O Polestar 2, o segundo automóvel lançado pela marca sueca de automóveis elétricos premium, e o seu primeiro elétrico, foi eleito o Melhor Veículo Elétrico da última edição do SAHE – Salão Automóvel Híbrido e Elétrico, que teve lugar no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, em outubro do ano passado.
O prémio anual, organizado pelo SAHE e pela Green Future AutoMagazine, tem a particularidade de resultar da votação direta do público presente no evento. A última edição do SAHE acolheu cerca de 20.000 pessoas, durante os três dias do evento.
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Para Miguel Pinto, diretor geral da Polestar Portugal, “(e)sta é uma distinção que nos enche de orgulho, pois tem a particularidade de ser resultado direto dos votos do público. A Polestar é muito mais do que uma marca que vende automóveis elétricos. Pretendemos mudar as mentalidades e promover uma mobilidade elétrica sustentável pois temos consciência da importância desta transformação para o nosso planeta. Ser reconhecido pelo público numa altura em que ainda não temos um ano de presença em Portugal é sinal de que estamos no caminho certo”.
A Polestar fez a sua estreia em Portugal em 2022, precisamente com o fastback 100% elétrico Polestar 2. A marca sueca destaca que o automóvel tem vindo a conquistar vários prémios, tendo sido nomeado Car of the Year em vários países, e conquistado, entre outros, o Best All-Round EV da revista Top Gear, e o prestigiado troféu de design Best of the Best da Red Dot Awards.
O Polestar 2 MY24 (Model Year 24) está já disponível (a partir de 53.400 €), com várias possibilidades de configuração e autonomia alargada, agora superior a 600 km, uma melhoria substancial relativamente às versões anteriores.
Os clientes podem escolher entre duas motorizações distintas – Single motor com tração traseira e Dual motor de tração integral –; duas opções de bateria (Standard Range e Long Range) e três packs (Pilot, Plus e Performance) adaptando as configurações aos seus gostos pessoais.
A Mercedes-Benz celebrou o lançamento da sua nova fábrica de reciclagem de baterias em Kuppenheim, na Alemanha, com a qual vai estabelecer um ciclo fechado nas matérias-primas utilizadas no fabrico destes componentes.
A entrada em funcionamento da primeira fase da fábrica, na qual será efetuado o desmantelamento mecânico das baterias de veículos elétricos, está prevista para o final deste ano. A Mercedes-Benz está também em discussões com os poderes públicos, com vista à criação, alguns meses mais tarde, de uma instalação-piloto de hidrometalurgia.
A marca alemã afirma que esta abordagem para um conceito de reciclagem integrada dentro de uma única fábrica é única na Europa. A empresa está a investir na construção de uma central elétrica neutra em CO2 – financiada pelo Ministério da Economia e Proteção Climática da Alemanha no âmbito de um projeto de investigação científica –, com o objetivo de reforçar a função das instalações de Kuppenheim no seio da sua rede global de produção, sendo uma “etapa crucial” na estratégia de sustentabilidade da Mercedes-Benz e na transição para a produção exclusiva de veículos elétricos.
A Mercedes-Benz pretende que, no futuro, a fábrica de reciclagem de baterias de em Kuppenheim irá abranger todos os passos do processo, desde o desmantelamento ao nível dos módulos, passando pela trituração e secagem, até ao processamento das matérias-primas finais para o fabrico de baterias.
De acordo com a empresa, o processo hidrometalúrgico atinge uma taxa de recuperação superior a 96%, permitindo “uma verdadeira economia circular” das matérias-primas. A Mercedes-Benz está a cooperar com o parceiro tecnológico Primobius – consórcio entre a empresa de engenharia mecânica alemã SMS Group e a empresa australiana criadora do projeto Neometals. No âmbito do projeto de investigação científica, todo o processo de reciclagem de baterias é considerado, incluindo, entre outros, o desenvolvimento dos conceitos de logística, a reciclagem sustentável das matérias-primas e a reintegração dos materiais reciclados na produção de novas baterias.
