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Green Future-AutoMagazine

O novo portal que leva até si artigos de opinião, crónicas, novidades e estreias do mundo da mobilidade sustentável

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Munro MK_1: o melhor jipe elétrico do mundo?

A Munro Vehicles revelou oficialmente o MK_1, um 4×4 elétrico que a startup escocesa afirma ter projetado para durar mais de 50 anos. Segundo a marca sediada em Glasgow, este será o primeiro automóvel produzido na Escócia em mais de quatro décadas.

Os clientes do MK_1 poderão optar entre dois níveis de potência – 220 kW e 280 kW –, e duas opções de bateria – 61 kWh e 82 kWh. Esta última, de acordo com a Munro Vehicles, permite uma autonomia de cerca de 300 km e até 16 horas de operação off-road com uma carga completa.

Ao contrário da maioria dos automóveis elétricos atuais, equipados com motores elétricos de fluxo radial, o Munro MK_1 apresenta-se com motores de fluxo axial. Apesar de mais caros, os engenheiros da startup escocesa justificam a escolha por permitir uma melhor distribuição de peso entre a dianteira e a traseia, e pela melhor capacidade fora-de-estrada.

“Um benefício adicional do motor de fluxo axial é que gera níveis de binário excepcionalmente altos quando funciona em sentido inverso. Quando o Munro está no modo ‘Drive’, levantar o pé do acelerador fornece um grau de travagem regenerativa por meio da resistência do motor elétrico. Na configuração ‘Off-Road’, a frenagem regenerativa é muito mais pronunciada. Isso permite que o veículo seja conduzido no modo one-pedal e fornece uma função de descida de colinas altamente eficaz, para aumentar a segurança e o desempenho off-road“, explica Ross Anderson, cofundador da Munro Vehicles e responsável pelo desenvolvimento do grupo propulsor.

O MK_1 atinge uma velocidade máxima de 130 km/h e, com a motorização mais potente de 280 kW (380 cv), acelera até aos 100 km/h em 5 segundos. Com um binário máximo de 700 Nm (até 80 km/h), apresenta-se com uma capacidade útil de carga de 1.000 kg e uma capacidade de reboque de 3.400 kg.

Tendo desenvolvido o MK_1 para “durar várias décadas”, a Munro compromete-se a substituir a bateria do veículo quando esta atingir o final da sua vida útil. Ross Anderson afirma que isto permitirá garantir o seu valor futuro, adiantando que o fabricante escocês pretende estabelecer parcerias com empresas especializadas em reutilização e reciclagem, de forma a recuperar o valor residual das baterias e adotar a mais recente tecnologia a custos razoáveis.

A produção do MK_1 terá início em 2023, nas instalações atuais da empresa em East Kilbride, Glasgow. Serão aqui construídas artesanalmente as primeiras 50 unidades, para satisfazer as encomendas que a Munro afirma já ter recebido de clientes no Reino Unido, Suíça, Dubai e Santa Lúcia.

Em 2024, a empresa pretende deslocar-se para novas e maiores instalações no centro da Escócia, criando 300 novos postos de trabalho e escalando a produção para 250 unidades por ano. A Munro espera mais tarde atingir níveis de produção anuais próximos de 2.500 unidades.

Elétricos continuam com crescimento sólido em novembro

A ACAP (Associação Automóvel de Portugal) revelou os dados sobre as vendas de veículos eletrificados – elétricos a bateria (BEV), híbridos plug-in (PHEV) e híbridos elétricos (HEV) – relativos ao mês de novembro de 2022.

Neste período, foram matriculados, no país, 5.478 novos automóveis ligeiros de passageiros elétricos, plug-in e híbridos, o que representa um crescimento de 11,8% facer ao mês de novembro de 2021.

Desde o início do ano, as vendas deste tipo de veículos totalizam 52.321 unidades, o que traduz um crescimento de 20,5%, relativamente aos primeiros onze meses de 2021.

Os ligeiros de passageiros elétricos a bateria (BEV) registaram, em novembro, 2.120 novas matrículas, um crescimento de 7,6% relativamente ao mesmo mês do ano anterior. Desde janeiro, foram matriculadas 15.712 unidades, um aumento de 38% face ao período homólogo.

No caso dos híbridos elétricos (HEV), novembro viu serem matriculadas 1.921 novas unidades, o que traduz um crescimento de 30,2% relativamente ao mês de novembro do ano anterior. Desde janeiro, as vendas deste tipo de veículos totaliza 22.435 unidades, um aumento de 26,9% face aos onze primeiros meses de 2021.

Finalmente, os híbridos plug-in (PHEV) continuam a registar um pequeno decréscimo. Em novembro, foram matriculadas 1.437 unidades, uma quebra de 1,1% relativamente ao mês homólogo. O número de unidades matriculadas desde janeiro atinge 14.174, uma queda de 1,3% face ao mesmo período do ano anterior.

Quanto aos veículos ligeiros de mercadorias, foram matriculadas 107 novas unidades, em novembro – 106 elétricos a bateria e 1 híbrido elétrico – o que traduz um crescimento de 40,8% relativamente a novembro de 2021 (39,5% nos elétricos a bateria). Desde o início do ano, o número de novas matrículas ascende a 760 – 743 BEV, 15 HEV e 2 PHEV –, o que representa um crescimento de 179,4% deste mercado.

