800 V permite que seja obtida carga suficiente para cerca de 240 km em 15 minutos.

O EV9 está disponível de série com a funcionalidade Vehicle-to-Load (V2L) através da Unidade de Comando de Carregamento Integrado (Integrated Charging Control Unit, ICCU), podendo fornecer até 3,68 kW a pequenos dispositivos elétronicos. Pode, por exemplo, assegurar o funcionamento de computadores portáteis ou equipamentos de campismo.

As imagens reveladas anteriormente permitiram já conhecer as linhas exteriores do Kia EV9. A marca coreana revelou agora que o modelo possui uma distância entre eixos de 3.100 mm e oferece uma escolha de jantes de 21, 20 ou 19 polegadas. Com um comprimento total de 5.010 mm, o EV9 mede 1.980 mm de largura e 1.755 mm de altura.

A Kia destaca o desempenho aerodinâmico do EV9, que apresenta um coeficiente de 0,28, obtido através da implementação de vários “equipamentos avançados”, incluindo a primeira cobertura inferior 3D da Kia – um revestimento esculpido com uma forma convexa à frente e côncava atrás – jantes aerodinâmicas e cortinas de ar integradas no para-choques dianteiro. De acordo com a marca coreana, estes elementos funcionam de forma integrada para produzir um fluxo de ar que maximiza o desempenho e eficiência, “contribuindo para proporcionar uma experiência de condução emocionante”.

Além do modelo de base, a Kia revelou o design da versão GT-line, que apresenta para-choques dianteiro e traseiro, rodas e barras de tejadilho em cor preta, além de uma ‘Grelha de Iluminação com Padrão Digital’ exclusiva.

No interior, o Kia EV9 oferece configurações de sete e seis lugares, com três filas de assentos. A primeira fila dispõe de bancos de relaxamento e a segunda fila oferece, “pela primeira vez em modelos EV globais”, quatro opções, incluindo banco corrido de três lugares, de tipo básico, de relaxamento ou dois lugares independentes com função giratória.

Quando equipado com os bancos de relaxamento na segunda fila, o EV9 permite que os passageiros da primeira e da segunda filas reclinem simultaneamente os seus assentos. Com a opção de bancos giratórios, os bancos da segunda fila rodam a 180 graus, permitindo que os passageiros fiquem voltados para a terceira fila. Os passageiros desta última fila têm à sua disposição pontos de carregamento de dispositivos móveis e suportes para copos.

A Kia salienta também que a escolha de materiais para o EV9 “atinge um novo patamar”, com a aplicação de uma nova geração de biomateriais, enquadrando-se no seu compromisso estratégico de se tornar uma marca líder em mobilidade sustentável.

O SUV elétrico da marca coreana é o primeiro modelo a integrar a Estratégia de Sustentabilidade de Design da marca, que assenta em três etapas: eliminar gradualmente o uso de couro, aplicar dez itens sustentáveis ‘obrigatórios’ em todos os novos modelos e aumentar continuamente a utilização de materiais de base biológica, como o milho, a cana-de-açúcar e os óleos naturais. A Kia tem ainda o objetivo de aumentar para 20% a adoção de plásticos reciclados até 2030.

A nível de tecnologia, o destaque vai para o Highway Driving Pilot (HDP) disponível futuramente na versão GT-line, que assegura condução autónoma condicional de Nível 3 e estará disponível em mercados selecionados. Também a Kia Connect Store estará disponível pela primeira vez, permitindo aos clientes adquirirem funções e serviços digitais, escolherem funcionalidades personalizadas e de atualizarem continuamente o EV9 de forma remota (Over-the-Air).

“O Kia EV9 transcende as ideias tradicionais sobre um SUV e representa o topo das capacidades de design e engenharia da Kia. Criado para satisfazer as necessidades de todos os membros da família, o EV9 acelera a transição da Kia para a condição de fornecedor de soluções de mobilidade sustentável, não apenas devido à sua arquitetura avançada de EV, mas também pelos inúmeros materiais reciclados e sustentáveis utilizados na sua produção”, declarou o presidente e CEO da Kia Corporation, Ho Sung Song, sobre o novo modelo.