A fábrica-piloto deverá ter uma capacidade anual de 2.500 toneladas. Os materiais reciclados serão reintroduzidos no ciclo de reciclagem para a produção de mais de 50.000 módulos de bateria para os novos modelos da Mercedes-Benz. Com base nos resultados de investigação da fábrica-piloto, os volumes de produção de médio e longo prazo podem ser alargados.
A Audi realizou, na última quinta-feira, o Audi Vision Portugal, um evento que trouxe consigo um balanço do ano de 2022 e as novidades para 2023. O evento incluiu ainda a revelação de dois dos veículos que fazem parte da nova gama de 100% elétricos – o Q8 e-tron e o A6 Avant e-tron concept.
Para apresentar a estratégia e os resultados alcançados pela Audi no último ano, juntaram-se a Nuno Mendonça, diretor-geral da Audi em Portugal, o vice-presidente de Produto e-tron da Audi AG, Fermin Soneira, e Jens Puttfarcken, vice-presidente de Vendas da Europa da empresa.
A marca começou por apresentar os resultados de 2022. Comparativamente ao ano anterior, o total de todas as vendas de veículos elétricos Audi cresceu 45% na Europa e 49% em Portugal, o que levou a marca a atingir uma quota de 5% no mercado dos elétricos. Atualmente o peso de clientes Audi que procuram modelos exclusivamente modelos elétricos representa já mais de 30% das vendas da marca em Portugal. Com estes resultados, a Audi voltou ao top 3 entre as marcas premium, em Portugal.
O evento prosseguiu com a apresentação do Audi Q8 e-tron, o SUV elétrico topo de gama que, de acordo com a marca germânica, se destaca pelo seu conceito de propulsão otimizado, aerodinâmica melhorada, desempenho de carregamento e capacidade de bateria, com a autonomia (WLTP) aumentada até 582 km na versão SUV e 600 quilómetros na versão Sportback. A Audi chama ainda a atenção para o exterior renovado, especialmente as mudanças na dianteira.
Por sua vez, o A6 Avant – o primeiro Avant 100% elétrico – é um protótipo construído sobre a nova plataforma PPE (Premium Platform Electric). Apresenta-se com uma autonomia superior a 700 km, além de uma capacidade de carregamento que permite reabastecer a bateria de 5% até 80% em 20 minutos. Acelera dos 0 aos 100 km/h em menos de 4 segundos.
A partir de 2026, a Audi passará a lançar exclusivamente automóveis com acionamento elétrico, passando a ter uma frota totalmente eletrificada até ao final da década.
“A nossa visão para a Audi é clara e os resultados conquistados são uma motivação constante. Ao ouvirmos o caminho que a Audi AG está a preparar para o futuro e ao vermos os magníficos produtos que serão colocados no mercado em breve, tendo o Q8 e-tron e a A6 Avant e-tron como bons exemplos, queremos comunicar-vos que a Audi em Portugal assume voluntariamente o compromisso de vender, exclusivamente, viaturas 100% elétricas antes de 2030!”, afirmou Nuno Mendonça.
A Opel anunciou hoje a sua participação no projeto STADT:up (Solutions and Technologies for Automated Driving in Town: an urban-mobility project).
Financiado pelo Ministério Federal Alemão para os Assuntos Económicos e Ação Climática, o projeto “visa dar um grande passo a caminho do objetivo de viabilizar a condução autónoma em áreas urbanas até ao final de 2025”. Os engenheiros da Opel, um dos 23 parceiros do consórcio, vão trabalhar no desenvolvimento do reconhecimento do ambiente, por parte dos veículos, com base na inteligência artificial (IA) e na tradução para uma reação específica à situação na condução autónoma. A Opel pretende apresentar um protótipo com reconhecimento de ambiente complexo em áreas urbanas até ao final de 2025.
