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Green Future-AutoMagazine

O novo portal que leva até si artigos de opinião, crónicas, novidades e estreias do mundo da mobilidade sustentável

GFAM

PowerDot oferece carregamentos no Dia Mundial do Veículo Elétrico

Amanhã celebra-se o Dia Mundial do Veículo Elétrico e a Power Dot, empresa portuguesa de carregadores elétricos, vai recompensar todos os utilizadores de veículos elétricos por optarem pela mobilidade elétrica.

Em parceria com o comercializador de energia MIIO, vai oferecer a cada utilizador a totalidade da tarifa de operação durante este dia – um desconto que numa carga de 20 a 80% pode representar uma poupança de 5 a 8 euros. O saldo fica acumulado na aplicação MIIO e pode ser descontado numa próxima utilização. Para usufruir basta ter o cartão de carregamento ou descarregar a aplicação para smartphones.

Esta campanha vai estar disponível na totalidade da rede Power Dot, composta atualmente por 850 pontos de carregamento localizados nos parques de estacionamento dos parceiros e estrategicamente escolhidos por estarem integrados na rotina do utilizador, como centros comerciais, supermercados, zonas de comércio e serviços, restaurantes, hospitais ou espaços municipais.

“Esta ação é um ‘obrigado’ aos portugueses que estão a ajudar a efetuar a transição energética, nomeadamente a quem se desloca de veículo elétrico diariamente e também aos nossos parceiros, que nos confiaram os seus parques de estacionamento. Somos um dos países europeus com maior percentagem de veículos elétricos, o que significa que temos aqui uma oportunidade e o dever de fazer crescer ainda mais a rede de carregadores” declarou o general manager da Power Dot, José Maria Sacadura.

Esta iniciativa – que Power Dot afirma ser sem precedentes, mas a primeira de muitas outras do mesmo género – vai decorrer em simultâneo em todos os países onde a Power Dot opera: França, Espanha, Luxemburgo e Polónia.

A Power Dot instala gratuitamente carregadores para veículos elétricos em parques de estacionamento de acesso público e efetua a gestão e manutenção dos mesmos sem qualquer custo para os proprietários. Por cada carregamento, a Power Dot partilha parte dos lucros com estes parceiros de negócio.

Sistema de armazenamento de energia em baterias usadas de veículos Kia

A Kia Europe vai transformar as baterias usadas de veículos elétricos em sistemas de armazenamento de energia – designadas por baterias de ‘segunda vida’. O fabricante sul-coreano estabeleceu uma parceria com a encore | DB, uma start-up do grupo Deutsche Bahn, que receberá as baterias dos veículos elétricos da Kia provenientes de toda a Europa, procederá à sua desmontagem até ao nível do módulo e submetê-las-á a testes de diagnóstico detalhados.

Os módulos ainda viáveis serão reaproveitados para novos sistemas de armazenamento de energia, enquanto outros seguirão para reciclagem, consoante a capacidade restante. As duas empresas revelaram já um protótipo do sistema de armazenamento em baterias no EUREF-Campus, em Berlim, constituído inteiramente por módulos reaproveitados das baterias do Kia Soul EV.

“Com o sucesso na eletrificação dos modelos Kia, também assumimos a responsabilidade pelas baterias para além da sua vida útil no automóvel. A parceria pioneira entre a Kia e a encore | DB demonstra que consideramos as baterias um recurso valioso no contexto de uma economia circular sustentável”, salientou o presidente da Kia Europe, Jason Jeong.

A encore | DB gere atualmente, em toda a Europa, um serviço de recuperação de baterias para a criação de sistemas de armazenamento de energia com base em baterias de ‘segunda vida’, proporcionado pela infraestrutura detida pelo grupo Deutsche Bahn.

Em agosto, a Kia Europe e start-up alemã revelaram em conjunto o seu primeiro sistema de armazenamento de energia em baterias no EUREF-Campus (em Berlim). Aqui funciona, como parte da designada Microrrede Inteligente, uma rede elétrica na qual diferentes fontes de energia, consumidores e sistemas de armazenamento estão interligados de forma inteligente. A Microrrede Inteligente foi formada e é operada pela inno2grid GmbH, uma parceria entre o grupo DB E.C.O. e a Schneider Electric.

A unidade no EUREF-Campus é constituída por 24 módulos de bateria no total, dispostos em três racks, sendo cada módulo constituído por 14 células duplas. Um Sistema de Gestão de Bateria (Battery Management System, BMS), especificamente desenvolvido pela empresa STABL Energy, compensa os diferentes estados entre os módulos de bateria, realizando a estabilização passiva ou ativa da tensão sempre que necessário. A unidade protótipo irá fornecer 72 kWh de energia elétrica utilizável para suportar a ‘mudança de hora’ – armazenando energia solar para utilização posterior – e outras aplicações presentes no EUREF-Campus.