Estugarda-Munique-Estugarda: novo Mercedes-Benz eSprinter faz 475 km com uma única carga

O novo Mercedes-Benz eSprinter tem a sua estreia marcada para o início de fevereiro de 2023, estando atualmente a cumprir os testes de estrada finais.

A marca germânica anunciou agora que no dia 19 de outubro de 2022, um eSprinter de pré-produção completou um test drive que o levou do Museu Mercedes-Benz, em Estugarda, até ao aeroporto de Munique e de novo até ponto de origem com uma carga completa de bateria, sem recargas, num total de 475 quilómetros, que corresponderam a um consumo energético médio de 21,9 kWh por cada 100 quilómetros percorridos.

O novo Mercedes-Benz eSprinter será lançado com três tamanhos de bateria diferentes, sendo que o veículo que completou este teste está equipado com a maior das variantes. O fabricante alemão adianta ainda que, tendo em vista uma configuração de veículo prática para uso CEP (correio, expresso, serviço de encomendas), foi selecionado um eSprinter extra longo com teto alto.

Para recriar condições reais para uma entrega expresso entre Estugarda e Munique, a viagem incluiu percursos em condições de tráfego urbano, estradas federais (nacionais) e autoestradas. A topografia também não foi otimizada – por exemplo, a transposição dos Alpes Suábios foi deliberadamente deixada na rota. A extensão do percurso de 475 quilómetros variou entre 210 e 785 metros acima do nível do mar.

A viagem foi acompanhada por um inspetor da empresa de certificação TÜV Süd, a bordo da eSprinter durante a totalidade do teste, que confirmou que a viagem foi efetuada de forma regular, sem recarga, com um consumo médio de 21,9 kWh/100 km. À chegada a Estugarda, o painel de instrumentos mostrava um autonomia restante de cerca de 20 quilómetros.

Com três baterias e várias variantes de carroçaria, desde furgão a chassis para montagem de caixa, a Mercedes-Benz destaca a maior flexibilidade do novo eSprinter, em comparação com a versão atual, perspetivando a abertura novos mercados – além de Europa, pela primeira vez também Estados Unidos e Canadá. A empresa declara que, em função da configuração, a autonomia pode atingir valores superiores ao dobro da autonomia do atual eSprinter.

O novo modelo será produzido sucessivamente em Charleston, nos EUA, e em Düsseldorf e Ludwigsfelde, na Alemanha, a partir do segundo semestre de 2023.

Atualmente, a Mercedes-Benz disponibiliza quatro veículos de mercadorias elétricos a bateria: eVito Panel Van, eSprinter, eVito Tourer e EQV. Os novos eCitan e EQT1 permitirão eletrificar, em breve, todo o portefólio.

A partir de meados da década, a Mercedes-Benz Vans implementará a próxima etapa da sua estratégia de eletrificação, com a introdução na nova plataforma VAN.EA (Mercedes-Benz Vans Electric Architecture). A partir de 2025, todas os veículos de médio e grande porte baseadas na nova arquitetura modular serão totalmente elétricos.

Galp Solar e PcComponentes levam autoconsumo fotovoltaico a famílias e empresas

A Galp Solar assinou um acordo para instalação e comercialização de painéis fotovoltaicos através da plataforma de e-commerce ibérica PcComponentes. A parceria para Portugal e Espanha pretende estender o acesso de famílias e empresas a sistemas individuais de autoconsumo de eletricidade gerada a partir do sol.

“Num tempo de subida generalizada dos preços, da habitação à alimentação, o autoconsumo oferece poupanças diretas na fatura energética, uma parcela que pesa nos orçamentos das famílias e das empresas”, salienta Alfonso Ortal, CEO da Galp Solar. “Este investimento representa ganhos em três frentes, onde o avanço tecnológico permite às empresas, às indústrias, famílias e comunidades de vizinhos, aumentarem os níveis de flexibilidade, ao mesmo tempo que protegem o meio ambiente e poupam dinheiro”, conclui.

A Galp Solar e a PcComponentes levam o autoconsumo fotovoltaico a pessoas e empresas através de projectos chave-na-mão. O ativo tem uma vida útil de 25 anos mas é amortizado em cinco, oferecendo um rápido retorno de investimento inicial, de acordo com o comunicado, o que significa que a produção de energia em autoconsumo é gratuita durante 20 anos.

A oferta vai além da instalação de painéis solares e passa também por soluções integradas como baterias. No futuro, serão adicionados outros produtos.

“Como especialistas em tecnologia e na prestação de um serviço de cinco estrelas aos nossos clientes, pretendemos continuar a oferecer-lhes inovação, especialização e as melhores soluções para as suas necessidades, também no campo da energia. Este acordo permitir-nos-á oferecer aos nossos clientes um consumo mais responsável através da Galp Solar e o apoio e confiança que temos no nosso ADN na PcComponentes”, afirma Alberto Bodeguero, Gestor de Serviços da PcComponentes.

Ao instalar painéis solares, estima-se que uma casa com um consumo médio de €100/mês possa poupar até €500/ano na fatura de energia.  O impacto também se faz sentir no meio ambiente, reduzindo a pegada de carbono em cerca de 900 kg de emissões de CO2 por ano.