“Ao participar no projeto STADT:up, a Opel, como a nossa marca alemã, está a avançar ainda mais na condução autónoma em tráfego urbano, em nome da Stellantis. Os engenheiros do Centro de Engenharia de Rüsselsheim recorrem a muitos anos de experiência neste campo. Ao mesmo tempo, estamos a reforçar a nossa boa cooperação com instituições de investigação fora da empresa e a continuar o nosso empenho em apoiar jovens cientistas”, afirmou Frank Jordan, Head of Innovation da Stellantis na Alemanha.
O projeto STADT:up destina-se a soluções escaláveis de ponta a ponta para a mobilidade urbana do futuro. Os veículos devem também ser capazes de lidar com cenários complexos de tráfego na cidade com segurança e de responder adequadamente a todas as situações em milissegundos. As várias missões da condução autónoma variam desde a perceção abrangente do ambiente e a localização dos utilizadores da estrada através da previsão, interação e cooperação com outros veículos, até ao comportamento e planeamento de manobras do próprio veículo do utilizador.
A questão de como se desenvolverá o tráfego misto composto por peões, ciclistas, veículos partilhados e transportes públicos locais é também de importância central. De forma correspondente, conceitos futuros adequados e os requisitos derivados das necessidades dos utilizadores também serão desenvolvidos no projeto.
Os fatores-chave são a preparação e programação dos sistemas dos veículos, tais como a câmara, o LiDAR e radares para todos os cenários possíveis até que estes sejam implementados no sistema informático.
Paralelamente à melhoria da robustez, o objetivo das atividades de investigação é melhorar a rastreabilidade das decisões das redes neurais profundas e utilizá-las para verificar a plausibilidade de um sistema de condução autónoma. Pretende-se com isto fornecer alicerces para o desenvolvimento do reconhecimento do ambiente na condução altamente autónoma e contribuir para o teste e validação eficientes das funções de IA relevantes para a segurança.
O projeto é liderado pela Bosch e conta com a participação de vários fornecedores do setor automóvel, bem como parceiros tecnológicos, universidades e instituições de investigação. No encerramento do projeto, previsto para dezembro de 2025, deverão ser conjuntamente apresentados os protótipos desenvolvidos, sendo que a Opel afirma ter como objetivo da demonstrar o desempenho do sistema de reconhecimento do ambiente com o seu próprio veículo de teste.
A Tesla realizou ontem o seu Dia do Investidor de 2023, a partir da sua sede no Texas. Não houve revelações sobre novos modelos, exceto alusões a uma “plataforma de nova geração” que deverá permitir produzir veículos elétricos substancialmente mais baratos, com a maior notícia a ser a confirmação oficial da quinta fábrica da empresa, que será construída no México.
Além de Elon Musk, estiveram em palco mais de uma dúzia de executivos, com a Tesla a tentar mostrar aos investidores que a liderança da empresa se estende além do seu polémico CEO.
O CFO Zack Kirkhorn começou por explicar que a empresa continua empenhada em cortar os custos de produção, estimando que serão necessários cerca de 175 mil milhões de dólares – um investimento seis vezes superior ao realizado até à data – para atingir o objetivo de atingir um nível de produção anual de 20 milhões de veículos em 2030.
Questionado sobre o número de modelos que serão necessários para atingir vendas a este nível, Elon Musk referiu dez modelos, cada um com cerca de 2 milhões de unidades vendidas anualmente. O carro mais vendido no mundo em 2022 foi o Toyota Corolla, com 1,12 milhões de unidades.
O próximo passo do plano de investimentos da Tesla é a construção de uma quinta unidade de produção, na cidade de Monterrey, no México, que se juntam às cinco ‘gigafábricas’ que a empresa opera nos Estados Unidos (Freemont e Austin), China (Xangai) e Alemanha (Berlim).
A nova fábrica, sobre a qual não foram revelados mais detalhes, nomeadamente a data de início de atividades, produzirá veículos com base na “plataforma de nova geração” da Tesla. Através da utilização de peças fundidas de grandes dimensões – que significam menos trabalho de posicionamento e soldagem –, à semelhança do que acontece no Model 3 e no Model Y, bem como de uma série de outras inovações na linha de produção, espera-se que esta plataforma permita construir veículos elétricos mais baratos, com preços de mercado entre 25.000 e 30.000 dólares, nos Estados Unidos.
