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Green Future-AutoMagazine

O novo portal que leva até si artigos de opinião, crónicas, novidades e estreias do mundo da mobilidade sustentável

GFAM

Novo Kia Niro chega ao mercado português

A nova geração do Kia Niro chegou ao mercado nacional com uma gama composta exclusivamente por versões eletrificadas – elétrico a bateria (BEV) e híbrido (HEV). Maior do que o antecessor, a Kia destaca ainda o nível tecnológico e o recurso a materiais sustentáveis.

O novo modelo recorre à terceira geração da plataforma ‘K’ do construtor sul-coreano, concebida para receber diferentes grupos propulsores eletrificados e oferecer elevados níveis de rigidez torsional. Por exemplo, no Niro HEV, a bateria está montada sob os bancos traseiros; e no Niro EV está alojada na secção central do piso. Nas palavras da Kia, esta base eficiente é a grande responsável “pelo elevado conforto, pelo comportamento dinâmico de elevados padrões e pela alta confiança induzida pela experiência de condução”.

Na versão HEV, o motor a gasolina de quatro cilindros 1.6 GDI Smartstream, conjugado com o motor elétrico síncrono de ímanes permanentes de 32 kW, permite uma potência máxima combinada de 141 cv. O consumo médio situa-se em 4,7 l/100 (norma WLTP) e as emissões de CO2 em 107 g/km.

Esta unidade está acoplada de série à caixa automática de 6 velocidades com dupla embraiagem, de segunda geração, com engrenagens otimizadas para maior eficiência de transmissão. Esta caixa tem a particularidade de não incluir marcha-atrás – assegurada pelo motor elétrico –, opção que permitiu poupar 2,3 kg e, por esta via, melhorar o consumo médio em 0,62%.

Esta versão HEV está equipada com o modo de condução inteligente Green Zone, que liga automaticamente a propulsão elétrica quando o veículo percorre determinadas zonas – por exemplo, zonas com forte densidade populacional ou estradas próximas de escolas e hospitais –, identificadas a partir do sistema de navegação e dos padrões de condução. O condutor pode também registar endereços para definir Green Zones, junto das quais as emissões do veículo são reduzidas.

O novo Niro EV, por sua vez, dispõe de uma unidade motriz com 150 kW de potência (204 cv) e 255 Nm de binário, para uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 7,8 segundos. A velocidade máxima é de 167 km/h. A autonomia atinge 460 km em ciclo combinado ou 604 km em ciclo urbano (norma WLTP).

O carregamento dos 10 aos 80% da bateria de polímero de iões de lítio de 64,8 kWh da variante 100% elétrica é realizado em 43 minutos, quando efetuado com um carregador de DC de alta potência em condições ótimas. Quando um ponto de carregamento de DC é selecionado como destino, ou a temperatura ambiente é baixa, o sistema do Niro EV usa o condicionamento da bateria com base na navegação para pré-aquecer esta última, contribuindo assim para encurtar os tempos de carregamento.

A bateria do novo Kia Niro EV inclui também a função V2D (Vehicle-to-Device). Com uma potência nominal de 3 kW e através de um conector externo, é possível utilizar a bateria (até um mínimo de 20% de carga) para alimentar pequenos dispositivos elétricos.

O novo Niro recebeu também aperfeiçoamentos na suspensão e na direção em relação ao seu antecessor. De acordo com a Kia, as suspensões tipo MacPherson, à frente, e multi-link, atrás, “foram afinadas de modo a tornarem a experiência ao volante mais reativa, estável e confortável, para a qual contribui também o novo desenho dos apoios da suspensão, em plano inclinado.

À exceção da altura, todas as dimensões exteriores do Niro aumentaram, relativamente à geração anterior: o comprimento cresceu 45 mm (para 4.420 mm), a largura 20 mm (para 1.825 mm) e a distância entre eixos 20 mm (para 2.720 mm). Segundo a Kia, este acréscimo teve reflexos positivos no espaço interior, quer para ocupantes quer para carga. Condutor e passageiro dispõem agora de mais espaço para os ombros e cabeça, enquanto nos lugares traseiros há mais espaço para a cabeça, pernas e ombros. Este aumento decorre também da nova estrutura dos bancos dianteiros, que é agora 30% mais estreita, traduzindo-se numa redução de 30 mm que liberta espaço para os passageiros dos bancos traseiros.