O objetivo consiste em reduzir a dependência da rede através de fluxos de energia previsíveis e em aumentar a partilha da utilização de energia renovável em todo o campus. Uma das primeiras aplicações da unidade no EUREF-Campus é o carregamento de veículos elétricos, sendo que o primeiro veículo a ser utilizado para o efeito foi um Kia e-Niro.

Para construir o sistema de armazenamento de energia em baterias, a encore | DB recolhe, desmonta, analisa e, em seguida, reutiliza ou recicla as baterias provenientes de veículos elétricos. Para o sistema de armazenamento de energia em baterias montado no EUREF-Campus, as baterias do Kia Soul EV usadas foram recolhidas em Concessionários da Kia e transportadas para a DellCon, o parceiro de desmontagem da encore | DB, através da extensa rede logística da Deutsche Bahn. As baterias foram depois desmontadas até ao nível modular e submetidas a testes de diagnóstico, com o objetivo de avaliar o respetivo estado.

3º OnMobility Amadora discute a mobilidade integrada

Entre 16 e 22 de setembro tem lugar mais uma edição da Semana Europeia da Mobilidade da Amadora. Entre as várias atividades e iniciativas previstas, um dos maiores destaques vai para a 3ª edição da OnMobility Amadora.

A conferência, que se realizará no dia 20 de setembro, tem como objetivo promover o debate sobre a evolução para uma mobilidade verdadeiramente sustentável e racional, que obrigará a uma total integração e coordenação otimizada entre os vários modos de transporte e entre as diferentes entidades relevantes a nível internacional, nacional e municipal.

Assim, durante a manhã do dia 20, representantes da sociedade civil local irão dar o seu contributo para as soluções necessárias para uma evolução positiva da mobilidade no concelho. Subordinado ao tema ‘Ouvir os Cidadãos’, este primeiro painel contará com a contribuição do Intendente Pedro Franco (PSP da Amadora), Luís Carvalho (Proteção Civil da Amadora), Domingos Rosa (AFID Diferença), João Antunes (ACECOA) e José Flores (AURPID).

Já na parte da tarde, representantes nacionais dos diversos modos de transporte público e partilhado, da mobilidade activa e também do mercado automóvel irão partilhar as suas visões das medidas e soluções a adoptar para uma eficaz integração intermodal.

Será assim a vez de ‘Ouvir os Especialistas’, num painel que reúne Cristina Dourado, (Viação Alvorada/Fertagus), Marina Ferreira (Transtejo/Soflusa), Juan Cabellero (Eurocities), Luís Figueiredo (Cooltra), Prof. José Manuel Viegas (TIS) e Tiago Braga (Metro do Porto).

As conferências OnMobility são organizadas pela EcoMood Portugal, associação sem fins lucrativos que se dedica à promoção da mobilidade sustentável e da sustentabilidade em geral através de um vasto conjunto de iniciativas de caráter essencialmente prático. A EcoMood é parceira da Câmara Municipal da Amadora na organização da Semana Europeia da Mobilidade do município.

De Oslo a Lisboa em 120 horas

A instalações de Lisboa da Astara, representante nacional da Kia, serão palco, na próxima sexta-feira, dia 9 de setembro, do final do ‘Driven To Extremes Euro EV Marathon’, evento que vai trazer um Kia EV6, 100% elétrico, desde Oslo, na Noruega, até à capital portuguesa, em apenas 120 horas.

Realizada em regime de contrarrelógio e com um total de 5.800 km para percorrer ao longo de 15 países, a iniciativa recria um teste de resistência empreendido pelo antigo piloto Stirling Moss há 70 anos, na altura considerado um feito histórico do mundo automobilístico.

A ação inédita, cuja partida de Oslo teve lugar na segunda-feira, irá tirar partido da autonomia e da tecnologia de carregamento rápido do Kia EV6 para completar a aventura, que será a primeira realizada por um veículo totalmente elétrico em modo contínuo.

A equipa que vai efetuar a viagem, constituída por três elementos da organização Max Adventures, realizou recentemente a ‘Fen to Fell’, um traçado de 336 quilómetros desde as estradas mais baixas até às mais altas da Grã-Bretanha, igualmente a bordo de um Kia EV6, que conseguiu cumprir o trajeto com uma só carga, deixando ainda uma autonomia restante estimada de 172 quilómetros.

A maratona ‘Driven to Extremes Euro EV’ recria a aventura empreendida por Stirling Moss em 1952, destinada a promover o então novo modelo de quatro portas Humber Super Snipe. Na altura, o lendário piloto de competição, juntamente com três amigos, passou por 15 países europeus em menos de cinco dias.