Simulação online, aconselhamento personalizado e soluções de pagamento personalizadas

A empresa espanhola de comércio eletrónico PcComponentes, com presença em Espanha e Portugal, tem agora um espaço online dedicado ao autoconsumo fotovoltaico, onde os utilizadores podem descobrir, “em três passos simples”, o potencial de uma instalação fotovoltaica nos seus telhados e obter uma estimativa do retorno do investimento associado.

Para o efeito, o website PcComponentes incorpora um simulador virtual que permite calcular o número de painéis que melhor se adapta a cada utilizador, para maximizar a rentabilidade possível da instalação.

Com o objetivo de facilitar o acesso a esta tecnologia, a Galp Solar apresenta soluções de pagamento à medida e disponibiliza uma equipa para apoiar os clientes na gestão de candidaturas a programas de incentivo ao autoconsumo fotovoltaico. A empresa acompanha o cliente desde a pesquisa e análise dos incentivos locais e nacionais aos quais é possível concorrer até à apresentação da documentação.

“Procuramos oferecer apoio personalizado durante todo o processo, desde a gestão de licenças até à monitorização e manutenção da instalação, o que favorece um maior nível de independência energética para o cliente durante os próximos 25 anos”, acrescenta o CEO da Galp Solar.

Automóveis estacionam sozinhos no aeroporto de Estugarda

A Autoridade Federal Alemã para os Transportes Automóveis (KBA) aprovou o sistema de estacionamento automatizado desenvolvido pela Mercedes-Benz e a Bosch para utilização no parque de estacionamento P6 do Aeroporto de Estugarda.

Esta é a primeira função de estacionamento sem condutor – Nível 4 da escala definida pela SAE – Society of Automotive Engineers – a ser oficialmente aprovada para ultilização comercial em todo o mundo.

Os condutores dos automóveis equipados com a tecnologia podem agora entrar no parque de estacionamento do aeroporto, sair do veículo numa área pré-determinada e enviá-lo autonomamente para o lugar de estacionamento, previamente reservado, com uma aplicação de smartphone. Quando regressam ao parque para recolher o automóvel, este volta ao ponto de levantamento da mesma forma.

O processo é suportado pela interligação entre a infraestrutura inteligente, fornecida pela Bosch, instalada no parque de estacionamento e a tecnologia da Mercedes-Benz a bordo. Os sensores da Bosch no parque de estacionamento monitorizam os corredores do parque e as zonas circundantes e fornecem a informação necessária para orientar o veículo. A tecnologia no automóvel utiliza esta informação para definir as rotas a percorrer.

Desta forma, os veículos podem até utilizar autonomamente as rampas de acesso entre os diferentes pisos do parque de estacionamento. Se os sensores da infraestrutura detetarem um obstáculo, o veículo trava e imobiliza-se em segurança. Logo que o percurso esteja desimpedido, continua o seu caminho.

Em 2019, a Mercedes-Benz e a Bosch obtiveram a primeira autorização especial a nível mundial para operarem um sistema de estacionamento automatizado, utilizando veículos de desenvolvimento, sem supervisão de um controlador humano, no parque de estacionamento do Museu Mercedes-Benz em Estugarda.

A aprovação que agora foi emitida tem uma aplicação mais ampla, permitindo que a tecnologia seja explorada comercialmente, utilizada em veículos detidos por privados no parque de estacionamento P6 do aeroporto de Estugarda.

A Mercedes-Benz esclarece que a base jurídica para esta aprovação é a lei que entrou em vigor na Alemanha em julho de 2021, que permite a condução sem condutor de acordo com o Nível 4 da escala de automação da SAE para veículos automóveis. A aplicação da moldura legislativa ao sistema de estacionamento foi implementada em coordenação com o Ministério Federal das Infraestruturas Digitais e Transportes da Alemanha (BMDV) e com a Autoridade Federal Alemã para os Transportes Automóveis. A AFGBV (diretiva de condução autónoma), aprovada pelo Conselho Federal da Alemanha a 20 de maio de 2022, especifica claramente os critérios do código de estrada alemão que os veículos devem satisfazer para se conformarem com a norma SAE Nível 4.

As duas empresas planeiam implementar gradualmente o serviço de estacionamento sem condutor no parque de estacionamento P6 do Aeroporto de Estugarda. A partir do dia da sua implementação, os primeiros clientes com modelos Classe S e EQS fabricados desde julho de 2022, cujas versões estejam equipadas com o serviço Intelligent Park Pilot2 dos serviços Mercedes me connect e que tenham ativado este serviço, poderão utilizar a função no parque de estacionamento.

Opel Astra Electric chega na primavera (também em versão SW)

A Opel revelou hoje as primeiras imagens da versão do novo Opel Astra Electric, o primeiro Astra de produção em série totalmente elétrico. Concomitantemente, apresentou também a Opel Astra Sports Tourer Electric – a variante ‘carrinha’ do modelo –, que é também a primeira station wagon totalmente elétrica lançada por um fabricante alemão.

A partir da primavera de 2023, data em que estes modelos 100% elétricos estarão disponíveis para encomenda, o novo Astra será o modelo da Opel com as alternativas de propulsão mais abrangentes – além das opções térmicas, o Astra e o Astra Sports Tourer estão atualmente disponíveis como variantes eletrificadas híbridas plug-in, incluindo o novo modelo topo de gama, o Astra GSe.

O novo Astra Electric integra um motor elétrico que fornece 115 kW (156 cv) de potência e um binário máximo de 270 Nm, com a Opel a destacar a velocidade máxima do modelo: limite de 170 km/h, ao invés dos habituais 150 ou 160 km/h da maioria dos automóveis elétricos.

