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Rolls-Royce leva Spectre à Riviera Francesa para testes em “condições reais”

Em 2030, a Rolls-Royce será uma marca totalmente elétrica, e o Spectre é o primeiro veículo desenvolvido pela icónica marca britânica no âmbito deste processo de transição.

Em setembro de 2021, a Rolls-Royce confirmou o início dos testes ao seu primeiro automóvel elétrico, um programa que a marca garantiu ser o mais exigente por si concebido, abarcando mais de 2,5 milhões de quilómetros para simular mais de 400 anos de utilização.

No início deste ano, o Spectre foi submetido a um conjunto de testes de desenvolvimento num centro “personalizado” em Arjeplog, na Suécia, localizado a 55 quilómetros do Círculo Polar Ártico. Superada essa fase de testes em condições extremas, os engenheiros da Rolls-Royce trouxeram o Spectre para a Riviera Francesa, “um lugar que reflete o uso diário do automóvel”.

A marca garante que as estradas da região apresentam a “combinação perfeita dos tipos de condução que serão exigidos pelos clientes do Spectre”, incluindo estradas costeiras de perfil técnico e autoestradas interiores rápidas. As imagens que acompanham o comunicado mostram que as oportunidades fotográficas são também abundantes.

A Rolls-Royce afirma que esta é uma parte crucial do programa de testes global de 2,5 milhões de quilómetros que está a realizar. O Spectre percorrerá assim 625.000 quilómetros na Costa Azul francesa, divididos em duas etapas.

A primeira fase decorrer num centro de testes localizado no histórico Autódromo de Miramas, na Provença, que acolheu o primeiro Grande Prémio de França de Fórmula 1, em 1926. O centro incorpora mais de 60 quilómetros de estradas fechadas e vinte traçados em pista que, segundo a marca britânica, oferecem uma grande quantidade de oportunidades de teste, nomeadamente unidades de irrigação que simulam lençóis de água estáticos, circuitos técnicos com curvas apertadas e curvas com inclinações adversas, e um troço de alta velocidade de 5 quilómetros com três faixas, fortemente inclinado, que permite testar o Spectre com altas velocidades contínuas.

A segunda fase dos testes na Riviera Francesa tem lugar nas planícies provençais que rodeiam o Autódromo de Miramas. A Rolls-Royce declara que muitos dos seus clientes “desfrutam” da região, e por esta razão, faz sentido que 55% dos testes se realizem nas mesmas estradas que os futuros Spectre irão cruzar, depois de se iniciarem as primeiras entregas, no último trimestre de 2023.

A marca britânica planeia continuar o programa de testes “nos mercados-chave de todo o mundo”, uma vez que “faz tudo o que é possível para garantir que os seus produtos cumprem, e muitas vezes superem, as expectativas do seu exigente grupo de clientes”.

Alemanha reduz subsídio à compra de elétricos a bateria e exclui híbridos plug-in

A Alemanha vai reduzir os incentivos financeiros à compra de veículos elétricos em 2023, uma vez que a popularidade crescente deste tipo de veículos faz com que os subsídios governamentais sejam desnecessários, afirmou o Ministro da Economia alemão, Robert Habeck, em comunicado.

O plano de incentivos destinados aos compradores de automóveis elétricos expirará completamente assim que se esgote a verba de 3.400 milhões de euros inscrita para este fim no orçamento dos próximos dois anos.

De acordo com o plano, os subsídios à compra de veículos totalmente elétricos com um preço inferior a 40.000 euros baixarão dos atuais 6.000 euros para 4.500 euros, a partir do início de 2023. No ano seguinte, cairão novamente, para 3.000 euros.

No caso dos automóveis elétricos com preço superior a 40.000 euros, o incentivo descerá para 3.000 euros, dos 5.000 euros atualmente em vigor.

Os automóveis com preço superior a 65.000 euros não estão incluídos no plano de incentivos. A partir de 2024, este limiar descerá para 45.000 euros.

Ao mesmo tempo, o acesso ao plano de incentivos será restringido a particulares, sendo eliminadas as subvenções para frotas de empresas.

O governo alemão também irá eliminar os incentivos atualmente oferecidos aos compradores de automóveis híbridos plug-in a partir de 2023. Robert Hadeck havia já expressado dúvidas quanto ao real alcance dos benefícios ambientais deste tipo de veículos, uma vez que são mais pesados dos que os automóveis equipados apenas com um motor de combustão interna e as suas baterias geralmente permitem cobrir apenas distâncias curtas em modo totalmente elétrico, sem emissões.

O Ministro da Economia alemão foi taxativo: “Na próxima fase de financiamento, estamos a colocar um claro enfoque na proteção climática e estamos a concentrar o financiamento em veículos puramente elétricos a bateria”.

Em 2021, as vendas de automóveis totalmente elétricos quase duplicaram, relativamente ao ano anterior, atingindo 328.000 unidades. Existem atualmente mais de 600.000 elétricos a bateria nas estradas do principal mercado automóvel da Europa, com a quota deste tipo de veículos a atingir recentemente 14%.