O desafio de 2022 irá terminar no Dia Mundial do Automóvel Elétrico, que se celebra a 9 de setembro. O percurso será composto por etapas com cerca de 320 km e será utilizada a rede pública europeia de carregamento.

De acordo com a Kia, o EV6 ‘Air’ reúne um conjunto de características para enfrentar a maratona de 5.800 km, começando pela autonomia de 527 km numa só carga (norma WLTP. O espaço do habitáculo espaçoso e larga distância entre eixos tornarão confortável esta viagem de 120 horas, enquanto a tecnologia de carregamento ultrarrápido (de 800 V) manterá as paragens nos postos de carregamento limitadas ao mínimo. A bateria do EV6 pode ser carregada dos 10 aos 80% em apenas 18 minutos com um carregador de 350 kW, ou em 1 hora e 13 minutos usando um dispositivo de 50 kW. Os pontos de paragem ideais ao longo do percurso serão selecionados pelo sistema de gestão do EV6.

Para aumentar as hipóteses de completar o desafio a tempo, a equipa utilizará também o ‘Kia Charge’, que disponibiliza acesso instantâneo a mais de 300 mil postos de carregamento em 29 países europeus, a partir de uma única conta.

O líder do projeto e fundador da Max Adventures, Mac Mackenney, referiu: “Pretendemos mostrar como é possível cobrir uma enorme distância num curto espaço de tempo utilizando um veículo elétrico, e que os automóveis deste tipo, bem como a infraestrutura de carregamentos, já se encontram disponíveis. O Kia EV6 foi a escolha óbvia para este desafio exigente, pois ficámos muito bem impressionados com este modelo durante os ensaios, e sabemos das capacidades e do conforto que oferece para uma longa viagem”.

Desde o ponto de partida, na sede norueguesa da Kia em Lørenskog (nos arredores de Oslo), a equipa de condutores utilizará as vias e pontes principais para cobrir os quase 5.800 km do percurso, que será permanentemente rastreado por um sistema de GPS, sendo possível conhecer a localização exata através do website da Max Adventure. Os três pilotos irão revezar-se ao volante e irão parar apenas para trocas de condutor e carregamento do veículo. Uma viatura de apoio, também fornecida pela Kia, acompanhará o EV6 para documentar a viagem, através de fotografias e filmagens.

Primeiro PHEV da Mazda chega a Portugal

Começou hoje a ser comercializado em Portugal o Mazda CX-60 2.5 e-Skyactiv PHEV, a primeira proposta com tecnologia híbrida plug-in da marca nipónica.

De acordo com a Mazda, este novo SUV é o automóvel de maior importância que a empresa introduz no mercado desde há cerca de uma década: “um novo topo de gama” que representa tudo o que tem vindo sustentado o ADN da marca ao longo dos últimos 100 anos”.

O novo CX-60 PHEV lidera assim a introdução na Europa de propostas híbridas plug-in da Mazda, através de uma motorização que combina uma versão modificada do motor de quatro cilindros Skyactiv-G de 2,5 litros, a gasolina e de injecção direta, com um motor elétrico de 129 kW, associado a uma bateria de iões de lítio de 355 V e 17,8 kWh. O pacote é complementado com uma também nova caixa automática de 8 velocidades.

A combinação proporciona uma potência total de 241 kW (327 cv) e um binário de 500 Nm, tornando o Mazda CX-60 no modelo de estrada mais potente alguma vez produzido pela marca japonesa. Particularizando, o bloco térmico desenvolve uma potência máxima de 141 kW (191 cv) às 6000 rpm e disponibiliza 261 Nm de binário às 4000 rpm. A unidade elétrica, por seu lado, fornece 129 kW (175 cv) de potência e 270 Nm de binário, igualmente às 4000 rpm.

Contando com uma afinação da admissão para melhorar o binário nas gamas médias e baixas de rotações mais utilizadas (das 1.500 às 3.000 rpm), o CX-60 2.5 e-Skyactiv PHEV acelera dos 0 aos 100 km/h em 5,8 segundos, atingindo uma velocidade máxima (limitada) de 200 km/h.

A nível de ‘credenciais ambientais’, o novo PHEV da Mazda regista um consumo de combustível de 1,5 l/100 km, com emissões de CO2 de 33 g/km (valores combinados WLTP). Permite uma autonomia de 60 km em modo eléctrico, circulando a 100 km/h ou menos.