O espaço de carga subiu para 451 litros no Niro HEV (um aumento de 107 litros face à geração anterior) e de 475 litros no EV (mais 44). A versão 100% elétrica dispõe ainda de um espaço com uma capacidade de 20 litros debaixo do capô. A capacidade de carga máxima – com os bancos traseiros rebatidos– é de 1.445 litros na versão HEV e 1.392 litros no EV.

Não obstante o aumento das dimensões, a tara do Niro diminuiu 20 kg na variante HEV e 50 kg na EV. Quanto à capacidade máxima de reboque (atrelado com travões), esta é de 1.300 kg na versão HEV e 750 kg no Niro EV.

Níveis de equipamento e interiores

A nova geração do Kia Niro disponibiliza dois níveis de equipamento – Drive e Tech – na versão EV, com o último a ser opção única na variante híbrida.

No habitáculo, encontram-se dois ecrãs de 10,25 polegadas, um dedicado à instrumentação e outro ao sistema multimédia com navegação – este apenas nas versões Tech. Na versão Drive, este dá lugar a um ecrã multimédia de 8 polegadas. Os dois sistemas são compatíveis com Android Auto e Apple Car Play.

Por debaixo deste segundo ecrã surge um painel tátil para comando dos sistemas de informação e entretenimento e da climatização e, entre os bancos, uma consola central com outro conjunto de comandos e uma zona para carregamento wireless de smartphones, exclusiva da versão Tech.

No interior, a Kia destaca também a utilização de materiais ecológicos, nomeadamente o forro do tejadilho produzido a partir de papel de parede reciclado, o acabamento dos painéis das portas com tintas isentas de compostos orgânicos voláteis (COV), os revestimentos dos bancos em pele de poliuretano (PU) vegan com Tencel (substância produzida a partir de madeira de eucalipto) e chapeleira fabricada em tecido de malha com 75% de fibras recicladas.

O novo Niro integra ainda a gama de sistemas de assistência à condução habituais nos automóveis atuais, entre as quais se destacam a Assistência à Prevenção de Colisões Frontais, a Assistência Inteligente à Limitação de Velocidade e o o sistema de Comando da Viatura por Voz.

O diretor-geral da Kia Portugal, João Seabra, sublinha que “o novo Kia Niro surge numa fase de grande expansão do segmento C-SUV, que tem uma perspetiva de crescimento na Europa de 4 pontos percentuais em 2023. A realidade em Portugal não deverá ser diferente, pelo que mantemos excelentes expectativas para esta nova geração de um modelo de grande importância para a Kia.”

“O novo modelo tem todos os argumentos para prosseguir e reforçar esta senda de sucesso, que se materializou em vendas de quase duas mil unidades desde o lançamento da primeira geração, das quais mais de 60% significaram a chegada de novos clientes à marca”, acrescentou João Seabra.

Simultaneamente ao lançamento do novo Niro em Portugal, a Kia anunciou também a retoma das vendas do 100% elétrico e-Soul, que se posiciona como o modelo mais acessível na oferta elétrica da marca.

miio entra em França com 55.000 postos de carregamento

Depois de, no início de julho, ter anunciado a sua entrada ao mercado espanhol, a miio anuncia hoje uma nova fase no seu processo de internacionalização com a chegada ao mercado francês, possibilitando o carregamento de veículos elétricos num total de 55.000 postos que cobrem a maioria do território daquele país.

A partir de hoje, os utilizadores da plataforma miio – atualmente, cerca de 88.000 – podem aceder aos produtos e serviços da start-up portuguesa de mobilidade elétrica, incluindo o carregamento digital e o pagamento automático, quando viajam em Portugal e também, através da conexão às plataformas de roaming europeias, em Espanha e França.