A associação alemã da indústria automóvel, VDA, foi rápida a criticar o plano de redução de incentivos agora apresentado. Nas palavras da sua presidente, Hildegard Mueller, a redução “unilateral e abrangente” é incompreensível numa época de “custos crescentes”. A associação criticou também a decisão de excluir as empresas do plano de subsídios.

Concept Aceman preconiza o design Mini no futuro elétrico da marca

A Mini está a reinventar-se como marca totalmente elétrica e acaba de apresentar o Concept Aceman, um crossover que revela o design da futura geração de modelos da marca britânica para o segmento de pequenos automóveis premium.

A Mini descreve o novo Concept Aceman como uma ponte entre o Mini Cooper e o Countryman, criando uma interpretação moderna de um modelo crossover. De acordo com a marca, o design funcional de dois volumes cria o máximo de espaço para ocupantes e bagagem numa superfície de área mínima. O Aceman tem quatro portas e assentos para cinco passageiros.

A Mini destaca a linguagem de design “clara e sóbria”, de acordo com um princípio de ‘Simplicidade Carismática’ que pretende dar relevo aos detalhes característicos dos automóveis da marca, nomeadamente a grelha frontal octogonal com iluminação, o chassis “generoso”, as linhas “atléticas” e a “poderosa” traseira com o distintivo padrão de luzes.

O Aceman tem 4,05 metros de comprimento, 1,99 metros de largura e 1,39 metros de altura, pneus de 20 polegadas e está pintado na cor Icy Sunglow Green, com o tejadilho no tradicional British Racing Green da marca. A parte inferior da carroceria é acabada num tom verde escuro e apontamentos de azul e cor de laranja “enfatizam o caráter vivo deste veículo”.

De acordo com a Mini, o Aceman foi criado com um design exterior e interior minimalista, que cria uma “experiência holística” através de luz, movimento, interação e som. Marca também a entrada de novos fatores de sustentabilidade no design na Mini. Por exemplo, não existem superfícies cromadas, tanto no exterior como no interior, e o couro também não é utilizado – as superfícies interiores são construídas com tecidos reciclados de malha.

Também no interior, destaque para o display OLED central, de formato circular, com um interface de utilização renovado. A área de exibição estende-se além deste ecrã, com projeção de imagens que podem transferir o controlo das diferentes funções para a totalidade do painel frontal, além de oferecerem novas possibilidades de personalização.

“A linguagem de design do Mini Concept Aceman anuncia o começo de uma nova era de design para a Mini”, explica Adrian van Hooydonk, diretor de Design do BMW Group. As características de design típicas da marca sempre foram inconfundíveis, continua. “Estamos a regressar agora a estes, mas ao mesmo tempo a combiná-los consistentemente com tecnologia inovadora. Com este foco, estamos a redesenhar os ícones do design Mini, com todas os seus pontos fortes analógicos, para o futuro digital”.

O Mini Concept Aceman será apresentado publicamente pela primeira vez no maior evento de jogos do mundo, o gamescom 2022, que terá lugar em Colónia, na Alemanha, a partir do dia 23 de agosto.

170 km de comprimento e 200 metros de largura: sauditas projetam ‘cidade do futuro’

O príncipe saudita Mohammed bin Salman desvendou novos detalhes do projeto Neom, a megacidade de carbono zero prevista para o noroeste da Arábia Saudita. Uma das partes principais do projeto, denominada The Line, será uma cidade linear constituída por dois arranha-céus paralelos que se estendem sobre 170 quilómetros de deserto e montanhas.

Num evento realizado em Jeddah, no qual mostrou os desenhos do The Line, Mohammed bin Salman afirmou o projeto será o lar de mais de nove milhões de pessoas e levará a mudanças radicais na forma como se viverá no futuro num “ambiente livre de estradas, carros e emissões”, alimentado exclusivamente por energia renovável.

As imagens mostram uma estrutura revestida por espelhos com cerca de 500 metros de altura e 200 metros de largura, que se estende por mais de 170 quilómetros de comprimento, desde o Golfo de Aqaba, sobre o deserto, até às terras altas no interior do país.

A estrutura alberga diferentes módulos, com espaços de habitação, trabalho e lazer, formando uma ‘bolha’ gerida por Inteligência Artificial, sem automóveis, neutra em carbono e totalmente sustentável, com um microclima (regulado) temperado.

Os planos incluem caminhos supensos, parques e jardins, lagos, instalações de esqui ao ar livre e um estádio desportivo a uma altura de 330 metros. Os residentes terão acesso a “todas as necessidades diárias” com uma caminhada de cinco minutos, mas está previsto também um comboio de alta velocidade que permitirá ir de um extremo do The Line até ao outro em 20 minutos.

O príncipe Mohammed bin Salman afirmou que The Line será, “de longe, a cidade mais habitável do mundo” e um modelo para substituir o desenvolvimento urbano incontrolado e o desperdício que diminuiu o nível de vida dos residentes das cidades.