A Kia vai iniciar as pré-encomendas do EV9 para o mercado coreano no segundo trimestre de 2023. O Kia EV9 será colocado à venda em mercados selecionados a partir do segundo semestre.

‘Estradas elétricas’ permitiriam reduzir tamanho das baterias em 70%

Investigadores da Chalmers University of Technology, na Suécia, realizaram um estudo que combina padrões reais de condução de condutores suecos com o ‘sistema de estradas elétrico’, que permite que os automóveis elétricos carreguem as suas baterias em movimento.

O estudo demonstra que o tamanho da bateria pode ser reduzido até 71%, se o automóvel carregar durante a viagem. Ao mesmo tempo, o ónus colocado pelo carregamento dos automóveis sobre a rede elétrica pode ser distribuído ao longo do dia.

Vários países, incluindo Suécia, Dinamarca e Alemanha, estão atualmente a testar sistemas rodoviários elétricos (ERS – Electric Road System) e a possibilidade de os utilizar para eletrificar redes rodoviárias. Um ERS pode carregar veículos em movimento de diferentes formas: através de cabos suspensos sobre a estrada, alimentação pelo solo ou por indução.

Todas as variantes significam que os veículos não precisam de estar parados para carregar a bateria, dispensado a necessidade de baterias de grandes dimensões, reduzindo assim o peso e o custo do veículo.

O objetivo dos investigadores da Chalmers era analisar os benefícios potenciais dos ERS. A investigação comparou três cenários de carregamento: uma combinação de carregamento estacionário e ERS, um apenas com carregamento estacionário e outro com infraestrutura de carregamento exclusivamente ERS. Camiões e autocarros não foram incluídos na análise.

Os investigadores utilizaram dados de 412 automóveis de passageiros para estudar os padrões reais de condução em diferentes partes das estradas nacionais suecas e europeias. Os dados permitiram calcular, por exemplo, o tamanho de bateria necessário para completar todas as viagens, dadas as opções de carregamento possíveis (estacionário versus ERS), padrões de carregamento e custos totais, incluindo infraestrutura e baterias.

Os resultados mostram que a situação ideal é atingida com uma combinação de carregamento doméstico com ERS em 25% das estradas nacionais e europeias mais movimentadas. As baterias, responsáveis por maior fatia do custo de um automóvel elétrico, poderiam tornar-se significativamente menores – uma redução de 62% a 71% do tamanho atual.

“Vemos que é possível reduzir a autonomia necessária das baterias em mais de dois terços, se combinarmos o carregamento desta forma. Isto reduziria a necessidade des matérias-primas para as baterias, e um carro elétrico também poderia ficar mais barato para o consumidor”, afirma Sten Karlsson, um dos responsáveis pelo estudo “Benefícios de um Sistema Rodoviário Elétrico para Veículos Elétricos a Bateria”, publicado no World Electric Vehicle Journal, juntamente com os seus colegas Wasim Shoman e Sonia Yeh.

Um outro efeito positivo seria a redução dos picos de consumo de eletricidade, uma vez que os condutores de automóveis não dependeriam inteiramente do carregamento doméstico. “Afinal, muitas pessoas carregam os seus carros depois do trabalho e durante a noite, o que sobrecarrega muito a rede elétrica. Ao carregar de forma mais uniforme ao longo do dia, a carga de pico seria significativamente reduzida”, explica Sten Karlsson.

A investigação de Karlsson, Shoman e Yeh também aponta para que sejam os condutores de áreas densamente povoadas aqueles que mais beneficiariam da combinação de carregamento estacionário com ERS. “Existem grandes diferenças entre os grupos, dependendo dos padrões de condução e da proximidade de estradas elétricas. Mesmo no caso ideal, alguns [condutores] conseguiriam [conduzir] apenas com carregamento elétrico na estrada, enquanto outros não seriam capazes de aproveitar a oportunidade”, diz Wasin Shoman. O estudo estima que os condutores de áreas rurais necessitariam de autonomias 15% a 18% maiores, relativamente aos moradores dos centros urbanos.