“Com esta expansão, o nosso grande objetivo é o de simplificar a mobilidade elétrica para cada vez mais utilizadores. Conseguimos cobrir a maior parte do território francês, eliminando assim mais um entrave à transição energética na mobilidade, declarou Daniela Simões, CEO e co-fundadora da miio, antes de concluir: “Queremos que a mobilidade elétrica seja tão ou mais prática e conveniente como a tradicional. Para isso, precisamos de simplificar todos os processos relacionados à condução de veículos elétricos, para todos os condutores”.

Os utilizadores devem instalar e consultar a app miio para encontrar e utilizar um dos 120.000 postos em Espanha e 55.000 postos de carregamento em França que admitem carregamentos com a empresa portuguesa.

A miio conta atualmente com uma equipa de dezanove elementos, estando a admitir novos recursos para apoiar o seu crescimento e o seu processo de internacionalização. De acordo com o comunicado, o objetivo é continuar a desenvolver produtos e serviços para utilizadores de veículos elétricos em Portugal e outros países, “tornando a utilização e carregamento de um veículo elétrico cada vez mais cómoda e conveniente para qualquer pessoa”.

Rolls-Royce leva Spectre à Riviera Francesa para testes em “condições reais”

Em 2030, a Rolls-Royce será uma marca totalmente elétrica, e o Spectre é o primeiro veículo desenvolvido pela icónica marca britânica no âmbito deste processo de transição.

Em setembro de 2021, a Rolls-Royce confirmou o início dos testes ao seu primeiro automóvel elétrico, um programa que a marca garantiu ser o mais exigente por si concebido, abarcando mais de 2,5 milhões de quilómetros para simular mais de 400 anos de utilização.

No início deste ano, o Spectre foi submetido a um conjunto de testes de desenvolvimento num centro “personalizado” em Arjeplog, na Suécia, localizado a 55 quilómetros do Círculo Polar Ártico. Superada essa fase de testes em condições extremas, os engenheiros da Rolls-Royce trouxeram o Spectre para a Riviera Francesa, “um lugar que reflete o uso diário do automóvel”.

A marca garante que as estradas da região apresentam a “combinação perfeita dos tipos de condução que serão exigidos pelos clientes do Spectre”, incluindo estradas costeiras de perfil técnico e autoestradas interiores rápidas. As imagens que acompanham o comunicado mostram que as oportunidades fotográficas são também abundantes.

A Rolls-Royce afirma que esta é uma parte crucial do programa de testes global de 2,5 milhões de quilómetros que está a realizar. O Spectre percorrerá assim 625.000 quilómetros na Costa Azul francesa, divididos em duas etapas.

A primeira fase decorrer num centro de testes localizado no histórico Autódromo de Miramas, na Provença, que acolheu o primeiro Grande Prémio de França de Fórmula 1, em 1926. O centro incorpora mais de 60 quilómetros de estradas fechadas e vinte traçados em pista que, segundo a marca britânica, oferecem uma grande quantidade de oportunidades de teste, nomeadamente unidades de irrigação que simulam lençóis de água estáticos, circuitos técnicos com curvas apertadas e curvas com inclinações adversas, e um troço de alta velocidade de 5 quilómetros com três faixas, fortemente inclinado, que permite testar o Spectre com altas velocidades contínuas.

A segunda fase dos testes na Riviera Francesa tem lugar nas planícies provençais que rodeiam o Autódromo de Miramas. A Rolls-Royce declara que muitos dos seus clientes “desfrutam” da região, e por esta razão, faz sentido que 55% dos testes se realizem nas mesmas estradas que os futuros Spectre irão cruzar, depois de se iniciarem as primeiras entregas, no último trimestre de 2023.

A marca britânica planeia continuar o programa de testes “nos mercados-chave de todo o mundo”, uma vez que “faz tudo o que é possível para garantir que os seus produtos cumprem, e muitas vezes superem, as expectativas do seu exigente grupo de clientes”.