O príncipe herdeiro e governante de facto da Arábia Saudita revelou que a primeira fase do projeto, que se prolongará até 2030, terá um custo de 1,2 mil milhões de riais sauditas (cerca de 312 mil milhões de euros). O fundo soberano do reino – Fundo de Investimento Público – será o principal financiador do projeto, mas as fontes de financiamento incluem investimentos privados e uma oferta pública inicial do projeto Neom, prevista para 2024.

A cidade terá o seu próprio sistema legal autónomo, não confinado aos limites da estrutura judicial saudita. Os trabalhos de redação, no qual os investidores desempenharão “um papel chave”, estarão já em marcha, de acordo com Mohammed bin Salman, sendo de esperar alguns detalhes durante o próximo ano.

Em 2030, o projeto deverá albergar 1,5 milhões de residentes, atingido nove milhões de habitantes em 2045. Espera-se que metade da população seja constituída por cidadãos estrangeiros.

A extravagância do megaprojeto Neom e as diversas manifestações que já tomou desde que foi anunciado, em 2017, não deixam contudo de gerar algum ceticismo, por parte de observadores e ambientalistas. A Arábia Saudita é um dos maiores produtores de petróleo do mundo, tendo-se comprometido a atingir a neutralizar as suas emissões de CO2 até 2060.

BMcar internacionaliza-se com aquisição da maior concessão do BMW Group na Península Ibérica

A BMcar e a BYmyCAR constituíram uma joint venture para a aquisição da BMW Madrid, sucursal do BMW Group na capital espanhola e simultaneamente o maior contrato de concessão da marca germânica na Península Ibérica.

Desta forma, os dois grupos uniram-se para a aquisição da BMW Madrid, localizada na zona Norte da capital espanhola, e cuja sede se encontra no icónico edifício de Las Tablas. O concessionário que desenvolve a sua atividade em duas instalações distintas com um total global de 34.512 m2, engloba as marcas BMW, MINI e BMW Motorrad, tendo registado em 2021 um total de 6.919 unidades vendidas e um volume de negócios de 201,8 milhões de euros.

“Este é sem dúvida um importante marco na concretização e consolidação do nosso plano estratégico 2022-2024 ‘Out of Your Mind”‘ Estamos seguros do passo que damos com o início do nosso processo de internacionalização, num mercado desafiante e bastante competitivo, para além de contarmos com um parceiro que nos dá todas as garantias para o sucesso desta operação. É com grande satisfação que constituímos uma joint venture com a BYmyCAR, que é o grupo francês líder na área da distribuição automóvel e um dos maiores na Europa, com operações em França, Itália, Suíça e Espanha, e cujo objetivo é criar sinergias que permitam um plano de desenvolvimento conjunto, sólido e duradouro das nossas atividades na Península Ibérica, de que é exemplo esta primeira operação de aquisição da BMW Madrid. Tudo isto não seria possível sem a confiança que o BMW Group nos depositou e que muito nos honra, pois é sinal do reconhecimento do nosso expertise e do valor acrescentado que trazemos para as marcas do grupo”, afirma Pedro Rodrigues, CEO do Grupo BMcar.

A participação do Grupo BMcar nesta joint venture foi concretizada através da nova holding Beyond Motors Car Iberica SGPS, composta pelo núcleo base de acionistas do grupo, ao qual se junta Helder Boavida, atual Presidente do Conselho Estratégico da BMcar.

De recordar que o último ano terminou como o melhor de sempre na história da BMcar, o décimo consecutivo, com um crescimento de 23% face ao período anterior, o que representa 172 milhões de euros de volume de negócio, 3.531 viaturas vendidas e mais de 21 milhões de euros na área de após-venda.

O grupo BMcar pretende superar os 570 milhões de euros em volume de negócios para o triénio 2022-2024. O objetivo faz parte do Plano Estratégico BMcar 2022-2024 ‘Out of Your Mind’, que tem ainda como meta vender perto de 12 mil viaturas e garantir cerca de 115 mil ordens de intervenção na área de após-venda.

Renault supera objetivos de redução de emissões associadas à logística

O Grupo Renault anunciou que, entre 2018 e 2021, reduziu a pegada de carbono associada ao transporte de mercadorias na Europa em 6,9%, superando assim o objetivo de uma redução de 5,3%.

Os resultados foram validados através do esquema FRET21, que reúne empresas e associações ligadas ao setor sos transportes e logística, liderado pela Agência Francesa do Meio Ambiente e Gestão de Energia (ADEME) e pela Associação de Utilizadores de Transportes de Mercadorias (AUTF), que promove a redução do impacto ambiental dos transportes de componentes para a indústria automóvel e veículos.

O comunicado da Renault avança que, desde a adesão ao esquema FRET21 em 2015, o Grupo reduziu as emissões de carbono associadas às suas atividades logísticas no continente europeu em 15%, graças a “soluções inovadoras” implementadas na cadeia de fornecimento, como ecodesign de embalagens e redução do número de quilómetros percorridos.

O objetivo do Grupo Renault passa por reduzir a pegada de carbono associada a cada veículo produzido em 30% até 2030, em todo o mundo.