De acordo com a Mazda, a Skyactiv Multi-Solution Scalable Architecture do novo Mazda CX-60 apresenta inúmeras melhorias: o modelo conta com uma maior rigidez da estrutura, bancos que tornam mais fácil a cada ocupante manter o equilíbrio com o automóvel a circular, uma suspensão que estabiliza a postura do veículo durante a condução, e um sistema Kinematic Posture Control (KPC), de controlo de postura do veículo, exclusivo da Mazda.

A Mazda afirma que a colocação da bateria de alta tensão entre os eixos dianteiro e traseiro e o mais baixo possível dentro da estrutura do modelo garante um centro de gravidade particularmente baixo, que, em combinação com um sistema permanente de tração integral que incorpora a transferência de binário entre os eixos, através de um veio, confere ao modelo características de manobrabilidade superiores.

O novo Mazda CX-60 PHEV integra ainda uma gama de tecnologias avançadas i-Activsense de segurança e de suporte ao condutor, proporcionando um desempenho de segurança activa, “líder da classe”, que visa uma classificação de segurança Euro NCAP de 5 estrelas.

Está equipado com vários sistemas de segurança activa, entre os quais o See-Through View, monitor de visão 360º que melhora a visibilidade ao conduzir a baixas velocidades, assistente de colisão para tráfego cruzado, deteção de peões SBS-R (travagem inteligente em cidade, com marcha-atrás), assistente de manutenção de faixa de rodagem, cruise control adaptativo e monitorização e aviso de saída de um veículo do ângulo morto.

Em Portugal, a gama inclui quatro níveis de equipamento – Prime-Line e Exclusive-Line (interiores e estofos de tecido pretos), Homura (estofos em pele preta) e Takumi (estofos em pele branca). Os preços iniciam em 52.289 €.

Setor automóvel em discussão na ‘Global Mobility 2022’

Refletir sobre o presente e futuro do setor automóvel e sobre as novas tendências desta indústria. São estes os grandes objetivos da ‘Global Mobility 2022’, conferência promovida pela Mobinov – Associação do Cluster Automóvel de Portugal, em parceria com a ACAP – Associação Automóvel de Portugal e a AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel, no âmbito do projeto Observatório Automóvel.

O evento – que durante o dia de hoje e amanhã reúne mais de 200 participantes e mais de três dezenas de oradores, no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa – centra-se numa análise estruturada das temáticas mais relevantes para o setor automóvel à escala internacional, considerando as mudanças por que passa atualmente. Além de se debruçar sobre o panorama da indústria automóvel em Portugal e sobre as tendências que irão marcar os próximos anos, a ‘Global Mobility 2022’ dá destaque, ainda, a dossiês estratégicos para o setor, como é o caso dos Recursos Humanos ou a Investigação e Desenvolvimento (I&D).

O arranque do evento foi dado hoje, 5 de setembro, na sessão de abertura, a cargo de Jorge Rosa (presidente da Mobinov), Hélder Pedro (secretário-geral da ACAP) e José Couto (presidente da AFIA), a que se seguiu a apresentação do Guia de Boas Práticas, GPS PME AUTO, realizada por Pedro Silva (OPCO). “Inteligência Artificial e Big Data na Indústria Automóvel” foi o tema do painel que fechou a manhã deste primeiro dia da conferência e que contou com a participação de Germano Veiga (INESC TEC), Nuno Flores (INTROSYS), Luís Bastos (SIEMENS) e Rui Bonifácio (Continental Engineering and Services). A moderação do debate foi assegurada por Jorge Castro, da ZF Group.

Ao início da tarde, António Lucas Soares (INESC TEC) e Fernando Machado (Mobinov) apresentam a Plataforma Observatório Automóvel, seguindo-se um debate sobre a importância da investigação e desenvolvimento para o setor, conduzido por Helena Gouveia (ISQ). O painel conta, ainda, com as intervenções de Carlos Ribas (BOSCH), Júlio Grilo (SIMOLDES), Nuno Mendonça (Universidade de Coimbra) e Pedro Lima (Técnico de Lisboa). Segue-se a sessão “Infraestruturas: Uma Barreira para o veículo Autónomo e Conectado?”, que conta com as intervenções de João Figueiredo (Infraestruturas de Portugal), João Carvalho (Capgemini Engineering) e Pedro Rito (Universidade de Aveiro). A moderação deste momento está a cargo de Artur Mateus, do Instituto Politécnico de Leiria. A intervenção de João Neves, secretário de Estado da Economia, encerra o primeiro dia da conferência.