Alemanha reduz subsídio à compra de elétricos a bateria e exclui híbridos plug-in

A Alemanha vai reduzir os incentivos financeiros à compra de veículos elétricos em 2023, uma vez que a popularidade crescente deste tipo de veículos faz com que os subsídios governamentais sejam desnecessários, afirmou o Ministro da Economia alemão, Robert Habeck, em comunicado.

O plano de incentivos destinados aos compradores de automóveis elétricos expirará completamente assim que se esgote a verba de 3.400 milhões de euros inscrita para este fim no orçamento dos próximos dois anos.

De acordo com o plano, os subsídios à compra de veículos totalmente elétricos com um preço inferior a 40.000 euros baixarão dos atuais 6.000 euros para 4.500 euros, a partir do início de 2023. No ano seguinte, cairão novamente, para 3.000 euros.

No caso dos automóveis elétricos com preço superior a 40.000 euros, o incentivo descerá para 3.000 euros, dos 5.000 euros atualmente em vigor.

Os automóveis com preço superior a 65.000 euros não estão incluídos no plano de incentivos. A partir de 2024, este limiar descerá para 45.000 euros.

Ao mesmo tempo, o acesso ao plano de incentivos será restringido a particulares, sendo eliminadas as subvenções para frotas de empresas.

O governo alemão também irá eliminar os incentivos atualmente oferecidos aos compradores de automóveis híbridos plug-in a partir de 2023. Robert Hadeck havia já expressado dúvidas quanto ao real alcance dos benefícios ambientais deste tipo de veículos, uma vez que são mais pesados dos que os automóveis equipados apenas com um motor de combustão interna e as suas baterias geralmente permitem cobrir apenas distâncias curtas em modo totalmente elétrico, sem emissões.

O Ministro da Economia alemão foi taxativo: “Na próxima fase de financiamento, estamos a colocar um claro enfoque na proteção climática e estamos a concentrar o financiamento em veículos puramente elétricos a bateria”.

Em 2021, as vendas de automóveis totalmente elétricos quase duplicaram, relativamente ao ano anterior, atingindo 328.000 unidades. Existem atualmente mais de 600.000 elétricos a bateria nas estradas do principal mercado automóvel da Europa, com a quota deste tipo de veículos a atingir recentemente 14%.

A associação alemã da indústria automóvel, VDA, foi rápida a criticar o plano de redução de incentivos agora apresentado. Nas palavras da sua presidente, Hildegard Mueller, a redução “unilateral e abrangente” é incompreensível numa época de “custos crescentes”. A associação criticou também a decisão de excluir as empresas do plano de subsídios.

Concept Aceman preconiza o design Mini no futuro elétrico da marca

A Mini está a reinventar-se como marca totalmente elétrica e acaba de apresentar o Concept Aceman, um crossover que revela o design da futura geração de modelos da marca britânica para o segmento de pequenos automóveis premium.

A Mini descreve o novo Concept Aceman como uma ponte entre o Mini Cooper e o Countryman, criando uma interpretação moderna de um modelo crossover. De acordo com a marca, o design funcional de dois volumes cria o máximo de espaço para ocupantes e bagagem numa superfície de área mínima. O Aceman tem quatro portas e assentos para cinco passageiros.

A Mini destaca a linguagem de design “clara e sóbria”, de acordo com um princípio de ‘Simplicidade Carismática’ que pretende dar relevo aos detalhes característicos dos automóveis da marca, nomeadamente a grelha frontal octogonal com iluminação, o chassis “generoso”, as linhas “atléticas” e a “poderosa” traseira com o distintivo padrão de luzes.

O Aceman tem 4,05 metros de comprimento, 1,99 metros de largura e 1,39 metros de altura, pneus de 20 polegadas e está pintado na cor Icy Sunglow Green, com o tejadilho no tradicional British Racing Green da marca. A parte inferior da carroceria é acabada num tom verde escuro e apontamentos de azul e cor de laranja “enfatizam o caráter vivo deste veículo”.