“Trabalhamos há mais de dez anos para identificar soluções que reduzam a pegada ambiental dos nossos fluxos de fornecimento. Cada vez utilizamos mais o transporte multimodal e melhoramos a taxa de ocupação de contentores e camiões, assim como o ecodesign das nossas embalagens e reduzimos o número de quilómetros percorridos. Este trabalho regular com muitas das linhas de negócio do Grupo e com os nossos fornecedores, o mais próximo possível do nosso sistema industrial, permitiu-nos cumprir e inclusivamente superar os nossos objetivos de redução de emissões de CO2 pela segunda vez consecutiva”, explicou Florence Ughetto, especialista em Desenvolvimento Sustentável e Logística no Grupo Renault.

O fabricante francês identifica três alavancas fundamentais para atingir os seus objetivos de descarbonização. Em primeiro lugar, a Renault afirma estar a trabalhar com transportadoras para desenvolver a utilização do transporte multimodal, aumentando a proporção de fluxos ferroviários relativamente ao transporte por camião. Por exemplo, a utilização de comboios desde o leste da Europa até França permitiu evitar, de acordo com a Renault, a emissão de 2.600 toneladas de CO2.

O segundo pilar da estratégia passa por otimizar a taxa de ocupação dos camiões, utilizando para o efeito um conjunto de ferramentas digitais desenvolvidas pelo Grupo para visualizar os reboques em 3D. Estas ações permitiram uma poupança de 12.200 toneladas de dióxido de carbono. Simultanemente, um esforço para reduzir a quantidade de embalagens utilizadas, otimizando a quantidade de componentes por embalagem, permitiu evitar a emissão de 8.800 toneladas de CO2, de acordo com a Renault.

Finalmente, o Grupo promove o questionário ECO2 junto da rede de transportadoras com quem trabalha, permitindo assim recuperar informação relacionada com o seu desempenho ambiental, em particular os consumos médios, integrando compromissos de redução para os próximos anos. Estas ações permitiram atingir uma poupança de 5.700 toneladas de CO2.

Suecos e finlandeses querem produzir baterias a partir de madeira

O fabricante sueco de baterias Northvolt e a empresa finlandesa de papel Stora Enso anunciaram esforços conjuntos para criar baterias sustentáveis utilizando carbono obtido a partir de lignina proveniente de madeira dos bosques locais.

O objetivo desta parceria é desenvolver a primeira bateria industrializada do mundo com o ânodo construído, na totalidade, com matérias-primas renováveis e europeias, obtidas de forma sustentável e local, de forma a reduzir custos e a pegada de carbono.

De acordo com o comunicado, a Stora Enso aporta à parceria o seu material de ânodo baseado em lignina, denominado Lignode, proveniente de bosques geridos de forma sustentável. A Northvolt, por seu lado, disponibilizará o seu conhecimento no desenho de células, desenvolvimento do processo de produção e ampliação tecnológica.

“O desenvolvimento conjunto de baterias com a Northvolt marca um passo na nossa viagem para servir o mercado de baterias, de rápido crescimento, com materiais de ânodo renováveis, feitos de árvores. O nosso carbono duro à base de lignina – Lignode da Stora Enso – assegurará o fornecimento estratégico europeu de matéria-prima de ânodos, cobrindo as necessidades de baterias sustentáveis para aplicações que vão desde a mobilidade até ao armazenamento estacionário de energia”, disse Johanna Hagelberg, vice-presidente executiva de Biomateriais da Stora Enso.

A lignina é un polímero vegetal que é encontrado nas paredes celulares das plantas terrestres. As árvores são constituídas, entre 20% e 30%, de lignina, que actua como um forte aglutinador natural. É, de acordo com o comunicado, uma das maiores fontes renováveis de carbono do mundo.

“Com esta parceria, estamos a explorar uma nova fonte de matéria-prima sustentável e a expandir a cadeia de valor europeia das baterias, ao mesmo tempo que desenvolvemos uma química de baterias de menor custo. É uma demonstração emocionante de como a nossa procura por uma indústria de baterias sustentável acompanha a criação de um impacto positivo, tanto na sociedade como nos custos”, afirmou Emma Nehrenheim, diretora ambiental da Northvolt.

A fábrica-piloto da Stora Enso para materiais de carbono de base biológica está localizada nas instalações da empresa em Sunila, na Finlândia, onde se produz industrialmente lignina desde 2015. A capacidade de produção anual de lignina é de 50.000 toneladas, o que faz da Stora Enso o maior produtor de lignina kraft do mundo. O grupo está atualmente a realizar um estudo de viabilidade para avaliar a possibilidade de produzir Lignode industrialmente na mesma localização.

Primeiro voo com SAF em Portugal

A TAP, a Galp e a ANA – Aeroportos de Portugal celebraram uma parceria estratégica para o desenvolvimento, produção e fornecimento de combustíveis sustentáveis para aviação (SAF – Sustainable Aviation Fuel) em larga escala, a partir de resíduos, óleos usados reciclados e outras matérias-primas sustentáveis.

Esta parceria inaugura, segundo a Galp, uma nova era da aviação em Portugal, com combustíveis mais sustentáveis fornecidos, alinhada com o enquadramento europeu em matéria de obrigatoriedade de incorporação SAF na aviação.