Nuno Mangas (COMPETE 2020) é a figura responsável pela sessão de abertura do segundo dia da ‘Global Mobility 2022’, à qual se segue o debate sobre a “Importância da Qualificação dos Recursos Humanos no âmbito da twin transition”. A temática será explorada por Catarina Paralta (SGS), João Costa (ATEC), Patrícia Oliveira (IAPMEI) e Patrícia Villas-Boas (Schmidt Light Metal), com a moderação de Pedro Silva (OPCO). A sustentabilidade do setor domina os restantes painéis de debate da conferência, destacando-se, aqui, a reflexão sobre a relação entre os veículos elétricos e a hidrogénio (rivais ou complementares?), que será conduzida por António Luís Moreira (Técnico de Lisboa) e levada a cabo por Luís Barroso (MOBI.E), Tiago Freitas (AVL Ibérica) e Vasco Amorim (UTAD).

Já o programa da tarde inicia-se com o painel “Soluções de Mobilidade: Economia Partilhada”, que será moderado por Hélder Pedro (ACAP) e que contará com a presença de Miguel Pinto (Continental Advanced Antenna), Paulo Humanes (CEiiA), Ricardo Coelho (RANGEL) e Ricardo Vitorino (UBIWHERE). Segue-se a sessão sobre a “Economia Circular na Indústria Automóvel”, que terá como intervenientes Ana Reis (INEGI), Catarina Dias (TMG AUTOMOTIVE) e José Amaral (ValorCar) e que será orientada por António Lorena (3 DRIVERS). A ‘Global Mobility 2022’ ficará marcada, ainda, pela intervenção de Josep Nadal – vice-presidente do European Automotive Cluster Network (EACN). O encerramento do evento ficará a cargo de Francisco Sá – presidente do IAPMEI.

A mobilidade elétrica e a transição energética podem jogar na mesma equipa?

Será que este caminho da transição energética acelerada e da mobilidade sustentável (leia-se elétrica, entre outras) pode estar em risco com todas as atuais mudanças ao nível da geopolítica e da crise energética na Europa?

Como já venho alertando em vários artigos aqui na revista, o caminho pode tornar-se penoso para a Europa, cuja vontade é mais ideológica do que racional sobre transição energética. E isto porque o mundo é global e as empresas europeias competem globalmente com outras congéneres na China e nos Estados Unidos da América (EUA).

Nesta fase, e para nos situar, o que apresento de seguida são factos e não ‘achismo’: o custo do capital vai aumentar significativamente; não é uma questão de qual a direção das taxas de juro, pois é uma certeza, mas sim da velocidade deste ajustamento. O financiamento barato terminou e o risco cambial aumentou. Estamos num momento de inflação galopante e não temporária, como nos apregoaram, nos últimos 10 meses, os bancos centrais. A perturbação em algumas cadeias de abastecimento, como a automóvel, mantém-se; a questão do tema energia e a sua gestão parece estar totalmente descontrolada e imprevisível, pelo menos na Europa (o gás natural é atualmente equivalente a 410 dólares por barril de petróleo). Podemos ter de enfrentar um inverno sombrio, sendo que a dívida das empresas de energia (e similares) é atualmente superior a 50%, quando comparada a 2020. O “monstro” das dívidas soberanas volta ao de cima e os ciclos de tomada de decisão ficam mais curtos nos investimentos.

A melhor forma de prejudicar uma causa é defendê-la deliberadamente com argumentos falsos

Friedrich Nietzsche

Em paralelo, nos últimos meses, em Portugal, as vendas de automóveis elétricos duplicaram. Note-se que estamos entre os 10 países europeus com maior penetração de veículos elétricos/híbridos relativamente a novos veículos vendidos. A rede de pontos de carregamento a nível nacional já ultrapassou os 4000 – considerada boa a nível europeu – e o número de utilizadores desta rede aumentou mais de 60% nos últimos meses. São dados significativos se ainda juntarmos, pelas minha contas, que carregar 100 km num veículo elétrico pode custar cerca de 2 euros em casa e uns 7 euros numa rede de carregamento público, mas pode custar 10 a 12 euros se estivermos a falar de um veículo a combustão. A pergunta que se deve sempre colocar é: qual a origem da energia elétrica que alimenta o seu ‘carro a pilhas’? (E não me vou alargar!)

Outra situação adicional, que vou deixar para um próximo artigo, é o custo de transação na troca de uma bateria, assim como o valor de retoma ou de um usado elétrico devido a este novo elemento, que é o valor e o peso no preço deste novo componente principal, ‘as pilhas’. As baterias têm um tempo de vida em função dos ciclos de carregamento, assim como a limitação e escassez de um dos seus principais componentes, o lítio. Alguns especialistas apontam que, se a atual taxa de produção continuar, não haverá mais lítio para extrair após 2040 (para além de ser muito difícil de reciclar). Embora, como entusiasta convicto, acredite na evolução das atuais tecnologias em benefício de todos e do planeta. Basicamente, as baterias são, essencialmente, um exercício entre a velocidade de carregamento e a durabilidade, assim como a capacidade e o preço. Pense nisto!