A energia é armazenada numa bateria de ião-lítio de 54 kWh, com 102 células de bateria alojadas em 17 módulos, e permite uma autonomia máxima de 416 km (WLTP), com consumos médios de 14,9 kWh por cada 100 km percorridos – de acordo com a marca germânica, os seus engenheiros procuraram ativamente uma disposição eficiente das células, para “assegurar uma autonomia exemplar com uma bateria de tamanho compacto”.

Numa estação de carregamento rápido de 100 kW DC, 30 minutos são suficientes para repor cerca de 80% da carga; e existe ainda um carregador de bordo trifásico de 11 kW, de série, para utilizar com wall box doméstica.

“O Astra Electric e o Astra Sports Tourer Electric são verdadeiros pioneiros: com a nova versão elétrica alimentada a bateria nas carroçarias de cinco portas e station wagon, os clientes beneficiarão das suas capacidades orientadas para o quotidiano combinadas com conforto e, acima de tudo, com muito prazer de condução sem emissões locais. É a isto que nos referimos ao mencionar o conceito ‘Greenovation‘ da mobilidade”, disse o CEO da Opel, Florian Huettl. “Ao mesmo tempo, continuamos a lançar a nossa ofensiva de eletrificação. O novo Opel Astra Electric é um marco importante no nosso caminho para nos tornarmos uma marca totalmente elétrica na Europa”.

No interior dos novos Opel Astra Electric e Opel Astra Sports Tourer Electric, a marca alemã destaca o conforto proporcionado pelos bancos ergonómicos Active Sport, certificados pela Aktion Gesunder Rücken e.V. (AGR; Campaign for Healthier Backs), que oferecem uma vasta gama de opções de regulação, manuais e elétricas. Estão também disponíveis em Alcantara, como opção.

O Pure Panel totalmente digital inclui dois ecrãs panorâmicos de 10 polegadas, nos quais são exibidas as funções importantes do veículo, tais como o estado de carga da bateria ou autonomia – as configurações de cariz mais ‘mundano’, tais como o controlo da climatização, são ajustadas com comandos físicos.

A nível de equipamentos, inclui ainda heads-up display E-HUD e o reconhecimento de voz natural, bem como vários sistemas de assistência, desde o aviso de colisão frontal com travagem de emergência automática até à assistência ativa na faixa de rodagem, passando ainda pela deteção de sonolência, alerta de tráfego transversal traseiro e mudança semiautomática de faixa, agrupados no novo Intelli-Drive 2.0. A tecnologia de iluminação adaptativa Intelli-Lux LED Pixel Light, com um total de 168 elementos LED, é líder na classe, de acordo com o comunicado.

Finalmente, a nível exterior, o novo Astra Electric mostra-se com a identidade de marca Opel Vizor, incluindo um design de para-choques dianteiro “extradesportivo” em todos os níveis de acabamento. As jantes de liga leve de 18 polegadas, com acabamento brilhante ou totalmente pintadas de preto, também fazem parte dos equipamentos de série.

Primeiro Abarth elétrico “é melhor” do que versão a gasolina

A Abarth lançou recentemente o seu primeiro automóvel totalmente elétrico, o Novo Abarth 500e.

A divisão de performance da subsidiária italiana do grupo Stellantis, conhecida pela sua associação aos modelos da Fiat, afirma que o Novo Abarth 500e – que tem por base o Novo Fiat 500e – é o Abarth “mais reativo e excitante” na cidade e o “mais rápido e agradável” fora dela.

De acordo com a empresa de Turim, a arquitetura elétrica é superior do que a gasolina em virtude de uma melhor distribuição de peso, maior binário e uma maior distância entre eixos.

“O Novo Abarth 500e é um dos lançamentos mais emocionantes da história da marca: um grande novo acréscimo à gama Abarth. Gosto de pensar nele como uma família, pelo que a nossa base de fãs estará envolvida em cada passo da nossa jornada de eletrificação. Podem perguntar ‘porquê elétrico?’ Bem, basicamente, a performance levou-nos a fazê-lo: de facto, cada alteração feita no Abarth tem a ver com a obtenção da melhor performance de condução. Foi exatamente assim que o nosso fundador, Carlo Abarth, sempre o fez. Portanto, desse ponto de vista, digamos que nada mudou: melhor aceleração, melhor comportamento e mais diversão. E depois temos também a lendária assinatura da Abarth: a sua sonoridade”, afirmou Olivier François, CEO da Fiat e da Abarth e CMO Global da Stellantis.

O Novo Abarth 500e apresenta-se com um motor elétrico de 113,7 kW (155 cv) de potência e binário de 235 Nm. Acelera dos 0 aos 100 km/h em sete segundos – a melhor aceleração da classe, de acordo com a marca.

Em ambiente urbano, é 1 segundo mais rápido na aceleração do que o Abarth a gasolina mais potente, o 695, o que significa um acréscimo de velocidade 50% mais rápido de 20 a 40 km/h.

É também mais rápido fora da cidade, acelerando de 40 a 60 km/h em 1,5 segundos – segundo a Abarth, “muito mais rápido” do que a versão a gasolina, que perde cerca de 15 metros ao atingir 60 km/h um segundo mais tarde.