O primeiro voo em Portugal abastecido com SAF fez a ligação Lisboa-Ponta Delgada num Airbus A321neo, pintado com as cores retro da TAP e chamado ‘Portugal’.

O combustível incorporou 39% de matéria de origem renovável (HEFA), com menos emissões totais quando comparado com a alternativa fóssil. A redução de emissões neste voo foi de 7,1 ton CO2eq, o que representa uma diminuição de 35% das emissões totais de CO2.

Esta parceria, formalmente assinada numa cerimónia que contou com a presença da CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, do CEO da Galp, Andy Brown, e do CEO da ANA, Thierry Ligonnière, está em linha como o pacote climático ‘Fit for 55’ da Comissão Europeia, o qual inclui a iniciativa legislativa ‘RefuelEU Aviation’ que visa aumentar a oferta e a procura de SAF na União Europeia e a sua utilização em 2% até 2025, 5% até 2030 e 63% até 2050.

A TAP é signatária da resolução da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) que, em outubro de 2021, se comprometeu a atingir emissões de carbono zero até 2050.

De acordo com o comunicado, a ANA Aeroportos de Portugal implementa, nos seus aeroportos, a estratégia para a gestão global de carbono no setor da aviação, alinhada com a estratégia para a mobilidade positiva da VINCI Airports que visa a redução absoluta das suas emissões (âmbitos 1 e 2), a redução das emissões dos seus parceiros (âmbito 3), trabalhando em conjunto para atingir emissões líquidas zero (NetZero) até 2030. Este ano, foi atribuído o nível 4 da ACA (Airport Carbon Acreditation da ACI) a 9 dos 10 aeroportos nacionais.

Numa primeira fase do protocolo, o SAF utilizado nos voos da TAP é fornecido pela Neste, operador líder na produção de combustível de aviação sustentável.

O combustível de avião sustentável tem a vantagem de oferecer um desempenho semelhante ao dos tradicionais e pode ser utilizado nos mesmos motores que o combustível fóssil, mas com uma pegada de carbono significativamente menor, com uma redução de emissões que pode ir até 80%. O combustível SAF da Neste é produzido a partir de matérias-primas de origem sustentável, incluindo óleo de cozinha usado e gordura animal.

Outros benefícios complementares do SAF permitem potenciar a economia circular, aumentar a independência energética e a segurança do abastecimento. Estes combustíveis têm ainda a vantagem de poderem ser utilizados de imediato, uma vez que utilizam a infraestrutura de abastecimento existente, sem necessidade de adaptação da frota.

O estado de saúde dos aspirantes a Tesla no florescente mercado de EV

Foram vendidos cerca de 4,9 milhões de veículos elétricos a bateria (BEV) em 2021, ou 6% do mercado global de veículos ligeiros, partindo de 2,2 milhões ou 3% em 2020. E 2022 começou com uma tendência semelhante, que o Boston Consulting Group espera que conduzam a uma quota de 20% em 2025 e 39% em 2030. Contudo, nem todas as regiões têm o mesmo desempenho. A China liderou o pelotão em 2021, com uma penetração de BEV de 11% (2,7 milhões de unidades), seguida pela Europa com 9% (1,2 milhões) e depois os EUA com 3% (0,5 milhões) – apesar de a Califórnia se ter situado nos 12%. Apesar de as vendas na Coreia do Sul estejam a ganhar impulso, com 5,5% nos primeiros nove meses de 2021, mantêm-se surpreendentemente marginais no Japão.

Não há dúvida de que a Tesla acelerou o impulso da eletrificação que estamos atualmente a viver. Fundada em 2003, a empresa vendeu 936.000 unidades em 2021, sobretudo os modelos Y e 3. A Tesla representou 19% de todos os BEV vendidos globalmente, no último ano, baixando de 24% em 2019 e 23% em 2020. Mostra que nenhum dos Fabricantes de Equipamento Original (OEM – Original Equipment Manufacturer) tradicionais ou emergentes foram capazes de diluir massivamente a quota da Tesla neste florescente mercado, apesar do grande número de novos produtos que introduziram.

O crescimento de 126% nas vendas de BEV registados em 2021 conduziram a um aumento de 62% da frota de BEV ligeiros, para 11,2 milhões de veículos no final do ano passado – quase quatro vezes o volume atingido três anos antes. Contudo, isto representa ainda menos de um porcento da frota global.

Desde a sua fundação, a Tesla vendeu 2,4 milhões de veículos, ou 21% da frota atual (assumindo que a maior parte dos veículos ainda estão na estrada). Por comparação, os mais maduros OEM de BEV que estão a emergir na nova vaga, Xpeng e Nio, atingiram cerca de 1/10 das vendas da Tesla em 2021, i.e. cerca de 100.000 e 200.000 unidades até à data, respetivamente. O equilíbrio da frota global de BEV carrega frequentemente o símbolo de marcas chinesas estabelecidas, como a Wuling (joint-venture entre a GM e a SAIC) ou a BYD, com 55% de todos os BEV a operarem nas estradas chinesas.