Finalmente, o estudo também mostra que baterias pequenas não levam automaticamente ao carregamento através de ERS. “Só porque é possível carregar não significa que o consumidor queira realmente fazê-lo sempre que tem oportunidade. O modelo de negócio [do ERS] torna-se portanto extremamente importante, porque benefícios e custos podem ser distribuídos de forma desigual”, diz Sten Karlsson.

Alemanha aprova passe de 49 euros para todos os transportes públicos

A câmara baixa do parlamento alemão aprovou os planos do governo para a introdução de um passe mensal de 49 euros, que dá acesso a viagens ilimitadas em comboios regionais, sistemas de metro, elétricos e autocarros regionais em todo o país.

O passe de 49 euros continua o esquema introduzido entre junho e agosto de 2022, que possibilitava aos alemães adquirirem um passe mensal para todos os transportes públicos por 9 euros. Este esquema tornou-se altamente popular, estimando-se que cerca de metade da população adulta do país tenha aderido.

A votação no Busdestag abriu assim caminho para o governo federal suportar metade do custo anual do novo passe mensal, no valor de 3 mil milhões de euros, durante os próximos três anos. Os restantes 50% serão suportados pelos 16 estados federados.

Espera-se agora que a proposta receba a aprovação do Bundesrat, a câmara alta do parlamento, no dia 31 de março, de forma a permitir que o esquema entre em vigor no primeiro dia de maio.

O ministro dos Transportes da Alemanha, Volker Wissing, do FDP, referiu o novo passe mensal – chamado de ‘bilhete da Alemanha’ pelo governo do país – como um “modelo para toda a Europa” impulsionar a utilização dos transportes públicos.

O passe, disponível em formato digital através de uma aplicação para smartphone ou num cartão físico, funcionará em regime de subscrição, cancelável até ao dia 10 de cada mês. Dá acesso a todos os transportes públicos do país, excepto autocarros e comboios de longa distância, nomeadamente a rede de alta-velocidade.

Em virtude das diferenças entre os regulamentos dos vários estados, os passes comprados em diferentes cidades ou regiões têm regras e complementos distintos. Por exemplo, em Schleswig-Holstein, no norte do país, o passe permite aos passageiros o transporte gratuito de uma bicicleta ou de um animal de estimação pequeno. Já no sul, na cidade de Estugarda, os detentores do passe podem transferi-lo para terceiros, como parentes ou amigos, por 9,90 euros adicionais; e na Baviera, os estudantes terão apenas de desembolsar 29 euros por mês.

Renováveis batem recorde de crescimento apesar da crise energética

Em 2022, a capacidade global de produção de energia renovável cresceu 295 GW (9,6%), para um total de 3.372 GW. No mix energético global, as energias renováveis representaram 83% da capacidade adicionada no ano passado.

Embora a energia hidroelétrica, com 1.250 GW, detenha a maior quota de capacidade global de geração de energia renovável, as energias solar e eólica continuaram a dominar a nova capacidade de geração. Juntas, as duas tecnologias contribuíram com 90% do total de capacidade renovável adicionada em 2022. A capacidade solar liderou com um crescimento de 22%, seguida da energia eólica, que aumentou a sua capacidade de geração em 9%.

Os dados são avançados pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), no relatório Renewable Energy Capacity Statistics 2023, mostrando que a energia renovável continua a crescer a níveis recorde, apesar das incertezas globais, confirmando a tendência de queda da produção de energia a partir de combustíveis fósseis.

“Este crescimento recorde contínuo mostra a resiliência da energia renovável no meio da persistente crise energética”, afirmou o diretor-geral da IRENA, Francesco La Camera. “O forte argumento comercial das energias renováveis, juntamente com as políticas de facilitação, tem sustentado uma tendência ascendente da sua quota na matriz energética global, ano após ano. Porém, se quisermos manter-nos na via de limitar o aquecimento global a 1,5°C, as adições anuais de capacidade de energia renovável têm de crescer três vezes face ao nível atual até 2030”.