Nesta edição do Dia do Investidor, a Tesla declarou também que está a desenvolver um novo motor elétrico CC de ímanes permanentes que não recorre a elementos de terras raras.
A empresa afirmou que, entre 2017 e 2022, reduziu a utilização de terras raras no Model 3 em 25%, através de melhorias de eficiência no sistema de transmissão. A empresa procura agora eliminar totalmente a utilização destes minerais, o que pode significar reduções de custos importantes – e menor dependência da China, que extrai e processa a grande maioria destes elementos.
Outras novidades do evento foram a promessa de disponibilizar carregamentos bidirecionais (V2G) no espaço de dois anos e a estreia da Tesla nos serviços por subscrição – por 30 dólares por mês, os proprietários residentes no Texas têm carregamentos noturnos ilimitados.
O robô Optimus, apresentado em setembro no Dia da Inteligência Artificial da Tesla, também fez uma aparição no evento – Musk prevê que, no futuro, o negócio dos robôs se torne maior do que o negócio dos veículos elétricos, quando aqueles forem capazes de substituir os humanos em muitas tarefas manuais.
O Dia do Investidor 2023 também ficou marcado pela apresentação de uma “versão beta de pré-produção” da pickup elétrica Tesla Cybertruck, que a empresa espera começar a produzir durante o verão, com as primeiras entregas previstas para o próximo ano.
As viagens aéreas são rápidas e seguras, mas sempre complexas e longas. A cadeia começa bem antes do aeroporto e não termina quando o avião regressa ao terminal. Acrescentam-se bagagens, segurança e medidas de saúde pública no aeroporto, bilhetes, chegadas e partidas, navegação e orientação; e estes são apenas alguns dos desafios que o setor terá de enfrentar no futuro.
As companhias aéreas não estão já a competir, neste sistema, com outras companhias aéreas, mas com todas as marcas na cadeia de transportes e viagens que fornecem experiências especiais aos consumidores. Empresas como a AirBnB, Flixbus e Cruise estão a revolucionar o setor com novos modelos de negócio e com a definição de novos padrões em termos de experiência do cliente.
As companhias aéreas têm também de competir com o impacto económico da pandemia, com novas preferências de consumo, o trabalho remoto ou a ‘vergonha de voar’. Na economia da ‘experiência sustentável’ do século XXI, as pessoas não querem apenas comprar um bilhete de avião para voar de A a B. Querem ter uma experiência sem contrariedades, simples, fácil e personalizada – começando na reserva e check-in, passando pelos controlos de segurança, recolha de bagagens, e muito mais. O futuro da aviação está em constante transformação.
O setor enfrenta enormes desafios, presentes e futuros:
A redução drástica de emissões até à neutralidade de carbono significa conceitos de aeronaves e de propulsão novos e alternativos: parafina vs. combustíveis sustentáveis (SAF) vs. hidrogénio. Em que direção é que nos devemos dirigir?
O cancelamento de voos tem prejudicado imenso a imagem das companhias aéreas e coloca-as sob pressão política e económica.
A perspetiva social sobre o sistema de transportes aéreos ressentiu-se, nos anos mais recentes, do debate sobre a ‘vergonha de voar’, mas também das expansões de aeroportos planeadas.
Os clientes estão crescentemente a tomar decisões de compra mais sustentáveis, o que significa que os programas de sustentabilidade das companhias aéreas têm uma influência significativa nas suas estratégias. Investir em sustentabilidade não conduz apenas a viagens aéreas mais ‘verdes’, mas ajuda também a assegurar a longevidade da companhia e a contribuir para vantagens competitivas.
Os drones e os eVTOL (aeronaves elétricas que descolam e aterram verticalmente) continuam a receber milhões em apoios, desafiando todas as convenções no contexto da energia, qualidade de vida e segurança.