Finalmente, em estrada aberta, o Novo Abarth 500e totalmente elétrico executa manobras de ultrapassagem mais rápidas do que a versão a gasolina, atingindo a velocidade de 100 km/h (a partir dos 60 km/h) quando o seu homólogo a gasolina circula (ainda) a 91 km/h – uma diferença de aproximadamente um segundo.

A distância de eixos mais longa do Novo Abarth 500e e os eixos mais largos, assim como um “melhor equilíbrio entre estes” permitem, segundo a Abarth, uma condução mais dinâmica, com uma resposta mais rápida e, em curva, melhor entrada e maior velocidade de passagem e de saída.

Estão disponíveis três modos de condução, orientados para o desempenho. O modo ‘Turismo’ permite uma aceleração mais suave e uma potência mais baixa (potência máxima de 100 kW, binário de 220 Nm) para uma experiência de condução mais eficiente. O modo ‘Scorpion Street’ oferece a potência total, ao mesmo tempo que maximiza a regeneração em travagem. Finalmente, o modo ‘Scorpion Track’ é o escolhido para máxima performance.

Para o seu primeiro elétrico, a Abarth vai também ‘revolucionar’ a experiência de cliente, que será agora totalmente online, “em linha com a estratégia de simplicidade e satisfação do cliente da marca do escorpião. Os clientes poderão escolher o modelo e reservar o seu automóvel em “alguns minutos”.

A nova experiência de compra online teve início a 22 de novembro com a edição de lançamento, denominada ‘Scorpionissima’. Uma fase exclusiva de pré-reserva de um mês será dedicada apenas aos membros da comunidade Abarth, recompensa pelo seu envolvimento na cocriação do Novo 500.

Novas instalações da Soc. Com. C. Santos: o futuro do retalho automóvel

A Sociedade Comercial C. Santos tem novas instalações. Construído de raiz num espaço disponível na sede da empresa na Maia, junto ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, o novo edifício responde às tendências atuais do retalho automóvel, com a integração extensiva de ferramentas digitais de apoio ao processo de venda e, sobretudo, uma preocupação com aspetos de sustentabilidade e transição para a mobilidade elétrica.

As novas instalações da empresa – que em janeiro assinala o 77º aniversário – contam com mais de duas dezenas de carregadores para automóveis elétricos e híbridos plug-in. São, em concreto, vinte postos de carregamento AC de 22 kW – dez no parque interior, quatro no interior do showroom, quatro no parque exterior e dois nos centros de entregas de viaturas – e um carregador rápido DC de 180 kW.

No telhado, um sistema fotovoltaico, constituído por 685 módulos espalhados por uma área de 1.411 m2, que permitirá à Soc. Com. C. Santos evitar a emissão de 186.282 kg de CO2 por ano. A empresa esclarece que tem um consumo anual médio de 1,4 milhões de KWh, e 23% deste valor será assim proveniente do sistema fotovoltaico instalado – ou seja, estão assegurados perto de 322.000 kWh para consumo instantâneo e cerca de 75.000 kWh injetados na rede pública.

A economia anual estimada, no primeiro ano, é de cerca de 40 mil euros, significando que a amortização do investimento ocorrerá num período inferior a quatro anos. No período do verão, os painéis solares poderão assegurar a totalidade das necessidades energéticas da empresa.

A nível de espaço, as novas instalações do representante Mercedes-Benz e smart refletem os dealer standards atuais da Mercedes-Benz (MAR 2020) e resultam de um investimento de seis milhões de euros, tendo as obras sido iniciadas em 2018.

O edifício caracteriza-se por uma maior abertura ao exterior, refletida no próprio atendimento – as ferramentas digitais e interativas acompanham o curso da experiência do cliente, cuja tendência é, atualmente, desenrolar-se entre os canais online e a visita presencial. Assim, nas novas instalações da Soc. Com. C. Santos, o cliente é recebido pela star assistant e escolhe se e onde pretende dialogar com o vendedor – em mesas junto aos veículos, em balcões de atendimento ou em salas dedicadas, que se adaptam à atmosfera do produto em análise.

Com uma área total de 6.244 m2, divididos por três pisos, conta com uma área de exposição (piso 0) superior a 2.000 m2, o triplo do disponível no anterior stand da empresa. O showroom ocupa grande parte dos perto de 2.500 m2 deste piso térreo, existindo ainda uma zona de boutique e dois centros de entrega de viaturas, além de estacionamento exterior.

O piso -1 conta com quase 2.800 m2 de espaço para estacionamento coberto, serviços de apoio à preparação de veículos e dois centros de entrega de viaturas. No piso 1 está uma área próxima de 800 m2 de gabinetes e salas para departamentos administrativos e equipa de gestão da empresa.

“Este é um ponto marcante na longa história da Sociedade Comercial C. Santos. As novas instalações permitem-nos encerrar o ciclo de renovação dos nossos edifícios, após há quatro anos termos concluído a construção da nova receção do após-venda já de acordo com a filosofia MAR 2020. O edifício que agora entra em funcionamento permite aumentar e área de exposição e receber os nossos clientes de uma forma mais interativa e confortável. Além disso, aumenta a sustentabilidade, dado que é energeticamente mais eficiente”, referiu o administrador-delegado da empresa, Pinho da Costa.

Volvo Cars apela a uma transição elétrica mais rápida

Empresa Sueca torna-se membro fundador da Accelerating to Zero Coalition.
Assina o apelo da We Mean Business Coalition e apoia a iniciativa Call on Carbon.