De acordo com a Mini, o Aceman foi criado com um design exterior e interior minimalista, que cria uma “experiência holística” através de luz, movimento, interação e som. Marca também a entrada de novos fatores de sustentabilidade no design na Mini. Por exemplo, não existem superfícies cromadas, tanto no exterior como no interior, e o couro também não é utilizado – as superfícies interiores são construídas com tecidos reciclados de malha.

Também no interior, destaque para o display OLED central, de formato circular, com um interface de utilização renovado. A área de exibição estende-se além deste ecrã, com projeção de imagens que podem transferir o controlo das diferentes funções para a totalidade do painel frontal, além de oferecerem novas possibilidades de personalização.

“A linguagem de design do Mini Concept Aceman anuncia o começo de uma nova era de design para a Mini”, explica Adrian van Hooydonk, diretor de Design do BMW Group. As características de design típicas da marca sempre foram inconfundíveis, continua. “Estamos a regressar agora a estes, mas ao mesmo tempo a combiná-los consistentemente com tecnologia inovadora. Com este foco, estamos a redesenhar os ícones do design Mini, com todas os seus pontos fortes analógicos, para o futuro digital”.

O Mini Concept Aceman será apresentado publicamente pela primeira vez no maior evento de jogos do mundo, o gamescom 2022, que terá lugar em Colónia, na Alemanha, a partir do dia 23 de agosto.

170 km de comprimento e 200 metros de largura: sauditas projetam ‘cidade do futuro’

O príncipe saudita Mohammed bin Salman desvendou novos detalhes do projeto Neom, a megacidade de carbono zero prevista para o noroeste da Arábia Saudita. Uma das partes principais do projeto, denominada The Line, será uma cidade linear constituída por dois arranha-céus paralelos que se estendem sobre 170 quilómetros de deserto e montanhas.

Num evento realizado em Jeddah, no qual mostrou os desenhos do The Line, Mohammed bin Salman afirmou o projeto será o lar de mais de nove milhões de pessoas e levará a mudanças radicais na forma como se viverá no futuro num “ambiente livre de estradas, carros e emissões”, alimentado exclusivamente por energia renovável.

As imagens mostram uma estrutura revestida por espelhos com cerca de 500 metros de altura e 200 metros de largura, que se estende por mais de 170 quilómetros de comprimento, desde o Golfo de Aqaba, sobre o deserto, até às terras altas no interior do país.

A estrutura alberga diferentes módulos, com espaços de habitação, trabalho e lazer, formando uma ‘bolha’ gerida por Inteligência Artificial, sem automóveis, neutra em carbono e totalmente sustentável, com um microclima (regulado) temperado.

Os planos incluem caminhos supensos, parques e jardins, lagos, instalações de esqui ao ar livre e um estádio desportivo a uma altura de 330 metros. Os residentes terão acesso a “todas as necessidades diárias” com uma caminhada de cinco minutos, mas está previsto também um comboio de alta velocidade que permitirá ir de um extremo do The Line até ao outro em 20 minutos.

O príncipe Mohammed bin Salman afirmou que The Line será, “de longe, a cidade mais habitável do mundo” e um modelo para substituir o desenvolvimento urbano incontrolado e o desperdício que diminuiu o nível de vida dos residentes das cidades.

O príncipe herdeiro e governante de facto da Arábia Saudita revelou que a primeira fase do projeto, que se prolongará até 2030, terá um custo de 1,2 mil milhões de riais sauditas (cerca de 312 mil milhões de euros). O fundo soberano do reino – Fundo de Investimento Público – será o principal financiador do projeto, mas as fontes de financiamento incluem investimentos privados e uma oferta pública inicial do projeto Neom, prevista para 2024.

A cidade terá o seu próprio sistema legal autónomo, não confinado aos limites da estrutura judicial saudita. Os trabalhos de redação, no qual os investidores desempenharão “um papel chave”, estarão já em marcha, de acordo com Mohammed bin Salman, sendo de esperar alguns detalhes durante o próximo ano.

Em 2030, o projeto deverá albergar 1,5 milhões de residentes, atingido nove milhões de habitantes em 2045. Espera-se que metade da população seja constituída por cidadãos estrangeiros.