Mas vamos ao jogo que o trouxe a este artigo. Há 20 anos que se adotam medidas para baixar a pegada de dióxido de carbono (CO2). Parece-me é que algumas delas, no contexto atual, são mais ameaçadoras do que estimulantes para o ambiente, bem como para a sustentabilidade industrial, pois não garantem (hoje!) preços competitivos para a indústria quando comparamos com outros mercados. Faço notar que, atualmente, o preço do gás natural nos EUA é 15 vezes menor do que o preço do gás natural na Europa. A economia e a competitividade da Europa podem estar em risco com esta obsessão ideológica da aceleração da transição energética, especialmente neste novo contexto energético.

Julgo que esta transição, para ser justa, só acontecerá se a eletricidade for barata, segura e confiável (preços estáveis). A pressão para a eletrificação massiva de todos os processos de produção, fabricação, transporte (…) só pode ser realizada num ambiente de paz social e eletricidade barata. E para isso temos de esperar pelos próximos meses para saber se será mesmo assim.

A realidade é uma perceção, e quase sempre muito persistente

Albert Einstein

Desde fevereiro que estamos a retirar, julgo eu, importantes lições, com as quais devemos aprender – e fundamentalmente com o desafio de implementar a maior transição energética da história da humanidade a um ritmo acelerado. Não podemos, simplesmente, mudar um sistema de energia por outro. Como já referi noutros artigos, deveria ser mais uma mudança de comportamentos e utilização do que uma mudança de sistema, pois pode ter resultados e consequências desastrosas para todos os europeus.

Sem querer questionar que a descarbonização é o caminho a seguir (e que as energias renováveis ​​e a mobilidade verde devem desempenhar um papel fundamental), a Europa deve ser prudente na velocidade da transição, pois competimos com outras economias e outros preços no acesso à energia elétrica (indústria e consumo final).

Deixo-vos só com estas curiosidades para ilustrar a situação de alguns dos minérios que jogam entre a transição energética e a mobilidade elétrica: o preço do lítio subiu 500% nos últimos 12 meses e teve um aumento de 300% na última década; a sua extração não é isenta de controvérsias devido ao uso massivo de água e das emissões de CO2 (poderíamos também fazer uma analogia com a grafite e o cobalto). O Chile e a Austrália dominam a extração de lítio, enquanto a China domina a sua transformação; no caso do cobalto, a extração é dominada pela República Democrática do Congo, enquanto quem tem a maioria do processamento é a China. O níquel tem a sua extração dominada pela Indonésia e Filipinas, e grande parte da sua transformação está na suspeita do costume, a China. Tinha ideia destes dados? Eu não! Daí esta pesquisa que até a mim me surpreendeu!

Por detrás de toda esta mudança e transição, existe um sistema extremamente complexo. Nesse sentido, e se olharmos para a história da energia e sua utilização no mundo, podemos ver que cada vez que uma fonte dominante de energia muda, as relações de poder (geopolítica) também mudam. E, de conflito em conflito, o mundo está dinâmico e, em parte, incompreensível. Por vezes, não é como desejamos, mas sim como é!

José Carlos Pereira é engenheiro do ambiente, com MBA Executivo em Gestão Empresarial. É business expert, consultor, formador e speaker na área comercial e de negócios internacionais.

Suecos ‘mostram’ dimensão das emissões na produção de uma moto elétrica

A empresa estatal de energia Vattenfall e o fabricante de motas elétricas CAKE, apresentaram uma iniciativa que permite visualizar as emissões de carbono associadas à produção de um dos modelos da segunda.

No âmbito do projeto Cleanest Dirt Bike Ever, a Vattenfall e CAKE colaboram desde 2021 com o objetivo de produzir o primeiro veículo verdadeiramente livre de combustíveis fósseis – a offroader elétrica CAKE Kalk OR.

O primeiro passo no processo de descarbonização foi desmontar a mota e medir o impacto, do ponto de vista climático, de cada peça individual. As duas empresas trabalharam juntas para quantificar as emissões de carbono desde a primeira etapa do processo de fabricação de cada componente, bem como a montagem final – da matéria-prima ao produto acabado.

A avaliação do ciclo de vida (LCA) concluiu que a produção de uma CAKE Kalk OR resulta atualmente em emissões de 1.186 kg de CO2e, o equivalente a um volume de 637 metros cúbicos. Uma parte integrante da colaboração Cleanest Dirt Bike Ever é assim um cubo com arestas de 8,6 metros, que representa o volume de emissões criadas na produção do veículo, permitindo uma visualização tridimensional da pegada de carbono associada.