A Volvo Cars anunciou que será um dos membros fundadores da Accelerating to Zero Coalition, uma plataforma internacional de colaboração para impulsionar os veículos com emissões zero. O anúncio foi feito durante a COP27 – Conferência para as Alterações Climáticas das Nações Unidas, que  se realizou recentemente no Egito.

A Accelerating to Zero Coalition é formada por um grupo abrangente de intervenientes empenhados em aumentar o ritmo da transição para a mobilidade com emissões zero e tem como base a Declaração de Glasgow sobre Veículos com Emissões Zero redigida na cimeira transata, COP26, realizada em 2021. Na altura, os signatários comprometeram-se a trabalhar no sentido de tornar as vendas mundiais livres de emissões de gases de escape até 2040, e até 2035 nos principais mercados: Europa, China, Japão e EUA.

A coligação pretende criar uma plataforma internacional de colaboração, para ajudar a criar as condições adequadas para impulsionar os veículos com emissões zero, como por exemplo através da eletrificação das frotas das empresas e do desenvolvimento de uma infraestrutura de carregamento abrangente.

O CEO da Volvo Cars, Jim Rowan, saúda a formação da coligação e a sua abordagem colaborativa, encorajando mais fabricantes seguir os passos da marca sueca: “Os motores de combustão são tecnologia do passado e temos de os abandonar se quisermos enfrentar a maior ameaça da humanidade – as alterações climáticas”, afirmou.

A Volvo Cars pretende tornar-se uma empresa exclusivamente elétrica em 2030, e afirma querer influenciar o ritmo de transformação da indústria automóvel com vista à eletrificação total.

Paralelamente, a Volvo Cars juntou-se a mais de 200 empresas e organizações da sociedade civil para assinar um apelo, organizado pela We Mean Business Coalition, dirigido aos governos nacionais, para estes aumentarem a sua ambição climática e a concretização dos seus objetivos.

Até agora, apenas 29 dos 194 países o fizeram após a COP26, apesar de se terem comprometido ao abrigo do Pacto Climático de Glasgow. O apelo deixa claro que 1,5 graus de aquecimento global é um limite e não uma meta, e que uma ação nacional urgente é essencial para este limite não ser ultrapassado.

Adicionalmente, durante um painel de discussão organizado pela Volvo Cars, o diretor de sustentabilidade Anders Kärrberg também anunciou que a empresa está a apoiar a iniciativa Call on Carbon. Esta iniciativa, a que também se juntam empresas como a IKEA, H&M Group e SSAB, entre outros, visa incentivar os governos a introduzir um quadro político eficaz para a fixação de preços de carbono.

“Reconhecemos o papel que o preço do carbono tem na ajuda à luta contra as alterações climáticas. Ao anunciar o nosso próprio preço interno de carbono de 1.000 coroas suecas [cerca de 91,72 euros] por cada tonelada de emissões de carbono na COP26, tornamo-nos no primeiro fabricante de automóveis a implementar um mecanismo global de fixação de preços de carbono, cobrindo toda a nossa cadeia de valor. Isto pode tanto acrescentar estabilidade aos investidores, como apoiar uma transição justa para os trabalhadores e para os agricultores, famílias e comunidades que serão afetadas como resultado de tais mudanças”.

Salão Automóvel de Paris 2022

Saí da 89ª edição do Mondial de l’Automobile de Paris com quatro ideias-chave: 1) os fabricantes chineses estão a chegar à Europa; 2) existe um caminho para a mobilidade automóvel frugal; 3) os veículos elétricos movidos a hidrogénio são um caminho alternativo para a mobilidade limpa; e 4) o Salão Automóvel de Paris tem de se reinventar, à semelhança de outros em todo o mundo. De facto, este foi um evento bastante pequeno, em comparação com edições anteriores – tal como aconteceu em outros salões importantes –, com várias marcas locais e estreantes.

Antes de avançar em cada uma destas ideias e analisar o que se está a passar, vamos olhar rapidamente para aquilo que pareceu o novo normal, nesta era de eletrificação quase sistémica. Renault, Peugeot e DS promoveram essencialmente veículos híbridos plug-in, mas a primeira deu destaque a elétricos a bateria com um estilo retro: os Renault R5 e R4. Apesar do seu posicionamento original, entre os anos de 1960 e 1990, estes veículos destinam-se claramente ao importante mercado dos SUV pequenos. Serão produzidos no norte de França e lançados em 2025.

Na Stellantis, a Peugeot introduziu um 408 fastback. A Jeep, a única marca presente que não era francesa, chinesa ou vietnamita, estreou o seu primeiro elétrico a bateria. O Avenger será produzido na fábrica da Stellantis na Polónia e terá um preço-base inferior a 40.000 euros. Por último, enquanto a DS apresentou a sua gama atual, a Citröen esteve simplesmente ausente.

Os fabricantes chineses estão claramente a apostar na Europa

Se os Fabricantes de Equipamento Original [OEM] alemães, norte-americanos (além da Jeep), japoneses, sul-coreanos e britânicos estiveram ausentes, os chineses vieram em força, acompanhados pelo estreante vietnamita VinFast, focados no mercado dos elétricos a bateria (BEV). Estas empresas asiáticas estão claramente a apontar ao Velho Continente, uma vez que a China é a casa de muitos OEM exclusivamente ‘elétricos’. A Europa é o segundo maior mercado de BEV, à seguir à China, muito à frente dos Estados Unidos. Além disso, tornou-se muito mais difícil os BEV produzidos fora da América do Norte serem competitivos nos Estados Unidos – a Lei de Redução da Inflação (Inflation Reduction Act) recentemente aprovada, retira aos compradores um incentivo potencial de 7.500 dólares.