A Agência afirma que, apesar de muitos países terem aumentado a sua capacidade renovável em 2022, o crescimento significativo das energias renováveis está persistentemente concentrado em alguns países e regiões como a Ásia, os EUA e a Europa. Os dados da IRENA revelam que a Ásia foi responsável por quase metade do total de nova capacidade, resultando num total de 1,63 TW de capacidade renovável até 2022. A China destaca-se como o o maior contribuinte, adicionando 141 GW à nova capacidade do continente. 

As energias renováveis na Europa e América do Norte cresceram 57,3 GW e 29,1 GW, respetivamente. A África continuou a expandir-se de forma constante, com um aumento de 2,7 GW, ligeiramente acima do ano passado. A Oceânia continuou o seu crescimento de dois dígitos com uma expansão de 5,2 GW e a América do Sul continuou uma tendência ascendente, com uma expansão de capacidade de 18,2 GW. O Médio Oriente registou o seu maior aumento de energias renováveis, com 3,2 GW de nova capacidade comissionada em 2022, um aumento de 12,8%.

Francesco La Camera concluiu: “Uma vez que se espera que a procura de energia aumente em muitas regiões do mundo, a transição energética requer uma alteração radical, que ofereça uma mudança estratégica, além da descarbonização do lado da oferta. Qualquer expansão de novas capacidades de energias não renováveis, à luz dos recentes acontecimentos globais, deve estar ligada aos esforços para acelerar a transição energética, de modo a tornar o sistema mais resiliente, inclusivo e resistente às alterações climáticas”.

Stellantis investe 130 milhões na fábrica que produzirá o próximo elétrico da Opel

A Stellantis anunciou hoje que irá investir mais de 130 milhões de euros na Fábrica de Montagem de Eisenach, na Alemanha, para preparar esta unidade para a produção do próximo veículo elétrico a bateria da Opel, que será construído sobre a nova plataforma STLA Medium.

O novo modelo, cujo início de produção está agendado para o segundo semestre de 2024, sucederá ao SUV compacto Opel Grandland, que é atualmente produzido nesta mesma fábrica de Eisenach, incluindo as variantes híbridas plug-in.

Inaugurada em setembro de 1992 com a produção do Opel Astra, a Fábrica de Montagem de Eisenach situa-se no estado da Turíngia, no centro da Alemanha. Em 2022, a fábrica comemorou o seu trigésimo aniversário, em que celebrou a produção de 3,7 milhões de veículos.

“Eisenach, a nossa fábrica mais compacta na Alemanha, demonstrou um forte impulso em termos de melhorias de qualidade”, disse Arnaud Deboeuf, Chief Manufacturing Officer da Stellantis. “Com esta alocação da nova plataforma totalmente BEV da Stellantis, a STLA Medium, os trabalhadores altamente qualificados da fábrica de Eisenach continuarão a melhorar o custo e a qualidade dos veículos que produzem, para satisfação dos nossos clientes”, continuou.

De acordo com a Stellantis, o investimento em Eisenach é “um passo fundamental” para o cumprimento do plano estratégico ‘Dare Forward 2030’, que prevê a redução em 50% das emissões de CO2 até 2030, em comparação com as métricas de 2021, e a neutralidade carbónica até 2038, com uma compensação percentual de um dígito para as restantes emissões.

As principais metas do plano ‘Dare Forward 2030’ também incluem que 100% das vendas de automóveis de passageiros na Europa e 50% das vendas de automóveis de passageiros e camiões ligeiros nos EUA sejam de elétricos a bateria até ao final da década, e o objetivo de duplicar as receitas líquidas até 2030 (vs. 2021) e de manter margens de Lucro Operacional Ajustado de dois dígitos ao longo da década.

O futuro dos carregamentos elétricos segundo a Hyundai

O Hyundai Motor Group apresentou um robô de carregamento automático (ACR – Automatic Charging Robot) para veículos elétricos, desenvolvido com o propósito de tornar a tarefa de carregamento mais fácil e conveniente.

O ACR é um robô com um braço capaz de conectar um cabo à porta de carregamento de um veículos elétrico e removê-lo novamente quando o carregamento estiver concluído.