De acordo com as duas empresas, a visualização em si é uma abordagem inovadora para construir um amplo entendimento para um problema global urgente que é frequentemente falado, mas difícil de compreender. O objetivo do cubo é consciencializar os consumidores, inspirar a indústria em geral e posicionar a Vattenfall e a CAKE como líderes na transição para a produção livre de combustíveis fósseis.

O projeto prevê ainda várias medidas para reduzir o volume de CO2 emitido – cada passo bem sucedido resultará na redução do volume. Segundo a CAKE, o caminho para a produção livre de combustíveis fósseis envolverá a empresa e os seus fornecedores, bem como vários produtores de componentes inovadores e materiais alternativos, que oferecem oportunidades para reduzir ainda mais as emissões.

“O popular termo ‘veículos livres de combustíveis fósseis’ significa greenwashing até que toda a produção esteja descarbonizada, independentemente do combustível com que funcionam. Na verdade, a maioria das empresas não conhece a pegada de carbono de seus próprios produtos. Para entender e enfrentar nosso próprio impacto, medimos as emissões de toda a nossa cadeia de produção de uma CAKE Kalk OR e começamos a descarbonizar cada etapa ao mínimo até 2025. Ao fazer isso, nossa segunda contribuição mais importante para o planeta é inspirar outros fabricantes a intensificar [os seus esforços] e fazer o mesmo”, afirmou Stefan Ytterborn, fundador e CEO da CAKE.

As duas empresas suecas declaram ainda que tudo o que é produzido resulta numa determinada pegada de carbono e, consequentemente, os consumidores podem fazer uma grande diferença, consumindo menos e mais conscientemente se tiverem a oportunidade de entender o que significa ‘livre de combustíveis fósseis’. Por exemplo, estudos mostram que 83% dos proprietários de veículos elétricos acreditam que já estão a fazer o suficiente pelo clima mas, na realidade, um carro elétrico de tamanho médio resulta num volume de 25 a 35 toneladas de CO2e emitidas (13.359 a 18.703 m3), valor que os fabricantes raramente conseguem fornecer.

Mercedes-Benz e Governo do Canadá reforçam cooperação na cadeia de valor dos veículos elétricos

A Mercedes-Benz e o Governo do Canadá assinaram um memorando de entendimento para explorar uma maior cooperação nas fases da cadeia de valor dos automóveis, desde o desenvolvimento técnico e a extração de matérias-primas, até à produção, vida útil e reciclagem.  

De acordo com o comunicado, a finalidade do memorando de entendimento consiste em fomentar a cooperação e explorar formas para promover oportunidades em toda a cadeia de fornecimento de veículos elétricos do Canadá, incluindo – mas não se limitando – a garantir fontes sustentáveis de matérias-primas, tendo em consideração os compromissos mútuos do Canadá e da Mercedes-Benz para com o desenvolvimento sustentável e a proteção climática.

No âmbito da iniciativa ‘Ambition2039’ da Mercedes-Benz, o foco incide na redução das emissões de CO2 bem como na utilização responsável de recursos em toda a cadeia de fornecimento. A marca alemã afirma estar a trabalhar, em cooperação com os seus fornecedores, na procura de alavancas para a redução consistente de CO2, bem como a procurar reduzir significativamente a quantidade de metais de terras raras utilizada em cada motor elétrico.

A Mercedes-Benz está a preparar-se para fornecer um portfólio totalmente composto por modelos elétricos até ao final da década, onde as condições de mercado assim o permitirem. Com a eletrificação em massa do setor automóvel, a procura por matérias-primas específicas e obtidas de forma responsável irá aumentar, em particular o cobalto e o lítio, e ainda o níquel, a grafite, o manganês e o cobre.

O Canadá e a Mercedes-Benz Group AG apoiam o diálogo e as relações que possam promover o trabalho com parceiros estratégicos no Canadá. Neste contexto, a Mercedes-Benz está a explorar uma parceria estratégica com a Rock Tech Lithium Inc., que poderia permitir à marca fornecer aos seus fornecedores hidróxido de lítio para satisfazer a procura global de veículos elétricos a bateria. A partir de 2026, no âmbito desta parceria prevista, a Rock Tech pretende fornecer anualmente à Mercedes-Benz e aos seus parceiros de baterias até 10.000 toneladas de hidróxido de lítio, começando com um período de qualificação.

Este acordo previsto marca um “passo decisivo” para o fornecimento de lítio de alta qualidade a ser processado na Alemanha. Com a parceria estratégica prevista com a Rock Tech, prevê-se que a Mercedes-Benz avance com a produção de células de bateria de última geração na Europa. Esta quantidade significativa de lítio proveniente diretamente da Rock Tech poderia – juntamente com parcerias adicionais no futuro – ajudar a Mercedes-Benz a atingir os seus objetivos de eletrificação.