A BYD foi o OEM mais agressivo do Salão. O líder chinês de elétricos a bateria apresentou quatro veículos num grande stand, três dos quais definitivamente a caminho da Europa. Estes são o Atto 3, um SUV compacto que custa menos de 38.000 euros; o Tan, um SUV de tamanho médio; e o Han, um grande sedan com preço superior a 70.000 euros. Um sedan médio, o Seal, está também a ser considerado. Durante a sua conferência de imprensa, o representante da BYD mostrou-se muito ambicioso, no que diz respeito à Europa, com planos para estabelecer uma base de produção no Velho Continente.

Outras marcas chinesas presentes em Paris foram a Ora, do grupo Great Wall Motor, com o seu Funky Cat, que estará à venda na Alemanha no final de 2022; a Seres, do grupo Dongfeng Motor, com os crossovers elétricos 3 e 5; a Leapmotors; e a Wey, ainda com híbridos plug-in, nesta fase.

A VinFast, do Vietname, também teve uma presença significativa. O OEM emergente, que produziu os seus primeiros veículos em 2018 sob licenças da BMW e General Motors, introduziu a sua impressionante gama de cinco elétricos a bateria no CES, em janeiro último. Em Paris, estiveram em exposição os SUV e crossovers de média e grande dimensão (na Europa!) VF6, VF7, VF8 e VF9, desenhados pela Pininfarina, que vêm todos para o continente, bem como para os Estados Unidos, nos próximos meses. Este OEM alugará as baterias (a partir de 120 euros por mês, no lançamento) separadas do veículo, replicando um modelo introduzido pela Renault há dez anos. Será que a VinFast tem meios para levar a cabo este ambicioso plano?

A ambição demonstrada por estas novas empresas terá provavelmente um impacto positivo na democratização da mobilidade limpa. No entanto, isto irá acontecer essencialmente à custa da indústria europeia, uma vez que todos estes veículos serão importados da Ásia – pelo menos, inicialmente – a menos que sejam tomadas ações. A França está já a considerar restringir os incentivos aos veículos produzidos no país ou, pelo menos, na Europa.

Será que a Europa vai promulgar leis protecionistas, na esteira da legislação norte-americana? Sem se comprometer totalmente com uma posição protecionista, porque não alinhar qualquer inovação com o respeito pelas condições operacionais subjacentes, i.e. baixa intensidade de CO2 ao longo da cadeia de fornecimento, ausência de assistência financeira pública, ou condições de trabalho, para garantir, pelo menos, condições equitativas?

Mais opções de mobilidade urbana frugal em quatro rodas

O preço e o tamanho médio dos veículos tem vindo a aumentar na Europa, e ainda mais nos Estados Unidos – considere-se o absurdo Hummer EV, de 4,5 toneladas e um preço superior a 100.000 dólares. A eletrificação está presentemente a inflacionar este preço médio e continuará a fazê-lo até que o custo dos metais críticos (e.g. níquel, cobalto, lítio) volte a descer. Até lá, uma porção cada vez maior da população continuará a ver-se impossibilitada de adquirir um veículo elétrico, o que vai também atrasar a mudança para uma frota limpa. Podem, contudo, ter acesso a veículos elétricos ligeiros muito mais frugais para as suas deslocações urbanas.

A Renault introduziu o elétrico Twizy, de dois lugares, há cerca de dez anos. Mais recentemente, a Citroën lançou no mercado o Ami, com um custo de 7.800 euros, no mesmo segmento, com o seu motor de 8 cavalos e bateria de 5,5 kWh. Os dois carros podem ser conduzidos com uma licença para ciclomotores ligeiros. Em Paris, vimos a segunda iteração da Renault, o Duo, apresentado pela divisão de mobilidade deste OEM, a Mobilize, assim como, pelo menos, seis produtos equivalentes de outras empresas.

Provavelmente, o mais emblemático destes veículos é o suíço Microlino, construído em Itália. Com abertura de porta frontal, à semelhança do BMW Isetta dos anos 1950, este veículo de dois lugares com 2,4 metros de comprimento (similar ao Ami e 100 mm mais curto do que o primeiro Smart ForTwo) oferece opções de bateria de 6 e 14 kWh com autonomia máxima de 230 km, um motor de 16 cavalos e velocidade máxima de 90 km/h, com preços entre 15.000 e 22.000 euros.

Outros modelos no mesmo segmento incluem o Yoyo, da XEV, com a sua bateria intercambiável. O carro italiano, de 15 kWh e autonomia de 150 km, já é vendido em Itália e França por 16.000 euros. Também podemos referir o e-Go Mobile, o City Transformer (com largura dos eixos variável em função da velocidade), o Eco Motors, o La Bagnole da Kilow Auto, ou o Silence SO4 (também com bateria intercambiável). Alguns destes veículos oferecem simultaneamente versões que requerem uma carta de condução convencional, e outros que podem ser conduzidos com uma licença de ciclomotor (e.g. as versões de 14 kW e 6 kW do SO4). Esta dualidade pode ser uma resposta ao facto de cada vez menos adultos possuirem carta de condução. Provavelmente, também veremos estes veículos predominantemente em frotas partilhadas.