Apesar de o setor da aviação representar apenas cerca de 4% do total das emissões de gases de efeito de estufa na União Europeia, é um dos setores contribuidores para as alterações climáticas que cresce mais rapidamente. Em 2019, as emissões de gases da aviação internacional tinham aumentado 146%, comparativamente a 1990. Este foi o maior crescimento em todo o setor dos transportes – o único setor em que as emissões cresceram desde 1990. Mais do que qualquer outro, o setor da aviação beneficiou dos constrangimentos da pandemia de COVID-19, mas só neste sentido – o número de passageiros caiu 73,3% em 2020, relativamente a 2019. Isto significou, naturalmente, que as emissões também caíram significativamente. Contudo, com o levantamento das restrições, os números estão novamente a subir, uma vez que as medidas da legislação ambiental da União Europeia ainda não surtiram efeitos.
A aviação global deve atingir a neutralidade de CO2 em 2050. Até agora, o setor definiu para si próprio o objetivo internacional de cortar as emissões em 50% até 2050, relativamente aos valores de 2005. Contudo, tanto o setor da aviação alemão como as companhias aéreas europeias definiram, há muito, a meta de se tornarem totalmente neutras em CO2 até 2050. Para este fim, estão a ser prosseguidas várias estratégicas de curto e de longo prazo, e em função do tipo de aeronave e de rota:
Aeronaves elétricas a bateria: conceitos de voo puramente elétricos estão já a ser aplicados mas, a longo prazo, apenas poderão ser usados em aeronaves pequenas e rotas curtas. Aqui, o foco está voltado para helicópteros convencionais e aplicações de mobilidade aérea urbana.
Combustíveis Sustentáveis para a Aviação (SAF): os SAF são um termo genérico para combustíveis sintéticos e biofuels que não provêm de combustíveis fósseis. São a melhor solução de curto prazo para reduzir a pegada de carbono da aviação: as emissões de CO2 dos SAF são 80% menores do que no caso da queima de parafina fóssil. Apesar se estarem longe de serem sustentáveis, podem já ser utilizados para reduzir as emissões dos transportes aéreos regionais, por exemplo através da incorporação nas misturas em quantidades reduzidas. Subsistem, porém, algumas incertezas quanto à possibilidade de operar aeronaves usando exclusivamente SAF. Os principais problemas são, atualmente, os custos elevados, a grande quantidade de energia necessária à produção e a sua disponibilidade para a frota global de aeronaves. Em 2050, espera-se que estejam disponíveis, em todo o mundo, um total de 449 mil milhões de litros de SAF, que cobrirão 65% da procura global de querosene projetada para essa data.
Hidrogénio: os sistemas elétricos a pilha de combustível de hidrogénio são única solução livre de emissões para as aeronaves de passageiros. Aqui, estão ainda a ser dados os primeiros passos. A startup britânica ZeroAvia está atualmente a testar um sistema de propulsão a hidrogénio num Dornier 228 de 19 lugares. As esperanças recaem principalmente nos motores de combustão a hidrogénio (para voos de longo curso) com um redução de 50%-75% do impacto ambiental, e nas pilhas de combustível (em transporte regionais), com uma redução de impacto de 75%-90%. O potencial de mercado (otimista) das aeronaves movidas a hidrogénio em 2050 atinge 35%-40%.
As companhias aéreas deveriam levar esta transformação muito a sério, uma vez que os consumidores podem reagir de maneiras drásticas, quando se julgam enganados. A KLM lançou uma nova campanha publicitária em 2019: Fly Responsibly (voar com responsabilidade). As reações dos media e do público foram igualmente positivas: finalmente, um ator relevante do setor da aviação compreendia que tem de haver uma mudança significativa. A KLM foi agora alvo de um processo movido por ativistas ambientais dos Países Baixos, porque a campanha de greenwashing foi uma forma de enganar os consumidores, já que a companhia não fez qualquer esforço para agir de forma responsável e sustentável. O setor não é único em estar cada vez mais exposto ao risco de ser levado a tribunal por greenwashing. A aviação depara-se com um longo e duro caminho, que nem todos conseguirão seguir até ao fim.