No entanto, os fabricantes europeus, americanos, coreanos – e, mais recentemente, os japoneses – não estão parados. O Grupo Volkswagen, Hyundai Motor Group, Renault, Stellantis, Ford, GM, Mercedes, BYD e Geely contam-se entre os OEM mais agressivos. Estes fabricantes introduziram produtos convencionais como o VW ID.4, o Hyundai Ioniq 5, o Peugeot e-208, o Renault Mégane E-Tech, o GM Bolt ou o BYD Dolphin. Contudo, a Tesla mantém-se um líder distante, tomando até a dianteira do mercado geral na Europa, com o Modelo 3, em março de 2022 e dois outros meses em 2021.

Um grupo de aspirantes a Tesla começaram a emergir em 2015. Os mais avançados, i.e. Nio e Xpeng, lançaram os seus primeiros BEV no m mercado chinês em 2018. De forma similar, a Rivian e a Lucid começaram a entregar os seus primeiros produtos aos clientes dos EUA no início deste ano. Outros, como a Byton, apresentaram produtos mas não conseguiram fazê-los ver a luz do dia. Depois de alguns anos, é tempo agora de reavaliar como estão hoje estas empresas.

China: fabricantes estrangeiros perdem terreno para os OEM locais; start-ups ganham força

Os fabricantes estrangeiros estão a perder terreno à medida que o mercado muda rapidamente para BEVs com interiores e características ‘smart’. A sua penetração no mercado dos VE plug-in é significativamente mais baixa do que no histórico mercado dos veículos com motores de combustão interna, atingindo agora apenas 20%. Isto é ainda mais crítico à medida que o mercado dos VE continua a crescer rapidamente, mais do que duplicando nos quatro primeiros meses de 2022, ao passo que em 2021 o mercado total decresceu. O Grupo Volkswagen e a GM são quem mais está a perder nesta transição.

Os OEM chineses – em especial, os emergentes – demonstram uma capacidade superior para digitalizar os seus sistemas de controlo do habitáculo e infotainement replicando o modelo dos smartphones em muitos aspetos. Estas são vertentes aos quais os consumidores chineses são altamente sensíveis, em prejuízo da lealdade à marca. A Tesla é o único OEM estrangeiro com uma quota de mercado significativa. Nos primeiros quatro meses de 2022, a empresa norte-americana liderou este mercado com uma margem significativa, à frente da SAIC e da BYD.

A Xpeng e a Nio são as empresas de Veículos de Nova Energia com mais sucesso a emergir na China. Introduziram os primeiros produtos em 2018 e atingiram vendas de 98.000 e 91.000 unidades, respetivamente, em 2021, com base em três ou quatro modelos. As duas empresas abriram o seu capital e estão atualmente avaliadas em cerca de 25 a 30 mil milhões de dólares depois de terem atingido três vezes mais no pico das suas avaliações. Os rendimentos financeiros destas aberturas de capital permitiram-lhes ser ambiciosas nos seus produtos e desenvolvimentos comerciais.

No ano passado, as duas empresas começaram a vender os seus produtos a Europa, inicialmente na altamente eletrificada Noruega. Estão também a investir em tecnologia. Nos próximos meses, a Xpeng vai introduzir um novo SUV de sete lugares com uma arquitetura de 800 V. A Nio optou por um modelo de troca de baterias e instalou até agora mais de 900 estações de troca – incluindo na Noruega.

Estes dois líderes não estão sozinhos na sua tentativa de se tornarem intervenientes nos BEV. Dezenas de empresas tentaram. Entre aquelas que estão num segundo patamar contam-se a WM Motor e a Leapmotor, que venderam cada uma cerca de 40.000 BEV no último ano. A Always, um pequeno fabricante com dois BEV, começaram até a distribuí-los na Europa em 2021.

Europa: poucas start-ups emulam a Tesla

O Grupo Volkswagen está numa posição de liderança nas vendas de BEV (25% de quota de mercado), seguido pela Stellantis. A Tesla está na terceira posição, enquanto continua a ser a marca de BEV mais vendida, com o BEV mais vendido. A Europa não tem uma variedade de OEM emergentes para desafiarem os fabricantes tradicionais, como acontece na China ou nos Estados Unidos. Contudo, destacam-se algumas empresas, nomeadamente a Arrival, a Sono Motors e a Lightyear.

A Arrival, sediada no Reino Unido, está primeiramente focada numa carrinha comercial ligeira, com 10.000 unidades encomendadas pela UPS. Mas está também a desenvolver um robotáxi em parceria com a Uber, que pretende introduzir em finais de 2023. Agora uma empresa de capital aberto, a Arrival está razoavelmente bem financiada (cerca de mil milhões de dólares) e anunciou a construção de instalações ágeis de produção no Reino Unido e América do Norte.