A extravagância do megaprojeto Neom e as diversas manifestações que já tomou desde que foi anunciado, em 2017, não deixam contudo de gerar algum ceticismo, por parte de observadores e ambientalistas. A Arábia Saudita é um dos maiores produtores de petróleo do mundo, tendo-se comprometido a atingir a neutralizar as suas emissões de CO2 até 2060.

BMcar internacionaliza-se com aquisição da maior concessão do BMW Group na Península Ibérica

A BMcar e a BYmyCAR constituíram uma joint venture para a aquisição da BMW Madrid, sucursal do BMW Group na capital espanhola e simultaneamente o maior contrato de concessão da marca germânica na Península Ibérica.

Desta forma, os dois grupos uniram-se para a aquisição da BMW Madrid, localizada na zona Norte da capital espanhola, e cuja sede se encontra no icónico edifício de Las Tablas. O concessionário que desenvolve a sua atividade em duas instalações distintas com um total global de 34.512 m2, engloba as marcas BMW, MINI e BMW Motorrad, tendo registado em 2021 um total de 6.919 unidades vendidas e um volume de negócios de 201,8 milhões de euros.

“Este é sem dúvida um importante marco na concretização e consolidação do nosso plano estratégico 2022-2024 ‘Out of Your Mind”‘ Estamos seguros do passo que damos com o início do nosso processo de internacionalização, num mercado desafiante e bastante competitivo, para além de contarmos com um parceiro que nos dá todas as garantias para o sucesso desta operação. É com grande satisfação que constituímos uma joint venture com a BYmyCAR, que é o grupo francês líder na área da distribuição automóvel e um dos maiores na Europa, com operações em França, Itália, Suíça e Espanha, e cujo objetivo é criar sinergias que permitam um plano de desenvolvimento conjunto, sólido e duradouro das nossas atividades na Península Ibérica, de que é exemplo esta primeira operação de aquisição da BMW Madrid. Tudo isto não seria possível sem a confiança que o BMW Group nos depositou e que muito nos honra, pois é sinal do reconhecimento do nosso expertise e do valor acrescentado que trazemos para as marcas do grupo”, afirma Pedro Rodrigues, CEO do Grupo BMcar.

A participação do Grupo BMcar nesta joint venture foi concretizada através da nova holding Beyond Motors Car Iberica SGPS, composta pelo núcleo base de acionistas do grupo, ao qual se junta Helder Boavida, atual Presidente do Conselho Estratégico da BMcar.

De recordar que o último ano terminou como o melhor de sempre na história da BMcar, o décimo consecutivo, com um crescimento de 23% face ao período anterior, o que representa 172 milhões de euros de volume de negócio, 3.531 viaturas vendidas e mais de 21 milhões de euros na área de após-venda.

O grupo BMcar pretende superar os 570 milhões de euros em volume de negócios para o triénio 2022-2024. O objetivo faz parte do Plano Estratégico BMcar 2022-2024 ‘Out of Your Mind’, que tem ainda como meta vender perto de 12 mil viaturas e garantir cerca de 115 mil ordens de intervenção na área de após-venda.

Renault supera objetivos de redução de emissões associadas à logística

O Grupo Renault anunciou que, entre 2018 e 2021, reduziu a pegada de carbono associada ao transporte de mercadorias na Europa em 6,9%, superando assim o objetivo de uma redução de 5,3%.

Os resultados foram validados através do esquema FRET21, que reúne empresas e associações ligadas ao setor sos transportes e logística, liderado pela Agência Francesa do Meio Ambiente e Gestão de Energia (ADEME) e pela Associação de Utilizadores de Transportes de Mercadorias (AUTF), que promove a redução do impacto ambiental dos transportes de componentes para a indústria automóvel e veículos.

O comunicado da Renault avança que, desde a adesão ao esquema FRET21 em 2015, o Grupo reduziu as emissões de carbono associadas às suas atividades logísticas no continente europeu em 15%, graças a “soluções inovadoras” implementadas na cadeia de fornecimento, como ecodesign de embalagens e redução do número de quilómetros percorridos.