Stefan Carsten, consultor e especialista na área do Futuro das Cidades e Mobilidade, vive o futuro há mais de vinte anos. É um dos responsáveis pelo início da transição da indústria automóvel de um setor centrado no veículo para um setor centrado na mobilidade. Vive e trabalha em Berlim.
A Volkswagen anunciou hoje uma atualização alargada do ID.3, o seu primeiro modelo totalmente elétrico, lançado no mercado em 2020. Além de mudanças no design exterior, a segunda geração do ID.3 traz várias novidades no interior, incluindo materiais mais sustentáveis e melhorias a nível de tecnologia.
A gama foi também simplificada, havendo agora duas opções de bateria associadas a uma opção única de motorização elétrica.
No exterior, o novo ID.3 apresenta-se mais “desportivo” e “musculado”, de acordo com a Volkswagen. A principal mudança é a dianteira totalmente redesenhada, com um para-choques mais simples, onde se destacam as entradas de ar alargadas; e o novo capô, que perde a faixa negra sob o para-brisas.
A marca alemã destaca também as soluções “inteligentes” que permitiram melhorar o desempenho aerodinâmico do ID.3, que atinge um Cx (projetado) de 0,263: as entradas de ar alargadas do para-choques que otimizam o fluxo de ar à volta das rodas dianteiras, as jantes planas e a ‘cortina’ do radiador acionada eletronicamente, que abre apenas quando necessário, para não perturbar o fluxo de ar sobre o capô.
O novo ID.3 está também disponível numa gama de cores mais alargada.
No interior, a Volkswagen afirma ter ouvido (as críticas d)os clientes, respondendo com um design completamente renovado que privilegia materiais mais sustentáveis e de maior qualidade, procurando, ao mesmo tempo, aumentar a sensação de conforto. Assim, não é utlizado nenhum material de origem animal e os assentos e painéis das portas são revestidos com a microfibra Artvelours Eco, produzida com 71% de plástico reciclado, que havia já sido reciclado anteriormente pelo menos uma vez.
Várias superfícies do habitáculo integram agora espumas, tornando-se assim mais suaves, com o objetivo de melhorar a componente háptica.
O ecrã central cresce para 12 polegadas e torna-se mais intuitivo, com menus simplificados, integrando várias sugestões dos clientes. O novo ID.3 integra também o sistema de controlo por voz Hello.ID e estreia um head-up display de realidade aumentada, que projeta informações de velocidade, navegação e outras funções do veículo no para-brisas – para o condutor, estas informações parecem estar 10 metros à frente do veículo, a “perspetiva correta” segundo a Volkswagen.
Ainda no que respeita à tecnologia a bordo, a marca alemã refere as atualizações remotas (over the air) de software e as melhorias a nível de conectividade, nomeadamente no planeamento de rotas em viagens longas. As paragens para carregar a bateria são avaliadas de forma dinâmica, em função de elementos como tráfego e capacidade das estações de carregamento. O sistema pode, por exemplo, sugerir duas paragens curtas em estações de maior potência, em vez de uma paragem mais longa numa estação mais lenta.
No campo da assistência à condução, o destaque vai para o sistema opcional Travel Assist com swarm data. Os dados recolhidos por diferentes veículos da frota Volkswagen, carregados em cloud, permitem que o sistema atue em conjunto com o cruise control adaptativo e com o sistema de manutenção na faixa de rodagem para, por exemplo, mudar de faixa automaticamente em autoestradas (a partir de 90 km/h) ou manter-se na faixa em estradas rurais que tenham apenas uma linha reconhecível.
A segunda geração do ID.3 traz também uma simplificação da gama. Mantém o motor elétrico de 150 kW (204 cv) e 310 Nm no eixo traseiro, que pode agora ser combinado com duas opções de bateria: 58 kWh no ID.3 Pro e 77 kWh no ID.3 Pro S, para autonomias (WLTP) de 426 km e 546 km, respetivamente.
O ID.3 Pro pode ser carregado 5% a 80% em 35 minutos, com ligação de 120 kW. Já o Pro S admite carregamentos até 170 kW, necessitando de 30 minutos para os mesmos valores de carga de bateria.