Sediadas respetivamente na Alemanha e Países Baixos, a Sono Motors e a Lightyear angariaram menos dinheiro do que a Arrival (cerca de 270 milhões de dólares para a Sono e 100 milhões para a Lightyear) mas estão a avançar com os seus próprios veículos. Os seus futuros BEV têm em comum uma cobertura de painéis solares que ocupa uma porção significativa das carroçarias. Contudo, posicionam-se com preços muitos distintos – 28.500 dólares para a minivan compacta da Sono contra os 150.000 dólares do grande sedan da Lightyear. O início da produção está agendado para 2022 para a Lightyear e 2023 para a Sono, os dois modelos na fábrica da Valmet, na Finlândia. As duas empresas necessitarão provavelmente de mais financiamento para ganharem escala.

Curiosamente, existem ainda start-ups em fase inicial que projetam introduzir veículos alimentados por pilha de combustível. Por exemplo, a Hopium, sediada em França, está a desenvolver um grande sedan com autonomia de 1.000 km. Contudo, ganhar força ao longo de todo o ecossistema – especialmente a rede de carregamento – vai ser um desafio para os veículos pessoais.

EUA: Testa lidera confortavelmente; start-ups lutam para ganhar escala

Os Estados Unidos têm sido mais lentos do que a China na adoção de BEV, como anteriormente referido, mas o ritmo está a aumentar, em parte devido à introdução de novos produtos e ao interesse crescente dos consumidores. Contudo, a Tesla controlava ainda 70% do mercado no primeiro trimestre de 2022 – só o Model Y representa um terço de todos os BEV. Na Califórnia, a quota da empresa no mercado dos ligeiros de passageiros excedeu 10% nos últimos dois trimestres.

Além da Tesla, os EUA provaram ser um terreno fértil para as start-ups de BEV. As empresas mais maduras e bem financiadas são a Rivian, a Lucid e a Fisker. As três empresas abriram o capital nos últimos dois anos e as duas primeiras estão agora avaliadas em cerca de 30 mil milhões de dólares, e a última em 3 mil milhões – todas significativamente longe dos máximos – depois de angariarem cerca de 10 mil milhões, 6 mil milhões e mil milhões, respetivamente.

É de notar que estas empresas não partilham o mesmo modelo operacional. A Fisker subcontratou a maior parte do trabalho de engenharia e vai apoiar-se em contratos com fabricantes (Magna Steyer e depois a FoxxConn), enquanto as outras duas estão a desenvolver estas atividades dentro de portas.

A Rivian e a Lucid introduziram os seus primeiros modelos no mercado dos Estados Unidos no início deste ano, respetivamente uma pick-up robusta e altamente capaz e um sedan de luxo e elevado desempenho. Os veículos têm preços a partir de 67.000 e 87.000 dólares, respetivamente. O primeiro produto da Fisker, um SUV compacto, posiciona-se no coração do mercado com um preço de 37.500 dólares, com as entregas a terem início no final deste ano.

Estes produtos foram bem recebidos. No entanto, a intensificação da produção tem sido um desafio para a Rivian e Lucid. A primeira planeia agora produzir 25.000 veículos em 2022, e a última entre 12.000 e 14.000 unidades. Isto resulta de uma curva de aprendizagem difícil – veja-se o “inferno de produção” da Tesla – combinada com uma escassez de componentes transversal a toda a indústria. Contudo, suspeito que a Fisker terá maior facilidade em intensificar a produção, já que a Magna Steyer é um fabricante de veículos experiente.

O futuro destas empresas depende da sua capacidade para, primeiro, ganhar escala a nível de produção, e depois ganhar força no mercado. Com este propósito, a Rivian está a lançar paralelamente uma carrinha de entregas (a Amazon encomendou 100.000 unidades) e um SUV na mesma plataforma, a Lucid vai introduzir um SUV em 2024 e a Fisker está a preparar um SUV compacto mais barato para 2025.

Outras start-ups de BEV tiveram menos sucesso. A Faraday Future, a Byton, a Bollinger, a Lordstown e a Canoo estão a sofrer, na melhor das hipóteses, ou então estão a fechar, a mudar de foco ou a hesitar enquanto tentam ainda chegar ao mercado. Vão ocorrer consolidações e encerramentos nesta ‘liga’.

Por último, não devemos ignorar a Apple, que tem estado há vários anos a ‘brincar’ com a ideia de desenvolver e lançar o seu próprio BEV.  No entanto, têm sido muito escassas as fugas de informação sobre estes planos, que parecem ter evoluído significativamente ao longo do tempo.

Outras empresas de BEV estão a emergir em outras regiões 

A Sony decidiu aumentar a parada depois de apresentar o Vision-S, o seu primeiro concept car, na CES 2020. Em março último, assinaram um acordo com a Honda para “aprofundar a discussão e exploração da formação de uma aliança estratégica com vista à criação de uma nova era da mobilidade de serviços de mobilidade”. Parece claro que a questão já não é ‘se’, mas antes ‘como’, uma vez que as duas empresas planeiam começar a vender o seu primeiro BEV em 2025.