Quando o veículo está parado, recebe instruções do ACR para abrir a tampa da porta de carregamento. O robô calcula então a localização e o ângulo exato de entrada através de uma câmara, ligando depois o carregador à porta de carregamento do veículo para iniciar o processo. Após a conclusão do carregamento, o robô remove o carregador e fecha a tampa da porta de carregamento.

“O ACR ajudará a tornar o carregamento de veículos elétricos mais fácil e conveniente, especialmente em ambientes escuros. Também melhorará a acessibilidade, principalmente para pessoas com barreiras à mobilidade, pois os cabos de carregamento tornam-se mais grossos e pesados para permitir o carregamento de alta velocidade”, disse Dong Jin Hyun, diretor do laboratório de robótica do Hyundai Motor Group. “Continuaremos a desenvolver o ACR para maior segurança e conveniência, para que todos os clientes de veículos elétricos possam, em breve, beneficiar da sua utilização nas estações de carregamento”.

A Hyundai apresenta o ACR como “um exemplo da tecnologia avançada de robôs do Grupo”, explicando que o seu laboratório de robótica considerou diversas variáveis no desenvolvimento do robô, como o local de estacionamento do veículo, o formato da porta de carregamento, as condições meteorológicas, eventuais obstáculos e o peso do cabo de carregamento.

Para que o ACR consiga prender, em segurança, um carregador à porta de carregamento de um veículo, o Grupo desenvolveu um algoritmo que aplica a tecnologia de Inteligência Artificial, baseada em câmaras 3D, com sistemas de controlo “de última geração” capazes de manipular com precisão carregadores pesados.

Uma vez que a maioria dos carregadores de veículos elétricos são instalados ao ar livre, sem cobertura, os engenheiros da Hyundai construíram uma estação de carregamento de veículos elétricos ao ar livre no centro de I&D da empresa, para avaliarem o desempenho do robô em diferentes condições. A empresa garante que o ACR atingiu um Índice de Proteção IP65, com proteção total contra água (a baixa pressão), pó e resíduos, estando assim preparado para operar de forma estável em todas as condições, mesmo em ambientes extremos.

Os engenheiros da empresa coreana instalaram ainda um sistema de sensores laser em torno do robô, que lhe permite detetar obstáculos, estacionários e móveis, de forma a evitar acidentes.

O Grupo espera que os robôs de carregamento automático aumentem significativamente a conveniência do carregamento de veículos elétricos. Por exemplo, no futuro, quando combinados com sistemas de controle de estacionamento autónomo, este robôs podem melhorar a eficiência de utilização, carregando sequencialmente vários veículos estacionados.

A Hyundai vai mostrar o ACR ao vivo pela primeira vez no início de abril, durante a edição de 2023 do Seoul Mobility Show.

Volkswagen ID.2all: um elétrico por menos de 25.000 euros

A Volkswagen apresentou o ID.2all, um automóvel totalmente elétrico que a marca alemã pretende lançar no mercado europeu em 2025 com um preço inferior a 25.000 euros.

“Estamos a transformar a empresa de uma forma rápida e fundamental – com o objetivo claro de fazer da Volkswagen uma verdadeira marca de paixão. O ID. 2all mostra até onde queremos levar a marca: para perto do cliente, com tecnologias de ponta e um design fantástico. Estamos a implementar a transformação a bom ritmo para levar a mobilidade elétrica às massas”, afirmou Thomas Schäfer, CEO da Volkswagen.

O ID.2all é um dos dez modelos elétricos que a marca alemã pretende lançar nos próximos três anos. Será baseado na “mais recente” evolução da plataforma modular de propulsão elétrica do Grupo Volkswagen (MEB), conforme explica Kai Grünitz, membro do Conselho de Administração responsável pelo Desenvolvimento: “O ID. 2all será o primeiro veículo MEB com tração às rodas dianteiras. Estamos a explorar a grande flexibilidade oferecida pela nossa plataforma modular de propulsão elétrica e iremos estabelecer novos padrões em termos de tecnologia e usabilidade no quotidiano com a plataforma MEB Entry”.