A Rock Tech Lithium, uma empresa de tecnologias limpas com operações no Canadá e na Alemanha, pode ajudar a explorar novas fontes de matérias-primas. Sujeita a um acordo e ao cumprimento dos padrões de qualidade e sustentabilidade, a Rock Tech desempenhará um papel fundamental para ajudar a Mercedes-Benz a produzir em série veículos com emissões zero. Como um dos vários parceiros, espera-se que a Rock Tech forneça lítio de alta qualidade, que deverá ser refinado de forma neutra em termos de emissões de CO2 em Guben, Brandenburg (Alemanha). Neste local, a Rock Tech Lithium está atualmente a construir o primeiro conversor de hidróxido de lítio da Europa com um volume de investimento previsto de várias centenas de milhões de euros.

Além de atingir a produção de hidróxido de lítio neutro em CO2 até ao final de 2030, a Rock Tech Lithium disponibilizou-se para fornecer à Mercedes-Benz lítio de minas auditadas de acordo com o padrão de mineração da Iniciativa para Garantias de Mineração Responsável. A marca alemã afirma que “as matérias-primas extraídas e processadas de forma responsável fornecem a base para um portfólio sustentável de veículos Mercedes-Benz totalmente elétricos”.

Otovo inicia operações em Portugal com modelo de subscrição para painéis solares e baterias

A Otovo, plataforma digital de instalações solares e baterias residenciais, iniciou hoje as suas operações no mercado português. Liderada por Manuel Pina, anterior responsável da Uber em Portugal, a Otovo afirma ser a primeira empresa no mercado a oferecer a possibilidade de subscrever a energia solar como um serviço, ao lançar um modelo de subscrição mensal, sem necessidade de investimento inicial.

A Otovo foi fundada em 2016 por Andreas Thorsheim em Oslo, Noruega, cidade onde a empresa está sediada. Funciona como um marketplace digital que organiza os instaladores de energia locais qualificados, utilizando a sua própria tecnologia para analisar o potencial dos edifícios e encontrar o melhor preço e instalador para os clientes, com base num processo de licitação automática entre os instaladores disponíveis.

Atualmente, a Otovo opera em dez mercados europeus: Noruega, Suécia, França, Espanha, Polónia, Áustria, Reino Unido, Portugal, Itália e Alemanha.

Além de poderem adquirir o equipamento solar na sua totalidade, os consumidores podem optar pelo modelo de subscrição mensal, através do qual têm a possibilidade de aceder à energia solar nas suas casas, sem a necessidade de um investimento inicial, mas com a opção de adquirir o sistema em qualquer altura numa data posterior.

Na plataforma Otovo, os clientes podem introduzir a sua morada e confirmar o telhado para ter acesso a uma primeira oferta e à estimativa de poupança respetiva. A tecnologia da Otovo analisa o potencial do telhado sem a necessidade de uma visita ao edifício, e encontra o melhor preço e instalador para o cliente com base num processo de licitação automática entre os instaladores disponíveis.

No modelo de compra única, a Otovo oferece uma garantia de 5 anos para instalações – acima dos 3 anos exigidos por lei. Para o modelo de subscrição, a Otovo oferece uma garantia total de equipamento e instalação durante toda a duração do contrato, bem como apoio contínuo.

A Otovo afirma ainda que, para as empresas instaladoras, a plataforma permite uma poupança importante de tempo e dinheiro relacionado com a angariação de novos clientes, dimensionamento e orçamento de projetos, assim como em outros custos de marketing. A Otovo envia os projetos prontos a instalar aos instaladores e trabalha com eles de forma contínua para melhorar a sua capacidade de instalação.

“Acreditamos que um acesso fácil e economicamente viável ao autoconsumo é a chave para ajudar as famílias a reduzir os seus custos com energia assim como a  sua dependência da rede e da volatilidade do mercado. A Otovo quer ser a primeira opção para as famílias escolherem energia solar. Estamos a introduzir, pela primeira vez em Portugal, o modelo de subscrição mensal que permite às famílias terem poupanças imediatas na sua fatura energética sem investimento inicial”, afirmou Manuel Pina, o diretor-geral da Otovo em Portugal. “Através da nossa tecnologia, em poucos passos, os clientes podem estimar o sistema que melhor se adapta às suas próprias necessidades e rapidamente inscrever-se para uma assinatura ou aquisição. Para os instaladores queremos ser a forma mais eficiente de gerar mais vendas sem custos de aquisição ou deslocação. Com a Otovo, os instaladores podem concentrar-se naquilo que fazem melhor: a instalação”, acrescentou.