Estão a emergir outras empresas fora do triângulo Europa-China-EUA com planos ambiciosos para entrar no mercado dos BEV. Criada em 2017 como parte do vietnamita Vingroup, a VinFast apresentou cinco BEVs distintos na CES 2022 e, mais tarde, anunciou planos para estabelecer uma base de produção nos Estados Unidos. A VinFast vai introduzir o VF8 e o VF9 (SUV de cinco e sete lugares) na Europa e EUA no final de 2022 ou início de 2023. E existem mais players nos BEV, como a TOGG, sediada na Turquia. Este número crescente de empresas não é sustentável. A consolidação e o desgaste são inevitáveis, mas que empresas vão ser as vencedoras? 

Marc Amblard é mestre em Engenharia pela Arts et Métiers ParisTech e possui um MBA pela Universidade do Michigan. Radicado atualmente em Silicon Valley, é diretor-executivo da Orsay Consulting, prestando serviços de consultoria a clientes empresariais e a start-ups sobre assuntos relacionados com a transformação do espaço de mobilidade, eletrificação autónoma, veículos partilhados e conectados.

Ford define estratégia para produzir dois milhões de elétricos por ano em 2026

A Ford anunciou um conjunto de iniciativas que visam garantir capacidade de baterias e matérias-primas para alcançar o objetivo de atingir um nível de produção anual de 600.000 veículos elétricos até ao final de 2023 e mais de 2 milhões até 2026.

Até ao final do próximo ano, a marca norte americana prevê atingir um nível de produção anual de 270.000 Mustang Mach-E na Europa, EUA e China, 150.000 F-150 Lightning nos EUA, 150.000 Transit EV na Europa e EUA, e 30.000 unidades de um novo SUV elétrico que está a desenvolver para o mercado europeu. A taxa de execução deste último modelo deverá aumentar significativamente a partir de 2024.

A empresa afirma ter assegurado a totalidade da capacidade anual de células de bateria necessárias – 60 GWh – para atingir esta taxa de execução de 600.000 elétricos, tendo estabelecido acordos com diferentes fornecedores.

O fabricante chinês de baterias Contemporary Amperex Technology (CATL) fornecerá unidades completas de baterias LFP (fosfato de ferro-lítio) para os Mustang Mach-E do mercado norte-americano a partir do próximo ano, e também para a pick-up elétrica F-150 Lightning a partir de 2024.

A Ford está a adicionar este tipo de química de fosfato de ferro-lítio ao seu portefólio – até agora constituído apenas pela química de níquel-cobalto-manganésio (NCM) – com o objetivo de reduzir a sua dependência de minerais escassos, em particular do níquel, e reduzir custos. A empresa estima que, a preços atuais, as baterias LFP permitam uma poupança de 10 a 15%, relativamente às baterias NCM.

O fabricante norte-americano vai continuar também a apoiar-se nos seus parceiros de longa data, LG Energy Solutions (LGES) e SK On para cumprir o objetivo traçado para 2023. A primeira duplicou recentemente a capacidade das suas instalações em Breslávia, na Polónia, permitindo-lhe incrementar a produção de células NCM para os modelos Mustang Mach-E e E-Transit. A SK On, por seu lado, tem capacidade para suprir as necessidades da Ford a nível de células NCM para os modelos F-150 Lightning e E-Transit, a partir das suas fábricas nos Estados Unidos e Hungria.

Dois milhões de elétricos em 2026

Até 2026, a Ford espera que a taxa de crescimento anual composta (CAGR) dos veículos elétricos supere 90%, mais do dobro do crescimento previsto para a indústria global. Até essa data, a empresa planeia investimentos superiores a 50.000 milhões de dólares no elétricos, apontando a margens EBIT de 8% neste segmento — 10% para o total da empresa.

A empresa afirma que assegurou já 70% da capacidade de células de bateria necessária ao objetivo de atingir, até ao final de 2026, um nível de produção anual de dois milhões de veículos elétricos. Estableceu um acordo estratégico com a CATL para o fornecimento global de baterias para os centros de produção nos Estados Unidos, Europa e China e assegurou ainda uma capacidade de 40 GWh de células LFP por ano na América do Norte, a partir de 2026, para complementar a produção das três fábricas de baterias da BlueOval – empresa participada pela Ford e SK On – que estão planeadas nos estados do Kentucky e Tennessee, nos EUA.

A Ford firmou também um acordo com a SK On e a Koç Holdings para criar uma nova empresa na Turquia, de forma a aplicar a capacidade de produção de baterias aí instalada.

O fabricante norte-americano anunciou também que está a trabalhar com empresas de extração e processamento com atividades em diferentes regiões, nomeadamente Indonésia, Austrália, Argentina, Canadá e Estados Unidos, de forma a abastecer-se diretamente de matérias-primas para células de bateria, tendo já obtido a maior parte do níquel necessário até 2026.

“Avançaremos rapidamente nos mercados e regiões-chave onde existam fornecimentos críticos disponíveis, reunindo-nos com funcionários governamentais, companhias mineiras e processadores, e firmando memorandos de entendimento e acordos que reflitam as expectativas ESG [ambientais, sociais e governance] da Ford e apoiem o plano de levar os veículos elétricos a milhões [de pessoas]”, afirmou Lisa Drake, vice-presidente de Industrialização de Veículos Elétricos da Ford.