Com esta versão evoluída MEB Entry da plataforma, o ID. 2all está equipado com tecnologias de propulsão, bateria e de carregamento “particularmente eficientes”, nas palavras da marca. Inclui um motor elétrico com uma potência de 166 kW (226 cv), capaz de acelerar o automóvel dos 0 aos 100 km/h em menos de 7 segundos. Terá ainda uma autonomia WLTP de cerca de 450 km, com possibilidade de carregar a bateria dos 10% aos 80% da capacidade total em cerca de 20 minutos.

O ID.2all marca também uma mudança da linguagem de design dos veículos elétricos da marca, conforme explica Andreas Mint, diretor de Design da divisão de automóveis de passageiros da Volkswagen: “O ID. 2all proporciona uma antevisão da nova linguagem de design da Volkswagen, a qual se baseia nos três pilares da estabilidade, agradabilidade e entusiasmo”.

O designer responsável pelas linhas do ID.2all acredita que um Volkswagen deve ter uma “postura poderosa” na estrada, e uma frente com “expressão humana”. Destaca ainda a importância do pilar C do automóvel, desenvolvido originalmente para o Golf, como reflexo da referida estabilidade. Este elemento tornar-se-à, no futuro, uma caracterísitica comum a todos os Volkswagen compactos.

No interior, a marca alemã aposta na simplicidade. Existe um touchscreen central de 12,9 polegadas para o sistema de infoentretenimento, com uma nova estrutura de menus, e um painel do condutor digital de 10,9 polegadas.

O ar condicionado e o volume do sistema de som são controlados através de comandos físicos, colocados logo abaixo do ecrã central. As restantes funções podem ser manuseadas pelo condutor através do volante, que apresenta dois seletores e dois botões em cada um dos lados, “e nada mais”.

Todos os bancos, inclusive o assento do ‘pendura’ são rebatíveis, permitindo criar um espaço de carga de 2,20 metros de comprimento. A bagageira tem um volume de 490 litros, que podem ser estendidos até 1.330 litros rebatendo os bancos traseiros.

Existem várias tomadas USB-C espalhadas pelo habitáculo, pontos de carregamento de smartphones por indução – incluindo nas costas dos assentos dianteiros com fixação magnética – e uma tomada de 230 V para ligação de utensílios elétricos de maior dimensão.

A versão de produção do ID. 2all está prevista para 2025. É um dos dez novos modelos elétricos que serão lançados pela Volkswagen até 2026. Este ano será introduzido o novo ID.3, o ID. Buzz com longa distância entre eixos e a berlina ID.7, seguindo-se um SUV elétrico compacto em 2026. A Volkswagen afirma estar também a trabalhar num automóvel elétrico com um preço inferior a 20.000 euros.

Com esta ‘ofensiva’, o fabricante germânico pretende apresentar “a mais vasta gama de veículos elétricos”, em comparação com os concorrentes, atingindo uma quota de 80% deste tipo de veículos na Europa, uma subida de 10% face às projeções anteriores.

Porsche Panamera foi o Melhor Híbrido Plug-in do SAHE

O público da sexta edição do Salão do Automóvel Híbrido e Elétrico (SAHE) elegeu o Porsche Panamera 4S E-Hybrid como o Melhor Híbrido Plug-in do evento.

O prémio anual, atribuído pelo SAHE e pela Green Future AutoMagazine, a revista oficial do evento, resulta da votação direta dos visitantes que marcaram presença no evento. A última edição do SAHE acolheu mais de 20.000 pessoas, durante três dias do passado mês de outubro, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto.

A distinção de Melhor Híbrido Plug-in da sexta edição do SAHE foi entregue a Hugo Ribeiro da Silva, diretor do Centro Porsche Porto, entidade responsável pela presença dos automóveis da marca germânica no evento.