Será que veremos nos Estados Unidos – onde resido – uma reversão da tendência para veículos cada vez maiores e mais pesados? Será que os OEM se vão atrever a oferecer carros no extremo oposto do Hummer EV, com 10 kWh em vez dos 200 kWh deste último, para cidades como Nova Iorque e São Francisco? Será que veremos algum nível de razoabilidade na oferta de mobilidade, que seja verdadeiramente sustentável ao longo de todo o ciclo de vida? Espero sinceramente que sim.

Pilhas de combustível de hidrogénio como caminho alternativo para a mobilidade limpa

A maior parte da indústria está a mover-se rapidamente rumo aos veículos elétricos a bateria e, em concordância, a renovar detalhadamente as suas cadeias de fornecimento. No entanto, subsistem vozes – que parecem estar a ganhar força – a favor dos veículos elétricos a pilha de combustível (FCEV) para determinadas aplicações. Apenas dois OEM oferecem atualmente veículos de passageiros movidos a pilha de combustível (Toyota e Honda), enquanto o foco nos FCEV mudou quase totalmente para o transporte de bens, desde os furgões até aos camiões pesados.

Tanto a Stellantis como a Renault oferecem (ou fá-lo-ão em breve) furgões alimentados a pilha de combustível, que custam atualmente cerca de três vezes mais do que os seus equivalentes a diesel. A adaptação é desenvolvida em parceria com um ecossistema francês cada vez mais forte. Entidades domésticas trabalham em pilhas de combustível e tanques de alta pressão, assim como na produção e distribuição de hidrogénio.

Por exemplo, a Renault e a norte-americana Plug Power juntaram forças numa joint-venture 50-50 para desenvolverem uma solução completa, incluindo estações de distribuição de H2. A Symbio, detida conjuntamente pela Forvia e a Michelin, desenvolveu a sua própria pilha de combustível, utilizada nos furgões da Stellantis. A Plastic Omnium (PO) oferece tanques de alta pressão (700 bar) com base na sua liderança global em sistemas de alimentação de combustível, tendo estabelecido uma parceria com a ElringKlinger da Alemanha para as pilhas de combustível. Todas estas empresas anunciaram nova capacidade de produção em França – para dezenas de milhar de pilhas de combustível –, e também no estrangeiro, como é o caso da PO.

Enquanto apenas Toyota, Hyundai e BMW mantêm as pilhas de combustível no mix energético dos seus veículos de passageiros, duas start-ups francesas estão também a apostar na tecnologia. A NamX apresentou um SUV conceptual, alimentado por uma pilha de combustível, com 300 cavalos (tração frontal) ou 550 cavalos (tração integral). O seu tanque de H2 principal e seis cápsulas amovíveis (estranhamente colocadas no pára-choques traseiro) oferecem uma autonomia total de 800 km. O lançamento está agendado para 2025, em conjunto com estações de troca de cápsulas. Em paralelo, a Hopium mostrou o Machina, um bonito sedan conceptual com 10 kg de H2, oferecendo 1.000 km de autonomia, uma pilha de combustível de 200 kW e um motor de 500 cavalos. As reservas estão abertas por 120.000 euros para o lançamento em 2025. Contudo, as duas start-ups ainda terão de angariar os fundos necessários para avançarem para a fase de produção.

Apesar de tudo, permanecem vários desafios, além do custo das pilhas de combustível, antes de que a tecnologia conquiste uma quota significativa entre as opções energéticas. Estes incluem principalmente a disponibilidade e o custo do hidrogénio verde, e o número e localização das estações de abastecimento – cerca de 100 na Alemanha e 40 em França, no final de 2021. No entanto, confio que a pilha de combustível será uma opção competitiva quando o custo, peso e tempo de carregamento das baterias não são compatíveis com o tipo de utilização a que se destina o veículo.

O Mondial de l’Automobile tem de se reinventar para recuperar

Esta foi a 124ª edição do Salão Automóvel de Paris. Este ano, cerca de 400.000 pessoas visitaram o evento, contra um milhão na última edição, em 2018, e um pico histórico de 1,4 milhões. Conforme referi acima, houve muito menos expositores, espalhados por uma área mais pequena, de apenas três pavilhões. Surpreendentemente, a Mercedes foi a Paris revelar o novo SUV EQE, mas isso aconteceu no Museu Rodin, no domingo anterior à abertura do evento.

Este salão automóvel está longe de ser o único a sofrer deste desinteresse; todos o sentem. O conceito tem de ser reinventado, com a possível expansão para outros modos de mobilidade para pessoas e mercadorias, incluir talvez veículos elétricos ligeiros, distribuição last-mile ou eVTOL. Com sorte, os organizadores em todo o mundo vão conseguir encontrar uma nova fórmula ótima para que estes salões se coloquem a par do CES.

Marc Amblard é mestre em Engenharia pela Arts et Métiers ParisTech e possui um MBA pela Universidade do Michigan. Radicado atualmente em Silicon Valley, é diretor-executivo da Orsay Consulting, prestando serviços de consultoria a clientes empresariais e a start-ups sobre assuntos relacionados com a transformação do espaço de mobilidade, eletrificação autónoma, veículos partilhados e conectados.