O novo Volkswagen ID.3 tem o início de produção agendado para o mês de abril e o lançamento oficial acontecerá durante o verão. As primeiras entregas estão previstas para o terceiro trimestre do ano.
O carregador público de carga rápida da Siemens para veículos elétricos ligeiros, o Sicharge D, obteve a certificação por parte da Mobi.E, a empresa pública que gere a rede de postos de carregamento de veículos elétricos de acesso universal e interoperável em Portugal. A Mobi.E é responsável por validar os fabricantes e os modelos de postos de carregamento para baterias de veículos elétricos.
O Sicharge D é fabricado em Portugal e foi concebido para postos de carga rápida localizados em autoestradas e cidades, parques de estacionamento urbanos e centros comerciais. É um carregador de corrente contínua (CC) que oferece um nível de eficiência de 96%, que a Siemens afirma ser um dos mais elevados do mercado. Este equipamento disponibiliza uma potência de carga escalável e permite fazer a partilha dinâmica da potência disponível.
“Esta certificação é um passo importante para, em conjunto, criarmos um futuro mais sustentável através da mobilidade elétrica, contribuindo para os objetivos climáticos do país”, afirma João Gouveia, responsável pela eMobility da Siemens Portugal, acrescentando que “uma rede de carregamento robusta, moderna e bem distribuída geograficamente influenciará a adoção de soluções de mobilidade sustentáveis, algo fundamental para que o sector dos transportes alcance a tão desejada – e necessária – descarbonização”.
O carregador tem uma potência de carregamento de até 300 kW, ou seja, está preparado para quando as autonomias dos veículos forem mais elevadas, e uma área de implantação muito reduzida, o que permite uma utilização na via pública com um impacto mais reduzido. De acordo com a Siemens, o elevado nível de eficiência garante que quase toda a eletricidade fornecida chega ao veículo durante o processo de carregamento, o que se traduz em custos operacionais mais baixos.
O modelo conta ainda com a funcionalidade de carga paralela dinâmica, ou seja, tem em conta as necessidades de carga individuais de cada veículo elétrico e adapta automaticamente o processo de carregamento ao tipo de bateria e ao estado da carga de cada um. Desta forma, garante-se que os carros conectados recebem a potência máxima de que precisam, sem necessidade de qualquer intervenção manual. O Sicharge D tem também a opção de expansão com até mais dois dispensadores externos.
A Agência Nacional de Inovação (ANI), em conjunto com as empresas NOS, Critical Software, GeoSAT e GALP, lançou seis desafios às instituições de ensino superior para o desenvolvimento de soluções inovadoras em áreas como energia, espaço, sistemas de informação e 5G.
“O nosso objetivo é promover a inovação colaborativa e a transferência de conhecimento para a economia, potenciando os resultados comerciais da investigação, e criar canais de acesso ao conhecimento para as empresas”, explica Joana Mendonça, presidente da ANI.
A iniciativa pretende ser uma plataforma para os investigadores, professores e alunos de instituições de ensino superior nacionais desenvolverem novas ideias, perspetivas e competências para as empresas, proporcionando o acesso à investigação e à inovação. As equipas vencedoras terão oportunidade de colaborar com as empresas parceiras da iniciativa, além de receberem um prémio monetário no valor de cinco mil euros.
As candidaturas estão abertas até 19 de março através do website da ANI. Segue-se uma fase de avaliação das candidaturas e um evento de pitch das ideias finalistas, que deverá acontecer em abril, onde serão escolhidos os vencedores.
1#Challenge – NOS | “5G-Enabled Home Security: Improving home security through connected devices” e “5G-Enabled Augmented Reality Training: Improving athletic performance through augmented reality”
A NOS propõe dois desafios que demonstrem o potencial da tecnologia 5G. O primeiro visa melhorar a segurança em casa através do 5G, usando o poder dos dispositivos conectados e da inteligência artificial para monitorizar cada habitação em tempo real. O segundo centra-se na melhoria do desempenho dos atletas de alto rendimento com 5G, através da utilização da tecnologia de Realidade Aumentada para feedback e orientação visual ou da análise de dados de treino desportivo em tempo real.