Os novos modelos Panamera 4S E-Hybrid usam a arquitetura de acionamento centrada num motor elétrico integrado na transmissão de embraiagem dupla com oito velocidades (PDK), que contribui com 100 kW (136 cv) de potência e 400 Nm de binário para o trabalho desenvolvido pelo motor térmico biturbo V6 de 2,9 litros com 324 kW (440 cv) de potência. Desta forma, o Panamera 4S E-Hybrid gera uma potência do sistema de 412 kW (560 cv) e um binário do sistema até 750 Nm. O sprint padrão de 0 a 100 km/h acontece em 3,7 segundos e a velocidade máxima é de 298 km/h.

Kia mostra imagens do EV9 antes da apresentação mundial

A Kia revelou finalmente as imagens do seu próximo SUV totalmente elétrico, o EV9, antes da apresentação oficial agendada para o final de março.

Inspirado na filosofia de design “Opposites United“, que procura uma “combinação entre elementos do mundo natural e do mundo material”, o Kia EV9 é, de acordo com a marca coreana, um automóvel que conjuga uma “aura inquestionável de robustez” com “a tranquilidade característica de um veículo elétrico sofisticado”.

Na secção frontal, a Kia destaca o ‘Rosto de Tigre Digital’ que também estará presente em futuros modelos da marca, formado pela ‘Grelha de Iluminação com Padrão Digital’, pelos faróis verticais e pelos dois conjuntos de lâmpadas cúbicas – que recordam as pixel lights da Hyundai –, adjacentes a cada farol.

A Kia afirma que a “linguagem de design poligonal” do perfil lateral do EV9 “combina uma identidade SUV forte e indiscutível com uma excecional eficácia aerodinâmica”, salientando os guarda-lamas triangulares, as cavas das rodas vincadas e a “carroçaria em forma de fuselagem”, bem como a “sensação de movimento suave e eficiente” conferida pelos puxadores das portas embutidos e pela “a linha de tejadilho afunilada para trás”.

Finalmente, as “linhas simples” da porta da bagageira são acentuadas pelas pelas luzes traseiras que refletem o design dos faróis dianteiros, para evidenciar “a postura forte e confiante do EV9”.

O Kia EV9 utiliza a mesma plataforma E-GMP de 800 V do EV6, permitindo aos engenheiros da marca coreana tirar partido da arquitetura totalmente plana para “dar prioridade ao espaço, ao conforto e à tecnologia para todos os passageiros”.

“O Kia EV9 abre novos caminhos, tendo como objetivo redefinir os padrões de design, conectividade, facilidade de utilização e responsabilidade ambiental”, afirma Karim Habib, vice-presidente executivo e diretor do Centro de Design Global da Kia. “O Kia EV9 é uma proposta de qualidade excecionalmente elevada e oferece uma nova perspetiva sobre os veículos elétricos no segmento dos SUV familiares. Esta nova tipologia de automóvel proporciona experiências instintivas e um excelente conforto, não apenas para o condutor, mas para todos os passageiros, graças a um aproveitamento inovador do espaço, da tecnologia e do design”.

O maior destaque no interior do EV9 vai para as três filas de assentos. Os passageiros sentados nos bancos das primeira e segunda filas podem recliná-los simultaneamente, e os bancos da segunda fila podem ser rodados 180º, ficando assim voltados para os bancos da terceira fila.

A Kia afirma ter ouvido as sugestões das famílias para avaliar as configurações – de seis ou sete lugares – e as características dos bancos, de forma a “garantir idêntico espaço, conforto e experiência para todos os ocupantes, em detrimento de colocar todo o foco no condutor”.

O habitáculo do EV9 apresenta, nas palavras da Kia, “um design simples mas sofisticado e de qualidade premium“. O painel de instrumentos panorâmico e flutuante estende-se do volante até o centro e existem dois ecrãs táteis de 12,3 polegadas, integrados com um visor segmentado de 5 polegadas, que a marca afirma permitir “comandar facilmente” as funções do veículo, congratulando-se com a redução “ao mínimo” dos botões físicos.

A consola central está equipada com várias opções de arrumação, nomeadamente um compartimento localizado na base. Existem também pontos de carregamento em todo o habitáculo, incluindo na terceira fila de assentos.

A apresentação mundial do novo SUV 100% elétrico da Kia terá lugar no final do mês corrente.