O objetivo do Grupo Renault passa por reduzir a pegada de carbono associada a cada veículo produzido em 30% até 2030, em todo o mundo.

“Trabalhamos há mais de dez anos para identificar soluções que reduzam a pegada ambiental dos nossos fluxos de fornecimento. Cada vez utilizamos mais o transporte multimodal e melhoramos a taxa de ocupação de contentores e camiões, assim como o ecodesign das nossas embalagens e reduzimos o número de quilómetros percorridos. Este trabalho regular com muitas das linhas de negócio do Grupo e com os nossos fornecedores, o mais próximo possível do nosso sistema industrial, permitiu-nos cumprir e inclusivamente superar os nossos objetivos de redução de emissões de CO2 pela segunda vez consecutiva”, explicou Florence Ughetto, especialista em Desenvolvimento Sustentável e Logística no Grupo Renault.

O fabricante francês identifica três alavancas fundamentais para atingir os seus objetivos de descarbonização. Em primeiro lugar, a Renault afirma estar a trabalhar com transportadoras para desenvolver a utilização do transporte multimodal, aumentando a proporção de fluxos ferroviários relativamente ao transporte por camião. Por exemplo, a utilização de comboios desde o leste da Europa até França permitiu evitar, de acordo com a Renault, a emissão de 2.600 toneladas de CO2.

O segundo pilar da estratégia passa por otimizar a taxa de ocupação dos camiões, utilizando para o efeito um conjunto de ferramentas digitais desenvolvidas pelo Grupo para visualizar os reboques em 3D. Estas ações permitiram uma poupança de 12.200 toneladas de dióxido de carbono. Simultanemente, um esforço para reduzir a quantidade de embalagens utilizadas, otimizando a quantidade de componentes por embalagem, permitiu evitar a emissão de 8.800 toneladas de CO2, de acordo com a Renault.

Finalmente, o Grupo promove o questionário ECO2 junto da rede de transportadoras com quem trabalha, permitindo assim recuperar informação relacionada com o seu desempenho ambiental, em particular os consumos médios, integrando compromissos de redução para os próximos anos. Estas ações permitiram atingir uma poupança de 5.700 toneladas de CO2.

Suecos e finlandeses querem produzir baterias a partir de madeira

O fabricante sueco de baterias Northvolt e a empresa finlandesa de papel Stora Enso anunciaram esforços conjuntos para criar baterias sustentáveis utilizando carbono obtido a partir de lignina proveniente de madeira dos bosques locais.

O objetivo desta parceria é desenvolver a primeira bateria industrializada do mundo com o ânodo construído, na totalidade, com matérias-primas renováveis e europeias, obtidas de forma sustentável e local, de forma a reduzir custos e a pegada de carbono.

De acordo com o comunicado, a Stora Enso aporta à parceria o seu material de ânodo baseado em lignina, denominado Lignode, proveniente de bosques geridos de forma sustentável. A Northvolt, por seu lado, disponibilizará o seu conhecimento no desenho de células, desenvolvimento do processo de produção e ampliação tecnológica.

“O desenvolvimento conjunto de baterias com a Northvolt marca um passo na nossa viagem para servir o mercado de baterias, de rápido crescimento, com materiais de ânodo renováveis, feitos de árvores. O nosso carbono duro à base de lignina – Lignode da Stora Enso – assegurará o fornecimento estratégico europeu de matéria-prima de ânodos, cobrindo as necessidades de baterias sustentáveis para aplicações que vão desde a mobilidade até ao armazenamento estacionário de energia”, disse Johanna Hagelberg, vice-presidente executiva de Biomateriais da Stora Enso.

A lignina é un polímero vegetal que é encontrado nas paredes celulares das plantas terrestres. As árvores são constituídas, entre 20% e 30%, de lignina, que actua como um forte aglutinador natural. É, de acordo com o comunicado, uma das maiores fontes renováveis de carbono do mundo.