2#Challenge – Critical Software | “Systems engineering of the future”
A Critical Software procura redefinir a engenharia de sistemas para automatizar e melhorar o processo atual recorrendo a modelos linguísticos e reinforcement learning assentes em grandes conjuntos de dados.
3#Challenge – GEOSat | “Unlocking the Potential of Earth Observation from Space”
A GeoSAT lança o desafio de, através da utilização das imagens recolhidas pelos seus satélites, serem desenvolvidos novos serviços de valor acrescentado, que consigam responder de forma inovadora aos desafios globais ou necessidades específicas dos territórios em áreas como saúde, mobilidade, resolução dos impactos das alterações climáticas, segurança alimentar, segurança e disponibilidade de recursos.
4#Challenge – GALP | “Alternative methods of producing synthetic graphite anodes & Solutions for using sodium sulfate”
A GALP apresenta dois desafios aos investigadores. O primeiro procura métodos alternativos (e mais sustentáveis) de produção de ânodos de grafite sintética. O processo de produção, designado grafitização, apresenta um elevado consumo de eletricidade, além de utilizar como matérias-primas derivados de petróleo e carvão, representando uma elevada pegada de CO2.
O segundo desafio pretende encontrar soluções para aproveitamento de sulfato de sódio. A produção de hidróxido de lítio monoidrato a partir do concentrado de espodumena e a produção de precursores de cátodo implicam a produção de elevados volumes sulfato de sódio, que são vendidos à indústria da celulose como subprodutos. No entanto, a indústria da celulose tem uma necessidade limitada de sulfato de sódio, pelo que se pretende encontrar soluções alternativas para aproveitamento desta matéria, evitando a sua disposição em aterro.
A Nissan anunciou hoje o aumento das suas metas de vendas de automóveis eletrificados. A marca japonesa espera que os veículos eletrificados representem 44% das vendas globais em 2026, crescendo para 55% até 2030.
As metas anteriores, configuradas no plano Nissan Ambition 2030 lançado em novembro de 2021, eram, respetivamente, de 40% e 50%.
Além destas metas globais, o comunicado da Nissan detalha os objetivos de venda da marca em cada um dos seus principais mercados, com destaque para a Europa, onde a marca espera agora que 98% do seu volume de vendas em 2026 seja de veículos eletrificados, um acréscimo substancial relativamente à meta anterior de 75%.
A marca afirma também que vai explorar uma colaboração mais robusta com a Renault, no Velho Continente, no âmbito da recentemente reformulada Aliança (que inclui ainda a Mitsubishi).
A Nissan também aumentou os seus objetivos de vendas de automóveis eletrificados no Japão em 2026, de 55% para 58%, mas espera uma redução de 5% (de 40% para 35%) na China. No entanto, a marca japonesa afirma que irá desenvolver um novo modelo elétrico a bateria específico para este mercado, como resposta às suas “rápidas mudanças”.
A marca não alterou as suas metas para o mercado norte-americano, onde espera que os veículos eletrificados – apenas elétricos a bateria – representem 40% do seu volume de vendas em 2030.
A estratégia da Nissan, que também engloba a submarca Infiniti, assenta assim no lançamento de um total de 27 novos modelos eletrificados – 19 elétricos a bateria e 8 equipados com a sua tecnologia híbrida e-Power – até ao final da década, o que significa que a marca japonesa vai desenvolver mais quatro modelos totalmente elétricos do que aquilo que havia previsto inicialmente no plano Nissan Ambition 2030.
Em linha com as últimas tendências do setor automóvel, a Nissan termina o comunicado com a promessa de desenvolver serviços personalizados para melhorar a experiência dos clientes e estabelecer com eles “relações de longo prazo”. Isto será atingido com a oferta de mais conteúdos a bordo e funções on-demand, possibilitadas pelo software e pela arquitetura elétrica que serve de base ao Nissan Ariya e será incluida nos modelos futuros da marca.
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