“Com esta parceria, estamos a explorar uma nova fonte de matéria-prima sustentável e a expandir a cadeia de valor europeia das baterias, ao mesmo tempo que desenvolvemos uma química de baterias de menor custo. É uma demonstração emocionante de como a nossa procura por uma indústria de baterias sustentável acompanha a criação de um impacto positivo, tanto na sociedade como nos custos”, afirmou Emma Nehrenheim, diretora ambiental da Northvolt.

A fábrica-piloto da Stora Enso para materiais de carbono de base biológica está localizada nas instalações da empresa em Sunila, na Finlândia, onde se produz industrialmente lignina desde 2015. A capacidade de produção anual de lignina é de 50.000 toneladas, o que faz da Stora Enso o maior produtor de lignina kraft do mundo. O grupo está atualmente a realizar um estudo de viabilidade para avaliar a possibilidade de produzir Lignode industrialmente na mesma localização.

Primeiro voo com SAF em Portugal

A TAP, a Galp e a ANA – Aeroportos de Portugal celebraram uma parceria estratégica para o desenvolvimento, produção e fornecimento de combustíveis sustentáveis para aviação (SAF – Sustainable Aviation Fuel) em larga escala, a partir de resíduos, óleos usados reciclados e outras matérias-primas sustentáveis.

Esta parceria inaugura, segundo a Galp, uma nova era da aviação em Portugal, com combustíveis mais sustentáveis fornecidos, alinhada com o enquadramento europeu em matéria de obrigatoriedade de incorporação SAF na aviação.

O primeiro voo em Portugal abastecido com SAF fez a ligação Lisboa-Ponta Delgada num Airbus A321neo, pintado com as cores retro da TAP e chamado ‘Portugal’.

O combustível incorporou 39% de matéria de origem renovável (HEFA), com menos emissões totais quando comparado com a alternativa fóssil. A redução de emissões neste voo foi de 7,1 ton CO2eq, o que representa uma diminuição de 35% das emissões totais de CO2.

Esta parceria, formalmente assinada numa cerimónia que contou com a presença da CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, do CEO da Galp, Andy Brown, e do CEO da ANA, Thierry Ligonnière, está em linha como o pacote climático ‘Fit for 55’ da Comissão Europeia, o qual inclui a iniciativa legislativa ‘RefuelEU Aviation’ que visa aumentar a oferta e a procura de SAF na União Europeia e a sua utilização em 2% até 2025, 5% até 2030 e 63% até 2050.

A TAP é signatária da resolução da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) que, em outubro de 2021, se comprometeu a atingir emissões de carbono zero até 2050.

De acordo com o comunicado, a ANA Aeroportos de Portugal implementa, nos seus aeroportos, a estratégia para a gestão global de carbono no setor da aviação, alinhada com a estratégia para a mobilidade positiva da VINCI Airports que visa a redução absoluta das suas emissões (âmbitos 1 e 2), a redução das emissões dos seus parceiros (âmbito 3), trabalhando em conjunto para atingir emissões líquidas zero (NetZero) até 2030. Este ano, foi atribuído o nível 4 da ACA (Airport Carbon Acreditation da ACI) a 9 dos 10 aeroportos nacionais.

Numa primeira fase do protocolo, o SAF utilizado nos voos da TAP é fornecido pela Neste, operador líder na produção de combustível de aviação sustentável.

O combustível de avião sustentável tem a vantagem de oferecer um desempenho semelhante ao dos tradicionais e pode ser utilizado nos mesmos motores que o combustível fóssil, mas com uma pegada de carbono significativamente menor, com uma redução de emissões que pode ir até 80%. O combustível SAF da Neste é produzido a partir de matérias-primas de origem sustentável, incluindo óleo de cozinha usado e gordura animal.

Outros benefícios complementares do SAF permitem potenciar a economia circular, aumentar a independência energética e a segurança do abastecimento. Estes combustíveis têm ainda a vantagem de poderem ser utilizados de imediato, uma vez que utilizam a infraestrutura de abastecimento existente, sem necessidade de adaptação da frota.